Sociedade de Editores do UK criticam ataques de Harry & Meghan Markle à imprensa (Foto: Stillness InMotion/Unsplash)
A Sociedade dos Editores do Reino Unido (SoE), formada por representantes dos mais importantes veículos de comunicação do país, saiu em defesa da imprensa local. A entidade emitiu na segunda-feira (8/3) uma nota dura em que condena os ataques que o príncipe Harry e sua mulher Meghan Markle fizeram na entrevista à apresentadora americana Oprah Winfrey, que foi ao ar no domingo (7/3).
O comunicado diz que a “mídia do Reino Unido não é preconceituosa e não será influenciada em seu papel vital de responsabilizar os ricos e poderosos após o ataque à imprensa pelo duque e duquesa de Sussex“, referindo-se aos trechos em que o casal diz que teve deixar o país em parte devido ao racismo dos tabloides.
O secretário-geral da SoE, Ian Murray, assina a nota em resposta às alegações do casal dizendo “não ser aceitável que o duque e a duquesa façam tais afirmações sem fornecer qualquer evidência que as sustentem”.
A tensão no jornalismo levou a uma cena incomum: um dos principais apresentadores de TV do país, Piers Morgan, deixou abruptamente o estúdio do programa Good Morning Britain que era transmitido ao vivo na manhã de terça-feira (9/3), ao ser criticado por um colega de bancada por suas críticas à duquesa de Sussex. O clipe viralizou nas redes sociais. Durante a tarde, ele foi demitido por questionar se Meghan de fato havia tido pensamentos suicidas.
Pesquisas antes e depois da entrevista do casal mostram que a sociedade está dividida, com os mais jovens achando que Meghan e Harry não receberam da família real o tratamento devido, e que a imprensa não tem sido justa com eles.
Em MediaTalks, veja a íntegra do comunicado da Sociedade dos Editores defendendo o jornalismo do país, os ataques do casal à imprensa, as pesquisas mostrando a opinião do público e o clipe com a explosão do apresentador Piers Morgan.
Fábio Barbosa e Dario Guarita Neto são novos sócios-investidores da Profile. Eles chegam para colaborar na consolidação do posicionamento em sustentabilidade
A Profile, agência de relações públicas fundada em 2013 e voltada a marcas, projetos e pessoas que têm em comum o compromisso com a sustentabilidade, anunciou no início do mês as chegadas dos sócios-investidores Fábio Barbosa e Dario Guarita Neto. Com isso, a agência encerra o ciclo com a agência Live, que investiu na criação da empresa em seus primeiros anos.
Fabio Barbosa e Dario Guarita Neto são os novos sócios-diretores da Profile PR
Com experiência no ecossistema de sustentabilidade e ESG, os novos executivos irão reforçar a atuação da empresa no setor. “Em uma fase de crescimento e consolidação do ESG no país, um trabalho pioneiro como o da Profile, que já atua nesta área há algum tempo e entende o mercado como poucos, se faz necessário para contribuir com esse ecossistema”, destaca Fábio, que é ex-presidente do Banco Real e Santander, e conselheiro da Natura, entre outras empresas.
“Já fui cliente da Profile, conheci por dentro o trabalho da agência e o potencial de contribuir de maneira relevante para a evolução do mercado no tema de comunicação de sustentabilidade e ESG”, completa Dario, pioneiro do sistema B e responsável por fundar a AMATA e a Ecoa Capital. “A Profile é líder na certificação como Empresa B entre as agências de comunicação no país. Acredito que possa contribuir bastante com o trabalho de marcas que estão engajadas com a transformação positiva dos negócios. Existe um amplo espaço de inovação”.
Desde sua fundação, a Profile já executou projetos e gestão de programas de relações públicas para dezenas de marcas, como Natura, Santander, Mercado Livre e WWF, entre outras.
“Em 2020, vimos que o ESG virou uma tendência muito forte em diversos segmentos, mas o termo já fazia parte do nosso dia-a-dia com clientes há algum tempo”, explica o fundador e CEO da agência, Rodrigo V Cunha. “Mesmo com a pandemia, tivemos um ano de resultados positivos, atingimos metas traçadas antes da Covid-19 e conquistamos novos clientes. Isso é uma sinalização positiva do mercado sobre o nosso posicionamento. Algumas vezes tomamos a decisão de não trabalhar com alguns clientes, quando vemos que não é possível ajudar a avançar na agenda de negócios conscientes. É uma escolha com pesar sempre, mas importante para reforçar nosso posicionamento”.
