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terça-feira, junho 10, 2025

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Quatro pré-candidatos à presidência bloquearam jornalistas no Twitter

Abraji registra 385 bloqueios de autoridades a jornalistas no Twitter

Segundo monitoramento da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), dos nove presidenciáveis nas eleições deste ano, quatro bloquearam ao menos um jornalista no Twitter. O primeiro da lista é o presidente Jair Bolsonaro, com 86 bloqueios a jornalistas e dez vetos a veículos de comunicação.

Entre Bolsonaro e o segundo colocado, Sérgio Moro, há um abismo: o ex-ministro da Justiça bloqueou dois jornalistas. Em seguida no ranking aparecem João Doria e André Janones, com um bloqueio cada. Lula, Ciro Gomes, Simone Tebet, Eduardo Leite e Felipe d’Avila não bloquearam jornalistas na rede social. Vale lembrar, porém, que todos ainda são pré-candidatos, pois as candidaturas são oficializadas apenas a partir de julho.

Repórteres e especialistas ouvidos pela Abraji destacam que, assim que passam a ser candidatos, eles “se tornam personalidades de interesse público, e o bloqueio veta acesso a conteúdos publicados por políticos e exclui possibilidade de interação com eles”. No caso de Bolsonaro, o bloqueio impede também o acesso a anúncios de políticas governamentais. Reportagem da Abraji publicada em setembro do ano passado destaca que mais de 98% dos tuítes de Bolsonaro são de interesse público.

Caio Machado, presidente do Instituto Vero, focado em pesquisas sobre desinformação, lamenta que nenhum tribunal tenha encarado a questão da restrição de acesso nas redes sociais. Em entrevista à Abraji, ele destaca que, uma vez que os candidatos eleitos passam a usar as redes sociais como canal de comunicação com o público, essas contas devem responder às obrigações do Poder Público: “Imparcialidade, eficiência, impessoalidade e tantas outras coisas, que não são respeitadas”.

O especialista cita o exemplo do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Cortes de apelação do país haviam proibido o político de bloquear jornalistas no Twitter pois suas postagens iniciavam fóruns públicos de discussão, portanto “não caberia ao ex-presidente fazer moderação privada”.

Procurado pela Abraji, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) disse que não trabalha com a figura do pré-candidato e que deve lançar um guia de boas práticas para os candidatos. Especialistas ouvidos pela Abraji analisam que os presidenciáveis “não são figuras públicas como políticos com mandato, mas são objetos de interesse público”.

Ao Núcleo Jornalismo, o Twitter disse que não interfere na decisão de autoridades bloquearem usuários pois acredita que o recurso é prerrogativa de quem usa a rede social. Mas, segundo Wilson Gomes, professor da Universidade Federal da Bahia, “autoridades do alto escalão e também candidatos a cargos públicos que usam as redes sociais para promover comunicação com o público amplo podem usar o veto para controlar a visibilidade de postagens e segmentar seu conteúdo a certas comunidades”.

“No caso de Bolsonaro, isso é muito claro”, destaca o professor. “Durante todo o seu mandato ele nutriu uma animosidade com os jornalistas, seja por meio de ataques ou dos bloqueios, ao passo que anuncia seu canal como via de informação do governo. Ao mesmo passo, sempre fez acenos a bases fiéis. Essa estratégia parece se perpetuar neste ano eleitoral”.

A Abraji monitora desde setembro de 2020 o bloqueio de jornalistas por parte de autoridades brasileiras. Até o momento, 46 autoridades bloquearam profissionais de imprensa 343 vezes.

Simpósio Internacional de Jornalismo Online terá formato híbrido

Simpósio Internacional de Jornalismo Online será presencial e online

A 23ª edição do Simpósio Internacional de Jornalismo Online (ISOJ, em inglês) será realizada em formato presencial e online, nesta sexta-feira e sábado (1º e 2 de abril). O evento, gratuito, reúne jornalistas, executivos de mídia e acadêmicos ao redor do mundo para debater os impactos da revolução digital no campo da comunicação. O ISOJ é patrocinado por Knight Foundation e Google News Iniciative.

