A organização internacional Repórteres Sem Fronteiras (RSF) lançou a ferramenta Tracker-19 para monitorar e avaliar o impacto que a censura de governos à imprensa e a desinformação trazem à liberdade de imprensa e de expressão. O objetivo é analisar como o jornalismo perde credibilidade e confiabilidade em meio à pandemia do novo coronavírus com o compartilhamento desenfreado de fake news, e ao ter suas notícias censuradas e desacreditadas por governos e autoridades.
Segundo Christophe Deloire, secretário-geral da RSF,
o contexto pandêmico atual reforça a importância do jornalismo: “A censura não
pode ser considerada um assunto interno de um país. O controle da informação em
um determinado país pode ter consequências em todo o planeta e estamos sofrendo
os efeitos disso hoje. O mesmo vale para desinformação e rumores. Eles fazem as
pessoas tomarem más decisões, limitam o livre arbítrio e minam a inteligência”.
Os dados coletados formam um mapa-múndi interativo que
mostra a situação da liberdade de imprensa ao redor do globo. Além disso, a RSF
está oferecendo apoio financeiro aos profissionais de imprensa que foram
infectados pelo coronavírus e que sofrem represálias ou sentem-se ameaçados por
causa de seu trabalho. Para solicitar apoio, é preciso enviar o pedido para os
e-mails assistance@rsf.org e assistance2@rsf.org.
A Civilização Brasileira, braço da editora Record, lança A memória e o guardião, de Juremir Machado da Silva, sobre o acervo de cartas recebidas por João Goulart no período em que ocupou a Presidência da República. Garimpando curiosidades entre quase mil itens e mais de duas mil páginas, guardados em duas malas por cinco décadas depois do golpe de 1964, escancara vícios da forma brasileira de fazer política e revela a conduta de traidores.
Juremir é escritor, tradutor, jornalista e professor universitário. Graduado em História e em Jornalismo pela PUC-RS, fez doutorado e pós-doutorado em sociologia na Université Paris V – Sorbonne, e publicou mais de 30 livros, entre ficção, ensaio e tradução. Recebeu, entre outros prêmios, o Bienal do Livro de Brasília, em 2014, por Jango, a vida e a morte no exílio; e o Associação Paulista dos Críticos de Arte, em 2018, por Raízes do conservadorismo no Brasil.
Sempre gostei de cobrir jogos de futebol in loco. Meu começo foi em O Diário, em Ribeirão Preto, no final dos anos 1950. Como eu morava na rua Barão de Cotegipe, atrás do antigo campo do Botafogo, na Vila Tibério, sempre era escalado para assistir às partidas do Pantera da Mogiana e passar os dados por telefone para a redação.
Depois, já no Jornal da Cidade, de Jundiaí, nos primeiros anos da década
seguinte, fazia questão de dividir, primeiro com o cargo de editor de Esportes
e depois com o de editor-chefe, a função de repórter. Cobria jogos dos
campeonatos amador e varzeano da cidade e do time profissional do Paulista no
Jaime Cintra, e até mesmo viajava para outras cidades em que ele jogasse pelos
campeonatos da FPF.
Mais tarde, levado por Ademir
Fernandes e Sidney Mazzoni para fazer frilas na histórica
Edição de Esportes do falecido Jornal da Tarde, que circulava às
segundas-feiras, sempre pedia aos editores Roberto Avallone, Vital Bataglia e Mário
Marinho permissão para cobrir
jogos menores. Como, por exemplo, os do Juventus, na rua Javari, ou da
Portuguesa, no Canindé. De volta à redação e entregue a matéria, dedicava-me então
a ajudar no fechamento, agora como copidesque.
Não me afastei desse hobby mesmo
depois de ingressar no Estadão, em 1979. Primeiro na editoria de Política e
mais tarde na Chefia de Reportagem. Já credenciado pela Aceesp como jornalista
esportivo, sempre que possível pedia ao saudoso Fran Augusti – que trocara com Luiz Carlos Ramos, meu querido amigão “Barriga”, a editoria de Geral pela de Esportes –
para ir aos estádios cobrir jogos menos importantes. Mesmo porque cobrir os
mais importantes era tarefa para os grandes repórteres do jornal, como Faustão e Antero
Grecco.