Além do trabalho de relações públicas, a Profile se especializou em narrativas e aplica treinamentos para projetos de marcas e também em treinamentos de executivos e empreendedores para contarem suas histórias. Mais de 300 palestrantes já foram treinados pela agência.
Prêmio Landell de Moura de Jornalismo abre fase de indicações
Cancelado em 2020 em função da pandemia da Covid-19, o Prêmio Landell de Moura de Radiojornalismo, organizado pela Câmara Municipal de São Paulo e que tem este Portal dos Jornalistas entre seus idealizadores e apoiadores, está de volta, agora em sua terceira edição. A iniciativa, que tem como objetivo apoiar, incentivar e promover o radiojornalismo no município de São Paulo, é promovida pela equipe do vereador Eliseu Gabriel (PSB), e conta com o apoio de Hamilton Almeida, biógrafo do padre-cientista gaúcho Roberto Landell de Moura, inventor do rádio.
Nesta fase, jornalistas com atuação comprovada na capital paulista podem indicar profissionais em quatro categorias: Âncora, Repórter, Comentarista e Programa. Os vencedores serão homenageados em cerimônia na Câmara Municipal de São Paulo, em data a ser confirmada. Vote!
Bandeirantes foi o destaque da segunda edição, em 2019
O grande destaque da segunda edição da premiação foi o Grupo Bandeirantes, que levou três das quatro categorias: Âncora, com José Paulo de Andrade (Rádio Bandeirantes), Repórter, com Maiara Bastianello (BandNews FM), e Programa Jornalístico, com Jornal da BandNews . Entre os Comentaristas, venceu Carlos Alberto Sardenberg (CBN). Os demais finalistas foram Danilo Gobatto (BandNews FM), e Marcio Bernardes (Transamérica), na categoria Âncora; Agostinho Teixeira (Bandeirantes) e Pedro Duran (CBN), em Repórter; Claudio Zaidan (Bandeirantes) e Joel Leite (Bandeirantes), em Comentaristas; e os programas Estúdio CBN e Jornal da BandNews.
Após dez meses atuando como repórter da revista Oeste, Anderson Scardoelli está de volta ao Grupo Comunique-se. Ele assume o posto de editor-chefe do núcleo de conteúdo e marketing, onde estará à frente de ações envolvendo o Portal Comunique-se, além de participar da estratégia de conteúdos relacionados às divisões de negócios da empresa: Comunique-se 360, Influency.me, SuaTV, RIWeb e DINO – Divulgador de Notícias.
“O Anderson volta para fortalecer ainda mais o time do Portal e do marketing”, explica a sócia-diretora Rose Silva. “Com a sua expertise, irá nos auxiliar em conteúdo de excelência, inclusive com materiais multimídia”.
“Em 2020, não dei ‘adeus’; dei um ‘até logo’ aos amigos da comunicação, e esse ‘até logo’ já chegou”, complementa Anderson, que começou sua carreira justamente como estagiário da publicação, em 2009. Em sua primeira passagem, acumulou diversas promoções até ocupar o posto de editor sênior, antes de sua saída no início do ano passado.
Site reformulado
Uma das primeiras missões de Anderson Scardoelli no retorno será auxiliar na organização e no lançamento da mais nova versão do Portal Comunique-se. Em fase de desenvolvimento, a nova “cara” do veículo de comunicação online contará com visual clean e com o que há de mais moderno em relação ao ambiente digital. O resultado dessa reformulação deve entrar no ar ainda neste primeiro semestre de 2021.
O “Bocão”, mascote do Comunique-se, serviu de inspiração para o novo podcast
Fala Bocão
Como parte de sua estratégia de endomarketing, o Grupo Comunique-se lançou nesta semana o podcast Fala Bocão. Voltada ao público interno, a publicação estreia com uma programação especial dedicada do Dia Internacional das Mulheres.
Ao longo do mês, o conteúdo, que aborda a história de colaboradores nos âmbitos pessoal e profissional, será exclusivo para comemorar a data, com o objetivo de enaltecer as histórias das mulheres que fazem parte do quadro de colaboradores da MediaTech.
