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Consórcio de imprensa sobre a pandemia completa 500 dias

Consórcio de imprensa sobre a pandemia completa 500 dias

O consórcio de veículos de imprensa comprometidos em trazer informações confiáveis sobre a pandemia de Covid-19 completou em outubro 500 dias de existência de trabalho ininterrupto, desde a sua criação, em 8 de junho de 2020. Fazem parte da iniciativa g1, O Globo, Extra, O Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo e UOL.

Segundo reportagem do g1 sobre o marco, o consórcio nasceu após decisão do governo Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de Covid-19. Os veículos decidiram então formar uma parceria e trabalhar de forma colaborativa para trazer informações sobre casos e mortes pela doença nos 26 estados e no Distrito Federal.

“Foram 500 dias muito duros para o País. E o consórcio serviu, e serve, a população com o que o jornalismo pode fazer de melhor, que é levar informação precisa, clara e relevante”, disse Renato Franzini, diretor do g1.

Alan Gripp, diretor de Redação de O Globo, declarou que o consórcio “traduz o papel decisivo que o jornalismo teve nesse momento tão difícil do país. Que seja uma inspiração para novas gerações de jornalistas”.

“Temos um enorme orgulho de participar deste esforço conjunto de levar à sociedade as informações sobre a pandemia. Diante da omissão do Governo Federal, a imprensa cumpriu a sua missão”, destacou João Caminoto, diretor de Jornalismo do Grupo Estado.

Para Sérgio Dávila, diretor de Redação da Folha de S.Paulo, “quando as instâncias oficiais falharam em dar informação vital para a população, coube ao jornalismo profissional unir-se de maneira inédita e apurar e divulgar essa informação”.

“O trabalho do consórcio de veículos de imprensa impede que o Brasil seja vítima de um novo apagão de dados, como em junho de 2020”, afirmou Alexandre Gimenez, gerente-geral de Notícias do UOL.

E Humberto Tziolas, diretor de Redação do Extra, explicou que, “no momento em que a estatística oficial não era confiável, coube ao jornalismo profissional unir-se para trazer os dados precisos. Foi um trabalho fundamental em momento tão crítico”.

Plataforma Inteligência Financeira resulta de parceria entre Grupo Globo e Itaú

Plataforma Inteligência Financeira resulta de parceria entre Grupo Globo e Itaú

José Eduardo Costa é o editor-chefe do canal Inteligência Financeira (IF), uma parceria entre o Itaú Unibanco e a Editora Globo. Ex-Exame, Você S/A e The Wall Street Journal, Costa vai trabalhar em conjunto com o conselho editorial, formado por executivos do banco e da editora. Lançado em 20/10, IF é distribuído pelos veículos do Grupo Globo, como O Globo, Valor e G1. Há também programetes de dois minutos, semanais, apresentados por Cauê Fabiano, em intervalos comerciais da GloboNews.

Além de Costa, o projeto tem uma equipe exclusiva, que conta com os editores Thiago Araújo, Denyse Godoy, Anne Dias e Marcela Sevilla. Marcelo Andreguetti é diretor de arte. Os repórteres são Júlia Moura, Lucas Andrade, Isabella Carvalho e Leonardo Guimarães. Completam o time especialistas em mídias digitais e produtores de audiovisual.

Segundo o jornal Valor, o banco é responsável pelo site, mas contratou a editora para criar e operar o IF de modo autônomo, com uma produção de conteúdo sem qualquer estratégia de marca, ou branding. Na pauta, está o acesso à informação sobre investimentos. São textos, vídeos e podcasts tanto para iniciantes como experientes. Com uso de inteligência artificial e aprendizado de máquina, ou machine learning, será possível entregar conteúdo personalizado, conforme o perfil da audiência. Multicanal, o conteúdo será exibido ainda na chamada mídia out-of-home, ou as telas usadas para informações em edifícios ou pontos comerciais, além de divulgado nas redes sociais.

Série em podcast “Epidemia” vence Prêmio Roche

A série Epidemia, produzida pelo podcast 37 Graus em parceria com a Folha de S.Paulo, foi a vencedora da categoria Cobertura Diária do Prêmio Roche de Jornalismo em Saúde. A iniciativa, que conta com o apoio da Fundação Gabo, é destinada a veículos da América Latina e nesta edição registrou 611 trabalhos inscritos em suas três categorias.

