O Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH) do RS abriu inscrições para a 38ª edição do Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo, que estimula trabalhos que denunciem violações de Diretos Humanos nas sociedades da América do Sul. A premiação é feita com a colaboração da Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Rio Grande do Sul (Arfoc-RS) e da Ordem dos Advogados do Brasil RS (OAB-RS). As inscrições vão até 19 de novembro.
A comissão julgadora escolherá os três melhores trabalhos nas categorias Reportagem, Fotografia, Rádio, Televisão, Jornalismo Online, Crônica, Documentário, Grande Reportagem (livro) e Acadêmicos. Haverá também a categoria especial Pandemia Econômica, Social e Ambiental, que premiará narrativas sobre isolamento, economia deficitária, desemprego, estrangulamento do sistema de saúde e outros impactos da pandemia de Covid-19.
Podem ser inscritos trabalhos veiculados em todo os País entre 16 de novembro de 2020 e 15 de novembro de 2021. Serão concedidos troféus aos primeiros colocados e diplomas aos segundos e terceiros lugares. Não haverá premiação em dinheiro.
A solenidade de premiação ocorrerá em 10 de dezembro, data da Declaração Universal dos Direitos do Homem, às 20h, em Porto Alegre. O evento será transmitido ao vivo nas redes sociais do MDJH.
Que os compêndios escolares mostram que o território brasileiro – de Norte a Sul − vai do Oiapoque, ponto mais setentrional, no Amapá, ao Chuí, o mais meridional, no Rio Grande do Sul, todo mundo que fez pelo menos o primário sabe de cor e salteado. Ops!!! Vai, não, ia. Ou foi até que um dia o pernambucano Platão Arantes Teixeira, que se mudou de Recife para Boa Vista em 1993, resolveu mudar essa referência nos livros escolares.
Fotógrafo – dos bons, por sinal, com quem tive a satisfação de trabalhar –, enveredou-se pelas sendas da Geografia e da Geistoria e entre muitos cliques acabou se interessando por esse assunto − que, na sua opinião, era no mínimo bastante discutível − e que transformaria em reportagens e até em livro e vídeos. Um trabalho de fôlego, ao qual se dedicou de corpo e alma e ainda não plenamente satisfeito, teima em de continuar sua discussão.
Como tudo começou? Certa vez, no nosso primeiro encontro, Platão me afirmou taxativamente:
− O Brasil não começa no Oiapoque, começa do Monte Roraima.
Achei a pauta bastante interessante e creio que já tratei desse assunto aqui no Memórias da Redação. No entanto, mais recentemente, em nossa última conversa, garantiu-me que, para ele, o assunto ainda não está de todo encerrado. Mesmo depois de o Ministério da Educação reconhecer que o Brasil vai, sim, do Monte Caburaí ao arroio do Chuí e mandar corrigir a mancada histórica.
Por quê? – quis saber.
− Porque milhões de brasileiros ainda não sabem disso e milhares de livros de Geografia continuam chegando às salas de aula e às mãos dos estudantes sem resgatar a verdade e alterar definitivamente esse registro. Ou seja, mudar o ponto geográfico mais setentrional do território nacional do Oiapoque para o Caburaí.
Antes de terminarmos essa conversa ele me disse que me mandaria mais material sobre o assunto, inclusive detalhando a importância de seu trabalho nessa correção geográfica. Pois não demorou muito e então, para refrescar a memória de todos, principalmente dos responsáveis pela edição e publicação dos novos livros de Geografia, decidi retomar o assunto aqui neste J&Cia.
Platão insiste em manter a discussão, pois, como me reafirmou agora, “o verdadeiro extremo Norte do Brasil é o Monte Caburaí e ponto final. Apesar de já ter sido comprovado desde 1998 e depois oficializado pela Comissão Demarcadora de Limites Setor Norte e o Ministério da Educação ter determinado que fosse feita essa correção nos livros didáticos distribuídos nas classes escolares de todo o Brasil desde 2002, muitos os fizeram, mas outros não. Mesmo porque edições antigas seguem nas bibliotecas de muitas instituições de ensino, aquelas que, por alguma dificuldade, não conseguem renovar e atualizar essas edições. Por isso, esse fato ainda é desconhecido de muitos brasileiros, tendo em vista que as autoridades parecem não ter interesse em divulgá-lo”.
