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Caê Vasconcelos lançará livro sobre pessoas trans no mercado de trabalho

Caê Vasconcelos lançará livro sobre pessoas trans no mercado de trabalho

O jornalista Caê Vasconcelos lança no próximo sábado (29/1) o livro Transresistência: Pessoas Trans no Mercado de Trabalho (Dita Livros), que traz relatos e histórias de trans e travestis que conseguiram fugir das estatísticas de desemprego e exploração sexual. A obra é uma atualização de seu Trabalho de Conclusão de Curso em jornalismo na Fiam-Faam.

“Quando decidi escrever um livro sobre esse tema eu queria mostrar para as pessoas trans que existem outras possibilidades”, explicou Caê. “Não é fácil e até hoje existem muitas que nunca trabalharam em uma empresa. São pessoas que, muitas vezes, trabalham com arte, que é o que as acolhe”.

Por dois anos, o autor, que hoje se identifica como homem transsexual, pesquisou a exclusão da população trans no mercado de trabalho. Para o lançamento este ano, a obra ganhou novas histórias e o relato do próprio Caê, incluindo seu processo de descoberta e aceitação. A orelha da obra é assinada pela ativista Neon Cunha, primeira mulher trans a ter o nome retificado no Brasil.

“A primeira vez que eu percebi que poderia ser uma pessoa trans foi escrevendo esse livro. Quando comecei a entrevistar as pessoas, senti como se a história delas fosse a minha. Isso foi revolucionário para mim, não apenas como repórter”, disse o autor.

A obra traz relatos como o de Luiza, que percorreu a trilha do tráfico sexual na Europa, e, ao voltar para o Brasil, tornou-se a primeira funcionária trans do Museu de Arte de São Paulo (Masp); e os de duas parlamentares trans eleitas pela capital paulista em 2020, Carolina Iara, covereadora pela Bancada Feminista do PSOL, e Erika Hilton, primeira vereadora trans eleita na história da Câmara Municipal de São Paulo.

Em fevereiro do ano passado, Erika participou do Roda Viva, da TV Cultura. Na ocasião, Caê tornou-se o primeiro jornalista trans a participar da bancada de entrevistadores do programa. Formado em 2017, o jornalista passou a colaborar com Agência Mural de Jornalismo das Periferias e Ponte Jornalismo na cobertura de segurança pública e sistema prisional.

É possível adquirir a obra no site da editora.

Livro reúne estudos sobre comunicação e saúde em meio à Covid-19

Livro reúne estudos sobre comunicação e saúde em meio à Covid-19

Pesquisadores de diversas áreas lançaram o livro Covid-19 – Comunicação, negacionismo e responsabilidade social (Editora Insular), que reúne estudos, pesquisas e textos científicos sobre a problemática da saúde e da comunicação no combate à pandemia de Covid-19.

A primeira metade do livro traz falas (convertidas em artigos) de palestrantes que participaram de um debate sobre a pandemia na disciplina Comunicação e Política – Pandemia, Negacionismo e Responsabilidade Social, do programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ministrada por Luiz Artur Ferraretto, um dos organizadores da obra. O restante do livro mostra pesquisas de alunos e alunas, que foram a campo com orientação de textos científicos.

A obra aborda temas como o conceito de ciência, negacionismo, desinformação, produção e difusão de conteúdo relacionado à pandemia, abordagem científica da doença, entre outros.

Segundo texto de divulgação, o livro “procura dar conta de um momento histórico difícil e ainda em análise. Transita pelo papel fundamental da ciência na construção de um futuro de respeito à vida: a razão no embate com o senso comum, a responsabilidade social enfrentando o negacionismo, os processos de desinformação presentes em flertes da ignorância com o autoritarismo e a comunicação profissional como única alternativa em relação à propaganda apresentada como jornalismo”.

Os outros organizadores da obra são Andrei dos Santos Rossetto, Francielly Brites, Gustavo Monteiro Chagas e Paloma da Silveira Fleck.

Adquira o livro aqui.

Repórter é atropelada ao vivo nos EUA, mas continua transmissão

Repórter é atropelada ao vivo nos EUA, mas continua transmissão

A repórter americana Tori Yorgey, da WSAZ-TV, foi atropelada por um carro durante uma entrada ao vivo em Virgínia Ocidental, nos Estados Unidos, na quarta-feira (19/1). No entanto, ela se levantou e continuou a transmissão da notícia.