O tempo voou, a vida seguiu seu curso e eu, como quis o destino, vim
parar em Boa Vista em 12 de abril de 1984, fugindo das ameaças do Comando de
Caça aos Comunistas, o CCC portenho, que, para revidar a séries de reportagens
que fizemos – eu, Marcos
Wilson, Luiz Fernando Emediato, José Maria
Mayrink e Roberto Godoy – publicada em janeiro de 1983 sob o título de Holocausto argentino, resolveu atazanar a nossa vida. Afinal, essas
matérias contribuíram, de alguma forma, e creio que mesmo decisivamente, para a
queda da ditadura militar no então país vizinho.
Até hoje o futebol aqui em Roraima, embora profissionalizado, continua
semiamador, paupérrimo e com alguns vislumbres de esperança no futuro. Como o de
agora, em que o São Raimundo, tetracampeão local, empatou recentemente (13/2)
com o Cruzeiro, de Minas, pela Copa do Brasil.
Quando cheguei a Boa Vista e fui me enturmar com o pessoal do futebol
local, encantei-me com o Estádio 13 de Setembro, apelidado Canarinho, nome do
bairro onde foi construído pelos governos militares daquela época. Mais tarde,
foi rebatizado com justiça, por força de lei estadual, ganhando o nome de Flamarion Vasconcelos, o mais importante repórter esportivo da história de Roraima, a quem
tive a honra de ensinar a profissão e de quem me tornei amigo e companheiro de
beira de campo.
Acumulando minhas funções de correspondente do Grupo Estado e de editor
da Folha de Boa Vista, cobri muitas competições até que as sequelas da polio
não mais me permitiram. Não só no Canarinho, mas nos terrões da cidade. Afinal,
é neles que encontramos a verdadeira alma do futebol tupiniquim.
Um dia, ao me visitar na redação, um diretor do Náutico, uma das oito equipes do futebol local, convidou-me para viajar com a delegação ao município de Mucajaí, distante pouco mais de 50 km de Boa Vista. O jogo não seria na cidade, que abriga o Progresso E. C., mas um pouco mais adiante, na Vila Iracema, assentamento agrícola do Incra, cuja sede fica às margens da rodovia BR-174, que liga a capital roraimense a Manaus.
Várzea. Foto: Luís Neto
Era um sábado à tarde e, como decidi levar meus três filhos pequenos,
viajei no meu carro. Estacionei sob uma frondosa castanheira, ao lado do meio
do campo, e aproveitamos para assistir dali mesmo ao que seria a mais pândega
das partidas de futebol que cobri nos meus 60 anos de jornalismo. Foram vários
os fatos que mereceriam uma abordagem nesta crônica, como tropeços nos pés de
juquira que se misturavam à tiririca, jogadores descalços tropicando em bosta
de vaca etc. Todavia, tomariam muito espaço e então resolvi ficar com dois
deles, os que mais marcaram os jogadores, eu e os meus filhos na tarde daquele
20 setembro de 1986.
O primeiro ocorreu lá pela metade do primeiro tempo. Num dos ataques do
time local, a bola foi chutada acima do gol e foi cair num matagal atrás da
meta defendida pelo goleiro do Náutico, Rancho – ainda vivo para não me deixar
mentir −, mais de 1,90 de altura e quase 90 kg. Ele entrou carrascal adentro e
de repente ouviu-se um grito desesperado. Os jogadores dos dois times correram
em seu socorro e somente depois de uns dez minutos é que ele reapareceu, todo
sujo. Caíra em uma das muitas covas que testemunhavam existir um velho
cemitério abandonado. Depois de algumas cargas com água de balde e sabão,
manteve-se firmemente destemido a defender os três paus, garantindo a vitória
de seu time.