O nome do podcast surgiu com base no mascote do Comunique-se, apelidado internamente de Bocão. Com o tempo, o termo deixou de ser apenas uma brincadeira e virou referência nas ações de comunicação interna e endomarketing da corporação, carregando, inclusive, o nome da rede social interna da empresa no Instagram.
Após a programação especial para celebrar o Dia das Mulheres, o canal seguirá como extensão da comunicação interna da companhia que, desde o início da pandemia de Covid-19 no Brasil, segue com o modelo de home-office para todos os colaboradores, nas praças de São Paulo e Rio de Janeiro. Mas o objetivo será o mesmo: contar histórias e enaltecer os profissionais que atuam na empresa.
No Dia Internacional das Mulheres, o Portal dos Jornalistas traz uma entrevista com Lilian Tahan, diretora-executiva do portal Metrópoles. Sob o comando dela, uma equipe formada por mais de 40 mulheres mapeou a analisou todos os casos de feminicídio ocorridos no Distrito Federal em 2019.
Desta megaoperação nasceu a reportagem especialElas por Elas, que trouxe perfis, ilustrações e registros das vítimas com a proposta de personificar os números crescentes da violência contra a mulher na região.
A partir do desenvolvimento e notoriedade que o projeto tomou, Elas por Elas venceu os prêmios Mulher Imprensa (Reportagem com temática sobre mulheres) e Roche (Cobertura Diária), colaborando para que o Metrópoles se tornasse o +Premiado Veículo de Comunicação de 2020. O projeto também ganhou um espaço editorial no portal Metrópoles e desdobrou-se em palestras pelo Distrito Federal.
Fizeram parte do projeto, além da própria Lilian Tahan, Priscilla Borges, Maria Eugênia, Olívia Meireles, Érica Montenegro, Amanda Cieglinski, Ana Beatriz Magno, Ana Helena Paixão, Antonia Pellegrino, Basília Rodrigues, Bruna Sabarense, Carol Oliveira, Carol Pires, Carolina Nogueira, Carolina Vicentin, Clara Arreguy, Clara Averbuck, Conceição Freitas, Donas da Rima, Gabriela de Almeida, Isabella Cavalcante, Juliana Contaifer, Luísa Guimarães, Jak Spies, Maithe Marques, Maria Clarice Dias, Marina Oliveira, Nísia Bahia, Rafaela Lima, Roberta Gregoli, Raquel Martins Ribeiro, Regina Bandeira, Tânia Fusco, Tatiana Sabadini, Thaís Antonio, Thais Cieglinski, Denise Costa, Juliana Afioni, Mariana Reino, Viviane Novais, Stela Woo, Stephanie Arcas, Yanka Romão, Isabella Almada, Jacqueline Lisboa e Rafaela Felicciano.
Em entrevista ao Portal dos Jornalistas, Lilian falou sobre as origens do projeto, o que as autoras sentiram escrevendo, as dificuldades de abordar um tema tão delicado, e todos os aprendizados que as histórias trouxeram para a redação. Ela destacou que uma grande percepção das mulheres envolvidas no projeto foi a de que “a morte violenta na verdade é o fim da linha de uma história de vida muito sofrida. Então a gente se propôs a contar uma história de vida”.
Lilian contou também que, apesar de Elas por Elas envolver apenas mulheres, foi um projeto que “o Metrópoles todo abraçou. Todos os profissionais, passando por todas as hierarquias. (…) É muito importante que o homem esteja envolvido no debate, mas na execução do Elas por Elas sentimos que, com uma equipe inteiramente feminina, teríamos empatia e um sentimento de não resistência nas conversas com familiares”.
Por fim, a diretora do Metrópoles destacou os aprendizados e a importância dos reconhecimentos e prêmios que o projeto recebeu.
Lilian Tahan – Crédito: Filipe Cardoso/Metrópoles
“O fato de termos gastado energia para cobrir um aspecto tão cruel da sociedade fez com que as pessoas prestassem mais atenção nele. (…) Nós nunca mais olhamos uma história de feminicídio da mesma forma após o projeto. Os reconhecimentos nos ajudam a olhar para trás e dizer ‘valeu a pena’, respirar fundo e seguir cobrindo outros temas tão essenciais como este.”
Confira a entrevista com Lilian Tahan na íntegra:
Portal dos Jornalistas: Como surgiu a ideia de fazer o Elas por Elas? Desde o começo o objetivo era construir um projeto nesse formato e a tantas mãos?