Tori estava trabalhando na cobertura de um rompimento de uma adutora na cidade de Dunbar, quando um SUV a atingiu. Após o susto, explicou o que havia acontecido ao âncora Tim Irr: “Meu Deus! Acabei de ser atropelada por um carro, mas estou bem, Tim”. Na transmissão, é possível ouvir a motorista pedindo desculpas e Tori assegurando que estava bem.

A repórter fazia a transmissão sozinha, pois não estava acompanhada de qualquer cinegrafista ou fotógrafo. Após reajustar a câmera, a jornalista “brincou” com a situação e disse que já tinha sido atropelada outra vez, no período da faculdade. No final da reportagem, declarou: “Minha vida inteira passou diante dos meus olhos. Mas isso é TV ao vivo e está tudo bem. Eu pensei que estava em um local seguro, mas claramente podemos precisar mover a câmera um pouco”.

O vídeo de Tori viralizou nas redes sociais. Alguns internautas chegaram a criticar a WSAZ-TV em relação às condições de trabalho, especialmente pelo fato de a repórter estar sozinha na cobertura.

3º Prêmio C6 de Jornalismo anuncia finalistas

3º Prêmio C6 de Jornalismo anuncia finalistas

O C6 Bank anunciou os finalistas da terceira edição do Prêmio C6 de Jornalismo, que incentiva a produção de trabalhos jornalísticos sobre a cidadania financeira no Brasil.

Na categoria Impresso e Online, que inclui jornais, revistas, sites e apps, os finalistas são os textos Finanças na escola (de Larissa Lopes, Luiza Monteiro e Flávia Hashimoto − Galileu), Fintechs desbravam interior do País atrás de clientes ainda “sem banco” (Renée Pereira − O Estado de S. Paulo) e Grana Preta (Ana Flávia Castro − Metrópoles).

Na categoria Audiovisual, para conteúdos em TVs, rádios, canais no YouTube e podcasts, os finalistas são A mandala feminista investigada pela polícia (Jéssica Maes, Júlia Cagliari, Laila Mouallem, Magê Flores, Maurício Meireles, Natália Belizario Silva, Thomé Granemann Rosa e Victor Lacombepodcast Café da Manhã/Folha de S.Paulo), Educação financeira no pós-pandemia (Adriana Almeida, Márcio Claver, Raphaela Ribeiro e Vinícius Purgatopodcast Olhar Contemporâneo) e Pix é novo. Golpes são antigos (Mônica Carvalho, Joel Franzoni e Diego Nascimento − TV Globo Brasília).

O prêmio para o primeiro colocado de cada categoria é de R$ 15 mil. Os vencedores serão conhecidos em 31 de janeiro.

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Ato falho

Ato falho

Por Marco Antonio Zanfra 

Durante a gestão de César Souza Júnior na Prefeitura de Florianópolis fui diretor de Apoio e Mídias na Secretaria de Comunicação. Era o segundo nome na estrutura, atrás apenas do secretário João Cavallazzi. Fui uma espécie de secretário adjunto, exercendo muitas vezes as atribuições de adjunto, embora sem o status – e a remuneração – correspondente. A bem da verdade, o cargo de adjunto não era previsto na composição da Secom.

Mas era eu quem pegava no pesado: tinha a árdua responsabilidade de adequar aos padrões da escrita os às vezes difíceis textos dos assessores de imprensa das diversas secretarias e órgãos da Prefeitura, atendia jornalistas e encaminhava entrevistas, acompanhava o prefeito em eventos e coletivas, fazia literalmente o meio de campo.

Entre os eventos que devia acompanhar estava um que fora criado pelo próprio prefeito – uma estrutura móvel da administração municipal chamada de Prefeitura no Bairro. Era uma ideia simples: prefeito e secretários deslocavam-se para determinado bairro da Capital e atendiam aos moradores e suas reivindicações pessoalmente, debaixo de uma estrutura coberta por lona. Era um desfile de queixas e súplicas que às vezes se estendia por quatro ou cinco horas.

Uma dessas reuniões, já nos estertores da iniciativa, aconteceu no bairro Saco Grande, à margem da rodovia SC-401, que leva ao Norte da Ilha e às famosas praias de Jurerê e Canasvieiras. A tenda foi montada num campinho de futebol diante da sede da associação dos moradores. Ventava muito, mas ninguém deu maior importância a isso desde o início do evento.