O segundo fato, este mais grave, passou a se manifestar lá pelos 30
minutos do segundo tempo. Vários jogadores começaram a se coçar. Coceira que
também nos pegou – eu e meus filhos -, subindo pelas pernas e chegando às
entranhas. O jogo acabou, todo mundo tratou de ir embora o mais rápido possível
e eu mais depressa ainda pelo asfalto da BR.
Quando chegamos em casa, relatei o problema à minha esposa e ela fez eu e
os meninos tirarmos a roupa. Diagnóstico: estávamos os quatro infestado por
mucuins, segundo o Dicionário Aurélio, “Acarídeo trombidiforme (Tetranychus
molestissimus), cuja mordedura provoca intensas coceiras” e que atacam
principalmente a região pubiana.
Resultado: tive que ir à farmácia buscar uma pomada própria para passar depois do banho e imediatamente dona Salete queimou toda a roupa, a minha e a dos filhos. Hoje, quando passo em frente ao antigo assentamento, agora município emancipado de Mucajaí, não paro! É um trauma que ainda guardo daquele ataque dos mucuins da Vila Iracema…
Plínio Vicente da Silva
Plínio Vicente da Silva, editor de Opinião, Economia e Mundo do diário Roraima em Tempo, em Boa Vista, para onde se mudou em 1984, assíduo colaborador deste espaço, brinda-nos com mais história.
O Google está oferecendo um fundo de US$ 6,5 milhões para agências de checagem de fatos e organizações sem fins lucrativos do mundo todo que lutam contra fake news e desinformação sobre a Covid-19.
Pelo projeto Google News Iniciative, a empresa está
apoiando iniciativas importantes e relevantes no contexto atual, como a First
Draft, que oferece recursos, treinamentos e simulações de crise a
jornalistas do mundo inteiro. Especificamente na América Latina, o Google
renovou o apoio ao projeto brasileiro Comprova, que está agora focado na
checagem de fatos sobre o coronavírus.
A iniciativa apoia também a LatamChequea, que reúne
e destaca o trabalho de análise de notícias de 21 organizações em 15 países
latino-americanos e de língua espanhola: Agência Lupa, do Brasil; Bolivia
Verifica, da Bolívia; La Silla Vacía e ColombiaCheck, da Colômbia; La Nación e
La Voz de Guanacaste, da Costa Rica; Periodismo de Barrio e El Toque, de Cuba;
Ecuador Chequea e GK, do Equador; Maldita, da Espanha; Agencia Ocote, da
Guatemala; Animal Político e Verificado, do México; El Surtidor, do Paraguai;
Ojo Público e Convoca, do Peru; PoletikaRD, da República Dominicana; UyCheck,
do Uruguai; Efecto Cocuyo, da Venezuela; e Salud con Lupa, para toda a região.
Embora o novo coronavírus esteja afetando o dia a dia das redações, com home office, mudanças nas programações, coberturas e editorias, a audiência dos veículos de comunicação está aumentando por causa de notícias sobre a pandemia. A International News Media Association (INMA) realizou uma pesquisa com editores e publishers de 48 plataformas de notícias para saber as estratégias que utilizam para manter a audiência mesmo depois que o surto passar.
O estudo mostra que boa parte dos veículos consultados foca
em mudanças no sistema de paywall. Dezesseis das 48 empresas noticiosas
(33%) passaram a deixar abertas notícias que abordam o coronavírus, e
aproximadamente 42%, o equivalente a 20 veículos, reduziram o preço das
assinaturas digitais em comparação ao início do ano, oferecendo serviços e
ofertas de teste mais baratos.
O jornal americano The New York Times, por exemplo, reduziu
o preço do plano anual: antes, custava US$ 2/semana, e agora custa US$ 1.
Porém, depois do primeiro ano, o preço sobe para US$ 4,75 por semana, sendo que
antes o valor era de US$ 3,75. Outro exemplo é o jornal sueco Dagens Nyheter,
que oferece teste gratuito por um mês.Com
informações da ANJ.
