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domingo, junho 29, 2025

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Jeduca realiza minicursos sobre jornalismo de educação e eleições

A Associação de Jornalistas de Educação (Jeduca) realizará entre maio e agosto o programa de minicursos Jornalismo de educação e as eleições de 2022, para profissionais e estudantes de jornalismo interessados na área de educação.

Online e gratuitos, abordarão temas relevantes para a cobertura de educação no contexto das eleições deste ano. Os principais assuntos discutidos serão o impacto do atraso da educação brasileira nos desafios atuais; as mudanças das avaliações de larga escala; a revisão da política de cotas para ingresso no ensino superior; a educação nos planos de governo, o monitoramento e a checagem de informação; e a implementação do Novo Ensino Médio.

“Priorizamos temáticas com desdobramentos relevantes previstos para 2022 e que devem aparecer com força nos debates entre os candidatos nas eleições deste ano”, explica Ângela Chagas (UFRGS), diretora da Jeduca e coordenadora do projeto.

Cada curso é independente, com aulas de 1h30 de duração. A ideia é que os participantes possam fazer somente um ou vários dos cursos de acordo com os temas que mais lhes interessam. As aulas serão ministradas pela própria Ângela e por Antônio Gois (O Globo), Marta Avancini (Jeduca), Renata Cafardo (O Estado de S. Paulo), Nadine Nascimento (Alma Preta), Rodrigo Ratier (Faculdade Cásper Líbero) e Sérgio Lüdke (Projeto Comprova e Abraji).

As inscrições estarão abertas até a véspera do primeiro encontro de cada tema. Confira a programação completa aqui.

Terra anuncia novo posicionamento editorial e mudanças na marca

Terra anuncia novo posicionamento editorial e mudanças na marca

O portal Terra anunciou mudanças em seu posicionamento editorial e um rebranding em sua marca, apresentando-se agora como uma plataforma mediatech, que usa a inteligência de negócio para potencializar a entrega de conteúdo e publicidade. Para marcar a nova fase, criou a campanha O que acontece na Terra, está no Terra, em parceria com a empresa VMLY&R.

As mudanças incluem alterações na identidade visual e na logomarca, “que trazem linhas mais fluídas e fonte mais atualizada, para acompanhar o novo momento da plataforma, mas mantendo a herança e o reconhecimento da marca”, explica Claudia Caliente, diretora do Terra. O novo leiaute traz uma navegação mais fluida, priorizando o mobile, onde estão nove dos dez usuários que acessam o portal. Entre as novidades há também formatos como webstories e uma nova fonte.

No editorial, os pilares agora focam em ampliar conversas como representatividade, pluralidade, local de fala e consciência. Entre as novas verticais de conteúdo estão Visão do Corre, sobre a população que vive nas favelas e periferias do País; e Nós, espaço dedicado a combater discriminações, com conteúdo sobre mulheres, pessoas negras, indígenas, LGBTQIA+, pessoas com deficiência e 50+. O portal também repaginou algumas verticais e outras devem entrar no ar em breve.

Entre os novos colunistas estão Marcia Rocha, Cris Guerra, Luã Santana, Joice Berth e Nathalia Santos, que abordam diversidade e representatividade; Roberta Camargo e os gêmeos Eduardo e Leonardo, da coluna Vegano Periférico, lançam um olhar atento e crítico sobre o movimento das periferias e quebradas do Brasil; e Pablo Miyasawa e Barbara Gutierrez discutem temas que permeiam o crescente mercado gamer.

O Terra pretende também formar mais parcerias de conteúdo e criar uma janela para a produção de parceiros regionais. Desde janeiro deste ano, veículos como Agência Nacional das Favelas, Alma Preta, Agência Mural, CartaCapital e Mais Goiás compartilham produção própria e diversa com as novas verticais temáticas.

