A revista Superinteressante excluiu de seu acervo a edição de fevereiro de 2001, que trazia questionamentos sobre a eficácia de vacinas. A informação é de Maurício Stycer, colunista do UOL.

Na capa, havia uma criança com uma venda nos olhos, e o título Vacinas: a cura ou a doença?, acompanhada da seguinte frase: “A vacinação, ferramenta básica de saúde pública, enfrenta no mundo inteiro uma onda crescente de críticas e desconfianças. A questão: será que as vacinas fazem mais mal do que bem?”.

Procurado pela coluna de Stycer, Alexandre Versignassi, atual diretor de Redação da Superinteressante, explicou que “nada se provou” sobre as dúvidas levantadas em 2001. Após conversa com a direção da Editora Abril, ele achou melhor excluir a edição: “Num período de pandemia e de vacinação, poderia ser um desserviço”.

Versignassi reiterou, no entanto, que a capa poderá voltar ao acervo futuramente. “Não é apagar a história. É uma questão de saúde pública”, disse.

A coluna também conversou com Adriano Silva, que dirigiu a revista no começo dos anos 2000. Segundo ele, a capa sobre vacinas fez parte de uma reforma editorial que liderou: “A revista era muito reverente ao cânone oficial da ciência. Resolvemos ampliar”.

Era dessa fase outra edição da Superinteressante também excluída do acervo. Ela trazia uma entrevista com o biólogo e químico Peter Duesberg, que defendia a tese de que a Aids não era causada pelo vírus HIV. Em 2013, a revista publicou em sua versão online um esclarecimento, alertando que “as teses de Duesberg caíram em descrédito e hoje temos muita clareza de que não deveríamos ter dado espaço a elas”.

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