Com produção e reportagem de Bia Guimarães e Sarah Azoubel, o especial trata dos impactos da epidemia de zika no Brasil e as consequências econômicas e sociais que crises sanitárias deixam para trás. São sete episódios com depoimentos de médicos e pesquisadores, e que trazem um paralelo entre a epidemia de zika e outras, como as de H1N1, chikungunya, ebola e Covid-19.

Na categoria Jornalismo Escrito, o prêmio foi para o especial Huir Migrar Parir, investigação conjunta do Distintas Latitudes, La vida de Nos, Mutante e GK, que contou com a participação de 35 jornalistas da Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, México e Argentina. O trabalho retratou a história de uma venezuelana de 19 anos que, depois de descobrir que estava grávida, realizou uma travessia de mais de 4 mil quilômetros, passando pelas fronteiras de Venezuela, Colômbia, Equador e Peru.

Em Jornalismo Audiovisual o prêmio foi para o jornal El Comercio, do Peru, com o documentário COVID-19: 100 días de la pandemia del coronavirus.

A iniciativa também concedeu duas menções honrosas para publicações brasileiras: na subcategoria Jornalismo de Soluções, para a série de reportagem Indústria da saúde no Ceará, do O Povo Online; e em Cobertura Jornalística da COVID-19, para Sequelas da Covid-19, do VivaBem/UOL.

Os vencedores vão receber uma bolsa de US$ 5 mil.

Entidades repudiam agressões a jornalistas na cobertura do G20

Entidades repudiam agressões a jornalistas na cobertura do G20

Entidades defensoras da liberdade de imprensa repudiaram as agressões a pelo menos cinco equipes de reportagem que cobriam um passeio do presidente Jair Bolsonaro em Roma, nesse domingo (31/10), onde esteve para participar da reunião do G20.

Segundo relato de Jamil Chade, do UOL, as agressões começaram antes da aparição de Bolsonaro. A repórter da Folha de S.Paulo Ana Estela de Sousa Pinto foi empurrada de forma violenta por um segurança, enquanto o presidente ainda estava na embaixada brasileira. E antes mesmo de Bolsonaro chegar ao prédio, Maria de Lourdes Belarmino, assistente da Globo, foi intimidada e denunciada como infiltrada por apoiadores do presidente.

Depois de discurso para apoiadores, Bolsonaro indicou que sairia para caminhar, e então diversos jornalistas passaram a ser empurrados e agredidos pelos seguranças que o acompanhavam. O correspondente Leonardo Monteiro, da Globo, recebeu um soco no estômago e empurrões após perguntar o motivo pelo qual o presidente não participou de alguns eventos do G20.

Jamil Chade estava filmando a violência contra a imprensa, quando um dos seguranças o empurrou, agarrou seu braço e o torceu, levando seu celular. Instantes depois, o agente jogou o aparelho em um dos cantos da rua.

Segundo matéria de Ana Estela de Sousa Pinto, a Folha também tentava filmar as agressões aos jornalistas, e um segurança tentou tirar o celular dela; e os repórteres Lucas Ferraz, de O Globo, e Matheus Magenta, da BBC Brasil, também foram agredidos verbalmente e empurrados.

O próprio presidente foi hostil com a imprensa. Questionado sobre não ter ido ao encontro do G20 pela manhã, ele respondeu “É a Globo? Você não tem vergonha na cara?” e em resposta a uma pergunta sobre sua ausência na COP26, em Glascow, Bolsonaro disse “não te devo satisfação”.

Em seu perfil no Twitter, Jamil Chade escreveu que denunciou as agressões e que, “em 21 anos como correspondente, foram 70 países e vários presidentes. Mas violência em cúpula foi a 1ª vez. Silêncio revelador por parte do Itamaraty e Presidência. Não vencerão. Nunca”.

