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terça-feira, junho 24, 2025

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Voltar ou não voltar, eis a questão

Voltar ou não voltar, eis a questão

Por Luciana Gurgel

Luciana Gurgel

Muitos dos que saíram do escritório ou da redação há um ano e oito meses carregando poucos pertences, convictos de que passariam poucas semanas em casa até a pandemia arrefecer, vivem agora um retorno nem sempre fácil, alegre ou satisfatório.

Retorno é maneira de dizer. Na maioria das vezes não há uma volta ao que foi deixado para trás. Escritórios encolheram ou sumiram, rotinas mudaram. Nem todos os colegas retornaram, ou não se cruzam no mesmo dia nos corredores.

As dificuldades para a retomada do trabalho presencial, híbrido ou para a adoção permanente do sistema remoto existem em todas as atividades. Mas no jornalismo, em que o ambiente da redação faz parte da engrenagem, o drama pode ser maior.

O Instituto Reuters para Estudos do Jornalismo na Universidade de Oxford fez um estudo para mapear a situação. E constatou que ainda falta muito para tudo se acomodar.

O relatório baseou-se em pesquisa com 132 líderes de redações de 42 países (incluindo o Brasil, que responde por 2% da amostra), e em uma série de entrevistas em profundidade realizadas em setembro passado.

A combinação entre trabalho remoto e presencial é a opção preferida de 89% dos líderes ouvidos. Mas não necessariamente das empresas onde trabalham: 75% acham que suas organizações estão comprometidas com esse modelo.

Transformar a teoria em prática não parece fácil. Mesmo convencidos de que o trabalho híbrido funciona, mais de 57% dos entrevistados ainda não sabem exatamente a melhor maneira de implantá-lo. E somente 34% afirmaram que a implantação já está em curso em suas empresas.

Para os saudosistas, a notícia não é boa. Apenas 9% acham que suas organizações querem retornar a um modelo de trabalho semelhante ao de antes da pandemia.

E são principalmente emissoras de rádio e TV, que não podem mandar para a casa dos jornalista uma equipe técnica ou os equipamentos sofisticados necessários às transmissões.

Voltar ou não voltar, eis a questão

Fim do burburinho da redação

No mundo do trabalho, muitos preferem o trabalho remoto, com o tempo consumido em deslocamentos mais bem aproveitado para lazer ou convívio familiar. Mas no jornalismo, a perda do ambiente da redação tem mais impacto do que em algumas outras atividades.

Reuniões de pauta passaram a ser feitas por meio de teleconferência. Mas elas não substituem a conversa no café ou no corredor, a opinião pedida ao colega da mesa ao lado sobre uma palavra ou um ângulo. São momentos que ficaram no passado para muitos.

O estudo do Reuters indica que líderes das redações estão preocupados também com o “viés de proximidade”, em que as vozes dos que trabalham remotamente são ignoradas, enquanto aqueles fisicamente no escritório e próximos aos tomadores de decisão acabam sendo beneficiados.

Outra dificuldade é contratar e manter a equipe. Quase a metade dos entrevistados (47%) disse que a pandemia dificultou o recrutamento e a retenção de profissionais. Menos de um quinto (17%) discordam.

Uma das razões é a disputa com outras atividades. Os editores lutam agora para atrair e reter profissionais experientes em tecnologia e dados, que também são muito procurados por outros setores, segundo o Instituto.

Pesa para todo mundo, mas o peso maior é para os líderes. O estudo aponta que eles sentem que estão arcando com o fardo das grandes mudanças no trabalho operacional e com o fardo extra de se comunicarem e motivarem uma equipe que raramente veem pessoalmente.

O Instituto Reuters faz a ressalva de que a maioria dos entrevistados da pesquisa trabalha em organizações de médio e pequeno porte do Hemisfério Norte. Por isso, os resultados não capturam a situação de pequenas organizações ou das que operam em países pobres ou autoritários.

Mas é um retrato que ajuda a identificar padrões gerais, que em muitos casos não diferem daqueles apontados em pesquisas com gente de outras profissões.

O fato é que, assim como acontece com outros mundos, o mundo do jornalismo não vai ser igual ao que era antes de março de 2020. Pelo menos nas empresas em que trabalham 91% dos entrevistados para a pesquisa.