Depois de dois anos e cinco meses integrando o Caderno de Negócios dos Diários Associados, publicado no Correio Braziliense e no Estado de Minas, Paula Pacheco desligou-se do projeto nessa terça-feira (31/3). Ela disse a este Portal dos Jornalistas que, agora, além de se dedicar à fase final da pós em Influência Digital, seguirá com os frilas editoriais e de branded content, principalmente nas áreas de economia, negócios e inovação. “E mantenho a esperança de que, no meio dessa grave crise de saúde pública e econômica, mais do que nunca o jornalismo e seus profissionais saiam fortalecidos e voltem a ter o espaço necessário para levar informação à sociedade”, observa.
Com passagens por Época e IstoÉ Dinheiro, Paula foi editora de Economia e Negócios e de Especiais de Carta Capital, editora-chefe da revista AméricaEconomia Brasil e diretora de Jornalismo, editora executiva de Economia e Notícias/Último Segundo no iG. Desde 2016 atua como freelance.
O ano de 2020 promete ser inesquecível para as plataformas digitais globais no Reino Unido. E não apenas por causa da Covid-19. Nesta quarta-feira (1º/4) entrou em vigor um imposto de 2% sobre as operações por elas realizadas no país, chamado Digital Services Tax. E nos próximos meses as redes sociais devem passar a ser reguladas pelo Ofcom, órgão que controla serviços de telecomunicações, televisão, rádio, video sob demanda e correios.
As novidades, que afetam as finanças e a operação
desses grupos, fazem parte de um movimento crescente em vários países em reação
aos impactos da atuação deles, com petardos vindos de todos lados. Gigantes
digitais descentralizaram o acesso a notícias e absorveram as verbas
publicitárias. Amazon e ebay são acusados de destruir o comércio de rua. É
muita gente incomodada.
£ 500 milhões para os cofres públicos − A taxação de 2% foi anunciada em 11 de março, como parte do orçamento
anual do Reino Unido. O Governo espera arrecadar £ 500 milhões por ano (R$ 3,4
bilhões). Estão sujeitos ao imposto as redes sociais, os serviços de busca e as
empresas de e-commerce com receita global superior a £ 500 milhões, dos
quais pelo menos £ 25 milhões provenientes de usuários britânicos.
É um dinheiro que vem em boa hora para o país, que
está abrindo a bolsa para ajudar trabalhadores a superar a perda de renda por
causa do novo coronavírus. Mas pode haver um preço. Os Estados Unidos se
revoltaram contra a taxa, que afeta principalmente corporações americanas,
ameaçando retaliações capazes de prejudicar um acordo de comércio bilateral,
tão importante no contexto do Brexit.
Mídias sociais sob controle − Do ponto de vista da indústria de mídia, o fim da liberdade plena hoje
desfrutada pelas redes sociais e mecanismos de busca, alvo de protestos das
organizações jornalísticas tradicionais, pode trazer mais consequências
práticas do que o imposto. Ele tem o potencial de reduzir um pouco os lucros
nada baixos dessas empresas, mas não muda substancialmente a forma como operam.
Já o controle pode mudar muita coisa.
E o coronavírus não está ajudando a limpar a barra
delas para demonstrar que não precisam desse controle. A despeito de promessas
de remover conteúdo falso, proliferam as evidências de que os esforços não têm
funcionado.
Ainda que no Brasil a repercussão da retirada do
ar dos posts do presidente Bolsonaro tenha sido positiva, no Reino Unido
as mídias sociais vêm sendo criticadas por jornais e entidades por deixarem
circular aberrações a respeito da Covid-19. Elas até que têm sido ágeis em
eliminar fake news tão logo apontadas, mas não conseguem justificar por
que não identificam elas próprias as inverdades postadas.
No entanto, os principais motivos que
impulsionaram iniciativas de controle sobre a internet no Reino Unido foram o
conteúdo ofensivo para menores e o terrorismo. O Governo realizou uma consulta
pública em 2019, e fez um documento com iniciativas a serem adotadas para responsabilizar as plataformas
digitais.
Há indefinições sobre como isso será executado. E
questionamentos a respeito da liberdade de expressão. Algumas redes sociais
ponderam que não seria adequado remover um conteúdo imediatamente sem uma
investigação, pois poderia representar censura. E se a postagem incentivar
automutilação ou promover o nazismo? É uma bola dividida sem respostas simples.
