O repórter Pedro Nakamura, do Grupo Matinal Jornalismo, vem sofrendo ataques cibernéticos desde segunda-feira (23/8) após reportagem sobre estudos clínicos de proxalutamida, sem supervisão de comitês de ética e com medicamentos importados sem supervisão da Anvisa. O site do Matinal também sofreu ataques.

Durante a apuração da reportagem, Nakamura entrou em contato com os médicos responsáveis pela pesquisa para ouvir o que tinham a dizer. Um deles, em vez de responder às perguntas, expôs as mensagens do repórter em suas redes, e o acusou de assédio e injúria. Depois disso, Nakamura passou a receber diversas ofensas e ameaças online. Uma delas dizia que ele “merecia ser empalado em praça pública na frente de seus filhos”.

No dia seguinte, o site do Matinal Jornalismo sofreu ataques que tinham o objetivo de sobrecarregar o servidor e impedir o acesso das pessoas ao conteúdo publicado.

Em nota, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) destacou que a tática de expor conversas com jornalistas é “uma forma de intimidação cada vez mais frequente no Brasil”. A entidade condenou a exposição das conversas e também “as tentativas de derrubar os websites veículos de imprensa para dificultar o acesso a denúncias graves e de extrema relevância para o interesse público”.

Já Associação de Jornalismo Digital (Ajor) informou que acompanha o caso e avalia em conjunto com o Grupo Matinal diferentes medidas para proteger o profissional, a empresa jornalística e o direito de os cidadãos se informarem.

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