Pois bem. Eu estava sentado a cerca de cinco metros da mesa que acomodava o prefeito e sua assessoria direta quando uma rajada mais forte de vento sacudiu a lona e a fez lamber a estrutura onde estava apoiada a caixa de som. Era um poste com três metros de altura, com a base insuficientemente larga para suportar uma ação de desequilíbrio que partisse do topo. Mas só fomos notar a insuficiência da base quando a tal de lambida da lona provocou o tombamento do pedestal, com caixa de som e tudo.

A caixa pesava uns dez quilos e adivinhem na cabeça de quem ela caiu! Por sorte, o choque se deu contra a quina do crânio – se é que o crânio pode ter uma quina – na parte mais resistente, e, portanto, não houve maiores danos físicos.

Os danos, mesmo, foram morais: com o barulho, César Souza Júnior deu uma olhada de no máximo três segundos em minha direção, mas voltou sua atenção ao que realmente importava. Fez pior foi o secretário Cavallazzi, que sequer perguntou se eu estava bem e se mostrou irritado com o descuido do pessoal que montou a estrutura: “E se essa caixa cai e atinge uma pessoa?”.

Uma pessoa. Não era o meu caso, evidentemente. Eu era apenas mão de obra.

Ele tentou consertar, pouco depois, dizendo que se referia, em seu temor, a que a caixa atingisse “uma pessoa idosa, uma senhorinha frágil”. Para mim, entretanto, a reação dele foi o melhor exemplo de ato falho que vi, e vivi, na minha história.


A história desta semana é novamente de Marco Antonio Zanfra, que atuou em diversos veículos na capital paulista e em Santa Catarina. Em Florianópolis, onde reside, trabalhou em O Estado e A Notícia, na assessoria de imprensa do Detran e do Instituto de Planejamento Urbano, além de ter sido diretor de Apoio e Mídias na Secretaria de Comunicação da Prefeitura. É também escritor.

Nosso estoque do Memórias da Redação continua baixo. Se você tem alguma história de redação interessante para contar mande para [email protected].

Folha defende publicação de artigo considerado racista: “Acusações sem fundamento”

A Folha de S.Paulo defendeu a publicação do artigo de opinião de Antonio Risério, que foi ao ar no último domingo (16/1), na Ilustrada/Ilustríssima. O texto Racismo de negros contra brancos ganha força com identitarismo, que identifica supostos excessos das lutas identitárias que levariam ao “racismo reverso”, foi alvo de uma carta aberta, assinada por quase 200 jornalistas da publicação, que questiona a abordagem da Folha sobre o racismo e o espaço dado para artigos que relativizam a questão no País.

O jornal defendeu-se das acusações de que daria espaço para textos racistas, destacando que publicou também outros artigos que refutam a tese apresentada por Risério. Ainda assim, a Folha defendeu a publicação do texto em questão, em prol da “liberdade de expressão”.

Sérgio Dávila, diretor de Redação da Folha, e Marcos Augusto Gonçalves, editor da Ilustríssima, deram uma resposta à carta aberta. Eles reconhecem o documento como instrumento legítimo de manifestação, mas acreditam que o conteúdo da carta vai contra a pluralidade e defesa intransigente da liberdade de expressão, dois dos pilares do Projeto Folha.

Dávila declarou que o abaixo-assinado “erra, é parcial e faz acusações sem fundamento, três características indesejáveis em se tratando de profissionais do jornalismo. Erra ao sugerir que a Folha publicou artigos que relativizam ou fazem apologia do racismo, o que não aconteceu, até porque racismo é crime. É parcial ao omitir iniciativas que têm sido a prioridade do jornal nos últimos três anos. Acusa sem fundamento ao creditar a publicação de opiniões divergentes, que são a base do jornalismo defendido pelo jornal, a uma pretensa busca por audiência – os textos mencionados tiveram cerca de 1% da audiência total dos dias em que foram publicados”.

E Gonçalves escreveu que não concorda com a avaliação feita na carta e que o texto de Risério se inscreve nos limites do debate público, “algo que, infelizmente, vem se estreitando nos últimos tempos”.

O colunista Hélio Schwartsman afirmou que não viu nada de “escandaloso” no artigo de Risério e declarou que comemora “o fato de a Folha continuar promovendo o debate de assuntos que estão se tornando tabu”. E Leandro Narloch, citado na carta, disse que “uma concepção não racista do mundo pressupõe que a cor da pele não determina a moralidade de um indivíduo. Por isso é bastante questionável afirmar que ‘obviamente não existe racismo reverso’, como dizem os autores”.