Especial Jornalismo nas veias: Não se pode contrariar os genes

Especial Jornalismo nas veias: Não se pode contrariar os genes

Zuenir Ventura, hoje escritor, colunista e membro da Academia Brasileira de Letras, e o filho, Mauro Ventura

Por Mauro Ventura

Um dia meu pai chegou em casa com um menino de 13 anos a tiracolo e nos apresentou: “Aqui está o mais novo membro da família”. Eu e minha irmã ganhávamos ali uma espécie de irmão caçula. Meu pai vinha do Acre, para onde fora cobrir o assassinato do líder seringueiro Chico Mendes. A série de reportagens rendeu-lhe, além de um prêmio, o Esso, um garoto, Genésio, testemunha-chave do crime e que estava marcado para morrer. Foi acolhido por nós como parente, embora nunca tenha se adaptado de fato ao Rio. Afinal, tivera uma infância muito difícil, e vinha de uma terra distante e de uma cultura estranha.

Meu pai diz que cometeu na ocasião uma transgressão contra uma lei básica do jornalismo – a de que, ao reportar os acontecimentos, não se deve interferir neles. Mas nos encheu de orgulho porque a alternativa era bem pior: a morte de Genésio.

Lá em casa, como se vê, a vida profissional e pessoal de meus pais, que se conheceram no jornal Tribuna da Imprensa, sempre estiveram misturadas.

Num ambiente assim, seria natural que eu virasse jornalista. Mas a verdade é que isso nunca me passou pela cabeça – pelo menos não de forma racional. E tampouco meus pais deram força para que isso acontecesse. Talvez porque achassem que eu tivesse uma visão romanceada da profissão. De fato, havia convites para tudo quanto é show, dos Jackson Five aos do primeiro Rock in Rio, passando pelos espetáculos das estrelas da MPB. Havia ainda os momentos marcantes, como os ensaios da peça Gota d’água ou o encontro com a doutora Nise da Silveira, além dos eventos históricos, como as idas ao Galeão para a volta dos exilados. Havia também o contato com as celebridades, como quando apareceram lá em casa Cat Stevens e Rachel Welch, no auge da beleza. Nossa casa na Urca era palco de discussões dos destinos do País. Eu, pequeno, varava as madrugadas sentado na escada, ouvindo fascinado gente como Leon Hirszman, Chico Anysio, Ziraldo, Ferreira Gullar, Paulo Francis, Zelito Viana e Gabeira. E desde cedo estava acostumado a escutar histórias sobre nomes como Darcy Ribeiro, Glauber Rocha, Nelson Rodrigues, Manuel Bandeira, Hélio Pellegrino, Paulo Pontes, Flavio Rangel, Rubem Fonseca, Drummond e Joaquim Pedro de Andrade.

Mas havia o outro lado do glamour, marcado por plantões intermináveis, por jornadas de 12, 14 horas, pelo salário escasso, pela censura, pelo assassinato de amigos como Vladimir Herzog, pela ida deles para fora do País após o golpe de 64, pela prisão dos dois logo após a decretação do AI-5.

Sem apoio em casa e sem nenhum pendor para a escrita, encaminhei-me para a Engenharia, a exemplo de tantos amigos. Levei tempo para criar coragem e largar no último ano, ainda que sem um plano B. Decidi cursar História, depois pensei em fazer Economia, até que, aos 21 anos, resolvi dar uma chance à profissão. Mais por falta de opção do que por interesse genuíno. E logo de cara entendi o fascínio que ela exercia sobre meus pais. E finalmente encontrei o meu lugar. Como me disse um amigo, o jornalista e escritor Miguel Sousa Tavares, não se pode contrariar os genes.

Curioso que, em mais de 30 anos de magistério, meu pai formou várias gerações de jornalistas, mas, por um desses caprichos do acaso, não foi meu professor. Não importa. Mais determinante do que duas aulas semanais ao longo de quatro anos de faculdade tem sido o exemplo prático cotidiano e a convivência próxima durante esses meus 58 anos de vida e 37 de redação.