Na entrevista que me deu, Platão lembra ser o município de Uiramutã, onde o monte fica localizado, bastante pobre e distante dos grandes centros. Mesmo assim, conta que convenceu a Assembleia Legislativa de Roraima a entrar na discussão: “Na época, conseguimos que os deputados criassem o Dia Estadual do Caburaí, comemorado no dia 8 de setembro, conforme o leitor poderá constatar por meio de um vídeo que pode ser acessado pelolink”.
Mas Platão não ficou só nisso: “Para ajudar mostrar a grande dificuldade que enfrentamos nessa missão a fim de que todos os brasileiros saibam dessa comprovação, decidi compor letra e música – com arranjo e voz de Kleber Gomes −, conforme mostra o vídeo que pode ser acessado pelolink”.
Na época, ele era secretário de Meio Ambiente e Turismo do recém-criado município de Uiramutã. Também foi nomeado coordenador e relator desse projeto, e conta: “Mesmo sem recursos, organizei uma expedição ao monte e para isso busquei o apoio de diversas entidades. Como argumento usei o de que o objetivo principal era reunir condições a fim de que o monte fosse reconhecido como o verdadeiro extremo Norte do Brasil. Felizmente nosso grande objetivo foi alcançado e em 8 de setembro completamos 23 anos dessa comprovação”.
Enfim, ao ajudar a contar essa história escrita por Platão Arantes por meio de reportagens, livro e vídeos, meu objetivo é fazer com que os leitores deste Jornalistas&Cia conheçam um pouco mais desta região do Brasil amazônico. Cenário cinematográfico pelo qual me apaixonei desde o dia em que, deixando a redação do Estadão, em abril de 1984, me mudei para Boa Vista, a mais setentrional capital, do ainda Território Federal e hoje, graças à Constituinte de 1988, Estado de Roraima.
Ah, sim! Nesse mesmo encontro Platão Arantes me contou mais uma de suas façanhas: a de mostrar que Papillon, o lendário personagem da Literatura, cujo livro foi baseado na vida de um prisioneiro da Ilha do Diabo, na Guiana Francesa, é uma farsa. Vou contar tudo, com fotos e vídeos, numa próxima edição.
Plínio Vicente da Silva
A história desta semana é novamente uma colaboração de Plínio Vicente da Silva, assessor especial de imprensa e redator oficial do gabinete executivo da Prefeitura de Boa Vista.
Nosso estoque do Memórias da Redação acabou. Se você tem alguma história de redação interessante para contar mande para baroncelli@jornalistasecia.com.br.
Morreu nessa quarta-feira (29/9) Sérgio Mesquita de Barros, supervisor de eventos do Grupo Globo, aos 57 anos, vítima de um aneurisma. Muito querido pelos profissionais da emissora, ele recebeu diversas homenagens de colegas e amigos.
O narrador Luis Robertocomentou em suas redes sociais o último trabalho que fez com Sérgio, o Minuto Olímpico: “Que presente: foram 100 minutos olímpicos feitos com enorme carinho e capricho. (…) Esse vazio vai doer demais amigo! O Olimpo vai te receber! Lá é o seu planeta. Muito melhor que esse por aqui!”.
Na publicação, nomes como Jader Rocha, Everaldo Marques, Bárbara Coelho, Ana Thais Mattos, Fernanda Gentil e Tiago Medeiros também se despediram de Sérgio, carinhosamente chamado de Serginho.
O SporTV fez uma homenagem a ele, descrito como “um daqueles profissionais que trabalhavam por trás das câmeras, não era um rosto muito conhecido. Então, é justo que você, razão do trabalho do Serginho e do nosso trabalho, saiba que ele jogou demais”.
“Foi um craque, versátil como poucos”, diz a homenagem. “Serginho do futebol, do basquete, do vôlei, de todos os esportes, de Copas, Olimpíadas, Pan e Mundiais, até campeão mundial”, em referência ao fato de que ele foi assessor de imprensa na conquista do Campeonato Mundial Feminino de Basquete, em 1994.
Em seu Instagram, Galvão Bueno classificou Sérgio como um “profissional de raras qualidades e ser humano da mais alta linhagem”.
Está chegando ao final a votação para o primeiro turno da sexta edição do Prêmio Os +Admirados de Economia, Negócios e Finanças. O certame, que conta com patrocínio de BTG, Captalys, Deloitte, Gerdau e Telefônica | Vivo, apoio de divulgação do I´MAX e apoio institucional do IBRI, vai distinguir os +Admirados jornalistas e veículos em 14 categorias. O destaque para este ano fica por conta das categorias regionais, em que serão eleitos os jornalistas TOP 3 nas cinco regiões do País.