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Lúcio Flávio Pinto lança livro de reportagens sobre a Amazônia

Com o apoio do site Amazônia Real, do qual é atualmente colaborador, Lúcio Flávio Pinto lançou o livro Amazônia – Fogo, Sangue e Cifrão (3C Gráfica e Editora), que reúne reportagens e textos que fez ao longo de 50 anos de carreira no jornalismo, cobrindo os mais diversos acontecimentos na região.

Lúcio Flávio viajou por todos os estados da Amazônia, registrando tudo o que via, como novos empreendimentos econômicos, conflitos sociais, disputas políticas, destruição da natureza, apropriação de riquezas, entre outros.

“Graças ao suporte que O Estado de S. Paulo e O Liberal me proporcionaram sistematicamente, não só testemunhei fatos inéditos na história regional como retornei diversas vezes a alguns desses cenários, acompanhando o desdobrar das ações neles desencadeadas”, escreveu o autor na apresentação da obra. “Pude aprofundar meus conhecimentos e testar as hipóteses que a consulta a fontes indiretas suscitava. Como disse ironicamente meu grande amigo Raul Bastos, também jornalista, eu levava demasiadamente a sério o acompanhar da história passo a passo, andarilho que sempre fui”.

Além da seleção de reportagens, Lúcio oferece também no livro dois textos finais que situam os fatos relatados e tentam explicar por que eles aconteceram e por que aconteceram daquela maneira.

“Lembro que viajava quase sempre sozinho, equipamentos a tiracolo, enfrentando alguns desafios e exposto a determinados riscos”, escreveu o jornalista. “Ia e voltava trazendo reportagens que justificavam o investimento nada desprezível de ir aonde os pioneiros iam. Hoje talvez não voltasse. Volto, pelo menos, com este livro, que ofereço como minha contribuição a essa incrível história do nosso tempo”.

Ctrl+X (Abraji) passa a monitorar perseguição judicial a jornalistas

Ctrl+X (Abraji) passa a monitorar perseguição judicial a jornalistas

O projeto Ctrl+X, da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), apresentou uma nova fase que visa a registrar e monitorar processos com características de perseguição judicial a jornalistas. A base de dados foi ampliada para incluir também casos contra a liberdade de imprensa e de expressão, mas que não necessariamente pedem a retirada de algum conteúdo.

A plataforma adicionou quatro novos filtros: solicitação de indenizações, processos diretamente contra pessoas, processos com origem nos Juizados Especiais Cíveis e ações criminais.

Solicitação de indenizações refere-se a processos em que os autores pedem reparação, em dinheiro, por danos morais. A Abraji destaca que são comuns requerimentos de quantias altíssimas, que podem inviabilizar o trabalho de veículos pequenos ou de profissionais freelance.

Em processos diretamente contra pessoas, o projeto reúne casos em que o réu é o próprio autor da publicação questionada, e não o veículo no qual trabalha. A Abraji explica que isso pode ser usado para perseguir a imprensa, uma vez que um indivíduo tem menor capacidade jurídica e econômica para se defender do que um grupo midiático.

Processos com origem nos Juizados Especiais Cíveis referem-se a ações movidas nos chamados JECs, onde são dispensadas a contratação de advogados em causas no valor de até 20 salários mínimos e as custas processuais, e é incentivada a conciliação entre as partes. Segundo a Abraji, casos desse tipo dificultam a possibilidade de defesa devido à ausência de custos e à velocidade dos procedimentos.

E em ações criminais, o Ctrl+X mostra processos movidos em resposta a conteúdos que supostamente configuram crimes contra a honra, como calúnia, injúria e difamação, usados com certa frequência contra jornalistas.

Prêmio CNT de Jornalismo anuncia vencedores

Prêmio CNT de Jornalismo anuncia vencedores

A Confederação Nacional do Transporte (CNT) anunciou os vencedores do Prêmio CNT de Jornalismo 2021, que valoriza trabalhos que abordem aspectos do transporte, seja ele rodoviário, ferroviário, aquaviário ou aéreo, nos segmentos de cargas ou passageiros.

Os vencedores do Grande Prêmio foram Artur Rodrigues e Thiago Amâncio, da Folha de S.Paulo, com a reportagem Vivo no trânsito, que mostra como a redução de velocidades em São Paulo fez com que as mortes no trânsito caíssem em quase 50% na cidade. Os vencedores receberam R$ 60 mil.

