O documentário Leitores sem fim, produção da TV Câmara dirigida por Roberto Seabra, foi selecionado para participar da mostra Otras Lecturas del Mundo
O documentário Leitores sem fim, produção da TV Câmara dirigida por Roberto Seabra, foi selecionado para participar da mostra Otras Lecturas del Mundo, organizado pela Campaña Latinoamericana por el Derecho a la Educación (Clade). Ele é o único representante do Brasil na mostra, da qual participam trabalhos de outros dez países da América Latina. Na indicação, a Clade enfatizou que o documentário mostra, por meio de histórias de vida, a relevância das bibliotecas públicas e da promoção da leitura.
Lançado em 2016, o documentário relata histórias de pessoas que tiveram a vida modificada pelo hábito da leitura. A partir da realidade de bibliotecas públicas localizadas em regiões de baixa renda no Rio de Janeiro, o doc mostra o novo modelo que se pretende criar de espaços culturais, baseado na experiência exitosa das bibliotecas-parque da Colômbia. Mostra também a situação da leitura no Brasil e o esforço de parlamentares para universalizar as bibliotecas escolares no país.
Estão abertas as inscrições para a segunda edição da oficina de jornalismo investigativo na área de alimentação, promovida pela ACT Promoção da Saúde e pelo site O Joio e o Trigo, em parceria com a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).
O principal tema do treinamento será como empresas que fabricam produtos causadores de doenças crônicas estão lucrando com a pandemia. O treinamento será online, em 27 de abril, das 10h às 12 horas. O investimento é de R$ 10 para estudantes e de R$ 20 para profissionais. Também serão aceitas doações de qualquer valor para a campanha Tem Gente com Fome. São apenas 30 vagas, e para participar é preciso preencher este formulário até 9/4. Os selecionados serão anunciados em 16 de abril.
Entre os palestrantes estão Bruno Carazza, autor de Dinheiro, eleições e poder (Companhia das Letras), professor do IBMEC e colunista do Valor Econômico; e Paula Johns, diretora-executiva da ACT Promoção da Saúde.
Os participantes da oficina vão concorrer a duas bolsas no valor de R$ 8 mil cada, para realizar apurações originais sobre temas relevantes para a sociedade. As regras para concorres às bolsas serão conhecidas no próprio encontro.
Washington Post revoga proibição de repórter assediada cobrir casos de agressão sexual
O Washington Post, que há dois anos proibiu a repórter política Felicia Sonmez de trabalhar em matérias envolvendo assédio sexual por ter sido vítima de agressão semelhante, retirou a proibição em 29 de março.
O veto havia sido criticado por muitos funcionários da empresa. O jornal alegou que a medida ocorreu pois Felicia poderia escrever com parcialidade sobre o assunto, devido à sua experiência anterior. Confira os detalhes do caso em MediaTalks by J&Cia.
A RedeTV anunciou nessa terça-feira (30/3) novidades em sua programação. Uma das novas atrações será o programa de Luís Ernesto Lacombe, Agora Lacombe, com lançamento previsto para 15 de abril, às 23h30. A atração terá debates e discussões sobre temas relevantes do momento.
No Esporte, a RedeTV vai transmitir as lutas do One Championship, principal torneio de MMA da Ásia na atualidade, que tem previsão de estreia para o mês de abril. As lutas serão exibidas nas noites de sexta-feira, com narração de Marcelo do Ó e comentários de Jaqueline Batista. Além disso, irá ao ar o programa Galera F.C, apresentado por Flávia Noronha e o youtuberJúlio Cocielo. A ideia é apresentar os conteúdos esportivos sob a visão dos torcedores.
Outro programa anunciado pela RedeTV é o Me Poupe Show, comandado por Nathalia Arcuri, a +Premiada Jornalista da Imprensa de Economia, Negócios e Finanças de 2020. A atração vai ao ar às terças-feiras, às 22h30. E o TV Fama passará a ter a apresentação da radialista Ligia Mendes, da jornalista Aline Prado e do ator Júlio Rocha. O programa ganhou 15 minutos e será mais interativo, com participação do público nas redes sociais.
A edição de 2020 do relatório sobre Direitos Humanos, publicada pelo Departamento de Estado americano, destacou o crescente aumento de violações à liberdade de imprensa no Brasil. E, pela primeira vez, associou diretamente o presidente Jair Bolsonaro aos frequentes ataques a jornalistas no país.
Em 2019, o documento registrava violações, mas não havia uma associação direta ao presidente ou ao governo federal, como foi agora o caso. Segundo o texto, “a constituição e a lei preveem a liberdade de expressão, inclusive para a imprensa, mas o governo nem sempre respeitou esse direito”. Este é mais um dos vários estudos divulgados recentemente apontando obstáculos ao trabalho da imprensa no Brasil. Leia mais em MediaTalks by J&Cia.