Diferentemente dos anos anteriores, o ISOJ voltará a ter presença de público, de forma parcial. O evento ocorrerá no Zlotnik Family Ballroom no AT&T Hotel and Conference Center, em Austin, cidade do Texas, nos Estados Unidos. A conferência será realizada em inglês, com tradução simultânea para espanhol.

A programação inclui palestras, painéis e workshops, presenciais e online. Entre os palestrantes, estão os brasileiros Rosental Alves, fundador e criador do ISOJ; Flávia Lima, editora de diversidade da Folha de S.Paulo; Marco Túlio Pires, líder do Google News Lab do Brasil; Natália Viana, co-fundadora e diretora executiva da Agência Pública; e Daniel Trielli, candidato a PhD na Universidade de Northwestern.

No site do evento, há uma biografia dos participantes e uma plataforma que reúne conteúdos de edições anteriores, com transcrições vídeos e artigos. Confira a programação completa e inscreva-se aqui.

Profissionais da EBC mantêm mobilização enquanto aguardam dissídio

Trabalhadores da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) decidiram, em assembleia conjunta em São Paulo, Rio e Brasília, manter a mobilização enquanto aguardam os desdobramentos do dissídio coletivo.

Após dois anos sem novo acordo, em novembro de 2021 os profissionais da EBC paralisaram suas atividades por cerca de 20 dias com objetivo de concretizá-lo ou de que o dissídio fosse decidido na Justiça.

Em fevereiro deste ano, o ministro Maurício Godinho Delgado, relator da ação de dissídio coletivo no Tribunal Superior do Trabalho, determinou liminarmente a suspensão dos descontos dos dias parados. Entretanto, mesmo com a determinação judicial, a EBC fez os descontos nos salários e nos vales alimentação e refeição. A pena em caso de descumprimento é de R$ 100 mil por dia.

Eduardo Viné Boldt, funcionário da EBC e diretor do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, afirmou que “hoje, a assembleia reuniu os trabalhadores nas três praças da EBC, que tem tentado retaliar os funcionários desde a greve. Por isso, jornalistas e radialistas aprovaram um calendário de luta e entendem que ainda não é o momento para se retomar a paralisação, mas não descartam a possibilidade de retomá-la no futuro.”

Agora, além de aguardarem pela decisão da Justiça sobre o acordo coletivo de trabalho, os trabalhadores seguem esperando pelo pagamento dos dias parados com a greve.

Percival de Souza conta bastidores de encontros com Cabo Anselmo

Percival de Souza, especializado na área policial e atual comentarista do Cidade Alerta (Record) sobre o assunto, foi um dos poucos jornalistas que entrevistaram José Anselmo dos Santos, o Cabo Anselmo, ex-agente duplo da ditadura militar, falecido na semana passada, aos 80 anos. Ao Portal dos Jornalistas, Percival, que escreveu um livro sobre ele, revelou bastidores dos encontros.

Durante a ditadura, Anselmo atuou como agente infiltrado em grupos revolucionários opositores ao regime, repassando informações valiosas e nomes de militantes aos militares, ocasionando diversas mortes. Em 1964, liderou uma revolta de marinheiros que resultou na sua expulsão da Marinha. O episódio, inclusive, foi um dos pretextos usados pelos militares para darem o golpe de Estado. Permaneceu na clandestinidade desde os anos 1970 e fez até cirurgia plástica para não ser reconhecido. Na semana passada, Anselmo foi enterrado com um nome falso criado em 1973.

