Equipes da TV Bandeirantes e da Folha de S.Paulo foram as vencedoras do 5º Prêmio CICV de Cobertura Humanitária, do Comitê Internacional da Cruz Vermelha. O Portal Metrópoles e o TAB UOL receberam menção honrosa.
Em CICV Humanitária Nacional a reportagem vencedora foi Inocentes Presos, da Folha de S.Paulo, assinada por Artur Rodrigues, Rogério Pagnan, Rubens Valente Soares, Henrique Santana, Karime Xavier, Luciano Veronezi, Rogerio Andriotti Luiz e Thiago Almeida. Mortes Invisíveis, do TAB UOL, recebeu menção honrosa.
E na categoria ACNUR de Proteção a Refugiados e Apatridia o vencedor foi novamente Yan Boechat, da TV Bandeirantes, com a série de reportagens Rota de Fuga.
A cerimônia de entrega do prêmio será no espaço Reserva Cultural, em São Paulo, em 11 de agosto. No evento, fechado para convidados, haverá também uma roda de conversa com os vencedores.
João Caminoto colocou no ar seu novo projeto, Curto News, plataforma que tem o objetivo de “informar rapidamente” seus leitores sobre diversos temas. Ela já está disponível, como um pré-lançamento, em versão beta, e deverá operar por completo em breve. Caminoto atuará como diretor-geral.
O Curto News traz notícias de diversos assuntos. Ao clicar em um texto, o leitor tem acesso a um resumo em apenas um parágrafo da notícia, com os principais pontos do assunto. Se quiser ler mais, pode clicar em “quero saber mais” para acessar um texto mais longo e completo.
Para Caminoto, o Curto News foi feito com base na constatação de que a maioria dos brasileiros valoriza informação de qualidade, mas acaba encontrando dificuldades para acessá-la onde e quando quiser. O nome Curto News refere-se à possibilidade de oferecer aos leitores uma forma de se informar rapidamente.
“Mas aqueles − que esperamos sejam a maioria − que não se contentam com a versão curta da notícia podem expandir seu interesse através de nosso conteúdo próprio e da imensa e rica biblioteca virtual oferecida pela internet, por nossa curadoria”, explicou.
Caminoto dirigiu o Jornalismo do Estadão e trabalhou em veículos como Folha de S.Paulo, BBC, e nas revistas Época e Veja.
Há tempos a BBC vem enfrentando uma sucessão de crises que pode ser metaforicamente comparada a uma pessoa se debatendo em uma ressaca no mar, surpreendida por uma nova onda quando parecia ter se livrado da última.
O anúncio de um investimento de £ 1 bilhão em um sistema de pesquisas internas fornecido por uma empresa do Vale do Silício, feito em meio a um corte de verbas e de cabeças, tinha poucas chances de escapar incólume.
Na verdade, a corporação não precisa gastar tanto para descobrir o grau de insatisfação e os motivos para ela.
Um deles é uma situação que remete ao maior escândalo da BBC em seus100 anos, o caso Jimmy Saville.
O apresentador era uma celebridade internacional, mas escondia um lado negro de predador sexual que só veio a público depois de sua morte, em 2011. A rede foi acusada de não ter tomado providências quando alertada, por medo do escândalo ou para não perder sua estrela.
O Saville versão 2022 é o apresentador da rádio BBC Tim Westwood, de 64 anos, DJ de um programa de hip hop da Radio 1 entre 1992 e 2017. Ele era do elenco quando a farsa Saville foi desvendada.
Tim Westwood (Crédito: BBC)
Em abril, uma investigação do The Guardian e da própria BBC revelou sete acusações de assédio sexual. As mulheres, todas negras, eram artistas aspirantes atraídas por Westwood em busca de uma oportunidade. Uma tinha 14 anos.
O enredo é o mesmo de casos semelhantes, envolvendo convite para encontros “profissionais” em hotéis e abusos físicos. As mulheres contaram suas histórias em um documentário exibido pela BBC3, com o sugestivo nome de Abuso de Poder.
