A National Broadcasting Commission (NBC), agência reguladora do setor de mídia da Nigéria, divulgou um guia que orienta as emissoras de TV do país sobre como devem cobrir os protestos contra a corrupção e a violência policial que ocorrem desde o início de outubro. A entidade multou três emissoras que desrespeitaram as orientações do guia.
Segundo a NBC, os canais Channels Television, Arise Television e Africa Independent Television realizaram “cobertura não profissional e antiética”, e foram multados por isso.
Em nota, a Federação Internacional de Jornalistas (IFJ, em inglês) criticou a atitude da NBC e declarou que as multas são uma “tentativa inaceitável de silenciar o jornalismo crítico. Elas devem ser derrubadas”.
Os protestos em questão pedem o fim do Esquadrão Especial Anti-Roubo (SARS), acusado de realizar roubos, prisões, assassinatos, tortura, entre outros. Os atos começaram pacíficos, mas, em 20 de outubro, militares nigerianos abriram fogo contra uma multidão de manifestantes que se aglomerava na praça Lekki, no centro de Lagos. Segundo a Anistia Internacional, 38 pessoas foram mortas.
Fora da televisão desde maio, após rápida passagem pela CNN, Luiz Carlos Braga acertou com a TV Brasil. Ele será o âncora da nova versão vespertina do Repórter Brasil, que voltará a ser produzido no Rio de Janeiro, com estreia na próxima segunda-feira (9/11), às 14h30. Os dois outros noticiários da TV Brasil − Boletim Brasil em Dia, exibido pela manhã; e Repórter Brasil, à noite − são comandados diretamente de Brasília.
Para aceitar ao convite, Braga teve que se mudar de Brasília para o Rio. Apesar de ter nascido nessa cidade, trabalhava na Capital Federal desde 1993. Ele atuou na TV Globo por 27 anos, 15 deles no DF. Em 2008, seguiu para a Record, onde foi âncora, editor-chefe do principal telejornal local da emissora, chegando a cobrir as ausências de Celso Freitas em feriados e finais de semana no Jornal da Record. Há seis meses, foi demitido da emissora. Na ocasião, Matheus Ribeiro foi contratado para assumir suas funções.
Sobre a mudança para o Rio, revelou que está “com o coração apertado”: “Tantos anos juntos, lado a lado, família e amigos. (…) Mas o caminho ainda é longo para ficar parado. O medo é sempre inevitável, mas a esperança é inabalável. Parto para o Rio, minha terra natal, mas deixo aqui minhas raízes”.
A Jovem Pan anunciou nesta quarta-feira (4/11) a demissão de Rodrigo Constantino, após comentários sobre o caso de estupro de Mariana Ferrer. Durante live, o comentarista disse que não faria a denúncia se a filha dele tivesse sofrido um estupro enquanto estivesse bêbada: “Se minha filha for estuprada nessas circunstâncias, ela vai ficar de castigo feio. Eu não vou denunciar um cara desse para a polícia”.
Em nota, a Jovem Pan declarou que “as opiniões de nossos comentaristas são independentes e necessariamente não representam a opinião do Grupo Jovem Pan. No caso de Mariana Ferrer, defendemos que a vítima não deve ser responsabilizada pelos atos de seu agressor, apesar do respeito que todos nós devemos ter às decisões judiciais. Em consequência do episódio, na tarde desta quarta-feira, Rodrigo Constantino foi desligado de nosso quadro de comentaristas”.
Nas redes sociais, Constantino escreveu que a fala foi alterada e que ele não fez apologia ao estupro: “A pressão foi tão grande sobre a Jovem Pan, distorcendo claramente minha fala, que não resistiram. (…) Quem viu a live sabe que eu não falava do caso particular da Ferrer”.
Por causa do comentário, Constantino também foi demitido de TV Record, rádio Guaíba e Correio do Povo. O jornal Gazeta do Povo foi o único veículo que optou pela permanência do comentarista na equipe.
O caso em questão trata de André de Camargo Aranha, empresário acusado de estuprar a influenciadora Mariana Ferrer em Santa Catarina, que foi absolvido das acusações. Segundo o promotor do caso, não havia como o empresário saber que a jovem não estava em condições de consentir a relação, portanto, não houve intenção de estuprar.