A cerimônia de premiação será em 30 de novembro. O evento terá formato hibrido, com um almoço presencial no hotel Renaissance, em São Paulo, e transmissão ao vivo pelo canal do Portal dos Jornalistas no YouTube. Desta forma, os premiados e convidados que não puderem comparecer terão a opção de assistir e participar da cerimônia em tempo real.
Para contribuir com seu voto basta acessar o link, preencher um breve cadastro (ou fazer login caso tenha votado) e indicar até cinco nomes por categoria. Importante ressaltar que não é necessário indicar em todas as categorias para validar sua participação.
Confira a seguir as categorias desta edição: Veículos (TOP 3) − Agência de Notícias, Canal Digital, Podcast. Programa de TV, Programa de Rádio, Site/Blog, Veículo Impresso e Veículo Impresso Especializado; Jornalistas Nacional (TOP 50); e Jornalistas Regional (TOP 3) − Centro-Oeste, Nordeste, Norte, Sudeste e Sul.
Estar aqui, hoje, celebrando 26 anos de Jornalistas&Cia, ainda em meio a uma pandemia que virou o mundo de cabeça para baixo − e sem que sequer tivéssemos a oportunidade, em 2020, de festejar nosso Jubileu de Prata (ainda vamos fazer uma celebração à altura) −, mais do que uma vitória profissional e empresarial, é fruto da dedicação e da resiliência de uma pequena e aguerrida equipe que, mesmo na adversidade momentânea da crise de saúde não se deixou abater, nem deu campo ao desânimo, mantendo-se unida, mente aberta e mangas arregaçadas.
Decidimos, neste especial de aniversário, fazer um mergulho no presente e no futuro tanto do jornalismo quanto de seus principais protagonistas, os jornalistas. Um mergulho ancorado no olhar e nas reflexões de alguns de nossos mais importantes dirigentes, líderes e estudiosos da atividade. Convidamos, para essa missão, nossa brava editora Cristina Vaz de Carvalho, que – há quase 26 anos ao nosso lado (desde os saudosos tempos de FaxMOAGEM) – saiu digitalmente em campo para ouvir Paulo Jerônimo, presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI); Maria José Braga, presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj); Marcelo Rech, presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ); Francisco Rolfsen Belda, presidente do Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo (Projor); Renata Cafardo, vice-presidente da Associação de Jornalistas de Educação (Jeduca); e Marcelle Chagas, coordenadora da JP − Rede de Jornalistas Pela Diversidade na Comunicação (também conhecida por Jornalistas Pretos). Um time de peso, diverso, intenso na defesa das boas práticas profissionais e das liberdades de imprensa e expressão e que têm a imensa responsabilidade de liderar e zelar por uma atividade que a cada dia mostra-se mais e mais essencial para a democracia e para a sociedade, sobretudo em tempos tão sombrios de fake news e violência verbal e física contra profissionais e veículos.
Esse, aliás, é um aniversário especial em que podemos, ao olhar para trás e mesmo para o futuro, celebrar feitos e planos, o que tem sido um estímulo para essa nossa agradável jornada com parcela crescente e qualificada do mercado jornalístico e da comunicação.
Abertas até 24/8 as inscrições para a terceira edição do FALA! Festival de Comunicação, Culturas e Jornalismo de Causa.
O Sesc São Paulo, em parceria com Ponte Jornalismo, Marco Zero Conteúdo, Alma Preta e 1 Papo Reto, realiza entre os dias 1º e 8 de outubro, o 2º FALA! – Festival de comunicação, culturas e jornalismo de causas. O evento, online, discutirá o papel do jornalismo em uma democracia, e a importância de tópicos como cultura, identidade e diversidade de linguagens no setor.
“Nós pretendemos discutir de forma mais aprofundada a relação entre arte, cultura e um jornalismo posicionado e comprometido com a diversidade e a pluralidade de vozes e corpos”, diz Laércio Portela, do portal Marco Zero e um dos idealizadores do FALA!. “É importante que construamos estes espaços de discussão para fortalecer o compromisso do jornalismo com a democracia, sem as meias-palavras e omissões do passado recente”
Relatório publicado este mês pelo Instituto Reuters para Estudos do Jornalismo mostrou que 78% dos brasileiros acreditam que os veículos de imprensa tentam esconder seus próprios erros. O índice é maior do que as taxas de Reino Unido (64%), Estados Unidos (59%) e Índia (55%). Apenas 20% dos participantes brasileiros acham que a mídia está disposta a reconhecer seus erros.
