A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) lançou a edição referente a 2022 de seu Monitoramento de ataques a jornalistas no Brasil. O relatório, divulgado anualmente, registrou 557 casos de violência contra jornalistas no passado, o que representa um aumento de 23% em relação a 2021.

Um dos destaques negativos apontados foi o aumento dos casos graves, como agressões físicas, intimidação, ameaças e/ou destruição de equipamentos, que representaram cerca de 31% do total de ataques registrados no ano passado. Esses números representam um aumento de 102,3% no número de casos graves em relação a 2021.

Sobre violência de gênero, o relatório mostra que, em 2022, 145 casos de agressão tiveram como alvo mulheres jornalistas, sendo os discursos estigmatizantes a forma de ataque mais comum, registrados em 61,2% dos registros.

Do número total de casos de agressões gerais, mais da metade (cerca de 56%) tiveram como agressores agentes estatais, políticos e/ou funcionários públicos. Quase 32% dos ataques estão ligados à cobertura eleitoral e quase 42% envolveram ao menos um membro da família Bolsonaro.

A Abraji chama atenção também para o número de ataques que tiveram origem ou viralizaram na internet − quase dois terços do total, cerca de 63% do total: “Esse dado, associado ao grande número de discursos estigmatizantes e à intensa participação de agentes políticos na dinâmica de agressões, aponta para a existência de campanhas sistemáticas de ataques a jornalistas nas redes sociais, iniciadas ou incentivadas por atores com grande alcance e influência no ambiente online. Em suma, o combo política e mídias digitais tem criado um ambiente de insegurança para os profissionais de imprensa no Brasil”.

Confira o relatório na íntegra.

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