A Agência Pública lançou em 25/6 o primeiro episódio do podcastAmazônia Sem Lei, série narrativa acerca das investigações feitas pelos repórteres da Pública sobre o que está em jogo na Amazônia.
Dividido em dez episódios, um a cada mês, o podcast tem como narradores Clarissa Levy e o produtor de podcastsRicardo Terto. O primeiro programa entrevistou os profissionais que fizeram as investigações da reportagem que revelou que o gado usado pelo narcotraficante João Soares Rocha para lavar dinheiro do tráfico foi vendido para grandes frigoríficos, como JBS e Frigol.
Os episódios de Amazônia Sem Lei vão sempre acompanhar as reportagens da série especial de nome que investiga a violência relacionada a regularização fundiária, demarcação de terras e reforma agrária na Amazônia Legal e no Cerrado.
Morreu nesse domingo (27/6), aos 69 anos, o jornalista, escritor e dramaturgo Artur Xexéo. Colunista do jornal O Globo e comentarista da GloboNews, ele estava internado na Clínica São Vicente, na Zona Sul do Rio de Janeiro, por causa de um linfoma.
A doença foi diagnosticada há apenas duas semanas e Xexéo havia iniciado o tratamento na última quinta-feira (24/6). Após realizar sua primeira sessão de quimioterapia, passou mal e chegou a sofrer uma parada cardiorrespiratória na sexta-feira, logo revertida. Mas, em função dela, não resistiu e morreu na noite do domingo. Deixa o companheiro, Paulo Severo, com quem foi casado por 30 anos.
Xexéo começou a carreira no Jornal do Brasil, em 1978. A convite de Zuenir Ventura, em 1982 foi trabalhar na revista IstoÉ. Em 1985, de volta ao JB, virou subeditor da Revista de Domingo, suplemento cultural da publicação. Também foi editor do Caderno B, do caderno Cidade, subsecretário de Redação e colunista do jornal. Em 2000, foi contratado como colunista de O Globo, onde também foi editor do suplemento Rio Show e do Segundo Caderno.
No campo da literatura escreveu, entre outros, os livros Janete Clair: a usineira de sonhos, O torcedor acidental (crônicas) e Hebe, a biografia. Escreveu ainda, junto com Carlos Heitor Cony e Heródoto Barbeiro, Liberdade de Expressão.
Também é autor do musical A Garota do Biquíni Vermelho e da peça Nós sempre teremos Paris, traduziu os espetáculos musicais Xanadu, dirigido por Miguel Falabella, e Love Story, o musical, dirigido por Tadeu Aguiar. Foi responsável ainda pelos musicais Cartola – O Mundo É um Moinho e Minha Vida Daria um Bolero. Em 2019, fez a adaptação do musical A cor púrpura.
A notícia de sua morte logo ganhou destaque nas redes sociais, chegando a ser um dos assuntos mais comentadas na noite desse domingo. Diversos jornalistas, colegas de redação, artistas e músicos expressaram tristeza e consternação pela morte de Artur Xexéo.
Confira alguns depoimentos:
Vai deixar uma saudade profunda neste colunista, que teve o privilégio de trabalhar com Xexéo, além de contar com a sua generosa amizade. É pena!https://t.co/Wp5qxNzoCW
Que domingo terrível! Uma perda inestimável. Para o jornalismo. Para o Rio de Janeiro. Para o teatro, para a cultura brasileira. Xexéo gigante! https://t.co/M9FM2VNKwB
Esta foto é de 2 de novembro de 2018. Artur Xexéo, meu ex-editor no Caderno B, me dando boas-vindas ao @estudioi. Hoje, 27 de junho de 2021, tenho me despedir dele, inconformado. Vazio imenso. pic.twitter.com/i6kPjdw49E
Estou em choque, numa tristeza imensa. Trabalhei com Arthur Xexéo desde meados dos anos 80. No JB, no Globo, na Globonews. Elegante, inteligente, culto, divertido, amigo. Que perda!
Muito triste por essa perda… Meu carinho a todos os familiares e amigos do nosso tão querido Xexéo. – Morre, aos 69 anos, o escritor e jornalista Artur Xexéo | Ancelmo – O Globo https://t.co/5FLJYmuRJM
Artur Xexéo foi grande por suas obsessões. Marlene e Emilinha, Janete Clair, coberturas do Oscar, cinema da era de ouro. Era uma coluna fundamental para o adolescente que cresceu com jornais nos anos 1990. Lamento sua morte, 69 anos é cedo, muito cedo.
