A quarta edição do Dossiê de Censura e Governismo na EBC apontou 292 denúncias de censura e governismo, de agosto de 2021 a julho de 2022, nos veículos da Empresa Brasil de Comunicação, que incluem Rádio Nacional, Rádio MEC, TV Brasil, Agência Brasil, Radioagência Nacional e respectivas redes sociais.

O levantamento, realizado pela Comissão de Empregados da EBC e pelos Sindicatos dos Jornalistas e dos Radialistas de Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo, contabilizou 228 casos de governismo e 64 de censura.

Os principais alvos de censura são temas como direitos humanos, questões indígenas, conflitos no campo e ditadura. Chamam a atenção também as mais de 200 denúncias sobre “pautas irrelevantes”, ou seja, ocupar equipes com a produção reportagens sem importância para a sociedade ou interesse público, de modo que os profissionais não tenham tempo para tocar conteúdos de maior qualidade.

Exemplos dessa prática são pautas como dia do chocolate, dia da batata frita, dia do cuscuz e o episódio de uma vaca flagrada descendo por um tobogã.

O dossiê mostra também aumento no uso dos veículos da empresa para promoção pessoal do presidente Jair Bolsonaro. No período analisado, foram 274 eventos com Bolsonaro transmitidos ao vivo, o equivalente a quase 193 horas da grade da TV pública. Para efeito de comparação, no período anterior, foram 208 eventos, e quase 158 horas.

Outro problema detectado é a ausência de reuniões de pauta e de conversas sobre coberturas: “Impera a linha autoritária de comando e o desgaste das equipes, reduzidas por planos de demissão voluntária e falta de concurso”, diz o documento. “O sufocamento dos trabalhadores ocorre também pela suspensão do Acordo Coletivo, que agora está na justiça, por falta de negociação por parte da empresa. A categoria segue há cinco anos sem recomposição salarial pelo índice de inflação, incluindo três anos sem recomposição nenhuma”.

Leia o dossiê na íntegra.

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