Na categoria Áudio, o vencedor foi Tércio Saccol, do Vos.social, com a reportagem A luta por sobrevivência do Brasil que anda de moto.

A imagem de Antonio Scorza, de O Globo, que mostra um transporte de vacinas em um helicóptero, foi a vencedora da categoria Fotografia.

Em Impresso, o vencedor foi Rone Fabio Carvalho Junior, do Diário da Região (SP), com as matérias Como o vírus anda e Jornada da vida.

Mirelle Cristina Alves Pinheiro, do Portal Metrópoles, venceu a categoria Internet com a reportagem A rota do tráfico humano na fronteira da Amazônia: rodovias separam o sonho do pesadelo.

Na categoria Meio Ambiente e Transporte, a reportagem vencedora foi Um país fora dos trilhos, de Renato de Souza Santos, do Correio Braziliense.

E em Vídeo, a vencedora foi Lígia Scalise, da CNN Brasil, com Transamazônica: 50 anos.

Jornalista é indiciado por divulgar participação de juíza em protesto de 7/9

José Maschio foi indiciado pela Polícia Civil do Paraná por ter divulgado em suas redes sociais uma foto que mostra a participação da juíza Isabelle Papafanurakis Ferreira Noronha, da 6ª Vara Criminal de Londrina, em um ato pró-governo que pedia, entre outros, o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF), no último 7 de setembro, em São Paulo. A magistrada aparece de verde e amarelo, ao lado de amigos, com uma faixa com os dizeres: “Supremo é o povo”.

Maschio publicou a foto da juíza em seu perfil no Facebook, em 11/9: “Só no Brasil encontramos essas insanidades: funcionário público a defender privatização, pobre a defender pautas de ricos e magistrados a pedir o fechamento da suprema corte nacional. E com slogan populista: supremo é o povo”, comentou.

Em 27/9, o jornalista prestou depoimento após a juíza registrar um Boletim de Ocorrência contra ele por calúnia e difamação. Um mês depois, o inquérito foi finalizado, e agora o caso está nas mãos do Ministério Público. Em seu perfil no Facebook, Maschio comentou o ocorrido: “Eu, acusado de calúnia e difamação por informar, noticiar o fato de uma juíza violar a Lei Orgânica da Magistratura e participar das manifestações de 7 de setembro, que entre outras coisas pedia o fechamento do STF”.

À Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), o jornalista disse que, “quando o Judiciário é ideológico, você fere de morte o Estado Democrático de Direito. O meu texto apenas denuncia o fato de uma juíza, em pleno exercício do cargo, manifestar-se politicamente. (…) Isso é criminalizar o jornalismo. Se um promotor ou promotora me denunciar com base numa aberração jurídica, que é eu noticiar um fato público e ser chamado de criminoso, é uma quebra total dos princípios democráticos”.

Miriam Leitão lança livro de ensaios sobre “desgoverno” brasileiro

Miriam Leitão lança livro de ensaios sobre “desgoverno” brasileiro

Miriam Leitão, do Grupo Globo, lançou o livro A Democracia na Armadilha − Crônicas do Desgoverno (Editora Intrínseca), que reúne ensaios da autora sobre atitudes antidemocráticas do Governo Federal, em especial do presidente Jair Bolsonaro.

Ao longo de 150 colunas curtas e diretas, escritas entre abril de 2016 e julho de 2021, Miriam mostra o “desgoverno” brasileiro, a partir de três grandes eixos principais: a incongruência entre a campanha e as ações de Bolsonaro, sua incompetência técnica para gerenciar o Estado e o ataque aos consensos que pareciam definidos desde a redemocratização.

Logo no começo da obra, a jornalista já indica que “vivemos a crise mais dolorosa com o pior governo que já tivemos”. O primeiro ensaio aborda a fala do então deputado Bolsonaro na votação do impeachment da ex-presidente Dilma Roussef, quando exaltou a figura de Carlos Alberto Brilhante Ustra, chamando-o de “pavor de Dilma Rousseff”.

Em entrevista ao Portal Imprensa, Miriam contou que o livro mostra como Bolsonaro e o bolsonarismo como um todo podem ser interpretados como uma ameaça à democracia: “Ele nunca demonstrou apreço pela democracia, portanto faria um governo autoritário. No entanto, chegou lá e fez pior até do que muita gente poderia considerar. Eu sempre tive as piores expectativas, e isso se confirmou, e até se superou quando chegou a pandemia. Quando chegou a pandemia ele se mostrou um governante ainda pior do que antes”.