São muitos os ensinamentos que carrego comigo, e que extrapolam o jornalismo e a literatura e se espraiam para a vida. Afinal, é uma trajetória marcada pela coerência entre vida profissional e pessoal, pela inquietude, que levou meu pai a passar dez meses visitando a Favela de Vigário Geral; pela generosidade, que faz com que atenda com paciência jovens repórteres em busca de conselhos; pela coragem, que o fez tornar público o bilhete em que  Zuzu Angel denunciava que se aparecesse morta a culpa era dos assassinos de seu filho; pela curiosidade permanente, que o faz estar sempre se renovando; pelo perfil conciliador e pela vocação para a alegria, que não esmoreceu nem durante o cárcere nem por ocasião de um câncer, há 30 anos.

Como se sabe, o jornalismo passou por todo tipo de transformação nesses mais de 60 anos desde que meu pai começou. Mas algumas coisas não mudam e devem ser preservadas. Hoje, quando experimentamos toda forma de retrocessos, é um privilégio esse aprendizado diário ao lado de alguém que não transige com a ética, que escuta e se interessa pelas pessoas anônimas, que respeita os entrevistados, que combate toda forma de autoritarismo, que preza a diversidade, que cultiva a humildade e que reafirma a todo momento os ideais democráticos.


Zuenir pede para acrescentar uma dedicatória que fez para Mauro em seu livro Minhas histórias dos outros: “Querido: meu sonho cada vez mais era ser igual a você, cada vez mais. Mas, como não consigo, me contento em ser um pai coruja”.

LabJor lança segunda temporada do podcast Ex-Foca

O LabJor, da FAAP, lançou a segunda temporada do podcast Ex-Foca, série em que estudantes de Jornalismo da instituição entrevistam profissionais consolidados nas mais diversas áreas do mercado.

O programa, que foi idealizado e orientado pelos professores do Laboratório de Gestão de Carreira de Jornalismo da FAAP, conta com coordenação de Edilamar Galvão e apoio deste Portal dos Jornalistas.

Cada aluno é responsável por contatar o jornalista convidado, pensar, editar e produzir o episódio. A segunda temporada contou com as participações de Tiago Leifert, Bruno Torturra, Luciane Angelo, Victor Bonini, Lucio Mesquita, Edgard Junior, Flávia Guerra e Maristela Mafei.

Confira!

Luciano Hang ataca fotógrafo após publicação que mostrava seu ônibus em local irregular

O empresário Luciano Hang, dono da Havan, promoveu em 8/4 um ataque ao repórter fotográfico Eduardo Matysiak após a publicação de uma foto que mostrava o ônibus de Hang estacionado em local irregular, em Curitiba. Matysiak trabalhava em uma pauta no local e fotografou o “Patriota Bus”, que foi multado.

Irritado com a publicação da fotografia, Hang incitou seus seguidores a atacarem o jornalista e expôs seus contatos. Segundo o empresário, Matysiak teria agido por motivação política. Desde então, o fotógrafo vem recebendo centenas de mensagens ofensivas, a grande maioria de cunho homofóbico, e ameaças a sua integridade física.

À CartaCapital, Matysiak falou sobre o ocorrido: “Estava fazendo meu trabalho como fotógrafo e jornalista. Estou chocado com mais esse episódio de ataque à imprensa e a nossa liberdade de atuação e de expressão. Essa claramente é mais uma forma de cercear a atuação de jornalistas”. O advogado do fotógrafo disse que tomará as medidas cabíveis na Justiça contra Hang.

Em nota, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) repudiou a ação do empresário, destacando que ele “é uma das figuras públicas que agem de forma sistemática para intimidar jornalistas, promovendo assédio judicial contra profissionais e veículos, numa evidente tentativa de cercear o trabalho de informar a sociedade”. A entidade solidarizou-se com Matysiak e exigiu providências das autoridades locais e das plataformas digitais para combater os ataques virtuais.