O estudo trabalhou com três empresas de pesquisa: Datafolha, no Brasil; Internet Research Bureau, na Índia; e Kantar, nos EUA e no Reino Unido. Foram entrevistadas aproximadamente 2 mil pessoas em cada país entre maio e junho.
“Descobrimos que os brasileiros são, em alguns casos, ainda mais céticos em relação aos jornalistas do que os entrevistados de outros países”, disse Camila Mont’Alverne, doutora em política e coautora do estudo, ao site LatAm Journalism Review. “Mesmo aqueles que geralmente confiam nas notícias suspeitam que os jornalistas tendem a encobrir seus erros”.
Outros dados relevantes da pesquisa são, por exemplo, que 44% dos brasileiros acreditam que os jornalistas provocam, de forma intencional, para chamar atenção para si mesmos; e 43% acham que a mídia tenta frequentemente manipular o público. Ambas as taxas são as maiores entre os quatro países pesquisados. Além disso, 36% dos brasileiros acreditam que os profissionais de imprensa são pagos por suas fontes, índice que fica atrás apenas da Índia, com 37%.
Em contrapartida, a maioria dos entrevistados em todos os países analisados acredita que os jornalistas rechecam de forma frequente as informações com várias fontes. No caso do Brasil, o índice é o segundo mais alto: 70%, atrás apenas da Índia, com 72%. A pesquisa também analisa os níveis de confiança em veículos brasileiros, tenta estabelecer um perfil do brasileiro que desconfia da imprensa, e apresenta algumas soluções para recuperar confiança na mídia.
Um levantamento inédito promovido pela Associação Brasileira das Agências de Comunicação (Abracom) e pela Mega Brasil Comunicação, e que contou com o apoio de J&Cia, revelou o tamanho real do mercado brasileiro de agências de comunicação corporativa. São 875 empresas em todo o País, com forte concentração no estado de São Paulo, que tem mais de 500 empresas em operação. Em seguida, com 70 agências, vem o Rio de Janeiro. Minas Gerais e Paraná destacam-se com mais de 40 agências, seguidos por Rio Grande do Sul, Bahia, Distrito Federal, Santa Catarina e Pernambuco, cada um com mais de 15 empresas.
A pesquisa foi realizada entre os meses de maio e agosto, com abordagens individuais por telefone e e-mail. A pesquisa contratada pela Abracom e pela Mega Brasil valeu-se de uma base de dados que cruzava os mailings da associação e da empresa, além dos cadastros de CNPJ e contatos levantados por meio de pesquisas na internet. Partindo de uma relação de mais de 1.200 CNPJs, a pesquisa adotou como critérios o retorno dado à abordagem com informações sobre a agência; a presença em canais na internet, como sites, blogs e perfis ativos nas redes sociais; e a existência legal da agência, com estrutura mínima de atendimento.
“Procuramos distinguir a ‘eugência’ − aquela iniciativa individual que um dia pode virar uma empresa de fato − das agências que têm sede, equipes de atendimento e uma carteira de clientes mais robusta”, afirma Eduardo Ribeiro, sócio da Mega Brasil Comunicação e diretor de J&Cia. “Esses dados vão nos ajudar a orientar a pesquisa sobre o mercado realizada pelo Anuário da Comunicação Corporativa”.
Para Daniel Bruin, presidente do Conselho Gestor da Abracom, “a pesquisa reforça o tamanho e a importância econômica do mercado brasileiro de comunicação corporativa. Temos agências em todas as regiões do País, atendendo a clientes dos mais variados segmentos e portes, mostrando que a nossa atividade, que fatura mais de R$ 3 bilhões por ano e emprega mais de 16 mil profissionais de alta qualificação, está presente na estratégia das organizações brasileiras”.
A pesquisa terá revisões periódicas para monitorar a movimentação de negócios do setor e manter o cadastro de empresas sempre atualizado. A relação completa das empresas que foram mapeadas e fazem parte deste primeiro censo estará disponível em breve nos portais das duas organizações que o realizaram.
A pandemia do coronavírus foi recebida como um evento de consequências catastróficas para o jornalismo. Mas apesar de ela ter agravado problemas anteriores da indústria de mídia e criado outros, a necessidade de informações confiáveis fez crescer a confiança na imprensa − e a desconfiança nas redes sociais − como fonte de notícias.
O mesmo pode acontecer agora com outro evento de consequências catastróficas, só que para o mundo: a mudança climática.
