O Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região de Fortaleza deu ganho de causa ao apresentador Kaio Cezar em processo contra a Globo e outras três empresas: TV Verdes Mares (afiliada Globo no Ceará), TV Diário (do Sistema Verdes Mares) e Rádio Verdes Mares. Ele deve receber em torno de R$ 2 milhões em indenizações, mas o valor total ainda está sendo calculado pelo tribunal que julgou o caso.

Em fevereiro de 2019, Kaio pediu demissão ao vivo, dizendo que “não abre mão do respeito e da dignidade para estar em lugar nenhum”. No processo, ele acusa Paulo César Norões, ex-diretor de relações institucionais do Sistema Verdes Mares, de assédio e danos morais. O apresentador apresentou provas dos constrangimentos feitos contra ele e a esposa.

O âncora alegou também no processo que a Globo se aproveitou da força de trabalho e pouco fiscalizou a situação à qual ele e seus colegas foram submetidos na TV Verdes Mares em transmissões do SporTV e do Premiere. Relatou que não recebeu remuneração por trabalhos que fez, como na Copa do Mundo de 2014. No torneio, Kaio foi responsável pela coordenação de entradas ao vivo. Segundo o processo, a Globosat repassava o dinheiro para a TV Verdes Mares, que não pagava o apresentador.

O jornalista provou que Paulo César o mandou “tomar no c…” durante uma reunião no Sistema Verdes Mares, além de fazer piadas machistas contra sua mulher pelo fato de ela ter um filho de uma união anterior.

O juiz do trabalho Adalberto Ellery Barreira Neto, que julgou o caso, declarou que “os fatos em questão ofenderam a honra e a dignidade do reclamante, sendo que xingamento do nível ‘vai tomar no c…’, proferido em reunião, e brincadeira machista e de extremo mau gosto envolvendo o fato de a esposa do reclamante ter um filho de união anterior, na presença de colegas de trabalho, não são fatos corriqueiros e muito menos são compatíveis com o respeito recíproco que deve permear a relação de emprego”.

Durante o processo, o Sistema Verdes Mares também entrou na Justiça contra Kaio Cezar pelo fato dele ter se demitido ao vivo. A emissora declarou que o ocorrido teria causado danos morais à empresa. A Justiça não concordou e deu ganho de causa ao âncora em duas instâncias.

A Globo declarou que não comenta casos sub judice.

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