Melhor crônica do Xexéo foi quando ele foi aos EUA com grupo de jornalistas pra entrevistar Cindy Crawford. Mas ele não conseguiu fazer pergunta alguma porque os "colegas" brasileiros sempre o interrompiam. A crônica é antológica e chama "Pode Falar, Cindy" 🥰 #xexeo#OGlobo
Recebo com devastadora tristeza a notícia do falecimento do grande jornalista, escritor e dramaturgo Artur Xexéo, a quem aprendi a admirar naqueles anos dourados do Jornal do Brasil. Mais uma perda irreparável para a combalida cultura brasileira. Descansa em paz, querido Xexéo. pic.twitter.com/AijRGo50Ne
Nos meus mais recônditos desejos de aceitação, enquanto escrevia minha abreugrafia, o fazia pensando muitas vezes em “o que o Xexeo vai dizer”… Não deu tempo dele ler. Vai em paz, grande Xexeo.
Poxa! Artur Xexéo se foi! Inteligente, irônico, sagaz, culto . Sempre gostei de vê-lo e lê-lo . Seu talento fará muita falta. Força pra família, amigos e fãs.
O Fluminense Football Club lamenta profundamente o falecimento do jornalista Artur Xexéo, Tricolor de coração. Desejamos muita força aos familiares e amigos.
A Editora Abril foi condenada a pagar R$ 471 mil por danos ao apresentador do SporTV André Rizek. Do total, R$ 401 mil referem-se a danos materiais, e R$ 70 mil são por danos morais. O pagamento refere-se a um processo na Justiça sobre uma reportagem publicada na revista Placar em 2001.
Na época, Rizek assinou uma reportagem sobre o uso de cocaína no futebol. Ele diz que o texto foi editado com trechos que não eram de sua autoria. Um dos personagens, à época jogador juvenil, contestou a forma como foi exposto no texto e entrou com um processo na Justiça.
Houve acordo para o pagamento de uma indenização. A Abril responsabilizou-se pelos valores, mas no fim a dívida foi paga apenas por Rizek. Já em recuperação judicial, a empresa reembolsou o jornalista com apenas parte do valor, em duas parcelas que totalizaram R$ 620 mil, e afirmou que ele teria que entrar na fila de credores da empresa para receber o restante.
Rizek então acionou a Justiça, que agora condenou a editora a pagar os R$ 401 mil restantes, além de mais R$ 70 mil por danos morais, uma vez que o profissional foi exposto e teve que pagar uma dívida que era de responsabilidade de sua ex-empregadora.
Roberto de Lira lança o dicionário temático Bolsonário – A nova política de A a Z (Alta Books), que reúne os termos que mais marcaram o governo de Jair Bolsonaro e o pensamento conservador que se alastrou pelo País desde as eleições presidenciais de 2018.
Na introdução, Lira descreve o livro como “um dicionário temático sobre a emergente ‘nova política’, centrado na figura e na história do presidente Jair Bolsonaro − bem como nos debates provocados por ele, seus apoiadores e críticos −, que talvez consiga trazer algum esclarecimento sobre como a opinião pública brasileira encontrou respostas e depositou esperanças em um político conservador antes identificado apenas como do baixo clero da Câmara dos Deputados”.
Bolsonário é fruto de uma densa pesquisa, na qual o autor estudou transcrições de discursos, debates e falas em geral de Bolsonaro, além de registrar suas opiniões sobre temas que acabaram retornando durante a campanha e de comparar ideias antigas com atuais para entender onde houve ou não mudança de posição.
A pesquisa resultou em quase 200 verbetes, desde os mais sérios e polêmicos até os mais anedóticos e informais, todos contextualizados e explicados de forma didática. Para Roberto, é essencial conhecer a formação do ideário político de Bolsonaro e seus apoiadores para interpretar e antecipar futuras políticas públicas.
Sobre o autor
Formado pela Universidade Metodista de São Paulo, Lira tem mais de 20 anos de experiência em redações, boa parte do tempo dedicado às mídias digitais. Passou por Folha de S.Paulo, Gazeta Mercantil, Agência Estado e DCI. Atualmente, desenvolve projetos ligados a educação financeira de jovens, adolescentes e adultos não bancarizados.
O projeto Vozes da Floresta, em parceria com o ((o))eco, oferece bolsas-reportagem e mentoria para jovens comunicadores indígenas. A iniciativa incentiva os bolsistas a trazerem suas perspectivas sobre os impactos da crise climática em seus territórios. As inscrições vão até 8 de julho.
De agosto a outubro, os selecionados desenvolverão reportagens com mentoria dos jornalistas Aydano André Motta, do Projeto Colabora, e Daniele Bragança, de ((o))eco. Também participarão de encontros com conselheiros convidados, especialistas em questões indígenas, de meio ambiente e mudanças climáticas. Em novembro, as reportagens serão publicadas nos sites do Colabora e do ((o))eco.