Raquel Novaes deixou a GloboNews na terça-feira (3/11). Ela estava na emissora desde 2009 e apresentava desde 2010 a faixa das 9h às 13h na programação. Com a saída de Raquel, Aline Midlej passará a apresentar sozinha a edição do jornalístico matinal. As informações são do UOL.
Raquel estreou no canal de notícias no comando jornal matinal Em Cima da Hora, sempre no horário das 10h. Após a reformulação da programação, em 2010, continuou apresentando o Edição das 10h, ao lado de Luciano Cabral. Em 2016, ele deixou a emissora e Aline Midlej assumiu o posto ao lado de Raquel.
A correspondente internacional Luiza Duarte, que deixou recentemente a CNN Brasil, assinou com a Record TV. Ela já está cobrindo as eleições presidenciais nos Estados Unidos, com participação nos programas Fala Brasil e Jornal da Record.
Luiza trabalhou por cerca de nove meses na CNN Brasil, mas deixou a emissora para focar em projetos pessoais. Ela começou a escrever um livro sobre sua experiência como correspondente internacional na China.
O jornal O Globo e o Instituto Questão de Ciência (IQC) lançam o podcast mensal Ao ponto ciência, destinado a tornar a linguagem científica mais acessível, explicar sua importância e mostrar a aplicação no dia a dia. Com apresentação da dupla Carolina Morand e Roberto Maltchik, que já comandam o podcast diário de O Globo, o programa propõe a descontração do tema, por meio de um papo informal com a bióloga Natália Pasternak, fundadora à frente do IQC, e o imunologista Gustavo Cabral.
A parceria entre o jornal e o Instituto, que agora evoluiu para o podcast, começou em abril, quando Pasternak passou a contribuir com a coluna semanal A hora de ciência, publicada no impresso e no site de O Globo, e surgiu da necessidade de facilitar a compreensão do público leigo sobre o papel da ciência, num momento em que movimentos negacionistas ganham força Brasil afora.
Uma das indagações feitas por jornalistas e pesquisadores nos primeiros meses da pandemia era se o ganho de confiança na imprensa apontado à época por estudos deixaria resíduos. A resposta começa a surgir. E, ao menos no Reino Unido, é boa.
O estudo World Without News, comissionado pela Newsworks, entidade formada por alguns dos principais jornais britânicos, revelou que, em um cenário de notícias falsas, desinformação e ataques à liberdade de expressão, 66% dos consumidores de notícias disseram que “apreciam e valorizam mais o jornalismo” desde então.
Comparado a muitas das pesquisas de opinião estruturadas para mapear como as pessoas se informam, suas fontes preferenciais e o grau de confiança em cada uma delas, o estudo da Newsworks tem um viés diferente e mais profundo.
Adotou uma abordagem comportamental para captar o signficado do jornalismo para as pessoas, o que ele acrescenta e como se enquadra em suas vidas, partindo da pergunta “como seria um mundo sem notícias?”. Para obter a resposta, privou-as de notícias por alguns dias para entender as reações e sentimentos.
Jornalismo e democracia
O trabalho revelou que 70% dos entrevistados concordaram que um “mundo sem jornalismo prejudicaria a sociedade democrática”, destacando o trabalho que os profissionais de imprensa fazem ao cobrir questões importantes para a sociedade, que de outra forma poderiam ser esquecidas.
Para aumentar a felicidade do jornalismo de qualidade, confrontado com o avanço das redes sociais como fonte de informação para os mais jovens, o resultado foi ainda melhor entre pessoas abaixo de 35 anos. Nessa faixa, 77% disseram valorizar mais os jornais, considerando-os capazes de fornecer informações confiáveis.
Embora 42% dos abaixo de 35 anos tenham dito que usaram mais as mídias sociais no auge da pandemia, sete em cada dez deles disseram que se sentiram menos ansiosos em relação a uma informação transmitida por elas depois de a checar em um jornal.
