A ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) reuniu cinco recomendações aos vereadores eleitos para a preservação dos princípios da liberdade de imprensa. O objetivo é incentivar que os políticos incluam o tema em suas propostas.
A RSF recomenda que eles abordem assuntos como o direito à informação, transparência, combate à perseguição de profissionais de imprensa, garantia da segurança dos jornalistas, uso ético da verba publicitária, relacionamento adequado e respeitoso com a imprensa, e o incentivo ao jornalismo independente.
O texto destaca que o Brasil caiu duas posições no Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa (107ª posição, de 180), elaborado pela própria RSF. A ONG destaca que “as eleições municipais podem ser uma nova oportunidade para combater esse cenário de violações a direitos tão básicos. Estão à mão de prefeitos e vereadores diversas ferramentas para não só proteger jornalistas e comunicadores, mas também para promover o entendimento na sociedade de que uma imprensa livre é pré-requisito para uma democracia plena”.
Morreu nesta terça-feira (24/11) o locutor e apresentador Fernando Vannucci, aos 69 anos, em Barueri, na Grande São Paulo. Durante a manhã, ele passou mal e foi encaminhado para o hospital. Velório e sepultamento devem ocorrer no Rio de Janeiro.
Nascido em Uberaba (MG), Vannucci trabalhou na Globo Minas de 1973 a 1977. Em seguida, foi para a sede da emissora no Rio de Janeiro, onde apresentou programas como Globo Esporte, RJTV, Esporte Espetacular, Jornal Nacional, Jornal Hoje e Fantástico. Ainda pela Globo, cobriu seis edições da Copa do Mundo. Ficou conhecido pelo bordão “Alô, você!”. Desde 2014, era editor de Esportes na Rede Brasil de Televisão. Também trabalhou em TV Bandeirantes, TV Record e RedeTV.
Profissionais de imprensa da América do Sul com interesse em jornalismo investigativo podem inscrever-se até 20 de dezembro para uma bolsa do Pulitzer Center para cobrir o desmatamento da Amazônia. Ao todo, serão três bolsistas que se unirão à equipe do Pulitzer Center’s Rainforest Investigations Fellowships.
Os selecionados trabalharão reportagens individuais e colaborativas que examinam as mudanças climáticas, a corrupção e a governança nas florestas tropicais. As bolsas terão duração de um ano, cobrirão o salário do repórter e darão suporte adicional para a redação que vai abrigar o jornalista.
Para inscrever-se é preciso enviar, entre outras informações, uma proposta de reportagem investigativa “ambiciosa” sobre a floresta tropical. Confira as instruções (em inglês).
A Agência Mural de Jornalismo das Periferias, especializada em reportagens sobre bairros periféricos de São Paulo, está completando dez anos de existência. Em comemoração ao marco, anunciou o lançamento de um novo projeto-piloto, o Mural Salvador, que expandirá a cobertura do veículo para a capital baiana.
A agência passa a ter uma área exclusiva para Salvador, com informações sobre bairros como Cabula/Tancredo Neves (Pernambués), Cajazeiras, Centro/Brotas (Garcia e Engenho Velho de Brotas), Itapuã e Subúrbio/Ilhas (Lobato). O projeto é feito em parceria com o Grupo A Tarde, e as reportagens produzidas serão publicadas também nos jornais A Tarde e Massa!.
Para o Mural Salvador foram recrutados seis profissionais de comunicação, que passaram por um treinamento em temas relacionados à cobertura nas periferias, como técnicas de apuração, seleção de pautas, além dos princípios editoriais da Mural. O projeto conta ainda com o apoio do articulador e produtor audiovisual Moisés Augusto Neuma, morador do bairro Engenho Velho de Brotas. Confira quem são os novos correspondentes.
Da esquerda para a direita: Elaine Rodrigues, Martin Montoya, Simone Iwasso e Rosa Vanzell (Crédito: BCW)
A Burson Cohn & Wolfe (BCW) anunciou nesta segunda-feira (23/11) a criação do Grupo BCW Brasil, sob o qual irão operar as marcas BCW e Máquina Cohn & Wolfe. Ambas as marcas serão mantidas e continuarão operando de forma independente, mas em parceria.