Redações latino-americanas adotam mais home office na jornada de trabalho
Artigo da Rede de Jornalistas Internacionais (IJNet) mostrou que o home office está cada vez mais presente no cotidiano de profissionais de imprensa latino-americanos, com uma combinação de trabalho virtual e presencial, e, em alguns casos, a maior parte remotamente, com oportunidades ocasionais de reuniões presenciais.
O jornal uruguaio El Salvador, por exemplo, adotou escritórios muito menores e um sistema de trabalho coworking. Antes da pandemia, todos os repórteres iam à redação todos os dias. Agora, eles vão apenas algumas vezes por semana, e este modelo, adotado em dezembro, será utilizado daqui para a frente.
“Planejando a longo prazo, a ideia é ser o mais flexível possível com nosso modelo de trabalho, lembrando que o trabalho presencial é útil e necessário, mas não todos os dias”, declarou Ignacio Chans, editor-chefe adjunto do El Salvador.
Outro exemplo é o do colombiano El Espectador, que passa por mudança semelhante ao El Salvador. A maioria dos funcionários está trabalhando de casa e deve seguir operando dessa forma. A ideia de um modelo que mistura trabalho presencial com home office vinha sendo discutida há seis anos. A pandemia apenas acelerou o processo.
O jornal bilíngue La Voz de Guanacaste, da Costa Rica, cujo foco é jornalismo investigativo, teve que encerrar sua produção impressa e fechar o escritório físico em Guanacaste por causa dos impactos econômicos da pandemia. Gabriela Brenes, diretora executiva da publicação, acha que os repórteres vão continuar a trabalhar à distância, com um encontro físico por semana.
Parece roteiro de filme. Um senhor de 85 anos, dono de uma fortuna de mais de US$ 5 bilhões, sai da zona de conforto para disputar a compra de um jornal lendário e salvá-lo das garras de um fundo de hedge notório por ceifar cabeças nas empresas que adquire.
A história está acontecendo nos Estados Unidos. O jornal é o Chicago Tribune, do grupo Tribune Publishing, também dono de uma lista de títulos regionais importantes. O bilionário é o suíço Hansjörg Wyss, que vendeu em 2012 sua empresa de produtos médicos para a J&J e passou a se dedicar a causas sociais.
Romantismo à parte, o que está em jogo é mais do que o destino do Tribune ou uma vitória do bem contra o mal. Até porque, embora os funcionários do grupo sejam contra a compra da empresa pelo Alden Global Capital, isso não significa que fundos de investimento ou de private equity sejam predadores por essência.
O Brasil tem casos de aquisições que salvaram marcas e empresas da falência e geraram empregos ao invés de eliminá-los.
Procurando distanciamento das paixões envolvidas na história do Tribune, a disputa chama a atenção para como o setor privado, os filantropos e as ONGs, incluindo fundações criadas por empresas ou famílias, podem ser parte da solução para o desafio de manter vivo o jornalismo de qualidade.
Gerir uma companhia ou uma fundação é coisa para profissionais. Empresários, administradores de ONGs e seus conselheiros sabem como fazer isso.
Experiência empresarial, ideias novas e recursos financeiros podem ser a tábua de salvação para uma indústria que se vê confrontada pelas mudanças tecnológicas e pelas transformações no modelo de propaganda da era pré-digital – e que nem sempre acha a saída.
Nos debates globais sobre o futuro da mídia, analistas e acadêmicos apontam a entrada do setor privado e das fundações como caminho promissor para garantir a sobrevivência de organizações jornalísticas centenárias. E para impulsionar as emergentes.
Porque empresários se engajariam? Alguns podem vislumbrar a possibilidade de ganhar dinheiro. Outros, de ganhar prestígio. Os idealistas podem querer salvaguardar empresas de mídia que funcionem como baluarte da democracia.
Para além do idealismo, nunca é demais lembrar que negócios precisam de um ambiente democrático para prosperar. Um ambiente em que as instituições sejam respeitadas, em que leis sejam contemporâneas e claras. Um imprensa sólida e de qualidade é parte dessa engrenagem.
Aos 85 anos, Wyss pode não estar planejando novas empreitadas comerciais. Mas para empresários e executivos que ainda estão na ativa, comandando ou dirigindo companhias, vale a reflexão. Será que as corporações estão fazendo o que está ao seu alcance para garantir a saúde do jornalismo de qualidade, tão importante para os seus negócios?
Combatendo a desinformação
A contribuição das ONGs para a sociedade pode não estar apenas no apoio direto à indústria de mídia, mas também no combate a uma de suas maiores ameaças: a desinformação que mina a confiança.
A notícia ganhou as manchetes porque o príncipe Harry, crítico feroz das fake news e do bullying nas redes sociais, é um dos membros. O grupo vai formular um plano com propostas para conter o flagelo da desinformação. Pelos nomes recrutados, deve vir coisa boa.