Assim como o jornalismo de qualidade provou-se essencial na crise de saúde pública, ele tem a oportunidade de reafirmar seu valor para a sociedade em um ano em que os efeitos do aquecimento global se tornam mais dramáticos. E que uma conferência global, a COP26, pode mudar o rumo dos acontecimentos.
O papel da imprensa na pandemia foi o tema do World News Day em 2020. Este ano a iniciativa celebrou nesse 28 de setembro a importância de notícias confiáveis para a solução do que muitos acreditam ser o maior desafio já enfrentado pelo planeta.
O World News Day começou no Canadá, criado por David Walmsley, editor-chefe do jornal The Globe and Mail, e foi abraçado por entidades do setor.
Na mensagem publicada no dia da comemoração, ele disse que a mudança climática virou um “futebol político”, com um embate entre diferentes pontos de vista. E que, embora seja essa a realidade e todos tenham direito a uma opinião,”os fatos são sagrados e não podem ser distorcidos”.
Essa é a missão que se coloca diante da imprensa nos próximos meses. A COP26, que acontecerá em Glasgow em novembro, desafiará governos e corporações a se comprometerem com medidas capazes de reverter o aquecimento global − muitas caras, contrárias a interesses comerciais e com potencial de ferir de morte algumas indústrias, como a dos combustíveis fósseis.
Assegurar a confiabilidade dos fatos e um debate racional, neutralizando o efeito de pressões políticas e setoriais e de radicalismos fora da realidade, pode fazer a imprensa consolidar a confiança conquistada na pandemia.
A coalizão global Covering Climate Now, da qual o MediaTalks faz parte, tem se empenhado em motivar jornalistas e redações a enfrentarem o que chama de momento histórico com uma cobertura “robusta e perspicaz”.
No mais recente guideline sobre como cobrir a conferência, a organização lembra que não há uma maneira única de contar a história do clima. E reconhece que cada redação é diferente.
Mas faz um apelo para que veículos de todos os tamanhos coloquem a COP26 na pauta, examinando as questões locais e ouvindo especialistas que possam explicar ao público como a emergência ambiental afeta ou pode vir a afetar cada comunidade.
Uma das questões levantadas é o conflito entre países ricos e pobres, que segundo o guia da CCNow limitou avanços em todas as reuniões da ONU sobre o clima desde a Rio92.
A organização defende que a mídia incorpore o conceito de justiça climática, demonstrando que os efeitos do aquecimento do planeta afetam mais os desfavorecidos. E sugere enfatizar que, se os países pobres não tiverem recursos para escolher um futuro de energia verde em vez de marrom, os ricos também sofrerão com a incidência cada vez maior de incêndios florestais, ondas de calor e enchentes.
David Wamsley bateu na mesma tecla em sua mensagem no World News Day. “É do interesse de todos os países trabalharem juntos para reduzir as emissões e apoiar mudanças industriais radicais que ajudarão toda a raça humana”, afirmou o fundador do WND.
Não vai ser fácil. Líderes globais de países importantes e afetados por eventos climáticos extremos já ensaiam não participar da COP26.
Esta semana, o primeiro-ministro da Austrália Scott Morrison sinalizou que não planeja viajar a Glasgow. Ele deu uma esnobada na conferência, dizendo a um jornal australiano que já viajou demais ao exterior este ano e passou muito tempo em quarentena.
A noticia repercutiu imediatamente na mídia global − um bom exemplo da tal cobertura “robusta e perspicaz” sugerida pelo CCNow.
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O canal Jovem Pan News, projeto da rádio na televisão, deve estrear em outubro, segundo publicação no LinkedIn de Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, o Tutinha, presidente da emissora. Ainda não há, porém, de acordo com ele, uma data de estreia definida.
“Já somos quase 500 funcionários”, escreveu Tutinha. “Montamos seis estúdios de TV, helicópteros, unidades moveis, estúdio em Brasília, correspondentes no exterior, comentaristas e novos apresentadores. Estamos prontos. Já temos a grade de programação e estamos finalizando a parte artística e técnica”.
Segundo informações de Flávio Ricco, do Portal R7, a TV Jovem Pan News já teria assinado com algumas operadoras a cabo, por exemplo a Claro, onde, segundo o colunista, assumirá o canal 576, próximo a BandNews e CNN Brasil. Os programas Jornal da Manhã, 3 em 1 e Os Pingos nos is são algumas das atrações que devem permanecer na grade. De acordo com Ricco, as faixas das 10h às 17h, noite e madrugada serão reformuladas inteiramente.