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segunda-feira, julho 14, 2025

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Manhattan Connection volta ao ar no final de março, no My News

Manhattan Connection volta ao ar no final de março, no My News

O programa Manhattan Connection voltará ao ar em 31 de março no canal My News, de Mara Luquet e Antônio Tabet, no YouTube. Comandado por Lucas Mendes e com Caio Blinder direto de Nova York, terá uma nova versão, que irá ao ar às quintas-feiras, a partir das 21 horas.

O programa estava fora do ar desde setembro do ano passado, quando o contrato com a TV Cultura foi encerrado por falta de financiamento. Foi exibido por 18 anos no canal GNT, por nove anos na GloboNews e quase um ano na Cultura.

Diogo Mainardi, que deixou o programa em maio de 2021 após xingar ao vivo um convidado, participará da edição de estreia, mas não tem previsão de voltar à bancada. Felipe Nunes, que participava da temporada na TV Cultura, continuará fazendo parte do elenco fixo, e Mara Luquet, sócia-fundadora do My News, atuará nos dois primeiros meses.

A nova versão será gravada em um estúdio da Associated Press em Nova York.

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Repórteres da Band são agredidos com bombas em Minas Gerais

Repórteres da Band Minas foram hostilizados e agredidos a bombas durante protesto de policiais de Minas Gerais, nessa quarta-feira (9/3). A repórter Laura França teve um trauma auditivo após uma bomba estourar ao seu lado na Praça da Estação.

“A explosão não me atingiu, porém como eu estava muito perto o barulho fez com que eu perdesse temporariamente a audição do lado direito, além da dor”, explicou Laura ao UOL. Ela estava acompanhada do cinegrafista Niconor Mendes.

O repórter Caio Társia, da Rádio Band News FM e TV Band Minas, também foi hostilizado e alvo de uma bomba lançada contra ele durante a cobertura do protesto em direção à Praça Sete, no centro de Belo Horizonte. Ele contou que a bomba explodiu a poucos centímetros: “Estou com bastante dor no ouvido direito, muita dor de cabeça, fui pro hospital e medicado por lá, agora vou ter que passar por alguns exames nos próximos dias”. Ele terá que ficar afastado do trabalho por causa do trauma auditivo.

Segundo informações da Bandeirantes, ambos os profissionais passaram por exames e tiveram perda temporária da audição, “sem lesões permanentes”. O Grupo repudiou o ocorrido e cobrou providências das autoridades responsáveis, destacando que, “além das bombas, vários policiais, contrariando decisão da Justiça, protestavam armados”. Colegas de profissão também se solidarizaram com os repórteres.

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo classificou o ocorrido como preocupante: “Além do flagrante e inconstitucional cerceamento à liberdade de imprensa, ataques dessa natureza colocam sob risco a integridade física e mesmo a vida de profissionais que apenas cumprem seu papel de informar”.

O Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais e a Federação Nacional dos Jornalistas escreveram que “é inaceitável que as forças de segurança do estado ajam com violência e hostilidade para impedir o trabalho da imprensa”.

Na semana do Dia Internacional da Mulher, um prêmio e muitos desafios para as jornalistas

Na semana do Dia Internacional da Mulher, um prêmio e muitos desafios para as jornalistas

Por Luciana Gurgel

Luciana Gurgel

A bravura de uma jornalista afegã acaba de ser reconhecida pela revista Time, que incluiu Zhara Joya, de apenas 29 anos, na lista das 12 Mulheres do Ano de 2022.

Ela enfrentou o extremismo do Talibã duas vezes. Na primeira, teve que se vestir de menino para estudar. Na segunda, exilou-se em Londres e daqui continua comandando seu site com notícias sobre a situação das mulheres afegãs, em um país onde o jornalismo foi dizimado.

É uma boa notícia que não compensa outras não tão boas assim nesta semana em que se comemora o Dia Internacional da Mulher.

A quantidade de mulheres jornalistas processadas, presas ou objeto de assédio online e offline cresce sem parar.

A Federação Internacional de Jornalistas publicou o resultado de duas pesquisas, feitas entre membros de sindicatos afiliados e profissionais de redação, constatando que há um longo caminho a percorrer para solucionar o problema do abuso online − e cobrou das empresas jornalísticas mais engajamento.