E quem está pagando a conta de US$ 3,5 milhões é a Craig Newmark Philanthropies, criada por Craig Newmark, fundador da plataforma de anúncios classificados Craiglist. Mais um exemplo inspirador a ser observado.
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Ainda que o crime de feminicídio conste no Código Penal desde 2015, cresce no País o número de mulheres mortas apenas por serem mulheres
Ainda que o crime de feminicídio conste no Código Penal desde 2015, cresce no País o número de mulheres mortas apenas por serem mulheres. No primeiro semestre de 2020, ano do início da pandemia, foi registrado aumento de 1,9% dos crimes: foram mortas 648 brasileiras, a maioria negras e vivendo em desigualdade social.
Com o objetivo de denunciar a omissão do Estado e exigir a proteção da vida das mulheres, nasce o Levante Feminista contra o Feminicídio – frente suprapartidária lançada em 25/2, por meio da campanha Nem Pense em Me Matar, apoiada na ideia Quem mata uma mulher mata a humanidade!.
Com apoio da Fenaj, a iniciativa partiu de Vilma Reis, socióloga, referência dos movimentos negros no País, integrante da Coalizão Negra Por Direitos; Marcia Tiburi, filósofa, escritora e artista; e Tania Palma, pesquisadora e assistente social.
O Levante, que rapidamente ganhou corpo, é formado por cerca de 200 pessoas que se articulam remotamente para a construção de uma ação conjunta pela vida das mulheres. Entre elas, estão mulheres negras, indígenas, quilombolas, ribeirinhas, das águas, das florestas, antiproibicionistas, parlamentares, dos movimentos LBTQIA+ e de outros segmentos das organizações populares e da sociedade civil.
O manifesto, tornado público em 12/3, já reúne mais de 20 mil assinaturas. A campanha, presente nas redes sociais, terá ações pontuais em cada estado, organizadas pelas mulheres que vivem e conhecem a realidade específica do feminicídio em cada lugar.
Para isso, estão sendo criados materiais de comunicação, exaltando a imagem dos girassóis amarelos, símbolo do Levante, que figura como sinal de esperança e celebração da vida. Com a hashtag #NemPenseEmMeMatar, a frente busca atingir um público amplo e disseminar a ideia de que a violência contra a mulher é um problema que afeta não só as famílias, mas a sociedade inteira.
Um princípio de incêndio atingiu o prédio do jornal Folha de S.Paulo na tarde desta terça-feira (30/3), na Alameda Barão de Limeira, Centro de São Paulo. O edifício foi evacuado, o fogo controlado, e não houve vítimas, segundo o Corpo de Bombeiros.
Em nota, a Folha escreveu que o incidente ocorreu na retirada de um tanque de tinta, durante operação de desmontagem da antiga gráfica do jornal, mas sem provocar vítimas: “A operação jornalística da Folha não sofreu interrupção, e o jornal agradece as manifestações de apoio dos leitores”.
Brasil teve 150 violações à liberdade de imprensa em 2020, diz Abert
A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert) divulgou nesta terça-feira (30/03) o Relatório Abert sobre Violações à Liberdade de Expressão. O estudo indicou 150 casos de violência não letal, envolvendo pelo menos 189 profissionais e veículos de comunicação no Brasil. O número de ataques é 167% maior em comparação a 2019.
Entre os casos registrados, quase 40% (59 dos 150) foram classificados como ofensas. Os dados indicaram também 39 agressões físicas (26% do total) e 25 intimidações (aproximadamente 17%). O relatório foi divulgado por Flávio Lara Resende, presidente da Abert, em evento virtual que contou com a participação de representantes de instituições parceiras e de profissionais de imprensa.
O estudo reiterou que os ataques foram feitos durante um ano de pandemia, com ataques de todos os lados e até acusações de provocar pânico ao divulgar dados sobre infectados e mortos pela Covid-19. Mas, diz o relatório, “nem mesmo as constantes tentativas de intimidação, ameaças e até agressões físicas, além do linchamento virtual, foram capazes de parar o jornalismo profissional, considerado serviço essencial no combate à pandemia, e que continua nas ruas, para levar à população brasileira, ainda em isolamento social, sua melhor produção: conteúdo de credibilidade”.
O relatório destaca também um estudo encomendado no ano passado pela Abert à Bites, empresa de análise de dados para decisões estratégicas, que registrou 2,9 milhões de posts negativos contra a mídia em geral. O levantamento apontou que a imprensa sofreu, em média, 7.945 ataques virtuais por dia, ou quase seis agressões por minuto.
Em abril do ano passado, a Repórteres Sem Fronteiras publicou o Ranking Mundial de Liberdade de Imprensa. O Brasil ficou em 107º lugar entre os 180 países participantes da pesquisa, atrás de nações vizinhas como Chile (51º), Argentina (64º) e Paraguai (100º).