Em outubro do ano passado, Narloch publicou o artigo Luxo e riqueza das ‘sinhás pretas’, muito criticado por colegas, que acusaram o texto de relativizar a escravidão. Tal artigo foi citado no documento assinado pelos jornalistas da Folha como exemplo de espaço dado a textos que relativizam a questão do racismo.

Nessa quarta-feira (19/1), Suzana Singer, editora de Treinamentos e Especiais da Folha, destacou a criação do treinamento exclusivo para negros, o cargo de editor de diversidade, o aumento no número de colunistas negros e a importância da questão identitária na formação do novo Conselho Editorial. Vale lembrar que, após a publicação do artigo de Narloch, Sueli Carneiro, filósofa, escritora e ativista antirracista, deixou o Conselho Editorial do jornal.

Por fim, a Folha declarou que vai organizar um seminário interno para discutir pluralismo e a questão racial. Antonio Risério não quis comentar ocaso, assim como Demétrio Magnoli, também citado na carta.

Leia a seguir as respostas de Sérgio Dávila e Marcos Augusto Gonçalves à carta aberta.

O abaixo-assinado é um instrumento legítimo de manifestação dos jornalistas sem cargo de confiança que ali colocaram seu nome. O recurso já foi usado em outros momentos da história da Folha. Também são saudáveis a crítica e a autocrítica, desde sempre estimuladas pelo jornal. O preocupante é o teor do texto, que vai contra um dos pontos basilares e inegociáveis do Projeto Folha: a pluralidade e a defesa intransigente da liberdade de expressão.

Além disso, o texto erra, é parcial e faz acusações sem fundamento, três características indesejáveis em se tratando de profissionais do jornalismo.

Erra ao sugerir que a Folha publicou artigos que relativizam ou fazem apologia do racismo, o que não aconteceu, até porque racismo é crime.

É parcial ao omitir iniciativas que têm sido a prioridade do jornal nos últimos três anos, como a contratação de profissionais negros no elenco de colunistas, blogueiros e repórteres e a criação da editoria de Diversidade, a primeira do gênero na grande imprensa.

Acusa sem fundamento ao creditar a publicação de opiniões divergentes, que são a base do jornalismo defendido pelo jornal, a uma suposta busca por audiência –até porque os textos mencionados tiveram menos de 1% da audiência total do dia em que foram publicados e em muitos casos levaram a cancelamentos de assinatura.

A Folhaseguirá fazendo o jornalismo que a consagrou nos últimos 100 anos, com uma Redação que esteja disposta a implementar com profissionalismo os princípios defendidos por seu Projeto Editorial: um jornalismo crítico, apartidário, independente e pluralista.”

Sérgio Dávila, diretor de Redação


Como editor da Ilustríssima, considerei que o texto submetido a mim por Antonio Risério, por criticável que pudesse ser, se inscrevia nos limites do debate público, algo que infelizmente vem se estreitando nos últimos tempos, e não só no Brasil. O autor fala por si, tem uma história intelectual, acadêmica e política. Foi preso pela ditadura militar, estudou e publicou livros sobre as manifestações da cultura negra na Bahia e trabalhou com Gilberto Gil no Ministério da Cultura no governo do PT –partido com o qual passou a divergir posteriormente. Suas posições muito críticas sobre a ideologia identitária e seus dogmas o levaram a protagonista de polarizações com representantes desses movimentos.

Obviamente eu presumia que o texto provocaria reações, mas imaginava que viriam argumentos –o que seria uma contribuição para o debate. Infelizmente, não houve debate algum, mas um tsunami nas redes sociais para tentar silenciar e punir, como de hábito, o divergente. No caso, prevaleceu a acusação tida como verdade absoluta de que se tratou de uma manifestação ‘racista da Folha’. Respeito a posição do grupo expressivo de jornalistas que assinou a carta aberta, embora eu tenha sérias divergências conceituais sobre como e o que foi colocado.

Marcos Augusto Gonçalves, editor da Ilustríssima

Abaixo-assinado

A carta assinada por quase 200 jornalistas da própria Folha cobrava uma posição mais firme da direção do jornal contra a publicação recorrente de conteúdos racistas em suas páginas.