Lilian Tahan: Um projeto desse tamanho depende de orçamento e de um esforço muito grande da equipe.Nós tivemos uma percepção coletiva na redação. Notamos um aumento significativo no número de matérias sobre feminicídio e violência contra a mulher publicadas por nós diariamente.
Quando percebemos que essas mortes estavam cada vez mais frequentes, eu tomei a decisão de que faríamos um projeto especial ao longo do ano inteiro – na época, ainda era outubro de 2018. Chamei as principais editoras e conversamos sobre o formato do projeto.
Logo percebemos que não teríamos braços suficientes para abordar tudo o que acontecia, então fizemos contratações, incluindo a editora Érica Montenegro, que ficou responsável pela coordenação, além de repórteres para a produção dos perfis.
Foi a partir de um reforço de equipe que a gente conseguiu dar um olhar, um tratamento muito mais zeloso, muito mais cuidadoso para esses eventos graves, com o objetivo de não só olhar diferente, mas também dar um tratamento diferente.
Portal: Como foi a preparação para as entrevistas? Qual foi a conduta utilizada para conversar com vítimas, familiares e amigos?
Lilian: Quando você está abordando um crime e tem urgência de publicação, por mais cuidadoso, humano e empático que seja um repórter, às vezes é complicado ter o tom certo, porque ele está pressionado pelo tempo.
Então, imagina quantas vezes o jornalista chega ali para fazer uma abordagem em um cemitério e as pessoas sentem aquela impressão de falta de empatia: “Poxa, eu tô aqui no meu momento de dor, vivendo o auge do meu luto e um repórter veio me abordar? Não é momento!”. Então, a gente tomou a decisão de resgatar a história dessas mulheres.
Poderia ser a pessoa mais simples ou alguém com cargo importante, não importa. Nós resgatamos com todo o cuidado. Então, a abordagem foi muito cuidadosa e muito delicada. E para tornar isso possível a primeira coisa que você precisa é de tempo e estrutura.
Alguns perfis que fizemos foram publicados três, quatro meses depois de a mulher ter sido morta. Porque a gente fez uma abordagem familiar, foi até a família, pediu licença, bateu na porta, explicou que estávamos querendo contar a história daquela mulher e todo o contexto que cercava a vida dela.
O que a gente aprendeu fazendo esse projeto é que a morte violenta na verdade é o fim da linha de uma história de vida muito sofrida. Então, a gente se propôs a contar uma história de vida. Nada justifica um assassinato, mas a gente consegue entender o estado de vulnerabilidade de uma mulher que é vítima de feminicídio.
E isso nos permite também, até como prevenção e como um alerta para as autoridades públicas, mostrar que esses casos são anunciados pela condição de vulnerabilidade em que aquelas mulheres se encontram e porque os assassinos dão sinais claros, muitas vezes verbais, de que vão matar essas mulheres.
Por isso, tivemos que mergulhar nas histórias e resgatar profundamente a vida e o contexto de vida dessas mulheres. Então, a gente fez perfis muito elaborados, muito cuidadosos, que levaram muito tempo para serem feitos. Às vezes a repórter visitou e revisitou várias vezes essa mesma família para que ela tivesse a segurança do que estava apurando.
Conversamos com amigos, vizinhos, buscamos pessoas próximas do assassino. Muitas vezes fomos atrás do próprio assassino dentro dos presídios, onde quer que ele estivesse, com o objetivo de compreender, não suas razões, até porque o assassino nunca tem razão, mas o contexto de vida da mulher vitimada. E isso às vezes levava muito tempo, até a gente quebrar a resistência, por exemplo, da família. A família está muito sentida.
Projeto Elas por Elas teve importante impacto na luta contra o feminicídio no DF
Portal: Como as autoras dos textos se sentiram escrevendo sobre o tema?
Lilian: Várias meninas que produziram o conteúdo voltaram para a redação com sentimento muito doído, de tristeza, de impotência, de senso de responsabilidade do tanto que aquilo ali era importante para a gente alertar. Porque o objetivo é contar o que aconteceu e alertar para que outros casos não ocorram. Então, gerou um sentimento de muita tristeza, mas ao mesmo tempo um sentimento de empatia, de pertencimento em uma sociedade ainda muito dura com a mulher e com o papel que ela desempenha.