Repúdio de entidades

A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) publicou uma carta aberta endereçada a Bolsonaro, assinada pelo presidente da entidade, Paulo Jerônimo, na qual repudia veementemente o ocorrido. Confira um trecho do texto:

Mais uma vez o senhor envergonha o Brasil, presidente. Repudiado por governantes do mundo inteiro, em cada evento de chefes de Estado o senhor mostra que o País foi relegado a uma situação de um pária na comunidade internacional. Na reunião do G-20 neste fim de semana, mais uma vez, o senhor foi obrigado a ficar pelos cantos, como aqueles convidados indesejados a quem ninguém dá atenção. Como reação, age como um troglodita, hostilizando e estimulando agressões a jornalistas que lhe fazem perguntas corriqueiras. É de dar vergonha”.

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) destacou que “atacar o mensageiro é uma prática recorrente do governo Bolsonaro que, assim como qualquer outra administração, está sujeito ao escrutínio público. É dever da imprensa informar à sociedade atos do poder público, incluindo viagens do presidente no exercício do mandato. E a sociedade, por meio do art. 5º da Constituição, inciso XIV, tem o direito do acesso à informação garantido”.

A Associação Nacional de Jornais (ANJ) escreveu que “é lamentável e inadmissível que o presidente e seus agentes de segurança se voltem contra o trabalho dos jornalistas, cuja missão é informar aos cidadãos. A agressão verbal e a truculência física não impedirão o jornalismo brasileiro de prosseguir no seu trabalho”.

A Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj) disse que “a postura do presidente brasileiro caracteriza uma institucionalização da violência contra jornalistas, que significa um atentado à liberdade de imprensa e, portanto, à democracia. Ao agredir jornalistas e ao permitir que seus auxiliares também o façam, o presidente comete um crime e deve ser responsabilizado por isso”.

O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP) reiterou que “a defesa aos jornalistas não tem fronteiras. Continuaremos a lutar de maneira intransigente contra o autoritarismo e as seguidas tentativas de impedir o livre trabalho da imprensa”.

Thiago Oliveira vai para o Fantástico

O apresentador Thiago Oliveira anunciou nesse domingo (31/10) que deixará o comando do Esporte Espetacular em São Paulo para trabalhar por uma temporada como repórter do Fantástico. Karine Alves, do SporTV, será a substituta dele no comando da edição paulista do programa esportivo.

Após discurso de despedida, Thiago “passou o bastão” para Karine, que fez uma entrada ao vivo para falar sobre a novidade. Ela anunciou que continuará no comando do Troca de Passes, do SporTV.

Karine Alves

Thiago Oliveira está no Grupo Globo desde 2014, ano em que assumiu o Tá na Área, no SporTV, que comandou até 2018, quando foi para o Hora 1, da TV Globo. Desde o começo do ano, apresentava a edição paulista do Esporte Espetacular.

Karine Alves assinou com a Globo em março de 2020, após passagem pela Fox Sports. Em agosto do ano passado, foi escalada para ser apresentadora do Troca de Passes, programa que comanda até hoje. No segundo semestre de 2020, entrou para a escala de plantonistas do Globo Esporte aos sábados. E em fevereiro deste ano, cobriu a colega Bárbara Coelho na apresentação da edição nacional do Esporte Espetacular. Desde então, já apresentou o programa outras vezes.

Panorama da liberdade de imprensa nas Américas é “sombrio”, diz SIP

A 77ª Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, em espanhol), realizada em outubro, denunciou uma série de problemas envolvendo a atividade jornalística nas Américas, incluindo assédio judicial, estigmatização, reclusão, detenções arbitrárias, exílio, hostilidade e violência contra a imprensa, além de nove assassinatos no último semestre. A situação, segundo a entidade, é “sombria”.

A organização menciona também a crescente intervenção por parte de governos no trabalho jornalístico, restrições ao acesso à informação, falta de transparência, radicalização, repressão e problemas de sustentabilidade dos meios de comunicação.

“A sustentabilidade da mídia é aspecto atual e urgente, depois dos graves danos causados pela pandemia Covid-19, cujos confinamentos gerais levaram a picos de audiência sem precedentes, mas, ao mesmo tempo, a uma gravíssima paralisia econômica que afetou anunciantes e leitores semelhantes”, diz o informe da SIP, que destaca iniciativas ao redor do globo que visam a pressionar empresas de tecnologia pela remuneração de conteúdo jornalístico.

Especificamente sobre o Brasil, segundo a SIP, o presidente Jair Bolsonaro insiste em um discurso sistemático contra a imprensa: “Ataques e estigmatização de jornalistas tornaram-se diários, como também acontece na Guatemala e no Equador”.

