Por Cristina Vaz de Carvalho

Comunicado conjunto, assinado – nessa ordem – por Jorge Nóbrega, atual presidente executivo, e Paulo Marinho, herdeiro do fundador e futuro presidente executivo, dá conta de mudanças na estrutura executiva da Globo que passam a valer em fevereiro de 2022. Uma nota interna para os executivos e funcionários informa que o organograma da empresa – não se trata do Grupo Globo, mas apenas da Rede Globo – terá agora uma representação circular, ou radial. Essa nova tendência coloca o principal líder da organização no centro, irradiando sua influência em círculos concêntricos.

O objetivo declarado da mudança é completar uma evolução para tornar a empresa uma mediatech, com conteúdos apoiados pela tecnologia e relacionamento direto com o consumidor. Na prática, funciona assim: Erick Brêtas, que responde atualmente por Globoplay, entre outras funções, será diretor de Produtos e Serviços Digitais, vai chefiar uma ampla área que passa a se chamar Produtos Digitais e Canais Pagos, e engloba Negócios Internacionais, Globo Filmes e VIU Hub (ou mídia social). Amauri Soares passa para a área de Afiliadas do canal aberto, composta por uma poderosa rede de relacionamento com controladores de emissoras por todo o Brasil.

Como mostra o novo organograma, isto significa ter quatro executivos importantes na Gestão Corporativa, três para lidar com Resultados, e cinco para o negócio principal da empresa: Estúdios, Jornalismo, Esporte, Tecnologia, Aquisição de Direitos (que notadamente se separa do Esporte).

Nesta última função está Pedro Garcia. Ele assume também a área de Ciclo de Vida de Conteúdos, que cuida da circulação estratégica dos conteúdos entre as diferentes plataformas da empresa. Para ESG (Ambiental, Social e Governança Corporativa), foi designado Manuel Belmar, atual diretor de Finanças, Jurídico e Infraestrutura, e que acumula os cargos.

Ainda no core business, permanecem, com algumas alterações no âmbito das funções, Ricardo Waddington nos Estúdios, Ali Kamel no Jornalismo, Renato Ribeiro no Esporte, Raymundo Barros na Tecnologia, e Pedro Garcia na Aquisição de Direitos.

Segundo analistas de primeira hora, o redesenho limita a atuação de Ali Kamel a uma produção jornalística que pode vir a ser usada por outras áreas com produção de conteúdo próprio. A Globo refutou essa opinião em nota, no dia seguinte, afirmando apenas que não foram alteradas as atribuições do executivo. Outra opinião considera que aumenta o alcance de Amauri Soares, há quase uma década longe do núcleo de decisão, e que detém agora um setor autônomo como Afiliadas. Vamos aguardar fevereiro do ano que vem, para conferir como se comporta o novo organograma.

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