Em 1999, quando ele estava desaparecido, Percival lançou o livro Eu, Cabo Anselmo, que relata a história ex-marinheiro. O jornalista contou que a ideia inicial era escrever sobre o delegado Fleury, agente do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) e considerado um dos repressores mais cruéis da ditadura. Mas, ao pesquisar sobre a vida dele, encontrou a história do Cabo Anselmo, e decidiu escrever sobre este primeiro. Percival contou também que, durante as duas semanas em que entrevistou Anselmo, hospedaram-se nos mesmos lugares, faziam refeições juntos e tiveram contato muito direto.

Confira a entrevista na íntegra a seguir:

Portal dos Jornalistas: Como surgiu a ideia de fazer um livro sobre o Cabo Anselmo?

Percival de Souza

Percival de Souza: O livro foi feito no período em que ele estava desaparecido, em 1999. Ninguém sabia onde ele estava, se no exterior, ou mesmo vivo ou morto. Na verdade, no começo, o projeto era fazer um livro sobre o delegado Sérgio Paranhos Fleury, de quem eu acabei fazendo uma biografia contextualizada também, um ano depois da do Anselmo, em 2000. Nas pesquisas da vida do Fleury, percebi que o Cabo Anselmo teve muitos momentos decisivos, foi personagem importantíssimo em sua história. Ele foi criado, projetado praticamente pelo Fleury, trabalhou para ele. Então, me veio a ideia de fazer um livro sobre Anselmo. Percebi que seria possível contatá-lo, então antecipei, fiz dele primeiro.

Portal: Como você conseguiu convencê-lo a dar uma entrevista?

Percival: Eu primeiro procurei saber de pessoas próximas a ele, e cheguei ao nome do delegado Carlos Alberto Augusto, conhecido como Carteira Preta, ex-agente do DOPS e amigo/protetor do Anselmo. Fiz contato com ele, que conseguiu convencer o Cabo a dar uma entrevista. Marcamos um encontro em Aracajú, no Sergipe, sua terra natal, onde tivemos as conversas iniciais, tratativas. Foi lá que ele se alistou na Marinha.

Depois, fomos para o Recife, em Pernambuco. Vale lembrar que, na região de Abreu e Lima, a cerca de 20 km de Recife, ocorreu o Massacre da Chácara São Bento, execução de seis militantes da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), incluindo da paraguaia Soledad Barret, esposa de Anselmo, que estava grávida de quatro meses. O movimento foi articulado por Fleury, com a ajuda do próprio Anselmo.

E do Recife, fomos para o Rio de Janeiro, onde é a sede da Associação dos Fuzileiros Navais, na qual Anselmo teve participação decisiva em 1964. Então, foi um roteiro nordestino que terminou no Rio de Janeiro.

Portal: Como foi entrevistá-lo? Você tem algum bastidor interessante desses encontros?

Percival: Nós ficamos duas semanas hospedados nos mesmos lugares, fazendo nossas refeições juntos. Então, tive contato bem direto com ele, direto mesmo. Tinha um período, digamos, “formal”, nas entrevistas, períodos longos, e tinha evidentemente os momentos fora do trabalho, de almoço, jantar, café da manhã, no caso de Aracaju e Recife, caminhar pela praia, então foi um contato próximo.

E pude perceber, além da parte formal, pré-confecção do livro, esses momentos de descontração. Tudo isso junto me permitiu conhecê-lo muito bem, a personalidade dele, seu jeito, sua espontaneidade, avaliar a veracidade dos fatos. Falamos não só sobre as coisas relatadas no livro, mas sobre outras coisas banais do cotidiano. Fiquei muito perto dele, dia e noite, por duas semanas.

Portal: E você teve algum outro contato com ele depois?

Percival: Tive poucos contatos. Eu não o via há anos. Tive contato até ele pedir anistia, solicitando sua reintegração à Marinha, e indenização, em 2004. Desse período em diante, nunca mais, não o via há anos.