Sites ou canais menores alegam não contar com os
recursos financeiros das grandes plataformas para fiscalizar tudo que é
postado, inclusive comentários. Outra dificuldade é como comprovar a idade dos
visitantes. Também não estão definidas as penas para os infratores.
Especialistas acreditam que as mudanças podem
levar um bom tempo para se tornarem efetivas. Mas o movimento começou. E 2020
pode ser o ano em que, além de passarmos a lavar as mãos com mais frequência e
aprendermos a trabalhar de casa, as mídias sociais sejam compelidas a aumentar
o grau de responsabilidade sobre o que veiculam ou permitem que seja veiculado.
A pandemia pode ter feito a primeira vítima que se conhece no jornalismo brasileiro. Lauro Freitas Filho, editor-chefe do jornal Monitor Mercantil, do Rio de Janeiro, morreu no sábado (28/3), aos 61 anos. Ele trabalhava de casa até o dia anterior, no sábado teve severa falta de ar e foi levado de ambulância ao hospital Casa de Portugal, onde se verificou insuficiência de oxigênio no sangue. A causa da morte não foi decretada, e a suspeita, ainda sem confirmação, é de que seja a Covid-19. O enterro, no domingo, em cerimônia fechada, foi no cemitério São Francisco de Paula.
Formado e pós-graduado pela Estácio, Freitas começou no Monitor em 1988. Editou publicações empresariais e de entidades de classe, como Gillette, Associação dos Delegados de Polícia do Estado e Conselho Regional de Contabilidade. Torcedor do Fluminense, criou o jornal semanal Agito da Galera, distribuído no Maracanã.
A Editora Globo informou nessa terça-feira (31/3) em comunicado interno que a circulação das suas revistas será “adequada temporariamente”, devido à diminuição do fluxo de funcionários nas gráficas que a atendem e à restrição de veículos que fazem a distribuição das publicações, que exigem ajustes nas linhas de produção e nas entregas.
Assim, de maio a julho, Autoesporte, Casa e Jardim, Crescer, Época Negócios, Globo Rural e PEGN estarão disponíveis apenas digitalmente aos assinantes no Globo Mais e nos sites das marcas. Marie Claire continuará com edições impressas nesse período, porém juntando as edições dos meses de maio/junho e julho/agosto, além de também estar disponível em versão digital. Glamour e GQ juntam as edições de maio/junho, mas a editora ainda analisa se as edições de julho e agosto serão mensais ou bimestrais. Época, Monet, Casa Vogue e Vogue mantêm a periodicidade normal das revistas impressas, sem alteração.
Isabele Benito, Mari Palma e Phelipe Siani estão sem sintomas, mas em isolamento
Isabele Benito
No Rio, Isabele Benito afastou-se do SBT e da rádio Tupi e montou em casa um estúdio para continuar trabalhando. O marido dela foi internado na semana passada, com graves problemas respiratórios, e na segunda-feira (29/3) teve o teste confirmado para coronavírus.
Apresentadora do SBT Rio, Isabele tem ainda um programa que leva seu nome na Tupi, e é colunista de O Dia. No SBT, foi substituída por Liane Borges no estúdio, e a emissora disponibilizou equipamento de link para Isabele fazer entradas de casa. Como ela tem uma produtora, sabe lidar com o material e faz o programa de rádio sozinha, sem contato com a equipe. Mas não se cansa de agradecer o apoio que recebe das empresas para as quais trabalha e mantém os ouvintes e espectadores a par da evolução da doença do marido, no que ela define como “experiência aterrorizante”.
Mari Palma e Phelipe Siani
Na CNN, Mari Palma e Phelipe Siani, apresentadores do Live CNN, foram postos em quarentena. Mari teve sintomas de gripe na sexta-feira (27/3), procurou assistência médica e foi diagnosticada com Covid-19. Siani, apesar de não ter apresentado sintomas, também está em quarentena por conviver com ela.