Enquanto isso, a ascensão profissional continua sendo uma barreira difícil de transpor.

O levantamento anual do Instituto Reuters para Estudos do Jornalismo deste ano mostrou queda de 1 ponto percentual na quantidade de mulheres como editoras principais nos veículos de maior circulação e audiência em vários países, incluindo o Brasil.

Apenas 21% dos 179 líderes nas 240 redações pesquisadas são mulheres, apesar de, em média, 40% dos jornalistas serem do sexo feminino, segundo o Reuters.

Em 11 dos 12 países pesquisados pelo instituto, homens mandam em mais da metade da grande mídia.

O Brasil foi um dos países que andou para trás. Jornalistas mulheres ocupavam 12% dos cargos de chefia há um ano, e agora detêm 7%.

Os resultados mostram que o acesso ao topo da cadeia de comando continua desigual, prejudicando carreiras.

Para a sociedade, o efeito é um noticiário editado majoritariamente por homens, sem as experiências de vida das jornalistas mulheres.

Isso não quer dizer que homens não tenham sensibilidade para tratar de questões que envolvem mulheres. Mas o equilíbrio de visões em decisões editoriais ajuda a oferecer ao público uma cobertura plural.

Os pesquisadores do Reuters afirmam que o ‘quem’ da frase ‘quem decide o que será notícia’ importa tanto na prática quanto simbolicamente.

“As pessoas que ocupam cargos de liderança na mídia exercem poder e influência, representando tanto sua organização em particular como a indústria como um todo. Elas moldam a cobertura e as redações.”

A pesquisa identificou uma grande variação de país a país na quantidade de pessoas que acessam notícias de veículos liderados por uma mulher. No Quênia, o percentual é de 81%. Na África do Sul é de 80%. Na outra ponta estão o Brasil, com 24%, e o Japão, com míseros 5%.

Nomeações de estrelas não refletem indústria

Ironicamente, algumas grandes redações globais nomearam mulheres para o comando em tempos recentes, dando a (falsa) impressão de que a situação mudara.

Foi o caso da Reuters, que entregou o bastão à italiana Alessandra Galloni. Além de ser a primeira mulher a liderar a agência de notícias britânica em 170 anos, ela não tem o inglês como língua materna.

O Washington Post escolheu Sally Buzbee como editora executiva, a primeira em 144 anos.

Na Associated Press, Daisy Veerasingham tornou-se CEO, em um triplo pioneirismo: é a primeira mulher, não branca e nascida fora dos EUA a dirigir a agência.

Em 2020, Roula Khalaf havia sucedido o lendário editor Lionel Barber no Financial Times.

Contudo, examinando um conjunto mais amplo de empresas, a realidade constatada pelo Reuters foi bem diferente: dos 51 novos editores nomeados em um ano, somente 23% eram mulheres.

Para quem estiver em busca de inspiração, os modelos a seguir são Espanha, Reino Unido e EUA.

Nos três mercados, a metade ou mais dos novos chefes de redação nos últimos 12 meses foram jornalistas do sexo feminino, uma prova de que é possível aumentar o equilíbrio e equalizar as oportunidades.


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Fenaj cria campanha virtual para homenagear mulheres que fizeram história no jornalismo

Brasil fica em penúltimo em ranking sobre desigualdade de gênero no jornalismo
A Comissão de Mulheres da Fenaj homenageou profissionais da categoria que foram pioneiras no feminismo e no Jornalismo.

Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher (8/3) a Comissão de Mulheres da Fenaj homenageou com uma campanha virtual profissionais da categoria que foram pioneiras no feminismo, no Jornalismo, no sindicalismo e na luta por direitos.

A trajetória delas foi abordada em oito cards que começaram a ser divulgados na última terça-feira (8/3) através das redes sociais. O objetivo da Comissão é demonstrar para a categoria e para a sociedade que a luta das jornalistas não é recente e que só se tornou possível pela atuação individual de mulheres muitas vezes invisibilizadas nas narrativas predominantemente masculinas.