Marcelo Rech, presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), declarou que “nenhum governo gosta de crítica ou imprensa independente. A diferença entre regimes democráticos e autocráticos está na forma como lidam com a imprensa livre. Os ataques sistemáticos de Jair Bolsonaro e as tentativas de enfraquecer economicamente a mídia indicam que, no Brasil, o governo busca adotar um modelo semelhante aos de Venezuela, Filipinas, Turquia e outros regimes que não convivem bem com a liberdade de imprensa”.

Leia mais sobre as conclusões da SIP (em espanhol).

Jornalistas de jornais e revistas de SP anunciam paralisação em 10/11

Assembleia que reuniu cerca de 200 profissionais de jornais e revistas de São Paulo nesta sexta-feira (29/10) decidiu pela paralisação das atividades em 10 de novembro. A maioria dos participantes recusou a proposta de reajuste salarial das empresas da Capital.

Thiago Tanji, presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP), declarou que “a assembleia pode ser considerada histórica. A proposta dos patrões está muito longe da reivindicação da categoria, ainda mais nesta situação cada dia mais difícil que vivemos”.

Em reunião na quinta-feira (28/10), as empresas de jornais e revistas mantiveram a proposta de reajuste de 5% para salários de até R$ 10 mil, sendo R$ 500 fixos para quem ganha acima disso. Também não houve avanço no reajuste da Participação nos Lucros ou Resultados (PLR).

A contraproposta da categoria foi de um reajuste de 5% retroativo desde junho de 2021 e outro de 3,72% a partir de novembro, além da manutenção da multa da PLR, reajustada em 8,9% para acompanhar a inflação.

Nas redes sociais, o SJSP escreveu que “nossa categoria, que se expôs aos riscos da pandemia e não parou em nenhum minuto durante a crise sanitária, não pode ser menosprezada sobretudo com a inflação batendo recordes, e com as empresas de comunicação gozando de isenções fiscais e distribuindo os lucros a acionistas. Vamos juntos construir a paralisação nos próximos dias, com reuniões realizadas por redação. O SJSP se orgulha da coragem dos jornalistas que representa, mantendo a história de luta de uma categoria cada vez mais importante para a defesa da democracia brasileira”.

O ato de paralisação deve ser de duas horas. Mas na sexta-feira (5/11), haverá nova assembleia para debater os próximos passos do movimento.

Eurípedes Alcântara assumirá a Direção de Redação do Grupo Estado

Eurípedes Alcântara assumirá a Direção de Redação do Grupo Estado em novembro

O Grupo Estado anunciou que Eurípedes Alcântara será seu novo diretor de Redação a partir de 10 de novembro. Ele integrou a equipe de liderança da revista Veja por 35 anos, de 1981 a 2016.

“Foi editor, editor-executivo e correspondente em Nova York”, destaca o Estadão, em nota sobre a novidade. “De volta ao Brasil, foi diretor adjunto até 2004, quando se tornou diretor de Redação e diretor Editorial do Grupo Veja, cargo que ocupou por 12 anos” Alcântara teve passagens também por O Globo e Poder360.

Ele substituirá a João Caminoto, que encerra seu ciclo na empresa. O Estadão escreveu que Caminoto deixa como legado “importantes transformações no processo de produção jornalística e no formato de nossos produtos noticiosos em diversas plataformas”.

Vale lembrar que, em 17/10, o Estadão anunciou uma reformulação em seu formato e conteúdo, com a adoção do modelo berliner, de tamanho menor, conforme a newsletter Jornalistas&Cia havia adiantado em nota de capa na edição 1.328. As mudanças foram lideradas por Caminoto.

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Abraji disponibiliza transcrição de lives de Bolsonaro no Pinpoint

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) disponibilizou duas novas coleções de documentos de interesse público na plataforma Pinpoint, do Google (a entidade é curadora do projeto no Brasil): 99 transcrições de lives do presidente Jair Bolsonaro no YouTube desde 2019 e quase três mil currículos de comissionados com cargos ativos em todos os ministérios, com exceção da pasta do Trabalho, e em agências reguladoras do Governo Federal.