Relatório da Abraji detecta 453 ataques à imprensa em 2021

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) lançou em 7/4, Dia do Jornalista, a primeira edição de seu relatório que monitora ataques a jornalistas no Brasil. Segundo o documento, em 2021 ocorreram 453 ataques à imprensa no País.

Em 69% dos casos, as agressões foram feitas agentes estatais, sendo o presidente Jair Bolsonaro o principal agressor. Sozinho, ele atacou a imprensa 89 vezes no último ano, o que representa pouco menos de 20% do total. Ao somar os ataques de ministros, assessores e filhos do presidente com mandatos eletivos, o número chega a 55% do total de agressões.

O relatório revela uma piora na participação de agentes políticos em violações à liberdade de imprensa nos últimos anos: entre 2020 e 2021, os casos de agressão aumentaram 23,4%.

A principal forma de ataque foi o discurso estigmatizante, agressão verbal que visa a desmoralizar o trabalho jornalístico. Esse tipo de agressão esteve presente em quase 75% dos ataques em 2021. Muitas vezes, esses discursos são compartilhados nas redes sociais por figuras políticas, ganhando grande engajamento e formando grandes redes de ataques na internet. A Abraji destaca que 62,5% dos ataques tiveram origem ou repercussão na internet.

O segundo tipo de agressão mais recorrente agrega ameaças, agressões físicas, destruição de equipamentos, entre outros, totalizando 19% dos casos. E na sequência aparecem processos e sentenças judiciais (4,2%), restrições na internet (2,6%), restrições de acesso à informação (2,4%) e uso abusivo do poder estatal (0,6%). Coberturas de política e da pandemia da Covid-19 estiveram fortemente relacionadas aos episódios de violência.

A Abraji também fez um recorte de gênero, identificando 45 ataques realizados com base na identificação de gênero, sexualidade e/ou orientação sexual dos jornalistas, o que representa cerca de 10% do total.

O relatório traz ainda algumas recomendações para lidar com o problema, direcionadas a poder público, veículos de comunicação, plataformas digitais e os próprios jornalistas, com orientações para políticas públicas, indicações para medidas institucionais e um apelo à necessidade de responsabilização dos agressores, especialmente quando são ligados ao Estado. Acesse o relatório na íntegra.

Especial Jornalismo nas veias: O jornalismo é a nossa matéria

Especial Jornalismo nas veias: O jornalismo é a nossa matéria

Miriam Leitão, comentarista, apresentadora e/ou colunista em TV Globo, GloboNews, CBN e O Globo, e os filhos Matheus Leitão e Vladimir Netto


Eu fazia um trabalho de faculdade, junto com três colegas, e o Vladimir, aos três anos, interrompe a conversa.

– Mãe, me dá uma lauda?

As amigas riram. Qualquer criança pediria uma folha. Com oito anos, ele ia tanto a uma banca de jornal, em Brasília, que chegou a entregar os jornais da quadra.

Matheus era adolescente quando o jornal me pediu para escrever para adolescentes um texto sobre inflação. Ele me asessorou sobre como me comunicar com esse público. No dia seguinte, leu e reclamou.

– Por que eu não assinei essa matéria?

Expliquei que ele não era funcionário do jornal, mas que havia sido minha fonte. Ele ficou inconformado. Queria ter assinado a matéria, junto comigo. Pensando bem, era justo.

Meus filhos cresceram entre jornalistas. Alguns colegas do Jornal do Brasil lembram dos dois nos meus plantões, quando eu não tinha com quem deixá-los. Eles têm memórias fortes dessa infância nas redações. A primeira vez que escreveram num computador foi no JB, com a autorização do editor. A novidade estava chegando às redações.