As homenageadas são: Nísia Floresta, primeira mulher a publicar textos em jornais no País e que também atuou como educadora, escritora e poeta, além de defensora dos ideais abolicionistas, republicanos e feministas; Josephina Álvares de Azevedo, fundadora de A Família, em 1888, periódico que tinha como objetivo a educação e os direitos das mulheres; Júlia Medeiros, pioneira no jornalismo, na educação e na política, que teve participação destacada na vida pública e na política do Rio Grande do Norte; Almerinda Farias Gama, uma das primeiras mulheres negras a atuar no sindicalismo e na política, numa época em que o machismo e o racismo eram ainda mais escancarados; Antonieta de Barros, primeira deputada estadual negra eleita no Brasil e também a primeira deputada mulher em Santa Catarina; Eneida de Moraes, repórter e cronista autora de 11 livros, um deles, História do carnaval carioca,  primeira grande obra sobre o assunto; Patrícia Galvão; presa política 23 vezes, musa do Modernismo, romancista, poetisa, desenhista, militante política e produtora cultural; e Beatriz Nascimento, mulher negra que atuou na imprensa e no movimento negro, mas teve sua trajetória pessoal e profissional interrompida por um feminicídio.

Para Samira de Castro, segunda vice-presidenta da Fenaj e integrante da Comissão de Mulheres, essa é uma maneira de “promover um resgate histórico dessas companheiras e celebrar a memória das que vieram antes de nós, ajudando a construir o Jornalismo e a luta por igualdade de direitos entre homens e mulheres”.

Dulce Tupy, representante do Sindicato dos Jornalistas do Estado do Rio de Janeiro na Comissão, foi responsável pela pesquisa biográfica que acompanha cada publicação.

Leia também: Agência IS é referência em ações de impacto social

Ex-deputado federal ameaça jornalistas e quebra câmera no Maranhão

Ex-deputado federal ameaça jornalistas e quebra câmera no Maranhão

O ex-deputado federal cassado Paulo Marinho ameaçou na semana passada uma equipe de reportagem do Sistema Guanaré de Comunicação, afiliada da RedeTV no interior do Maranhão, que apurava uma denúncia de que Marinho teria agredido uma funcionária pública no prédio da Secretaria Municipal de Finanças, Planejamento e Administração. Testemunhas gravaram o ocorrido em Caxias (MA).

A repórter Mari Barros e o repórter cinematográfico Romualdo de Oliveira foram ameaçados com gritos e xingamentos na tentativa de os intimidar. Em seguida, Marinho pegou a câmera da equipe, que estava presa em um tripé, e a jogou no chão. Segundo o Sistema Guanaré de Comunicação, a emissora gastará cerca de R$ 40 mil para substituir o aparelho danificado. A produtora Daniele Damasceno acompanhava a equipe na ocasião e também presenciou o ataque.

A servidora pública Aida Morais Aragão, que teria sido agredida pelo ex-deputado, registrou boletim de ocorrência, afirmando que foi difamada com os termos “corrupta” e “prevaricadora”. O Sistema Guanaré de Comunicação também registrou boletim de ocorrência.

O blogueiro Marcos Silva, da cidade de Codó (MA), noticiou as agressões de Marinho contra mulheres no prédio da repartição pública. Após a publicação da reportagem, o ex-deputado ameaçou o jornalista. No WhatsApp, o político disse que Silva se arrependeria de ter publicado a matéria.

Em nota, Soyara Almeida, diretora de Jornalismo do Sistema Guanaré de Comunicação, escreveu que “essa não é a primeira vez que esse mesmo cidadão agride a imprensa. Essa retórica não impedirá o trabalho legítimo da imprensa. É dever do jornalismo profissional cobrir os fatos, sejam eles quais forem”.

Procurado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Marinho não havia se posicionado sobre o ocorrido até a publicação desta nota.

Estudo revela que 127 jornalistas e meios de comunicação foram vítimas de ataques de gênero em 2021

Segundo o levantamento, 127 jornalistas e meios de comunicação foram alvos de 119 casos de violência de gênero.
Segundo o levantamento, 127 jornalistas e meios de comunicação foram alvos de 119 casos de violência de gênero.

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) divulgou nessa terça-feira (8/3) um estudo inédito sobre violência de gênero contra jornalistas, realizado com apoio do Global Media Defence Fund, da Unesco, em 2021. Segundo o levantamento, 127 jornalistas e meios de comunicação foram alvos de 119 casos de violência de gênero, dos quais mulheres jornalistas (cis e trans) representam 91,3% das vítimas.