Pior do que uma crise é uma crise mal gerenciada. Quando o caso explodiu, o diretor-geral da BBC, o experiente jornalista Tim Davie, disse não haver evidências de reclamações anteriores. Na primeira semana de julho, admitiu que pelo menos um dos casos tinha sido denunciado à polícia.
Seja por desconhecimento − o que é difícil crer em se tratando da gravidade do tema − ou por uma esperança vã de que a crise fosse embora, a posição soou como tentativa de acobertamento.
Também é questionável tentar amenizar sob o argumento de que os abusos não ocorreram dentro da BBC ou com funcionárias, como fez a corporação.
Mesmo que tivessem ocorrido em contextos pessoais, já seria motivo para avaliar se tal funcionário era digno de continuar na equipe. Assédio e abuso sexual são crimes.
E nem foi o caso. Os episódios tinham relação direta com a posição profissional de Westwood. Por isso, nas redes sociais muita gente pede investigação sobre a conduta da rede.
Para quem (como eu) admira a história e a competência da BBC, entristece e preocupa ver situações como essas justamente quando o governo de Boris Johnson segue com o plano de corte de verbas e de poder.
Elas dão alimento para os que sonham com uma rede pública a serviço do governo, ou gostariam que o jornalismo defendesse suas visões políticas e de mundo.
O caso Saville parece não ter ensinado muito à BBC sobre como lidar com a crise de Tim Westwood, nem durante nem depois. E não é a única crise do momento.
Na semana passada a rede teve que se desculpar e indenizar a ex-babá de William e Harry por acusações de que teria tido um romance com o príncipe Charles, feitas na época da famigerada entrevista com a princesa Diana.
Talentos como Emily Maitlis, que fez a entrevista com o príncipe Andrew dentro do Palácio de Buckingham sobre o escândalo de assédio sexual, estão indo embora.
O relatório anual dos maiores de salários foi criticado pelos valores e por alguns aumentos em tempos de crise.
Este mês, os jornalistas foram informados de um plano de cortar £ 8 milhões por meio da fusão dos canais de notícias britânicos e internacionais da BBC e redução da cobertura doméstica.
Uma pesquisa interna vista pelo The Times apontou que menos da metade da equipe se disse animada com o futuro da BBC. E 25% dos funcionários nem se deram ao trabalho de responder. O contrato com a empresa americana teria como objetivo aumentar a taxa de respostas. Será que precisa?
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Foi ao ar nesta quarta-feira (27/7) o primeiro episódio do videocast #diversifica. Na estreia, Luana Ibelli, apresentadora e coordenadora editorial do hub de Diversidade, Equidade & Inclusão (DEI) do Portal dos Jornalistas, conversou com Caê Vasconcelos, primeiro jornalista transgênero da história da ESPN Brasil.
Em pouco mais de uma hora de bate-papo, ele falou sobre os desafios de sua transição – ocorrida já como profissional formado –, os obstáculos que uma decisão como essa podem impor na carreira de um jornalista e os preparos necessários para que uma redação possa acolher da melhor forma possível profissionais LGBTQIA+. Ele também trouxe alguns pontos cruciais para um jornalismo mais inclusivo, como dicas de abordagem durante a produção de reportagens e o que evitar para que a busca por diversidade nas redações não se torne apenas ações pontuais de oportunidade.
A entrevista faz parte do especial Subjetividades, iniciativa que contará com a participação de seis jornalistas para discutir a diversidade na profissão sob a ótica de cada um. Toda quarta-feira será publicado um episódio inédito no YouTube do Portal dos Jornalistas e nos principais tocadores de podcast. E em 31 de agosto, uma edição especial de Jornalistas&Cia trará um resumo com as principais discussões levantadas durante os bate-papos.