A coleção de transcrições de lives inclui a de 21/10, na qual Bolsonaro associa a vacina contra a Covid-19 à Aids. A fala resultou na retirada do vídeo em Facebook, Instagram e YouTube. Para encontrar rapidamente este trecho específico no documento, basta buscar “21_10_2021” e “imunodeficiência”.

Outros dados relevantes que podem ser encontrados com as transcrições são o número de vezes que determinados nomes e instituições ou empresas são citados pelo presidente nas lives. Paulo Guedes, por exemplo, aparece em 52 documentos, seguido por Lula (48) e Augusto Nunes (34). Em relação às instituições, as mais citadas são o Senado (61 documentos), o STF (53), a Jovem Pan (51), o YouTube (47) e a Caixa Econômica (42).

Já os currículos podem ser úteis para investigações jornalísticas, uma vez que permitem a consulta a informações importantes, como se determinado comissionado tem experiência para ocupar aquele cargo, ou onde ele já trabalhou, e se existe alguma informação falsa ou distorcida no currículo.

O Pinpoint é uma ferramenta gratuita que pode ser acessada com uma conta do Google. Nela, jornalistas podem encontrar com maior facilidade e rapidez nomes de pessoas, instituições e empresas citadas em documentos e áudios. A Abraji atualiza constantemente a plataforma com mais documentos de interesse público. Na semana passada, disponibilizou o relatório final da CPI da Covid. E a entidade pretende, no final de novembro, adicionar mais coleções de documentos na ferramenta.

Jornalista da Rede Bahia alega ter sido demitido por racismo

Hildázio Santana, ex-coordenador de Esportes da TV Bahia, denunciou nessa quinta-feira (28/10) ter sido vítima de racismo na emissora. Ele alega que foi demitido após ter se tornado suspeito do furto de uma máquina de café na redação, o que não ocorreu. Segundo ele, tratava-se apenas de uma brincadeira com os colegas.

“Retirei uma cafeteira pequena de uma sala e coloquei em outra. A cafeteira não saiu da TV Bahia, continua lá até hoje”, publicou em suas redes sociais. “No dia seguinte, fui chamado pelo diretor de Jornalismo porque as imagens mostravam eu saindo com o equipamento de uma sala para outra. Não coloquei dentro de sacola, nem de mochila, nem embaixo da camisa. Saí com ela nas mãos e por onde passei existiam câmeras mostrando tudo. Há quase dez câmeras de uma sala para outra”.

Hildázio alegou que estava brincando com colegas. A ideia era colocar a cafeteira no mesmo lugar, mas como teve muitas reuniões não conseguiu devolvê-la no mesmo dia, o que teria levantado suspeitas sobre sua conduta.

Segundo ele, o diretor de Jornalismo Eurico Meira tentou demiti-lo por justa causa no dia seguinte: “O Eurico me colocou dentro de uma sala. Tentou me desligar por justa causa, me coagiu, me julgou, e no final me puniu com um desligamento da empresa. (…) Meu Deus! Será que em quase 20 anos de TV Bahia e no cargo de liderança que exercia, coordenador geral de Esportes, sete promoções dentro da emissora, eu iria subtrair ou furtar um equipamento de café?”.

Ao UOL Esporte, contou que, desde o começo, a conversa tinha tom de ameaça: “Contaram sobre a cafeteira e me deram duas opções: ou era demitido por justa causa ou pedia demissão. Falaram para o assunto não vazar e questionei: ‘Vazar o quê?’. Naquela noite, ele queria me demitir por justa causa, mas pela manhã, mudaram para desligamento”.

“Nunca pensei que em quase 20 anos na TV Bahia, eu iria viver um ato tão cruel por uma pessoa que estava ali para me apoiar”, disse o jornalista. “Uma pessoa que deveria ser exemplo no orientar, falar e no cuidar. O racismo é silencioso e desumano. (…) Chega! Precisamos dar um basta. E por isso eu compreendi que precisava falar, me defender, me posicionar”.

Em nota, a Rede Bahia afirmou que a demissão de Hildázio foi uma “decisão gerencial, embasada em questões profissionais, sem qualquer viés persecutório e/ou discriminatório”. A emissora reiterou que sempre trata seus colaboradores “com respeito, igualdade e seriedade”, e que eventuais desdobramentos do caso serão tratados nas esferas e instâncias competentes.

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