Entidades defensoras da liberdade de imprensa emitiram nota de repúdio à convocação do repórter fotográfico Adriano Machado, da Agência Reuters, para depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) do 8 de janeiro.

O profissional esteve no Congresso Nacional e registrou os atos de vandalismo cometidos pelos manifestantes no dia da invasão às sedes dos Três Poderes. Adriano foi alvo de nove requerimentos de convocação apresentados por integrantes da oposição, que o acusam de combinar fotos com os invasores durante a depredação das sedes.

A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) declararam em nota conjunta que os congressistas “ignoram que Machado foi intimidado e ameaçado pelos terroristas” responsáveis pelos atos de violência:

“Esses [manifestantes], na falta de coragem de assumirem seus atos criminosos, forçaram o profissional a eliminar alguns dos flagrantes por ele captados. […] O depoimento do jornalista em nada contribuirá para a identificação dos responsáveis pelos atos terroristas. Suas fotos, sim. […] Se concretizada, será um grave precedente contra a livre atuação dos profissionais. Em especial os de imagem”, alertam sobre a convocação.

Já em nota publicada no site da Abraji, a associação destaca a importância do trabalho da imprensa, sobretudo em tais casos, nos quais se põem em risco para gerar registros que mantenham a população informada.

“A liberdade de imprensa é um direito previsto pela Constituição Federal absolutamente fundamental para o bom funcionamento do regime democrático. A tentativa de intimidar um fotojornalista é, portanto, um claro ataque ao Estado Democrático de Direito, que não pode ser corroborado pelo Congresso Nacional.”, diz trecho do texto.

 

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