Ao longo da obra, a jornalista destaca também as constantes agressões do presidente à imprensa: “Ele fez agressões até a mim! Muito sórdidas. Mas não trato da minha agressão, como não tratei na coluna. Mas da agressão à imprensa, de uma forma geral, como parte do mesmo arsenal: todo autoritário faz isso. Os autoritários seguem um manual, e atacam a imprensa. Tentam controlar, tirar credibilidade, e principalmente, escolhem alvos, pessoas físicas, para personalizar a campanha de descrédito. Hugo Chavez fez isso”.

Lupa realiza oficina sobre como se proteger de assédio online

Lupa realiza oficina sobre como se proteger de assédio online

A Lupa Educação, da Agência Lupa, realiza na próxima terça-feira (16/11), das 18h às 20h, uma oficina sobre assédio online, que visa a ajudar os participantes a se protegerem de ataques cibernéticos.

Participam Gilberto Scofield Jr,, diretor de Marketing e Relacionamento da Lupa, e Taís Gasparian, advogada especializada em Direito Civil relacionado a mídia, publicidade e internet.

Serão abordados temas como identificação de assédios online; compreensão sobre como a legislação brasileira e internacional interpreta o tema; o conceito de privacidade; quais são e como operam os principais grupos de assédio; como blindar suas redes sociais e proteger sua família; conceito de segurança digital; diferenças entre ambiente de trabalho e pessoal; e como se proteger de ataques e documentá-los, e quando é preciso levá-los a autoridades para fazer a denúncia.

O evento será transmitido via plataforma Sympla Streaming. O preço da inscrição é de R$ 60. Mais informações aqui.

Centro Knight disponibiliza curso gratuito sobre estratégias de produto

O Centro Knight disponibilizou em suas plataformas o curso online e gratuito Estratégias de Produto para Jornalismo: Como alinhar editorial, público, negócios e tecnologia, que ensina ferramentas e conceitos para criar e manter produtos de informação sustentáveis.

O curso, autodirigido e disponível em português, inglês e espanhol, aborda temas como mentalidade de produto, identificação de público-alvo, elaboração de produto final, entre outros. Na versão em português, a instrutora é Paty Gomes, que se junta a outros dez palestrantes convidados de diferentes regiões do mundo.

As aulas incluem um plano de estudos, videoaulas, videoentrevistas com palestrantes convidados, transcrições de cada vídeo e leituras. Lançado originalmente em 23 de agosto, o curso atraiu perto de 7 mil pessoas de 148 países. Acesse as aulas aqui.

Os formuladores de enquadramentos

Por Fernando Coelho

A redação da TV Globo na Praça Marechal Deodoro era uma universidade de desafios diários do jornalismo. Ali se costurava o novo figurino da televisão brasileira. Não sei ao certo, devo ter sido o primeiro chefe de Reportagem da madrugada, duradouro, do BDSP, que começou em 1977. Acho que eu e João Montenegro fomos os dois que, por mais tempo, aturaram aquelas longas e gigantescas jornadas noite a dentro, até que fui promovido.

Este compêndio de reconhecimento do repórter e apresentador Britto Jr., um dos melhores repórteres com quem trabalhei, define e mostra a grandeza do começo do padrão de qualidade da Globo. Os cinegrafistas, ou repórteres cinematográficos, para mim, que lidava diariamente com cada um deles, eram os grandes formuladores de enquadramentos, de quadros perfeitos, que continham não somente a beleza da ação, mas, o principal, o recado que o telespectador precisava receber. Sem esses cinegrafistas, ousados, corajosos, alguns loucos, a TV brasileira não existiria, ou, na melhor das hipóteses, seria um emaranhado de bobagens desfocadas. Eu sei que eles não ficavam parados, babando, na frente de um Dali, Aldemir Martins, Tarsila, Calasans, Van Gogh, contudo, produziam uma arte que faz transformações sociais também, em nome da vida, da dignidade e da verdade. Diz Britto:

“Se hoje estou aqui diante do celular no tripé sobre uma pilha de livros, gravando para o YouTube, é porque passei 40 anos aprendendo com grandes repórteres cinematográficos. Trabalhei com mais de 50 e cada um tem seu estilo. Assim, me tornei eclético.