No Grupo BCW Brasil, os clientes terão acesso a serviços de pesquisa, análise de dados, publicidade, mídia espontânea e paga, bem como a uma equipe de especialistas com expertise global e local. Rosa Vanzella e Simone Iwasso, vice-presidentes executivas da Máquina Cohn & Wolfe, foram nomeadas copresidentes do Grupo BCW Brasil. Elaine Rodrigues será a diretora-geral. O presidente é Martin Montoya.
O Manhattan Connection, no ar há nove anos na GloboNews, deixou a grade da emissora. No último domingo (22/11), foi ao ar a última edição do programa, que passará a ser exibido na TV Cultura em janeiro do ano que vem. O elenco deverá ser mantido, com Lucas Mendes, Caio Blinder, Diogo Mainardi, Pedro Andrade e Ricardo Amorim.
O programa estreou no GNT em 1993. Após 18 anos no ar, migrou para a GloboNews, onde permaneceu até agora. Ao todo, são mais de 27 anos em emissoras do Grupo Globo.
Ali Kamel, diretor de Jornalismo da Globo, escreveu em nota que “o programa praticamente se confunde com a história da TV por assinatura no País. (…) Esses meus e-mails demorados, vocês sabem, escrevo quando é o momento de comunicar mudanças. E de exaltar a trajetória de colegas queridos, profissionais exemplares. E para agradecer. Agradecer muito. (…) Em nome da Globo e no meu, o meu muito obrigado ao Lucas, ao Caio, ao Diogo, ao Ricardo, ao Pedro e à Angélica”.
A quarta edição do seminário Mega Brasil Benchmarking começa nesta terça-feira (24) e vai até quinta-feira (26), das 10h20 às 12h30. O evento, online e gratuito, terá como tema Sustentabilidade, com grandes marcas apresentando suas políticas cidadãs sobre o assunto.
Entre os convidados estão Alfredo Miguel Neto, Diretor de Assuntos Corporativos para América Latina na John Deere; Claudia Leite, responsável pela área de sustentabilidade da Nespresso; Eleni Gritzapis, Diretora de Comunicação Corporativa e de Crise na Dow; Fabio Toreta, Superintendente de Comunicação da Sabesp; Luciana Nicola, Superintendente de Relações Institucionais, Sustentabilidade e Negócios Inclusivos no Itaú Unibanco; Mariana Modesto, Gerente Executiva de Sustentabilidade e Bem-estar animal Corporativo na BRF; e Raphael Lafeta, que está à frente do Instituto MRV.
Quando era repórter de Veja, eu costumava visitar semanalmente o Deic, o delegado-geral, algumas delegacias especializadas, a Polícia Federal e o Tribunal de Justiça, onde o corregedor Walter Maierovitch tinha sempre a melhor conversa e o café fresco. Às vezes, no inverno, parava um pouco na Praça da Sé, sentava num banco e ficava observando os pregadores, os vendedores ambulantes e os batedores de carteira. Mas isso é outra história.
Um dia, numa delegacia especializada, estava jogando conversa fora com o delegado e vi um relatório sobre a mesa. Comecei a ler disfarçadamente, mas ele notou e virou o papel. Em seguida, perguntou se eu aceitaria água e café, eu disse que sim. Quando saiu, peguei o relatório, li e, enquanto tomava o café, propus a ele uma negociação: eu publicaria o que sabia sobre o caso Hebe Camargo [NdaR: que teve joias furtadas em sua casa em abril de 2008] e diria que a fonte era a delegacia dele, ou ele me contava tudo e eu protegeria a fonte. Ele topou, porque evidentemente queria que eu publicasse a história, que estava interditada pelo governador [NdaR: José Serra].
Era o seguinte: um advogado com escritório na Faria Lima, ex-genro de um ex-prefeito de São Paulo, era chefe de uma quadrilha. Sócio de um clube de elite e filho de uma senhora que tinha uma butique de especiarias de moda, ele pegava a agenda da mãe, anotava as festas e recepções da elite paulistana e fazia o projeto do roubo para os ladrões, que eram clientes de seu escritório. Assim, furtaram Hebe Camargo, Sig Bergamin e outros socialites. Publiquei a história na Veja.
O advogado me processou, a mãe dele me processou, e de repente me vi com quatro processos nas costas. Elio Gaspari me chamou e disse: nosso advogado está cuidando disso, mas se quiser, tire uns dias e ajude a reforçar as provas contra ele. Passei a perseguir o sujeito.