Além de negar a existência do “racismo reverso”, os jornalistas lembraram que o jornal não abre espaço em suas páginas, por exemplo, para conteúdos que relativizam o Holocausto e a Ditadura, ou de apoiadores do terraplanismo e movimentos antivacina.

“O racismo é um fato concreto da realidade brasileira, e a Folha contribui para a sua manutenção ao dar espaço e credibilidade a discursos que minimizam sua importância”, diz a carta. “Dessa forma, vai na contramão de esforços importantes para enfrentar o racismo institucional dentro do próprio jornal, como o programa de treinamento exclusivo para negros. Reconhecemos o pluralismo que está na base dos princípios editoriais da Folha e a defesa que nela se faz da liberdade de expressão. No entanto estes não se dissociam de outros valores que o jornalismo deve defender, como a verdade e o respeito à dignidade humana”.

Meiry Lanunce assina com a Record

Meiry Lanunce assina com a Record

Meiry Lanunce é a nova contratada da TV Guararapes, afiliada da Record em Pernambuco. Em comunicado divulgado nas redes sociais, a emissora explicou que ela chega para apresentar o Jornal Guararapes, telejornal em horário nobre. Na semana passada, Meiry pediu demissão da Globo em Pernambuco após 21 anos de casa.

Segundo apuração do site Notícias da TV (UOL), a jornalista deve estrear em fevereiro. O novo contrato possibilita trabalhos com comerciais e publicidade, o que não era permitido na Globo.

Meiry estava na Globo desde 2000, tendo atuado como editora e apresentadora de destaque. Comandou o Bom Dia Pernambuco e, até setembro de 2020, apresentava o NE2, em Recife. Posteriormente, passou a fazer reportagens com pouco destaque. A decisão de sair teria sido ocasionada justamente pela falta de espaço.

Vale lembrar que, nos últimos meses, a Globo demitiu outros jornalistas de sua sucursal em Recife, como Rodrigo Raposo, da equipe de esportes, dispensado no começo de janeiro após 15 anos de trabalho. E em novembro do ano passado, Francisco José, que tinha 46 anos na emissora, deixou a empresa.


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Comprova lança projeto para ampliar checagem de desinformação

Comprova lança projeto +Redações para ampliar checagem de desinformação

O Projeto Comprova, coalizão de veículos brasileiros liderada pela Abraji e que trabalha colaborativamente para investigar desinformação compartilhada nas redes sociais, está lançando o projeto +Redações. A iniciativa, apoiada pela Embaixada e Consulados dos Estados Unidos, vai viabilizar a participação de jornalistas de seis veículos de comunicação por 11 meses no Comprova. O projeto busca, de forma objetiva e apartidária, aumentar a capacidade das organizações participantes de avaliar e publicar informação verificada, além de expandir o alcance do projeto a diferentes partes do País. Os temas do projeto podem incluir assuntos como a pandemia, políticas públicas e informações relacionadas às eleições presidenciais de 2022.

As seis organizações − O Dia (RJ), Metrópoles (DF), Plural (PR), Rádio CBN Cuiabá (MT), Portal Imirante (MA) e Portal Norte de Notícias (AM) − foram selecionadas a partir de indicações das principais associações de empresas jornalísticas e validadas pelos atuais 33 membros do Comprova. Foram considerados nessa avaliação itens como alcance, qualidade da produção de conteúdo, capacidade de produção multiplataforma e influência regional em estados em que o Comprova não tinha ainda representantes. Os seis veículos representam cada uma das cinco regiões brasileiras e o Distrito Federal.

Os jornalistas dessas organizações receberão mais de 30 horas de treinamento e uma bolsa que possibilitará a sua dedicação ao projeto até o início de dezembro de 2022.

Esta não é a primeira iniciativa do Comprova apoiada pela Embaixada e Consulados dos Estados Unidos. Em 2020, convênio semelhante permitiu que oito organizações jornalísticas que produzem conteúdos para comunidades específicas, com foco em raça, religião e territórios, pudessem receber apoio para participar do Comprova ajudando a debelar a desinformação sobre a pandemia. O projeto +Comunidades foi realizado de setembro de 2020 a fevereiro de 2021.

ISE Business School lança 1º programa de governança para sucessores de empresas de mídia

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Nunca falou-se tanto em Governança e Processo Sucessório como nos últimos tempos. Temáticas até então restritas a empresas de grande porte estão presentes em debates e reflexões de executivos, c-levels e empresários de companhias de variados tamanhos e segmentos.

