A Folha de S.Paulo concluiu a desmontagem da gráfica instalada há 70 anos em sua sede na alameda Barão de Limeira, 425, na região central de São Paulo. Sem operar desde 2014, a gráfica permaneceu imponente até o segundo semestre de 2020, quando o jornal deu início ao processo de desmontagem.

A gráfica foi instalada em 1950, impulsionada pelo publisher Octavio Frias de Oliveira. Em 1968, ele adquiriu rotativas Goss Urbanite, que permitiram uso de cor pela primeira vez. Dois anos mais tarde, a Folha comprou as Goss Metro, segunda maior rotativa do mundo na época, aposentando assim a impressão com chumbo nos anos 1970. Luiz Antonio de Oliveira, diretor industrial da Folha, conta que Frias vivia repetindo “vamos trabalhar, que amanhã tem jornal”.

As inovações permitiram economia de papel e de até 35% no custo da produção. As novas rotativas, chamadas Metro Azul e Metro Amarela, ocupavam 613 m2 e imprimiam até 250 mil cópias por hora. Publicações como Folha da Tarde, Notícias Populares, Gazeta Esportiva e Valor foram impressas na Barão.

A gráfica tem grande importância na história da Folha de S.Paulo. Em 5 de março de 1986, a Folha e a Folha da Tarde bateram 1.7 milhão de exemplares. Anos mais tarde, em 12 de março de 1995, a gráfica rodou 1.6 milhão de impressões, recorde superado naquele dia apenas pelos americanos The New York Times e Los Angeles Times.

Uma pequena seção das rotativas será mantida na sede da Folha como lembrança. “Não será só apertar um botão, mas, se um dia a Folha quiser, ela imprime”, disse Luiz Antônio.

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