Um dia, ele tinha um almoço com o presidente do tribunal no Jóquei Clube. Fui até lá, dei uma gorjeta pro garçom e ele me contou o que a dupla tinha comido, que vinho tinham bebido etc. Saí de lá, fui ao tribunal, esperei o magistrado chegar e lhe perguntei quais eram suas relações com o elemento. Ele disse que conhecia apenas socialmente. Eu disse: “O salmão à belle meunière e o chianti de hoje são parte desse relacionamento? O senhor também é relacionado com um advogado chamado Romano, não é?” (O presidente do TJ era sócio de um mafioso chamado Romano, coisa que eu soubera por acaso no gabinete de Maierovitch). Bom, pra resumir, consegui que ele não interferisse no processo em favor do bandido.
Também fui à PF e levantei citações de casos de traficantes que eram clientes dele. Mas não precisei fazer nada. Ele era viciado em jogo, estava envolvido num plano de financiamento do tráfico de cocaína organizado pela máfia americana, com a participação de bicheiros (história que pretendo contar) e a Interpol já estava de olho. Nesse período, foi preso em Atlantic City comprando fichas no cassino com notas falsas de dólar, que certamente foram plantadas pela DEA. Fez um acordo de delação dos traficantes e acabou assassinado.
O advogado que ele tinha contratado também estava envolvido e tentou se candidatar a deputado, mas fui ao TRE e, por meio do saudoso jornalista Paulo de Tarso Costa, do Estadão, encaminhei um processo de anulação da candidatura. Esse advogado também foi assassinado logo depois.
Quando soube disso, o editor Tales Alvarenga me chamou e perguntou se eu tinha feito algum trabalho na encruzilhada. Eu disse: “Não, é tudo coincidência. Meus desafetos têm a boa educação de morrer cedo”.
Daí o Augusto Nunes só me chamava de “marginal”. Elio Gaspari me chamava de “intelectual”.
Luciano Martins-Costa
A história desta semana é de Luciano Martins-Costa, que teve passagens por Estadão, Folha de S.Paulo e Abril, além de ter atuado em comunicação corporativa e como coordenador de Curso de Extensão Universitária na FGV – GVPEC, entre outras atividades.
O Instituto Reuters para estudos do jornalismo na Universidade de Oxford publicou em 19 de novembro uma pesquisa demonstrando que os podcasts de notícias estão mais vivos do que nunca. E que seu crescimento não foi afetado pela pandemia.
Mesmo com boa parte da população dos grandes centros confinada em casa, o hábito de ouvir as notícias do dia por meio de podcasts cresceu ainda mais, mostrando que eles não são uma alternativa apenas para pessoas em deslocamento para o trabalho ou praticando exercícios.
O estudo avaliou profundamente podcasts de notícias de seis países: Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, França, Dinamarca e Suécia. A partir de entrevistas com editores e executivos de veículos de comunicação e coleta de dados de audiência, quantificou o tamanho do mercado e identificou as principais tendências.
Uma delas é o potencial de os podcasts de notícias atrairem audiência jovem e de alto nível educacional. O estudo mapeou os tipos de podcasts de notícias existentes, mostrou a estrutura que os veículos têm empregado para produzi-los e traz lições importantes para quem tem ou pretende ter um podcast.
A Verizon Media anunciou nessa quinta-feira (19/11) que vai vender o site de notícias HuffPost para o BuzzFeed. Em comunicado, as empresas explicaram que distribuirão conteúdo entre suas plataformas, com o objetivo de explorar oportunidades de monetização e alavancar formatos de anúncios emergentes.
Jonah Peretti, CEO e fundador do BuzzFeed, disse que, “com a adição do HuffPost, nossa rede de mídia terá mais usuários, gastando muito mais tempo com nosso conteúdo do que qualquer um de nossos colegas”. Ele ocupará a função de presidente da empresa combinada. O BuzzFeed vai liderar a busca por um novo editor-chefe do HuffPost. As empresas declararam também que “têm públicos complementares e se beneficiarão da maior escala”.
Em entrevista ao The Wall Street Journal, Peretti explicou que ele esteve ao lado Arianna Huffington e Kenneth Lerer, fundadores do HuffPost, em 2005: “Por vários anos, passei todos os meus momentos no HuffPost focado em como fazê-lo crescer e como transformá-lo em uma marca líder de mídia na internet. Mas não se trata de nostalgia para mim, é sobre o futuro, a marca e o público”.