Eles fazem participações no programa, ao vivo, diretamente da residência em São Paulo. Foram substituídos por Diego Sarza, da CNN Rio de Janeiro, e por Elisa Weeck, âncora do telejornal Newsroom.
Jornalismo profissional experimenta aumento de acessos
As edições digitais de jornais e os portais de notícias registraram um aumento significativo dos acessos no último mês. O jornalismo profissional ganha força na pandemia por produzir conteúdo confiável, em tempos de muitas fake news.
Conforme a pesquisa do DataFolha, comentada em J&Cia 1.249, apenas 12% dos entrevistados confiam em aplicativos de mensagens e redes sociais. Por outro lado, quando o aplicativo é de notícias – e não de mensagens – a procura aumenta. O Núcleo Jornalismo de Dados encomendou pesquisa cujo resultado foi um crescimento de 68% dos principais aplicativos de notícias em março. O levantamento, realizado pela empresa RankMyApp, considera os downloads realizados na categoria “notícias e revistas” na plataforma Play Store do Google.
O Globo reestruturou sua redação para acompanhar o momento de crise. E foi recompensado com 235 milhões de acessos e 71 milhões de visitantes em março, o que caracterizou uma audiência nunca antes alcançada. Para isso, lançou até um festival de música, o #tamojunto, que leva artistas consagrados nos finais de semana. Tem também guias em PDF sobre vários temas, que podem ser compartilhados. O jornal criou uma área de serviço, com conteúdo gratuito para leitores que não sejam assinantes. A maioria dos profissionais trabalha hoje de casa, dedicados à cobertura da pandemia.
Nos jornais
A partir do próximo sábado (4/4), em caráter temporário, a superedição semanal de A Gazeta (ES) deixará de circular em papel. A Rede Gazeta tomou a decisão como forma de evitar a propagação do novo coronavírus e preservar funcionários, prestadores de serviço e terceirizados que, sem a distribuição dos exemplares a assinantes e bancas de revista, poderão manter o isolamento social. A medida não vai alterar a produção jornalística da Redação A Gazeta/CBN. O jornal semanal será mantido na versão digital e no aplicativo A Gazeta, disponível para dispositivos com sistemas iOS e Android. O site mantém atualização em tempo real sobre os reflexos da pandemia no Espírito Santo, 24 horas por dia, além de outros assuntos relevantes para o capixaba.
Na TV
Matheus Ribeiro improvisou cenário em casa para as transmissões
Em isolamento e em semana de folga por causa do coronavírus, Matheus Ribeiro, apresentador da afiliada da Globo em Goiás, tem comandado o Jornal Anhanguera – 2ª Edição diretamente de casa. Com recursos próprios, ele improvisou um cenário e estreou em 30/3 a transmissão ao vivo do telejornal, para seguir à frente do noticiário. Matheus integra o time de apresentadores que se revezam na bancada do Jornal Nacional aos sábados. Alguns repórteres também têm usado seus equipamentos pessoais para entrar ao vivo nos telejornais da emissora. Enquanto cinegrafistas vão às ruas, eles aparecem de suas residências para comentar as reportagens que têm sido veiculadas nos noticiários.
Pela primeira vez desde seu lançamento, em outubro de 1996, a GloboNews conseguiu ficar sete dias consecutivos na liderança entre as tevês por assinatura. Com a cobertura do coronavírus e mais de 17 horas de programação ao vivo, o canal permaneceu no topo no período de 23 a 29 de março. (Com informações do Notícias da TV)
TV Globo aumentou o tempo de jornalismo no ar e tomou providências para proteger a equipe. Desde 12/3, quem tiver sintoma de gripe ou de resfriado, na tevê ou no G1, vai para casa.
Nas agências
The Intersection, newsletter quinzenal sobre novidades da FleishmanHillard e do mercado, dedica sua atual edição exclusivamente aos efeitos do coronavírus na comunicação. Confira!
O Especial FSB+ − Coronavírus, já em sua quarta edição, traz dicas para o dia a dia de quarentena no enfrentamento do vírus.