Nélson Nunes é eleito presidente da Associação dos Cronistas Esportivos de SP

Nélson Nunes é eleito presidente da Associação dos Cronistas Esportivos de SP

Nélson Nunes assume nesta sexta-feira (25 de março) o cargo de presidente da Associação dos Cronistas Esportivos de São Paulo (Aceesp). Ele foi eleito por aclamação pela assembleia-geral realizada em 21 de fevereiro. O vice-presidente é Wagner Prado.

A nova diretoria, com mandato de três anos, substitui a gestão de Erick Castelhero (presidente), que segue como presidente da Associação dos Cronistas Esportivos do Brasil (ACEB), e Maurício Noriega (vice), que estavam à frente da entidade desde 2016.

“Nosso objetivo é dar continuidade ao excelente trabalho desenvolvido por Erick e Noriega, com o desafio de manter a independência financeira da entidade, que desde 2004 não conta com qualquer tipo de verba pública ou privada proveniente de clubes e federações”, declarou Nunes, sócio da Aceesp desde 1990.

Ele iniciou a carreira no jornalismo em 1979, na versão impressa do jornal A Gazeta Esportiva, como estagiário. Chegou a assumir o cargo de editor-chefe do jornal, e venceu em 1985 o Esso de Jornalismo Esportivo. Onze anos depois, foi para o Diário Popular, onde foi repórter, editor e editor-chefe do Caderno de Esportes. Liderou a equipe que venceu o Troféu Aceesp em três edições. Ao longo da trajetória, cobriu as Copas do Mundo de México-86, Itália-90 e Estados Unidos-94. Atualmente, atua como consultor de mídia impressa em projetos editoriais no Brasil e no Exterior.

Justiça de SP condena Sikêra Jr. a pagar R$ 300 mil para Xuxa Meneghel

TJ-SP condena Sikêra Jr. e RedeTV por danos morais a Xuxa Meneghel

O apresentador Sikêra Jr., do Alerta Nacional, e a RedeTV foram condenados a pagar uma indenização de R$ 300 mil para Xuxa Meneghel por danos morais. A decisão da juíza Ana Cristina Ribeiro, da 3º Vara Cível de Osasco (SP), foi dada em primeira instância e ainda cabe recurso. As informações são do Notícias da TV (UOL).

O caso se refere a falas de Sikêra dirigidas a Xuxa em outubro de 2020. Na época, a apresentadora criticou a postura dele, que em uma edição do Alerta Nacional exibiu um vídeo de um homem estuprando uma égua, zombou da situação e chamou dois membros da produção para simularem a cena ao vivo.

Após as críticas da apresentadora, o âncora chamou-a de “pedófila”, citando a participação de Xuxa no filme Amor Estranho Amor, e a acusou de fazer apologia às drogas, por uma vez ela ter dito que sua mãe fazia uso de maconha medicinal para tratar uma doença degenerativa. Sikêra também disse que Xuxa incentiva crianças à “safadeza”, citando o livro da apresentadora Maya, o Bebê Arco-Íris, que conta a história de uma menina que tem duas mães.

Na decisão, a juíza Ana Cristina criticou programas como o Alerta Nacional: “Os apresentadores desses programas, com a bênção e o incentivo de suas empresas, tudo fazem, sem o menor critério, inclusive levar ao ar ameaças de morte contra pessoas públicas, honestas e trabalhadoras, achincalham a vida privada e a família dessas pessoas, apenas para alavancar a audiência de seus programas televisivos, e, em decorrência, o faturamento, não só da empresa como o próprio”.

“Tais apresentadores, na busca desvairada pela audiência, postam-se acima do bem e do mal e, sem refletir ou ponderar sobre o que dizem e nas consequências de seus atos, estão sempre prontos a atacar, com suas línguas ferinas, o cidadão honesto e o desonesto, colocando a todos no mesmo patamar, sem o mínimo respeito à honra e à dignidade humanas”, continua a juíza.