Confira a programação completa:
27/7 – Caê Vasconcelos, da ESPN Brasil (LGBTQIA+)
3/8 – Jairo Marques, da Folha de S.Paulo (Pessoas com Deficiência)
10/8 – Luciana Barreto, da CNN Brasil (Negritude)
17/8 – Nayara Felizardo, do The Intercept Brasil (Territórios)
24/8 – Luciene Kaxinawá, da Amazônia Real (Indígenas)
31/8 – Erick Mota, do Regra dos Terços (Neurodivergência).
Vale lembrar que o #diversifica é um dos 15 projetos brasileiros selecionados pelo Programa Acelerando a Transformação Digital, financiado pelo Meta Journalism Project, com o apoio de Associação de Jornalismo Digital (Ajor) e Internacional Center for Journalists (ICFJ). Apoiam a iniciativa Rádio Guarda-Chuva, Imagem Corporativa, Énois Conteúdo e Oboré Projetos Especiais. O episódio de estreia sobre a temática LGBTQIAP+ teve patrocínio do Itaú. Empresas interessadas em associar sua marca podem obter mais detalhes com Fernando Soares ([email protected]) ou Vinicius Ribeiro ([email protected]).
A Associação de Jornalismo Digital (Ajor) será anfitriã de uma mesa sobre novos produtos jornalísticos no 17º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). A mesa será realizada na versão presencial do evento, em 6 de agosto, às 11h30, na Faap (SP).
No encontro Pensando e lançando um produto jornalístico: 5 casos de sucesso, integrantes de veículos membros da associação falarão sobre como idealizaram novos produtos jornalísticos. Com moderação de Natalia Viana, presidente da Ajor e cofundadora da Agência Pública, a mesa será composta por Elaine Silva, cofundadora e CEO do Alma Preta; Carol Monteiro, cofundadora do Marco Zero Conteúdo; Rogerio Galindo, fundador do Plural; Vitor Conceição, CEO do Meio; e Paty Gomes, diretora de produto do Jota.
Sobre os projetos:
O Alma Preta lançou, em 2020, a Black Adnetwork, projeto que conecta marcas a influenciadores negros.
O Marco Zero Conteúdo lançou em 2021 dois produtos: o Mapa da Mídia Independente e Popular de Pernambuco e o aplicativo Lume, ferramenta que traz uma curadoria de conteúdos adaptados para pessoas cegas e com baixa visão.
O Plural (Curitiba) criou uma loja virtual, que tem parcerias com o comércio local, para diversificar suas fontes de receitas.
O Meio investiu em seu canal no YouTube, que já alcançou 130 mil inscritos. Nesta semana, estreou o programa Mesa do Meio, que traz entrevistas com nomes relevantes da política nacional.
E o Jota está criando ferramentas de análise política e jurídica, como o Aprovômetro, que estima chances de aprovação de propostas em tramitação no Congresso com base em dados e inteligência artificial.
Levantamento do Poder360 mostrou que a versão impressa de jornais brasileiros segue a tendência de queda. Todas as 15 publicações tradicionais escolhidas pela pesquisa registraram queda de circulação em suas versões impressas no primeiro semestre de 2022.
Segundo dados do Instituto Verificador de Comunicação (IVC), somadas, as publicações tiveram um total de quase 434 mil exemplares, o que representa uma retração de 7,7% em relação a dezembro de 2021. Para efeito de comparação, em 2015, há sete anos, o total era de 1.335.373 exemplares.
Entre os impressos, o jornal mineiro Super Notícia foi o que teve maior tiragem, fechando o 1º semestre de 2022 com a média de 70.570 exemplares e queda de 8,5% em relação a dezembro de 2021. Na sequência aparecem O Globo (65 mil exemplares e retração de 2,9%), Estadão (quase 64 mil exemplares e retração de 9,6%), e Folha de S.Paulo (com quase 56 mil exemplares e retração de 15,6%, a maior detectada).
Em relação à circulação digital, o resultado foi mais equilibrado, com algumas publicações aumentando seu número de assinantes e outros em retração. O Globo lidera a lista, com pouco mais de 302 mil assinaturas digitais pagas e uma retração de 1,1%. A Folha também teve 1,1% de queda, e em 2022 tem cerca de 296 mil assinaturas digitais.