ISE Business School lança primeiro programa de governança para sucessores de empresas de mídia, exclusivo na américa latina
Carlos Alberto di Franco

Tal interesse sobre o tema denota um alerta importante: a preocupação com a sustentabilidade das corporações. As transformações tecnológicas, o surgimento de novos players e a ruptura de setores tradicionais vêm causando uma profunda incerteza quanto ao futuro das empresas, em particular, no setor de mídia, como analisa o Professor Carlos Alberto Di Franco, presidente do Conselho do ISE Business School e Diretor Geral do Master: Negócios de Mídia, núcleo do ISE responsável pela criação do Programa: “A governança corporativa e o processo de sucessão em empresas familiares tradicionalmente são tratados pelas organizações para garantir resultados operacionais satisfatórios e sua perenidade. Entretanto, as últimas décadas foram especialmente turbulentas em razão da transformação cada vez mais acelerada, sobretudo na indústria da comunicação. A revolução tecnológica e a mudança nos hábitos de consumo de mídia trazem desafios profundos para as empresas jornalísticas, por conta do esfacelamento do tradicional modelo de negócios, acarretando preocupação em relação à longevidade das companhias”.

Com o objetivo de contribuir com as empresas de comunicação e seus líderes, o Master: Negócio de Mídia inicia, em fevereiro de 2022, o Programa de Desenvolvimento de Sucessores para Empresas de Mídia, visando oferecer a esses sucessores uma ampla reflexão sobre o cenário atual e seus principais desafios, insights para a construção de um claro direcionamento para o futuro e a adoção de melhores práticas de governança corporativa, estratégias de negócio e estratégias editoriais.

ISE Business School lança primeiro programa de governança para sucessores de empresas de mídia, exclusivo na américa latina
Glaucia Nogueira

De acordo com Glaucia Noguera, diretora- -executiva do Master: Negócios de Mídia e diretora do programa, o curso é formado por Ise Business School lança primeiro programa de governança para sucessores de empresas de mídia, exclusivo na américa latina Programa de Desenvolvimento de Sucessores para Empresas de Mídia tem início em 7 de fevereiro de 2022, com módulos online e encontros presenciais, além de uma semana internacional em Nova York (EUA) 4 pilares principais: Governança e Processo Sucessório na Empresa de Mídia, Fundamentos Financeiros para Acionistas e Gestores, Estratégias de Negócio e Estratégias Editoriais. O programa também conta com sessões individuais de mentoria de governança e aconselhamento de carreira: “O curso foi desenhado para receber acionistas, membros da família empresária, conselheiros e sucessores das companhias de mídia, que precisam de uma forte visão estratégica e de governança para compreender o atual cenário do setor e liderar a adoção de soluções inovadoras. Na prática é uma ótima oportunidade para repensar o papel de empresários e líderes na evolução do estágio atual de governança da sua empresa de mídia”, explica Glaucia.

O programa está estruturado em quatro módulos ao vivo e online e quatro módulos presenciais, sendo um deles internacional. Cada módulo online terá a duração de uma semana, com sessões das 9h às 12h45. Já os encontros presenciais acontecerão em São Paulo, no Campus do ISE Business School em semanas imersivas, das 9h às 18h.

ISE Business School lança primeiro programa de governança para sucessores de empresas de mídia, exclusivo na américa latina
Raphael Müller

O módulo internacional em Nova York (EUA) está previsto para junho de 2022: “Este é o único programa de Governança Corporativa e Processo Sucessório da América Latina, exclusivamente dedicado para a indústria de mídia e com um corpo docente conectado à realidade das companhias jornalísticas”, pontua Raphael Müller, diretor acadêmico do programa e coordenador de admissões, que ressalta também o diferencial do módulo internacional: “Será uma semana intensiva de atividades acadêmicas, visitas a empresas de mídia, consultorias internacionais e encontros com board members e fundos de investimento com participação em empresas do segmento de comunicação. Uma oportunidade única de conhecer o modelo de governança de empresas jornalísticas internacionais e relacionar-se com importantes investidores e fundos”, conclui.

As inscrições para o Programa de Desenvolvimento de Sucessores para Empresas de Mídia estão abertas e informações adicionais podem ser obtidas acessando o link: https:// ise.org.br/catalogo-pds/ ou pelo WhatsApp: (11) 95042-4886.