Tentei convencê-los a ir para outras profissões, alertando que há momentos difíceis na jornalismo. Eles disseram que eu sempre chegava animada da redação. Os dois fizeram Jornalismo em escolas e cidades diferentes e têm estilos distintos. Ambos têm talento para o jornalismo investigativo. Houve a investigação de um escândalo que apuraram ao mesmo tempo. Só que cada um temia que o outro também estivesse na mesma pista. Nada compartilhavam. Eu só percebi algo estranho quando os dois saíram no meio de um almoço de domingo, cada um por uma porta do restaurante, e a mesma urgência. Matheus foi o primeiro a subir a notícia no site do iG, Vladimir foi o primeiro a colocar no ar na TV Globo. A notícia derrubou o governador de Brasília, do DEM. Um nunca soube a fonte do outro. Na nossa casa ninguém faz a pergunta indiscreta sobre quem foi a fonte.

Vladimir começou em O Dia. Foi para o JB, quando eu já não trabalhava lá. Foi para Brasília, onde trabalhou na Veja, no Globo e depois a TV Globo o chamou. Matheus começou no Correio Braziliense, em seguida Época, iG, Folha, G1 e agora é colunista na Veja Online.

Os dois têm o mesmo profissionalismo, mas cada um buscou seu caminho. O trabalho do Vladimir há mais de 20 anos é exercido em televisão, Matheus é blogueiro. Na Veja dedica-se aos textos de análise e opinião. Seguem sendo excelentes repórteres, com trabalhos em várias áreas. Matheus é excelente em matérias de direitos humanos, Vladimir tem especial gosto pelas reportagens ambientais. Ele se embrenhou certa vez nos mangues brasileiros para mostrar o valor dos manguezais e o perigo da sua destruição, foi ao Sul num frio polar para alertar sobre o risco de extinção das araucárias.

Tenho imenso orgulho dos dois colegas que eu vi nascer e amadurecer na profissão. Somos parecidos. Há momentos em que ligo e ouço. “Agora não posso, estou na correria”, frase que eu também já disse a eles. O “na correria” pode ser tudo. O fechamento de uma matéria, um trabalho com deadline apertado, uma fonte ligando.

Vladimir aprofundou as reportagens dos escândalos de corrupção no livro Lava Jato, obra da qual me orgulho muito, porque é um documento meticuloso e cuidadoso, tem uma impressionante riqueza de detalhes sobre como funcionam os esquemas de corrupção no Brasil. Foram anos mergulhado em processos, checando cada informação, ouvindo todas as fontes que aceitaram falar. Nesse recomeço do País, após o sofrimento que tem sido o governo Bolsonaro, é fundamental que os eleitos evitem a repetição dos descaminhos com o dinheiro público.

Matheus passou anos buscando documentos e testemunhas da prisão e tortura dos próprios pais. Usou a técnica do self journalism, que estudou na Universidade de Berkeley, para contar uma história pessoal, mas iluminando todas as outras histórias vividas naquele tempo tenebroso, que ainda nos assombra. O Brasil nunca puniu torturadores e é governado por um defensor da ditadura. Matheus foi atrás dos que se escondiam. Revelou o nome de três torturadores, esteve cara a cara com um deles.  O livro Em nome dos Pais me emociona. É o meu filho escrevendo a história que eu vivi. Mas, como jornalista, sou capaz de ver objetivamente a excelência do trabalho, tanto no livro, quanto no documentário que foi ao ar na HBO.

Cada um já enfrentou os haters de diversas tendências políticas, e já foi vítima da mentira com que se tenta calar o jornalista que incomoda. A crítica é normal, mas não o ataque sistemático e mentiroso usado pelas redes digitais de intimidação.

Somos uma família de jornalistas. O jornalismo é a nossa matéria. Ele foi mudando e fomos junto, para todas as janelas. Seja impresso, online, eletrônico. Os livros que escrevemos são reportagens e, portanto, uma extensão do mesmo ofício ao qual dedicamos as nossas vidas. Sei que se algum dia Vladimir ou Matheus forem para outra área é o jornalismo que levarão nas veias e na paixão. O jornalismo que eu praticava enquanto eles cresciam ao meu lado.