Também a In Press Porter Novelli acompanha de perto a evolução da pandemia com a newsletter Highlights do dia – Covid-19. As informações incluídas no documento são públicas e foram produzidas por uma célula de especialistas da agência. Qualquer dúvida, escreva para atendimento.saude@inpresspni.com.br.
A Weber Shandwick no Brasil está publicando um relatório semanal sobre estratégias para a crise devido à pandemia. O material tem três editorias: a curva do número de casos confirmados no Brasil relacionada ao volume de conversas nas redes sociais – com uma divisão dos principais temas, veículos e influenciadores; uma curadoria de alguns e essenciais sites para manter-se informado – com foco em negócios e no cuidado com as pessoas; e artigos de especialistas da agência. É um relatório de inteligência que traz visão consultiva sobre temas e estratégias de comunicação para a crise atual. Foram publicadas três edições (https://bit.ly/2xMjHGe /https://bit.ly/2UuCmy3 /https://bit.ly/2R0oFWG) e a quarta sairá na próxima segunda-feira (6/4). O projeto continuará durante todo o período do surto da Covid-19. Para receber as próximas edições, escreva para duvidascovid-19@webershandwick.com.
Na periferia
A Agência Mural de Jornalismo das Periferias lançou Em Quarentena, um podcast sobre o coronavírus pensado para os moradores das periferias da Grande São Paulo. A redação, que já vem noticiando o impacto da Covid-19 nas periferias da Grande SP no site da Agência, agora também distribui as histórias por áudio.
Nas últimas semanas, a pandemia do novo coronavírus tornou-se agenda prioritária nos veículos de comunicação de todo o País. Nas periferias brasileiras, coletivos e veículos de independentes têm se reinventado para enfrentar um duplo desafio: cobrir os impactos da Covid-19 nesses territórios, e fazer com que informação de qualidade chegue à população, no lugar de boatos e desinformações. Rádio poste, carro de som e áudios no WhatsApp são algumas das alternativas encontradas. (Veja +)
E mais…
A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) propôs uma medida emergencial para o período enquanto permanecer a situação excepcional do coronavírus: que os governos federal, estaduais e municipais “imediatamente organizem, de forma rápida e descentralizada, a distribuição gratuita de ‘sopões’ aos necessitados em pontos de rua previamente informados, tomando os devidos cuidados para evitar aglomeração de pessoas. Em defesa da vida, é hora de ser criado o programa ‘Sopão já’ em todo o território nacional”.
Com o objetivo de motivar a população a praticar o autoabraço em tempos de pandemia de coronavírus, a nova campanha da TV Cultura #tudovaidarcerto entra em sua segunda fase e convida o público a participar das vinhetas. Para isso, basta gravar um vídeo, seguindo as orientações técnicas informadas no site da emissora e enviá-lo pelo WhatsApp 11-999-210-174. Os melhores serão selecionados e poderão ser vistos na tela da TV Cultura. A campanha foi produzida de forma remota pelos apresentadores da emissora, que gravaram seus próprios vídeos pelo celular, seguindo as orientações do departamento de arte.
A startup Dialog oferece um aplicativo de comunicação interna para empresas, para aproximar os líderes de todos os colaboradores, como um canal que funciona como uma rede social. O aplicativo é leve e todos os funcionários podem usufruir, sem comprometer a memória do celular. Veja+.
Há duas semanas, a Aberje tem produzido para o seu portal conteúdos sobre o coronavírus − e lá compartilhado conteúdos recebidos de sua rede. A seção oferece assuntos que envolvem as melhores práticas das organizações para enfrentar o período de pandemia e as decisões consequentes da questão. O Especial Covid-19 está dividido em oito subeditoriais: Aberje; Comunicação Corporativa − Referências e melhores práticas; Artigos; Responsabilidade Social; Comunicação Interna; Pesquisas; Home Office; e Comunicação Pública. Agora a entidade passa a enviar semanalmente − exclusivo para os associados − um compilado com os conteúdos produzidos. Quem tiver alguma dica de pauta ou para o próprio boletim em suas edições futuras, escreva para relacionamento@aberje.com.br.