Hugo Sá Peixoto, parceiro de Caco Barcellos, me ensinou a valorizar os entrevistados; Marco Antônio Gonçalves, a ter paciência na busca pelo melhor ângulo; já Valdir Ferreira me mostrou que o fato pode estar nos lugares mais inusitados; Américo Figueiroa, com seu monopé, valoriza o enquadramento perfeito; Davi de Almeida gostava do improviso e Edson Soh é um bailarino com a câmera no ombro.

Há os que, ao contrário, passam dias com a câmera no tripé na captura de uma imagem exclusiva, como Amaury Trolize, parceiro de Isabela Assumpção. E os sensitivos, como Renato Rodrigues, que fez dupla antológica com Carlos Dornelles.

Sempre dei importância para a forma, roteirizar passagens e gravá-las em partes ou em plano sequência. Nem todos têm disposição para estripulias, outros até acrescentam molho com lentes especiais e luzes macias.

Voltando aos primórdios, Dino de Britto gostava do meu jeito e me incentivou a quebrar a rigidez dos manuais e criar linguagem própria. No interior de São Paulo, meu parceiro foi Dimer Ramos, que conseguia tirar leite de pedra. Naqueles tempos, não havia recursos digitais e a criatividade era tudo. Levamos três dias para gravar uma passagem sobre atropelamentos em São Paulo. Era preciso aproveitar o farol fechado e a faixa de pedestres, a câmera subjetiva ‘caia’ do ombro de Marcão e eu surgia ao lado da roda, falando. Que bom que o chefe Coelho esticou o prazo e a matéria ganhou destaque no JN.

Em outra pauta especial, com Renato, a câmera saia da brasa de um cigarro entre meus dedos e percorria a sala até o lado de fora da casa, entrando num carro. Ele andando de costas com a câmera firme. A cena levou cinco horas e ficou um minuto no ar. Mas valeu a pena.

Hoje, quando faço vídeos solitariamente, em meu home-estúdio, penso no quanto esses profissionais contribuíram efetivamente para eu me tornar o que sou: um Cronista Eletrônico independente, que sabe muito porque aprendeu com quem sabia.”


Os formuladores de enquadramentos
Fernando Coelho

O texto desta semana é de Fernando Coelho, ex-TVs Globo e Cultura, entre outras, que hoje se dedica à literatura. Ele pega carona em publicação de Britto Jr. no YouTube para homenagear os repórteres cinematográficos.

Morre Cristiana Lôbo, aos 64 anos, em São Paulo

Morre Cristiana Lôbo, aos 63 anos, em São Paulo

Morreu nesta quinta-feira (11/11) Cristiana Lôbo, da GloboNews, aos 64 anos, em decorrência de um mieloma múltiplo, um tipo de câncer que ataca células da medula óssea. Ela tratava a doença há alguns anos, mas recentemente o quadro foi agravado por uma pneumonia. No último final de semana, foi internada no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

Jornalista há 30 anos, dedicando-se especialmente à cobertura de política, era comentarista da GloboNews e colunista do g1. Estava afastada da televisão desde o ano passado, em licença médica.

Cristiana começou a carreira cobrindo política em Goiás, até se mudar para Brasília. No jornal O Globo, foi setorista do Ministério da Saúde, na época da criação da carteira de vacinação. Acompanhou também decisões do Ministério da Educação, e assinou a coluna Panorama Político.

Após 13 anos no jornal, foi para o Estadão, onde assumiu a coluna de política.

Em março de 1997, estreou na televisão pela GloboNews. Passou a integrar o time de comentaristas do Jornal das Dez, e participou de diversos telejornais da emissora. Comandou também o programa Fatos e Versões e a coluna Bastidores da Política, no g1.

Miriam Leitão emocionou-se ao falar sobre a colega: “Sempre foi boa entrevistando, levantando bastidores. Como colega, mostrou uma força. Nosso sentimento é muito forte até para falar. Queria passar aos familiares da Cris, nosso abraço e nosso carinho enorme. Foi uma grande jornalista e uma grande colega”.

Diversos profissionais do ramo e personalidades da política prestaram homenagens a Cristiana Lôbo.

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