Portal: O Metrópoles forneceu algum tipo de serviço de apoio psicológico/emocional para as repórteres? De que forma vocês conversaram para os casos não abalarem as repórteres?
Lilian: Nós somos um grupo muito unido. A gente tem um nível de parceria muito grande. Então, por exemplo, eu sou a líder do projeto, mas a minha porta está sempre aberta. Existe, claro, uma hierarquia, mas ela não é muito vertical, é bastante horizontal.
Todas as questões que foram sendo descobertas, todos os dramas que foram trazidos, isso tudo chegou para a gente, e eu sempre tive o cuidado de observar caso a caso, de estar ajudando dentro do que eu podia fazer. A conversa entre nós é constante, a gente sempre debateu muito.
Esse foi um tema que tratamos durante um ano inteiro. Não foi uma questão do tipo: “Faz lá, trabalha lá esse assunto, esse especial e traz depois”. Não, foi um projeto que o Metrópoles todo abraçou. Todos os profissionais, passando por todas as hierarquias, a gente sempre conversou e esteve muito próximo.
Portal: Quais foram as principais dificuldades na produção do projeto?
Lilian: Creio que é um assunto muito delicado, então você tem uma abordagem também muito delicada. Não é como se você estivesse ligando, por exemplo, para um chefe de cozinha que está inaugurando um novo restaurante e está doido para falar sobre esse novo restaurante. Neste caso, você tem portas abertas. É muito fácil você fazer essa abordagem.
Mas, no nosso caso, você bater na porta de alguém que está sofrendo, em luto por causa de uma tragédia, é muito mais complexo. Você tem bastante dificuldade de fazer essa abordagem. Então, leva-se tempo, você tem que ter paciência, é preciso ter um jeito muito cuidadoso, reunir profissionais muito experientes, e a gente fez isso de uma maneira sistemática.
Para buscar profissionais experientes, é preciso um orçamento compatível, então foi um projeto que mobilizou toda a redação, sugou uma energia importante de todos nós e teve um investimento significativo. A dificuldade passa pela natureza delicada do assunto, principalmente em relação à abordagem das famílias.
Felizmente, uma dificuldade que pensei que teríamos acabou não acontecendo. A gente abriu um contador de violência contra mulher no site e isso foi muito simbólico. Detectamos o espaço que mais rendia publicidade durante o ano inteiro e colocamos ali um box com o contador da violência contra a mulher.
E isso precisava ser atualizado todos os dias. Só que para você ter condição de atualizar você precisa que as autoridades passem esses números. E isso dependia da boa vontade das autoridades em fornecer os dados em um espaço curto de tempo. E a delegacia de atendimento às mulheres foi excelente conosco, nos passaram os dados com muita brevidade. Então, o que era para ser uma dificuldade, acabou se tornando uma força-tarefa e eles foram muito parceiros da gente, nos possibilitando atualizar a contagem durante o ano inteiro.
Portal: Quais foram as entidades/órgãos que forneceram os dados para o projeto?
Lilian: Essa coleta foi feita a partir de dados oficiais de entidades como Ministério Público, Ministério da Saúde, Secretaria da Saúde do DF, Polícia Civil do Distrito Federal, e Polícia Militar do Distrito Federal.
Portal: O fato de terem sido mulheres que tocaram o projeto fez diferença no produto final?
Lilian: Sim, fez diferença. Existe toda uma empatia, um lugar de fala e outros processos que, por sermos mulheres, acabaram facilitando e melhorando o projeto. Só conseguimos construir uma sociedade mais tolerante com a existência das mulheres se conseguirmos educar desde cedo os homens mostrando que, sim, naturalmente temos diferenças, mas temos o mesmo valor que os homens têm.
É muito importante que o homem esteja envolvido no debate, mas na execução do Elas por Elas sentimos que com uma equipe inteiramente feminina teríamos empatia e um sentimento de não resistência nas conversas com familiares.
Portal: O projeto ajudou a aumentar a discussão sobre feminicídio, com campanhas em escolas, você apresentou o Elas por Elas em evento no Ministério da Justiça… o que você tem a dizer sobre os desdobramentos do projeto?