Mariana Borges
Com equipe em trabalho remoto, a Fundação Assis Chateaubriand (FAC), organização sem fins lucrativos ligada aos Diários Associados, lançou desafios de saúde física e mental, além de dicas de empreendedorismo para a comunidade do DF. Mariana Borges, superintendente executiva da FAC, está à frente de uma equipe de 200 profissionais, que seguem conectados e produzindo a todo vapor em tempos de coronavírus. “Acho que o maior ensinamento deste momento é que a humanidade está em plena evolução”, disse ela. “E nós, gestores de equipes, sejam elas públicas, privadas ou do terceiro setor, temos que entender cada vez mais o nosso papel como líderes”. Nos próximos dias, a FAC vai publicar conteúdos e dicas, que serão postados nas redes sociais do programa Ei Comunidade de Empreendedorismo e Inovação: @ComunidadeEi.
Na Câmara Federal, tramita o PL 857/20 que determina que, em caso de pandemias, todo e qualquer gasto com comunicação ou publicidade de órgãos públicos da administração direta e indireta deverá ser destinado exclusivamente a campanhas de prevenção e combate ao surto. “A adoção de medidas emergenciais e a informação são essenciais para evitar novos contágios e, principalmente, promover a segurança e saúde pública”, disse o autor, deputado Kim Kataguiri (DEM-SP). De acordo com a proposta, a determinação deverá entrar em vigor desde a confirmação do primeiro caso de vítima da pandemia no País e valerá até os 90 dias subsequentes à declaração de controle do surto pelo Ministério da Saúde.
Jornalistas automotivos unem-se em recado público
Marcelo Jabulas
Um grupo de jornalistas automotivos, liderados por Marcelo Jabulas (Hoje em Dia/Garagem do Jabulas), publicou na última semana um vídeo para ajudar na conscientização da população sobre a necessidade de permanecer em confinamento na luta contra o coronavírus. Intitulado Sem carona para o coronavírus, o vídeo de pouco mais de dois minutos traz ainda dicas de como se prevenir e manter os automóveis limpos para evitar a propagação da doença.
Participaram da ação Emilio Camanzi e Camila Camanzi (Carros com Camanzi), Boris Feldman, Alexandre Carneiro e Felipe Boutros (Auto Papo), Enio Greco (Vrum/Estado de Minas), Henrique Rodriguez, Leonardo Felix e Gabriel Aguiar (Quatro Rodas), José Antonio Leme e Diego Ortiz (Jornal do Carro/Estadão), Fernando Miragaya e Fábio Perrotta Junior (Webmotors), e Marlos Ney Vidal (Autos Segredos).
E mais…
Diante da emergência de saúde global desencadeada com a pandemia do novo coronavírus, a ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) expandiu seu serviço de assistência oferecido a jornalistas vítimas de represálias provocadas por sua atividade profissional. Agora, o departamento de assistência da organização também recebe solicitações de apoio financeiro por parte de jornalistas diretamente impactados pela pandemia. Podem enviar pedidos de apoio os comunicadores que tenham sido infectados pelo novo coronavírus durante a cobertura da crise sanitária e que precisem da assistência para gastos médicos. Aqueles perseguidos por autoridades públicas, em represália à cobertura da pandemia, também serão considerados. As solicitações de apoio individual devem ser enviadas para os e-mails assistance@rsf.org e assistance2@rsf.org. (Veja+)
Com o objetivo de aumentar os esforços pela produção de notícias durante a pandemia, o Facebook anunciou que investirá 100 milhões de dólares em veículos de jornalismo. Do valor total, um quarto será aplicado na própria plataforma, por meio do Facebook Journalism Project, ação que fomenta iniciativas locais. O restante será injetado sob o formato de “gastos adicionais de marketing” para organizações mundiais do segmento.
A 67ª edição do Cannes Lions Festival Internacional de Criatividade, representado no Brasil pelo Estadão, acontecerá excepcionalmente de 26 a 30/10 por causa da pandemia do novo coronavírus. Neste link você encontra os novos prazos de elegibilidade das 28 categorias.