O relatório Violência de gênero contra jornalistas aponta ainda que, em 2021, profissionais da imprensa e veículos foram alvos de 45 ataques direcionados, utilizando gênero, sexualidade ou orientação sexual como argumentos para a agressão. “Discursos estigmatizantes”, narrativas que utilizam agressões verbais com o intuito de hostilizar e descredibilizar jornalistas, representam 75% dos episódios identificados pela Abraji.

Outro dado revela que 71,4% dos insultos tiveram origem ou foram repercutidos em ambientes virtuais, como a rede social Twitter. Os principais agressores identificáveis foram homens, correspondendo a 95% dos abusos dentro e fora da internet.

O relatório da Abraji monitorou redes sociais como propagadoras de agressões a profissionais de imprensa e registrou 57 ataques sistemáticos envolvendo usuários. Dentro da análise, constatou-se que 59,9% dos casos de discursos estigmatizantes foram iniciados por publicações de autoridades de Estado e outras figuras proeminentes no campo político brasileiro. Como reflexo, em 60% dos alertas, a vítima cobria ou comentava questões relacionadas a política. Confira a íntegra.

Leia também: Agência IS é referência em ações de impacto social

Terra lança hub de conteúdo para debater diversidade

Terra lança hub de conteúdo para debater diversidade

O portal Terra está lançando o Terra Nós, nova vertical da empresa para debater temas relacionados à diversidade e despertar reflexões para combater discriminações. Priorizando um jornalismo plural, inclusivo e acessível, o hub de conteúdo pretende dar visibilidade a pautas de pessoas que sofrem discriminação por serem quem são.

O projeto abordará os desafios diários de grupos discriminados, com foco em mulheres, pessoas negras, indígenas, pessoas com deficiência, LGBTQIAP+ e 50+. Claudia Caliente, diretora do Terra, explica que a ideia é “amplificar o que se fala sobre o tema, com a promoção de debates profundos, que levem à reflexão sobre os preconceitos e que contribuam para que as pessoas falem disso com propriedade em qualquer conversa, seja em família ou amigos”.

Formado por um grupo representativo de colunistas ligados à diversidade, Terra Nós terá forte presença nas redes sociais, com conteúdos escritos, artigos, vídeocolunas, webséries, stories e podcasts. Entre os colunistas estão Txai Suruí, fundadora do Movimento da Juventude Indígena de Rondônia; as escritoras Cris Guerra e Joice Berth; o influenciador digital Luã Andrade, criador da página Escurecendo Fatos; Márcia Rocha, primeira advogada trans a ter o nome social reconhecido pela Ordem dos Advogados do Brasil; e Natália dos Santos, primeira apresentadora de TV com deficiência visual do Brasil.

Morre Erno Schneider, autor de fotos que contaram a História do Brasil

Morre Erno Schneider, autor de fotos que contaram a História do Brasil

O fotojornalista Erno Schneider morreu no Rio em 8/3, aos 85 anos, vítima de uma queda em sua residência. O sepultamento ocorreu à tarde, no cemitério São João Batista, em Botafogo.

Nascido no interior do Rio Grande do Sul, foi ainda jovem para Porto Alegre e começou a trabalhar no jornal O Clarim, de Leonel Brizola. Já no Rio, no Jornal do Brasil, fez a foto que o consagrou – o então presidente Jânio Quadros com as posições dos pés trocados – e lhe valeu o Esso de Fotografia de 1962. Símbolo da indefinição do governo na época, foi uma das muitas imagens que marcaram nossa História.

Entre 1964 e 69, chefiou, com grande repercussão, o departamento fotográfico do Correio da Manhã até o estrangulamento do jornal pelo regime militar. Então, convidado pelo próprio Roberto Marinho, foi ser editor de Fotografia de O Globo, e lá permaneceu por várias décadas.

Alemão, como era carinhosamente chamado pelos colegas e como aparece em seu perfil publicado pela Arfoc, foi responsável pela formação de gerações de fotojornalistas e definia assim a profissão: “Fotografia tem de ser na rua. Sentir as coisas, sentir a vida. Olhar, principalmente olhar. Você tem que observar muito bem. Tem de ser o grande observador. Observar e clicar”.