BBC na crise

Por Luciana Gurgel 

Luciana Gurgel

O manjado “a culpa é da imprensa”, empregado para imputar ao mensageiro o ônus pelas más notícias, define a situação da BBC na dupla crise que assola o Reino Unido.

Poucas vezes monarquia e governo foram abalados ao mesmo tempo por crises de imagem como as que vinham fermentando e escalaram na semana passada.

A família real “cancelou” o encrencado Andrew depois da confirmação de que ele vai responder a um processo de agressão sexual nos EUA, recolhendo títulos honoríficos e cargos militares.

A popularidade do primeiro-ministro Boris Johnson despencou ao seu menor nível devido ao escândalo das festas regadas a vinho no lockdown, o Partygate, com direito a adega na sala de imprensa.

Na luta pela sobrevivência no cargo, ele colocou em marcha uma operação resgate de confiança, com um pacote de medidas vistas como populistas.

A primeira saiu domingo, pelo Twitter de Nadine Dorries, secretária Nacional de Cultura: o congelamento por dois anos da taxa obrigatória paga pelas residências do país para assistir à BBC. E o fim da taxa em 2027.

BBC na crise
Nadine Dorries

O debate sobre o financiamento da “Auntie Beeb” é antigo. Muitos acham que a emissora deve se lançar ao mercado a fim de reduzir sua dependência da taxa, até porque a geração streaming pouco vê TV e a fonte tende a secar.

Entretanto, o momento de anunciar a decisão e o tom raivoso de Dorries no Parlamento alimentam a tese de vendetta contra o noticiário desfavorável.

A licença anual custa159 libras e passaria para 167 libras. A diferença de 8 libras representa £ 2 bilhões a menos no orçamento da rede em seis anos, mas não quebraria nenhuma família.

Ainda assim a secretária vendeu a decisão como defesa de lares castigados com a inflação. E atacou os opositores por ignorarem o povo − mais populista impossível.

Ela chegou a provocar risos quando afirmou que o governo não quer destruir a BBC, já que na campanha política de 2019 Boris Johnson declarou guerra à emissora e ameaçou o corte de verbas.

O debate da imparcialidade

O curioso é que os dois lados do espectro político recriminam a corporação por favorecer o grupo oposto. Nos debates acalorados em torno do Brexit, esse sentimento se intensificou.

Em sua fala no Parlamento, a secretária chegou a dizer que “a corporação precisa abordar questões em torno da imparcialidade e do pensamento em grupo”, indicando que o corte não é só em nome do povo.

A revisão da taxa poderia ser anunciada até abril. Antecipar a notícia para o momento em que a rede (assim como todas as demais) cobre extensivamente o Partygate e o governo precisa agradar não parece coincidência.

O motivo sugere mais uma confusão entre jornalismo de serviço público e jornalismo estatal.

A impressão que se tem é de que a administração de Boris Johnson gostaria que a BBC seguisse o modelo de estatais obedientes como a russa RT ou a chinesa CGTN, financiadas e subordinadas editorialmente ao Estado.

É difícil imaginar que a BBC possa acabar. Mas terá que mudar, talvez sacrificando produções educativas pouco lucrativas, jornalismo local e cobertura internacional que muitas vezes funciona como única mídia confiável em regimes autoritários.

BBC na crise
Crédito: Foto ED6797 Wikipedia

 

Sem apoio da monarquia

Reações a esses riscos vieram de vários lados − de celebridades a associações de jornalistas.

No entanto, não vieram nem virão da monarquia. A BBC também caiu em desgraça entre os membros da realeza, desconfortáveis com a cobertura de suas crises.

A gota d’água foi um documentário exibido em novembro sobre a relação dos membros da chamada “Firma” com a mídia.

Em represália, o tradicional programa de Natal da família real foi tirado da BBC e oferecido à ITV.

No ano em que Elizabeth II celebra o 70º aniversário de seu reinado e aumentam os questionamentos sobre se alguém deve substituí-la após a morte, o que reduziria a importância da realeza, fantasma parecido assombra a BBC.

O preço do bom jornalismo pode acabar sendo o “encolhimento” de um reinado que faz 100 anos em 2022, tendo atravessado crises e uma guerra mundial, mas que periga ver-se esvaziado em uma era de intolerância e polarização.


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