Para fazer a inscrição, basta preencher este formulário. Os candidatos devem identificar-se como indígenas, ter entre 18 e 30 anos e experiência ou interesse em jornalismo e comunicação. É preciso sugerir ao menos uma pauta associada a um ou mais dos temas promovidos pela COP26, a Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas: adaptação e resiliência, natureza, transição energética, mudança acelerada para transportes rodoviários carbono-zero e finanças/economia verde.
Cada bolsa tem o valor de R$ 3 mil. Os selecionados receberão também auxílio-internet, para que possam participar dos encontros de forma online por causa da pandemia. Pelo menos duas das bolsas serão destinadas a mulheres.
O Estadão assumiu a primeira posição em tiragem impressa no Brasil, com a média de 76.416 exemplares por dia, segundo o IVC.
O Estadão assumiu a primeira posição em tiragem impressa no Brasil, com a média de 76.416 exemplares por dia, segundo o Instituto Verificador de Comunicação (IVC). O Globo ficou em segundo lugar.
A pesquisa, divulgada nesta semana, é uma comparação entre dezembro de 2020 e maio de 2021. Embora liderem o ranking, os dois veículos sofreram quedas de 4,9% e 6,9%, respectivamente.
Segundo o IVC, de maio a dezembro de 2020 dez dos principais jornais diários do País registraram queda de 12% em circulação impressa diária: foram 384.498 exemplares por dia em maio frente a 437.969 em dezembro.
Entretanto, a circulação digital desses mesmos jornais cresceu 3,3%, somando mais de 1 milhão de assinaturas. Os líderes em assinaturas digitais mantiveram-se em maio passado os mesmos de dezembro: Folha, Globo, Estadão e Valor, que registraram altas de 6,1%, 7,9%, 1,8% e 6,5%, respectivamente.
A Tarde (BA) avançou de 35.816 assinaturas digitais para mais de 40 mil, a maior alta. Já a pior queda, no digital e no impresso, foi do Super Notícia, tabloide com temática popular de circulação em Belo Horizonte. O título tinha 39.261 assinaturas em dezembro e agora tem 24.255, recuo de quase 40%.
No ranking de circulação total, o número de exemplares (digitais e impressos) registrou queda de 1,4% e o Globo assumiu a liderança, com a média de 357.125 exemplares. O título da família Marinho ultrapassou a Folha de S.Paulo (354.958), que encabeçava o ranking até dezembro.
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e a agência de dados Fiquem Sabendo iniciam em julho o projeto LAI nas Redações, treinamento que visa a capacitar jornalistas de dez veículos do País para o uso da Lei de Acesso à Informação (LAI) na produção de reportagens.
A iniciativa surgiu depois dos resultados de uma pesquisa da Abraji sobre o uso da LAI pela imprensa. Os dados obtidos apontaram que quase metade dos jornalistas participantes da pesquisa (pouco mais de 48%) nunca fizeram pedidos de acesso à informação, e os que acionaram a LAI (quase 52%) tiveram dificuldades para obter respostas.
O curso, online e gratuito, será oferecido aos veículos contatados previamente pela Abraji durante a elaboração da pesquisa. O projeto dura um ano, e a meta é treinar 300 jornalistas de todo o Brasil.
Para Luiz Fernando Toledo, diretor da Abraji, “assim como o Excel era opcional no passado e hoje é uma ferramenta básica para muitas apurações, a LAI também deve estar no kit do jornalismo investigativo”.
Fabíola Reipert assinou contrato com a Record Entretenimento, empresa do Grupo Record voltada ao gerenciamento de carreira, publicidade, eventos, projetos especiais e licenciamentos.
Entre 1998 e 2009, Fabíola esteve no jornal Agora São Paulo, do Grupo Folha, assinando a coluna Zapping, sobre televisão e famosos. Passou também por SBT, Rede Mulher e CBN. De 2009 a 2016 foi colunista do R7, e desde 2014 está no A Hora Venenosa.
Na década de 1980, quando militava na antiga extinta Rádio Poty de Natal, órgão dos Diários e Emissoras Associados, estava na cidade do Assu, região central do RN, para a cobertura de uma partida do campeonato estadual. Estava na hora do almoço quando nos deparamos com um assalto na agência do Banco do Brasil.
Local onde as roupas dos reféns foram jogadas pelos bandidos
Como já tinha trabalhado na área policial, fui chamado pelo delegado-geral, amigo meu, para entrar no banco e negociar com os bandidos. Como o chefe da quadrilha garantiu não machucar ninguém, lá fui eu.
Quando entrei no local, levei um susto ao ouvir o grito: “O que o senhor quer aqui?” Ora, ele não pediu um repórter para ser intermediador da negociação? Quando ouvi esse grito, vi uma espada na mão do sujeito e seis comparsas mascarados. Não tive outra opção a não ser me mijar em pleno banco. A cachaça que tinha tomado no mercado, para me encorajar, foi embora todinha.