Meio & Mensagem anuncia novas marca e projeto gráfico

Meio & Mensagem anuncia novas marca e projeto gráfico

Em comemoração às 2.000 edições impressas, o Meio & Mensagem anunciou na segunda-feira (7/3) nova marca e uma reformulação do projeto gráfico, elaborados pela equipe de Ana Couto, atuando de forma cocriativa com o time executivo do M&M.

Com a nova marca, o veículo assume a tagline “Informa, inspira e conecta”. Além disso, o “&”, que antes era muito característico e com o tempo tornou-se comum, tem agora mais personalidade e é o elemento identificador visual de Meio & Mensagem.

Outro objetivo é consolidar a empresa como hub multiplataforma de conexão da indústria de comunicação, marketing e mídia. Fundado em 1978, o veículo, antes impresso e quinzenal, expandiu significativamente sua atuação nos meios digitais, com vídeos, podcasts, eventos, entre outros. A ideia é fazer com que as pessoas não pensem apenas no impresso, mas em toda a atuação multiplataforma.

Marcelo de Salles Gomes, presidente do Meio & Mensagem, destaca justamente esse crescimento no digital: “Chegou a hora de entendermos a organização da marca para que todas as plataformas possam beber um pouco do que é Meio & Mensagem e também alimentar a marca. Quando falamos de Meio & Mensagem, não tem que vir à lembrança das pessoas somente o jornal impresso, mas toda essa presença multiplataforma. Buscamos entender qual é o propósito dessa marca, qual é a linguagem e o tom numa conversa. Propósito não se inventa, você tem que descobrir e, ao perguntar o que o mercado perderia se Meio & Mensagem não existisse, descobrimos que perderia a conexão, além da informação”.

Já o novo projeto gráfico foi desenvolvido seguindo as diretrizes da marca elaborada por Ana Couto. a nova paleta de cores estará presente na edição semanal, nas versões impressa, para aplicativo mobile e para acesso via acervo do site, nas plataformas digitais, nos conteúdos audiovisuais e na comunicação visual dos eventos. Leia mais sobre as novidades.

Agência IS é referência em ações de impacto social

Agência IS comunica o que ações de impactos sociais produzem e dá voz a empreendedores periféricos e marginalizados.
Agência IS comunica o que ações de impactos sociais produzem e dá voz a empreendedores periféricos e marginalizados.

Diante da necessidade de comunicar o que ações de impactos sociais produzem e de dar voz a empreendedores periféricos e marginalizados, Tássia Di Carvalho criou em 2016 a IS, primeira agência de comunicação do País voltada exclusivamente a atender a esse público. “É uma transferência monetária de nós, para nós, e por nós“,  afirma.

Tassia Di Carvalho – CEO da IS

Formada em Jornalismo e em Publicidade e Propaganda, hoje com dois MBA em andamento, a empresária comanda a agência que já atendeu clientes da Alemanha, EUA, Reino Unido, Nigéria e Noruega, com demandas de ações de impacto social. A equipe conta com Bruno Simões, em fotografia, filmagem, logística e também motorista; Beatriz Nóbrega, jornalista com MBA em Redes Sociais em andamento; e Mário Grave, também fotógrafo.

Em conversa com o Portal dos Jornalistas, Tássia explicou que a ideia de criar uma empresa que atende a iniciativas que mudam vidas veio principalmente de suas experiências pessoais: “A gente percebe que muita gente tem um preconceito muito grande com favelas e periferias, por isso que eles me procuram também. Eles sabem que sou uma mulher preta, periférica, então sabem que tenho um olhar e uma percepção diferenciados”.

Confira a entrevista com Tássia Di Carvalho na íntegra:

Portal dos Jornalistas: Como surgiu a ideia de criar uma agência para entender empresas que trabalham com ações sociais?

Tássia Di Carvalho: Sempre trabalhei com ações de impacto social. Eu mesma sou fruto de projetos sociais que mudaram totalmente a minha perspectiva de vida quando era criança.