Lilian:Nós nunca mais olhamos uma história de feminicídio da mesma forma após o projeto. Claro, todo o nosso esforço, a produção dos perfis, ficou concentrado em um ano específico, mas foi um aprendizado para todos nós, uma experiência única na cobertura de um tema tão delicado e importante. Todos temos agora um olhar muito mais cuidadoso, que faz parte do dia a dia no Metrópoles.
Portal: Os prêmios recebidos pelo Metrópoles ajudaram o portal a ser o +Premiado veículo de comunicação do Brasil em 2020, segundo levantamento do J&Cia/Portal dos Jornalistas. Qual o significado desses reconhecimentos para você e sua equipe?
Lilian: Eles nos ajudam a perceber que estamos no caminho certo. É muito gratificante ter um trabalho reconhecido, mas, mais do que isso, nos dá um reforço de que o caminho é esse, de que é essencial olhar para temas sociais, de que nosso papel é muito importante.
Temos a gestão do nosso orçamento, do nosso tempo, do nosso foco, da nossa energia, e quando direcionamos esses quatro elementos para o caminho certo, para o objetivo certo, não só vamos dar voz a um determinado grupo, mas teremos um retorno em forma de reconhecimento e reforço de que estamos no caminho certo.
O jornalismo tem um papel social, mas existe a questão da sobrevivência, passamos boa parte do dia tentando sobreviver. Não é um modelo fácil, existir atualmente fazendo jornalismo não é fácil. Então, precisamos desse tipo de reconhecimento e reforço, pois isso mostra para nós que nosso trabalho valeu a pena, conseguimos chamar a atenção da sociedade para um tema tão importante e essencial.
O fato de termos gastado energia para cobrir um aspecto tão cruel da sociedade fez com que as pessoas prestassem mais atenção a ele. Esse resultado nos dá também energia para seguir em frente e fazer outros projetos. Nos ajuda a olhar para trás e dizer “valeu a pena”, respirar fundo e seguir cobrindo outros temas tão essenciais como este.
Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, a organização Repórteres sem Fronteiras (RSF) publicou nesta segunda-feira (8/3) um relatório mostrando como o sexismo afeta a atividade jornalística em todo o mundo. O Brasil é apontado como um dos países perigosos para as jornalistas.
O estudo envolveu 112 nações, das quais 40 figuraram como perigosas ou muito perigosas. A RSF entende como sexismo todas as formas de violência sexual e de gênero, como discriminação, insultos, assédio sexual, toque, agressões verbais e físicas de natureza sexual, ameaças de estupro ou estupro.
“O jornalismo pode ser uma profissão perigosa”, diz o documento. “Mas ser mulher e jornalista, muitas vezes, significa correr um risco duplo: aos perigos inerentes à profissão somam-se os riscos de ser exposta à violência de gênero ou sexual”.
O trabalho da RSF mostra que a internet tornou-se o lugar mais perigoso para as jornalistas, conforme relato de 73% dos participantes, seguida pelo local de trabalho, perigoso para 58% das respondentes.
O Brasil é citado no documento com destaque para o caso das perseguições à jornalista Patrícia Campos Mello e o movimento #DeixaElaTrabalhar, feito por repórteres esportivas para denunciar a prática de beijos forçados por parte de torcedores durante a cobertura de eventos esportivos ao vivo.
Leia em MediaTalks by J&Cia mais sobre as conclusões do relatório e as recomendações para jornalistas, redações, governos e plataformas digitais.
Renata Silveira, a primeira narradora de futebol da Globo, estreia em 10/3
Renata Silveira, a primeira narradora de futebol da equipe de Esportes da TV Globo, já tem estreia marcada. Ela vai narrar a partida entre Moto Club e Botafogo, na próxima quarta-feira (10/3), às 21h30, pela Copa do Brasil. A partida será transmitida por SporTV e Premiere.
Sobre a oportunidade, Renata declarou que “é uma conquista para todas as mulheres e mais uma prova de que nós podemos trabalhar com o que a gente quiser”. Ela foi contratada pela Globo em dezembro do ano passado.
Renata Silveira iniciou a carreira em 2014 ao vencer o concurso Garota da Voz, da Rádio Globo. Ela foi a primeira mulher a narrar uma partida de Copa do Mundo no Brasil. Também ficou entre as três selecionadas para narrar o Mundial da Rússia, em 2018, pelo canal Fox Sports.