Além da indenização, Sikêra e RedeTV devem pagar as custas do processo, cerca de R$ 60 mil. Procurado pelo Notícias da TV, Sikêra não havia se pronunciado até a publicação deste texto. Já a emissora declarou que não comenta processos judiciais.

Carlos Nascimento retorna ao SBT para mediar debates eleitorais

Carlos Nascimento retorna ao SBT para mediar debates eleitorais

O apresentador Carlos Nascimento está de volta ao SBT, onde vai mediar debates entre candidatos à Presidência e ao governo de alguns estados. Ele trabalhou no SBT por 14 anos, entre 2006 e 2020. Os debates são fruto de uma parceria da emissora com Estadão, Veja e rádio Nova Brasil FM.

No primeiro turno, o debate dos candidatos a governador será em 17 de setembro, das 19 às 21 horas. Uma semana depois, no dia 24 de setembro, no mesmo horário, será a vez dos candidatos que disputam a Presidência da República debaterem. Em caso de segundo turno, o debate para governador será em 15 de outubro, também a partir das 19h, e no dia 22 de outubro, no mesmo horário, haverá o debate entre os presidenciáveis. Os eventos serão transmitidos pelo SBT e pelo SBT News.

Carlos Nascimento não teve seu contrato renovado com o SBT e deixou a emissora em dezembro de 2020, após 14 anos de casa. O âncora, que comandava o telejornal SBT Brasil, estava afastado desde abril de 2020 em decorrência da pandemia de Covid-19.

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O adeus a Isabel Faria

Isabel Faria
Isabel Faria

Morreu na tarde de 23/3, aos 38 anos, Isabel Faria, gerente de Comunicação da General Motors South America. Depois de quase um ano lutando contra um câncer de mama, descoberto no começo de 2021, ela estava nas últimas etapas do tratamento, bem-sucedido até então, quando no final de janeiro foi diagnosticada com metástase no cérebro.

Muito estimada por líderes e colegas por suas determinação, competência, coleguismo e espírito coletivo, Isabel foi uma profissional chave no desafio de conduzir as melhores práticas em comunicação empresarial na GM nos últimos anos.

Formada em Jornalismo pela PUCRS, e com MBA em Gestão Empresarial pela FGV, começou a carreira no Rio Grande do Sul, seu estado natal, na Gio Comunicação, atendendo a clientes como Gerdau e Lojas Renner. Chegou à GM em 2014, como analista de Comunicação Interna na fábrica da marca em Gravataí. Em 2018 foi transferida para a matriz, em São Caetano do Sul, e em fevereiro do ano passado foi promovida ao seu último cargo.

Além dos amigos, ela deixa os pais Cleber e Beatriz, a irmã Denise, o marido Marcio e a filha Betina, de 5 anos.

 

Réquiem

* Por Nelson Silveira

Bel tinha pressa. Os dias passavam voando e havia tantas coisas a fazer, tanto a conquistar. E tinha estrela, era dona de um talento ímpar. Era dessas pessoas que nasceram para protagonizar.

Nada nunca foi fácil para ela, mas Bel sempre foi guerreira, movida a desafios, ambiciosa. Focada e dedicada, conseguiu realizar seu sonho de trabalhar na GM. Gaúcha, começou em Comunicação Interna, na fábrica de Gravataí. Mas, para Bel, o céu era o limite. Liderou projetos importantes, demonstrou sua competência e galgou degraus, mudando-se para São Caetano do Sul e atingindo seu objetivo de trabalhar na matriz da empresa.

Sua inteligência, perspicácia e vontade de realizar rapidamente a levaram longe. Em fevereiro de 2021 conseguiu a sonhada promoção a gerente de Comunicação Corporativa. Eram tempos bicudos, de pandemia, crise e trabalho remoto. Mas nada parava essa mulher genial, que sabia identificar tendências, inovar.