Há uma nuance na forma como a Newsworks trata a si própria e aos jornais no estudo. Ela se posiciona como uma organização dedicada ao marketing do setor de jornais “em todas as suas formas, em um mundo multiplataforma”, abrangendo as edições em papel e os canais digitais associados.
Seu propósito é estimular o setor publicitário a anunciar em jornais, tarefa desafiadora em um cenário de queda brutal das verbas de propaganda.
Segundo relatório conjunto da consultoria WARC e da Associação de Anunciantes britânica, o tombo no mercado foi de um terço entre abril e junho, pior resultado trimestral já registrado, com previsão de perda de £ 3,6 bilhões em 2020. E foi reduzida a projeção de crescimento em 2021, passando de 16,6% para 14,4%.
“Marcas de notícias”
No estudo, os jornais são qualificados como news brands, ou “marcas de notícias”, e não simplesmente como jornais, o que poderia limitar as opiniões dadas pelos pequisados às suas impressões sobre a versão em papel.
Vale ressaltar que as conclusões são restritas ao Reino Unido. Mas em muitos aspectos podem ser extrapoladas para outros países, descontando-se particularidades como o papel que a TV exerce aqui. Por causa da BBC, emissora pública que é quase parte da família para gerações de britânicos – ao ponto de ter o apelido de “Auntie Beeb”, ou “Tia Beeb” –, a relação do país com o meio televisão é diferente da de outras nações, como mostram pesquisas que cobrem vários países.
Também se deve levar em conta que o objetivo do trabalho é embasar a venda do meio jornal para o mercado – o trecho final é dedicado a isso. Mas isso em nada o desqualifica, pois há bons insights que podem servir como reflexão sobre as expectativas do público e o que ele mais valoriza, sobretudo nos jornais (e suas versões digitais, claro).
E que igualmente podem ser extrapolados para o jornalismo de qualidade praticado por outros canais.
Leia mais sobre a metodologia da pesquisa e seus resultados em mediatalks.com.br.
Leia também:
• O novo código de conduta da BBC para uso de redes sociais, que proíbe uso de emojis, endosso de campanhas e sugere não tuitar sob efeito de álcool.
• Uma análise das mudanças no Artigo 230 em debate no senado americano, que pode responsabilizar as plataformas digitais pelo conteúdo nelas postado por usuários.
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O Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE) anuncia a primeira edição do Prêmio IREE de Jornalismo, que visa a valorizar reportagens sobre questões atuais de política e economia publicadas em português no Brasil.
O prêmio tem três categorias: Reportagem, cujo vencedor receberá um cheque de R$ 50 mil; Reportagem na área de Política e Reportagem no segmento de Economia e Negócios, com prêmio de R$ 30 mil para o vencedor de cada uma.
Para participar, os trabalhos inscritos devem ter sido publicados entre 15 de novembro de 2019 e 15 de novembro deste ano. As inscrições vão até 15 de novembro.
O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ, em inglês) divulgou os resultados do Índice Global de Impunidade, que visa a detectar os países com maiores taxas de impunidade a assassinatos de profissionais de imprensa. O Brasil aparece no ranking pelo décimo ano consecutivo, agora na oitava posição. Em 2019, estava na nona colocação.
O Brasil tem situação pior que países como Paquistão, Bangladesh, Rússia e Índia. Somália, Síria e Iraque são as três regiões com os piores índices de impunidade a assassinos de jornalistas no mundo.
O índice leva em conta a proporção de assassinatos não solucionados de profissionais de imprensa em relação à população de cada país durante dez anos. Em números absolutos, o Brasil ocupa a sexta posição, com 15 assassinatos não resolvidos. A Somália e o México são os países em que mais assassinos estão impunes (26).
Morreu nessa segunda-feira (2/10), em São Paulo, Luiz Carlos Gertel, aos 73 anos. Ele estava internado após sofrer um acidente doméstico, mas a causa da morte não foi informada.
Gertel ganhou notoriedade por seu trabalho na Rádio Bandeirantes, com os programas O Pulo do Gato, Primeira Hora e Jornal Gente. Cobriu a Copa do Mundo de 1974, na Alemanha. Ficou conhecido pelo texto marcante e por conseguir, por meio do rádio, descrever com muitos detalhes imagens da cidade de São Paulo.