Jornalistas são agredidos por advogado durante cobertura de protesto

Ataques graves a jornalistas dobraram em 2022, diz monitoramento da Abraji
A comunicadora Lana Holanda entrou para o Programa de Proteção Legal para Jornalistas, da Associação de Jornalismo Investigativo (Abraji).

Simone Giacometti (CBN) e Raphael Augustus (RICTV) foram ameaçados e atacados pelo advogado Gelson Arend, em 8/4, enquanto cobriam o protesto de mães que têm filhos no espectro autista em Curitiba, após um condomínio comercial multar o odontopediatra que atende as crianças em um consultório no prédio.

O Centro Comercial Cândido de Abreu aplicou multa ao dentista após reclamação de vizinhos, que teriam se irritado com o choro e o barulho das crianças. As mães decidiram protestar contra o que consideraram preconceito contra seus filhos.

Ao abordar Gelson Arend apenas para que confirmasse ser o representante do condomínio, Giacometti teve seu celular confiscado pelo mesmo e foi ameaçada de agressão. Augustus teve a câmera danificada por um soco do advogado. As cenas foram gravadas.   

Consultada pela CBN, a Ordem dos Advogados de Curitiba repudiou a atitude do profissional e afirmou que, se houver representação contra o advogado, haverá investigação do caso a rigor. O celular que estava com Giacometti foi recuperado e é usado como gravador e equipamento de trabalho da rádio.

Publicações sugerem como avançar na cobertura de pautas LGBTQIA+

A Aliança Nacional LGBTI+ lançou, com a Rede GayLatino e apoio de organizações parceiras, a terceira edição do Manual de Comunicação LGBTI+.
A Aliança Nacional LGBTI+ lançou, com a Rede GayLatino e apoio de organizações parceiras, a terceira edição do Manual de Comunicação LGBTI+.

Comunicadores indígenas do Alto Rio Negro discutem fake news por meio de podcast

A Rede de Comunicadores Indígenas do Rio Negro acaba de lançar o podcast Amazonas: Mentira tem Preço. O primeiro episódio já está disponível.
A Rede de Comunicadores Indígenas do Rio Negro acaba de lançar o podcast Amazonas: Mentira tem Preço. O primeiro episódio já está disponível.

A Rede de Comunicadores Indígenas do Rio Negro acaba de lançar o podcast Amazonas: Mentira tem Preço. O primeiro episódio, Fake News na Floresta, é apresentado por Claudia Ferraz (Rede Wayuri) e já está disponível no Spotify.

Indígena da etnia Wanano, Claudia resume a complexidade do trabalho que tem o objetivo de levar informação a regiões do extremo norte brasileiro que abrigam Terras Indígenas. “Atuamos numa área maior que Portugal, onde temos 23 etnias e cerca de 750 comunidades, algumas de difícil acesso. Além do Português, são faladas quatro línguas co-oficiais. Esse é outro desafio para os comunicadores que traduzem as informações”. 

Os episódios do podcast abordarão fake news nas comunidades, negacionismo climático, demarcação de terras indígenas e proteção dos direitos da comunidade sob a ótica de lideranças indígenas locais. A série faz parte de um projeto de investigação jornalística que leva o mesmo nome, elaborado pela produtora FALA e pelo InfoAmazônia. A coordenação é de Thais Lazzeri, fundadora da FALA.

Segundo Thais, além da equipe da Rede Wayuri, que vive em São Gabriel da Cachoeira, “estão envolvidos no projeto comunicadores de cada região administrativa da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn). Assim, o trabalho ganha mais profundidade. Aqui na FALA, sempre dizemos que diversidade não é apenas o que você diz, mas sobre quem está ao seu lado. Metade da nossa equipe é do Amazonas”.

 

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