Ataques aos mal-afamados tabloides britânicos fizeram parte da conversa de duas horas do príncipe Harry e de sua mulher Meghan Markle à apresentadora americana Oprah Winfrey, que foi ao ar na noite de domingo (7/3) pela rede CBS. O casal reclamou da perseguição e do tratamento que considera desigual em relação a outros membros da realeza, como Kate Middleton, mulher do príncipe William.
Mesmo antes de ir ao ar no Reino Unido (a ITV, que comprou os direitos, marcou a exibição para a noite de 8/3), a entrevista tomou conta do noticiário dos dois lados do Atlântico. Acusações de racismo contra membros do Palácio de Buckinghan acabaram respingando também na imprensa.
E embora Harry tenha dito que não queria ver a história de sua mãe Diana repetida com sua mulher − ela foi perseguida implacavelmente pelos tabloides até morrer em um acidente de carro, em 1995 −, alguns padrões históricos foram repetidos. A cada 25 anos há uma entrevista que abala a Coroa Britânica.
Em 1970 foi a de Wallis Simpson, por quem Edward VIII, tio-bisavô de Harry, abdicou do trono. Vinte e cinco anos mais tarde, em 1995, veio a de Diana, na qual revelou que seu casamento com o pai de Harry tinha mais de duas pessoas. E agora a entrevista de Meghan Markle, que denunciou preocupações de membros da família real sobre o quão escura seria a pele de seu filho com Harry.
Fundação José Luiz Egydio Setúbal lança prêmio de comunicação sobre saúde na infância e adolescência
A Fundação José Luiz Egydio Setúbal lançou nesta segunda-feira (8/3) o Prêmio de Comunicação Fundação José Luiz Egydio Setúbal, que busca valorizar trabalhos que abordem a saúde de crianças e adolescentes. Podem ser inscritos materiais publicados de junho do ano passado até junho de 2021.
O prêmio tem cinco categorias: Texto, Áudio, Vídeo, Iniciativas digitais e Campanhas de comunicação. Podem fazer a inscrição jornalistas, comunicadores em geral, produtores de conteúdo, profissionais da área de saúde, sociedades médicas, organizações da sociedade civil, e estudantes universitários (que concorrerão separadamente dos profissionais já formados).
Serão dois vencedores por categoria, um “grande vencedor”, que receberá R$ 8 mil, e um estudante, que será premiado com R$ 2 mil, totalizando dez vencedores e um total de R$ 50 mil em prêmios divididos entre as categorias. As inscrições vão até 11 de junho, e em setembro serão divulgados os vencedores.
Sobre a Fundação
Com dez anos de trajetória, a entidade atua por meio da assistência direta às crianças no Hospital Sabará, em São Paulo, e promovendo pesquisa e ensino no Instituto Pensi. É também responsável pela gerência do projeto Autismo e Realidade fornece informações sobre saúde da criança no canal Saúde da Infância no YouTube.
Faleceu na última sexta-feira (5/3), em decorrência da Covid-19, o empresário paraibano José Carlos da Silva Júnior. Dono da Rede Paraíba de Comunicação, afiliada da Rede Globo que detém as operações das tevês Cabo Branco (João Pessoa) e Paraíba (Campina Grande), o empresário estava internado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, desde 18 de fevereiro após testar positivo para a Covid-19.
De acordo com o site ClickPB, inicialmente José Carlos não manifestou sintomas do novo coronavírus, mas foi internado mesmo assim como forma de prevenção, já que possuía comorbidades e em razão da idade avançada. Com a piora de seu estado de saúde, ele acabou não resistindo a uma parada cardiorrespiratória.
José Carlos tinha 94 anos de idade e já ocupou os cargos de senador e vice-governador da Paraíba, este último, durante a gestão de Wilson Braga, de 1983 a 1986. Braga, coincidentemente, também faleceu vítima de Covid-19 em maio do ano passado.
Natural de Campina Grande, José Carlos era casado com Virgília Henriques de Oliveira Carlos, que faleceu em 2015 aos 89 anos de idade. Ele deixa três filhos: Ricardo Carlos, Eduardo Carlos e Eliane Freire.
Ainda no início da pandemia, o empresário já havia perdido um neto vítima da doença. Mateus Carlos tinha 34 anos de idade e faleceu em 30 de março de 2020, sendo na época um dos primeiros paraibanos a falecer em decorrência do novo coronavírus.