Na cela, conversando com Erivam Chuvas, o chefe da quadrilha
Erivam Chuvas era o nome do bandido, que dizia constantemente ter pacto com o diabo. Experiência louca! Os bandidos exigiram um avião para fugirem com destino ao Pará, estado natal deles. Em Belém a polícia já os esperava. Houve grande tiroteio e seis ladrões mortos. Apenas Erivam escapou.
Recambiado pra Natal, não perdi a oportunidade de ser o primeiro a entrevistá-lo. “Lembra de mim? Me grite agora, seu fdp”. Estava tão fulo da vida, pois pensei que iria morrer naquele banco. Dinheiro recuperado, vítimas sem ferimentos, seis bandidos mortos e um preso. Experiência que não desejo a ninguém!
O Portal dos Jornalistas traz neste espaço histórias de colegas da imprensa esportiva em preparação ao Prêmio Os +Admirados da Imprensa Esportiva, que será realizado em parceria com 2 Toques e Live Sports, no segundo semestre. A história desta semana é de Walfran Valentim, presidente da Associação de Cronistas Esportivos do Rio Grande do Norte (ACERN).
Luciano Hang, dono da Havan, moveu 36 ações contra jornalistas, veículos e críticos, mostra levantamento da Abraji
Alvo de operação da Polícia Federal em inquérito contra fake news e na mira da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) por possíveis práticas como agiotagem, lavagem de dinheiro, contrabando, evasão de divisas e sonegação, o empresário Luciano Hang, dono da rede varejista Havan, moveu ao menos 36 processos judiciais contra a imprensa, críticos e opositores, entre 2013 e 2021.
Segundo levantamento da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), os principais afetados são jornalistas e veículos de comunicação, totalizando 23 ações. Somados, os processos por danos morais pedem um total de R$ 6,2 milhões em indenizações. Dentre as ações mapeadas, há também pedidos de remoção de conteúdo. Além disso, em nove processos, a Havan aparece como autora ao lado de Hang.
Parte das informações foi levantada pela defesa do jornalista Denis Burgierman, editor-chefe do programa Greg News, de Gregório Duvivier, e um dos alvos de Hang, e elas tiveram como objetivo demonstrar que o empresário tem um comportamento sistemático de tentar silenciar vozes críticas.
Repórter especial e colunista da Folha de S.Paulo, Patricia Campos Mello também é um dos alvos do empresário. O motivo foi a reportagem publicada em 18 de outubro de 2018 que revelou que empresas teriam comprado pacotes de disparos em massa de mensagens no WhatsApp, durante as eleições daquele ano.
As mensagens tinham conteúdo contrário ao PT, partido que disputou o segundo turno das eleições com Bolsonaro, e a Havan estaria entre as compradoras dos pacotes que previam centenas de milhões de disparos de mensagens. A denúncia chegou, em 2020, à CPMI das Fake News, o que levou a jornalista da Folha a também ser atacada pelo presidente Jair Bolsonaro e seu filho, o deputado federal Eduaro Bolsonaro.
No processo movido contra a Folha de S.Paulo e Patricia Campos Mello, Hang pede indenização de R$ 2 milhões.
Já Miriam Leitão e O Globo foram processados devido a reportagens que mostraram a coação, por parte de Hang, para que funcionários da Havan votassem em Jair Bolsonaro para presidente em 2018. Da mesma forma, o portal Brasil 247 e o jornalista Luis Nassif, do jornal GGN, foram processados por Hang por abordarem o assunto nos respectivos portais.
A reportagem do Brasil 247 foi retirada do ar por determinação judicial. No caso de Nassif, a decisão na justiça foi em favor do jornalista. Apesar de a matéria intitulada O que está por trás do terrorismo eleitoral do dono da Havan não contar com a assinatura de Nassif, a ação foi movida contra o responsável pelo site, e pedia que ele pagasse indenização por danos morais.
Para Nassif, trata-se do típico lawfare, ou seja, o uso da lei como instrumento de combate a opositores. “Hang tem dinheiro. Para ele, é peanuts [custo ínfimo] abrir um processo. Por outro lado, quem publica precisa contratar advogado e perder tempo se defendendo”, disse o jornalista à Abraji.
Luciano Hang ganhou projeção nacional durante as eleições presidenciais de 2018, que culminaram na vitória de Jair Bolsonaro (sem partido). O empresário foi um dos maiores apoiadores do então candidato à Presidência pelo Partido Social Liberal (PSL). A grande maioria dos processos foi iniciada justamente a partir de outubro de 2018, mês das eleições. Em comum, o empresário e o presidente da República demonstram intolerância à exposição de questões embaraçosas a eles relacionadas.