Bel estava no auge, brilhando como nunca. Descobrindo novas formas de comunicar em um mundo digital. Aprendendo que em um mundo onde causa e propósito se tornavam motores das marcas, o storytelling tinha de dar lugar ao storydoing. Abraçando as narrativas de sustentabilidade, diversidade, equidade e inclusão com garra e lutando para conquistar espaços em um mundo em transformação.

Porque Bel acreditava em um mundo melhor, mais justo. Entendia como ninguém as agruras do planeta e tinha senso de urgência. Sabia da importância de defender a ideia de um futuro com zero emissão e abraçava a visão, o propósito e os valores da GM.

Bel trabalhava com afinco na construção de novas narrativas, avançava para fazer história na comunicação. Compreendia como ninguém que tinha uma missão de conectar e engajar as audiências nas mensagens que desenvolvia, trabalhando em uma estratégia multicanal.

A força intrínseca que movia essa mulher era tão intensa que nem um cruel diagnóstico de câncer na mama, logo depois da promoção, foi capaz de a abalar. Coisas da vida, que insiste em nos dar rasteiras.

Bel encarou o câncer de frente, incólume. Enquanto nossas pernas tremiam de medo e nossos corações soluçavam, Bel vaticinava: “Eu não sou a doença, eu estou com a doença e vou me curar”.

E Bel lutou, com todas as suas forças, e a cada batalha vencida celebrava, como se estivesse nascendo de novo. Perdeu o cabelo, comprou uns turbantes estilosos, novos óculos pretos grandes e expressivos e passou a desfilar seu novo look feito editora de moda.

No final de 2021, parecia que o céu estava desanuviando. Na festa de final de ano do time de comunicação, Bel contagiava alegria. Ela tinha certeza da vitória. Uma certeza que fazia a gente acreditar que tudo ia ser diferente.

Mas o destino insistiu em continuar pregando peças. No final de janeiro de 2022, Bel teve de voltar para o hospital, acometida de dores terríveis. A doença maldita, essa vilã horrorosa, tinha progredido impiedosa.

Bel tinha pressa, porque, com apenas 38 anos, uma filha linda de 5, uma família que amava, tinha ainda tantos sonhos a realizar. Bel tinha pressa, porque tinha o mundo aos seus pés, porque sabia que podia ir longe. Mas a vida não é justa, a doença é cruel e maligna, atravessou essa história e levou a Bel no final da tarde de 23 de março de 2022.

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* Nelson Silveira é diretor de Estratégia de Comunicação da General Motors América do Sul

Primeira edição de Os Lusíadas, de Camões, completa 450 anos de vida

Primeira edição de Os Lusíadas, de Camões, completa 450 anos de vida.

Possivelmente a maior obra em língua portuguesa, Os Lusíadas, de Luiz Vaz de Camões, completa neste mês de março 450 anos de vida, desde que foi lançada além-mar, em Portugal, contando a saga de Vasco da Gama, na viagem em que descobriria o caminho das Índias. Camões palmilhou toda a literatura lusófona desde então, em que pese não ter levado a fama em vida.

Assis, com a obra de Camões em diversos formatos

Quem conta essa história, em prosa e verso, com exclusividade para este Portal dos Jornalistas e Jornalistas&Cia, é Assis Ângelo, jornalista, poeta, cordelista, estudioso da cultura popular brasileira, que, cego desde 2013, luta bravamente para ser enxergado pelos colegas. Assis fez simplesmente uma readaptação d’Os Lusíadas para canto e cordel, usando os principais personagens, aos quais acrescentou dois poetas cantadores nordestinos contando a história de Vasco da Gama e a história de Vaz de Camões. Alguns desses versos ele mostra na edição de J&Cia.

A obra completa, a que deu o título de A Fabulosa Viagem de Vasco da Gama no Mar (adaptação livre de Os Lusíadas para canto e cordel), ele espera mostrar ainda este ano, se aparecer alguma empresa ou personalidade interessada em patrocinar o projeto.

Leia na íntegra (a partir da página 15).

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