A pior retração foi do Extra, de quase 72%, passando de pouco mais de 6 mil assinaturas em 2021 para menos de duas mil no primeiro semestre de 2022. Já o jornal mineiro O Tempo avançou 105,6%, passando de 27 mil para 56 mil assinaturas digitais.
Na somatória de ambas as versões digital e impressa, o total chega a aproximadamente 1.530.000, com O Globo, Folha e Estadão no Top 3, e O Tempo (+69,5%) e Zero Hora (+16%) com os maiores avanços.
Para o Poder360, os número mostram que “a indústria de mídia tradicional no Brasil segue ainda sem uma solução definitiva para seu modelo de negócios. A queda na circulação impressa era esperada. É algo inexorável. No caso da versão digital, os números seguem modestos para garantir uma velocidade de cruzeiro do ponto de vista financeiro”.
O radialista Paulo Ricardo Ferreira, de 35 anos, foi encontrado morto no domingo (24/7), com sinais de violência, ao lado de um carro incendiado. Ele atuava na Universidade do Contestado (UNC), em Canoinhas, no norte de Santa Catarina. O velório foi nesta segunda-feira (25/7), na Capela Municipal de Três Barras.
A polícia encontrou o veículo já incendiado, batido e dentro de uma vala. O corpo de Ricardo estava a oito metros do carro, sem queimaduras, mas com ferimentos no corpo e na cabeça. Uma pedra ensanguentada também foi encontrada no local. A Polícia Militar e a Polícia Civil foram acionadas.
Em Canoinhas, Paulo era conhecido como “Paulinho da Rádio UNC” e, por colegas de trabalho, como uma pessoa carismática, inteligente e alegre. Nas redes sociais, descrevia-se como “radialista, colunista, ensaísta, filho querido e um partidão”.
A Universidade do Contestado lamentou a morte de Paulo e solidarizou-se com família e amigos: “Estamos em estado de choque”, diz a postagem.
Colegas de trabalho também publicaram homenagens ao jornalista. Um deles, do Canoinhas Online, escreveu que Paulo tinha “habilidade ímpar de falar sobre a política, com sua paixão pela boa música e pela facilidade de fazer novos amigos, deixará eternas saudades”. Outra amiga publicou que “gostaria de entender os motivos, um cara tão gente boa, com tanto futuro, tanto pra brilhar, tanto pra compartilhar”.
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), será entrevistado no 17º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). A entrevista será realizada na versão presencial do evento, em 5 de agosto, das 11h30 às 13 horas.
A conversa com o ministro será conduzida por especialistas em desinformação, política, eleições e ameaças à democracia: Cristina Tardáguila, diretora de Programas do ICFJ e fundadora da agência de checagens Lupa; Daniela Lima, apresentadora da CNN Brasil; Luciana Garbin, coordenadora do LabJor Faap e editora executiva do Estadão; e Patricia Campos Mello, repórter especial da Folha de S.Paulo e diretora da Abraji.
Para Katia Brembatti, vice-presidente da Abraji, “em 2022, essa discussão é mais do que necessária, com recorde de ameaças à imprensa, ataques aos profissionais, tentativas de cerceamento dos direitos constitucionais de apurar e publicar o que é de interesse público, e, claro, a disseminação em larga escala de conteúdo enganoso”.
Interessados em cobrir a entrevista com o ministro e outros eventos do Congresso devem solicitar o credenciamento de imprensa pelo e-mail [email protected].
O Congresso da Abraji acontece de forma mista, de 3 a 7 de agosto, com quase 100 atividades e mais de 200 palestrantes. Nos dias 3 e 4 de agosto, será realizada a parte online e gratuita do evento, e em 5, 6 e 7 de agosto, a versão presencial e paga, na Fundação Armando Alvares Penteado (Faap), em Higienópolis, São Paulo.