Quando eu tinha mais ou menos cinco anos de idade, fui tirada da escola para poder cuidar dos meus irmãos mais novos pra minha mãe poder ir trabalhar e a gente poder ter o que comer. Minha mãe não tinha com quem nos deixar e aí mudamos de cidade. Quando nos mudamos, lá no bairro em que a gente morava, muito próximo à nossa casa tinha uma creche comunitária. Foi o primeiro projeto social com que tive contato. Isso me tirou de quase dois anos fora da escola, porque fui retirada aos cinco e só retornei aos oito.

O último trabalho que tive antes de empreender foi no jornal O Dia, onde cheguei a ser colunista. Fui repórter antes disso também, cobria o lado positivo de favelas e periferias. Então, escrevia sobre direitos humanos, pautas raciais, pautas de igualdade, muitos projetos sociais, muitas lideranças comunitárias, muito protagonismo local, eu cobria tudo isso. Infelizmente, o jornal fez uma demissão em massa e eu saí nessa leva.

Bateu aquele primeiro desespero: “O que eu vou fazer?”. Depois bateu o segundo desespero: “O que os projetos sociais que eu coloco nas páginas do jornal vão fazer? Ninguém vai saber deles”.

Portal dos Jornalistas: A partir daí, quais foram e quais são as principais dificuldades encontradas pelos clientes e que a agência busca solucionar?

Tássia Di Carvalho: A maior necessidade com que nos deparamos foi em relação a assessoria de imprensa, e ainda é até hoje. Geralmente, não buscamos os clientes, eles é que nos buscam porque acabamos nos tornando uma referência pelo Brasil e até em outros países.

A principal dificuldade dos clientes é que eles têm iniciativas incríveis e ninguém conhece, ninguém sabe o que está acontecendo naquele lugar. Às vezes, quem mora ali dentro também não sabe o que está acontecendo, e a gente vê uma dor nas pessoas por ninguém saber que aquilo ali existe e existe dentro daquele território.

No início achávamos que essa dor era só de projetos sociais. Mas não é, essa dor é de ações de impacto social, de todos os perfis, de todos os tamanhos.

Portal dos Jornalistas: Recentemente, a IS ampliou o leque de serviços, passando a oferecer mais opções aos clientes. De onde surgiu essa necessidade? Vocês viam que os clientes precisavam de apoio também em outras esferas da comunicação?

Tássia Di Carvalho: Dos próprios clientes mesmo! A gente acabou fazendo muita coisa por demanda, apesar de eu ter me formado em mídias sociais em 2014, quando abri a agência, em 2016, eu já tinha MBA nessa área, mas só fui começar a oferecer mesmo os serviços em 2017, porque os clientes estavam procurando.

Começamos a trabalhar com gerenciamento de mídias sociais porque era essa a demanda. Foram aparecendo também outros tipos de demandas, que não eram somente de mídias sociais.

A gente não se encara ainda como um site de produção de vídeo, mas trabalhamos muito com a parte de produção de conteúdo, estamos partindo pra essa parte de audiovisual também. Estamos percebendo um caminhar para chegar em um caminho em que vamos nos dividir entre produção de conteúdo tanto por vídeo quanto por podcast.

Estamos planejando fazer um podcast da Agência IS ainda para este ano, e isso vai se dar através do Periférico, que é um site sobre notícias, sobre empreendedorismo periférico, voltado para pessoas de periferia. A ideia é que futuramente o Periférico possa ser um hub de informações e também de cursos.

Portal dos Jornalistas: Como uma boa produção de conteúdo e um bom marketing impactam diretamente a forma de o mundo ver essa população?

Tássia Di Carvalho: Impactam em tudo, impactam muito. Porque percebemos que muita gente tem um preconceito muito grande com favelas e periferias. Por isso eles também me procuram. Sabem que sou uma mulher preta, periférica, então sabem que tenho um olhar e uma percepção diferenciados.

Depois que criei a primeira, outras agências vieram nesse caminho, e tá tudo bem. Pessoas de favelas começaram a criar agências porque é uma necessidade de visibilidade e de transferência monetária de nós, por nós, e pra nós, é uma necessidade de deixarem de ser invisibilizados e de terem seus territórios mostrados na televisão e na mídia só como um celeiro de bandidos.

Favelas e periferias não são isso, 99% das pessoas que estão lá não são bandidos. Quando você vê na mídia, eles só retratam o bandido. A gente consegue inserir a favela em todos os cantos possíveis e imagináveis.

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