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domingo, junho 29, 2025

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Especial Jornalismo nas veias: Jornalismo de hoje é feito por inércia

Especial Jornalismo nas veias: Jornalismo de hoje é feito por inércia

Costábile Nicoletta, que hoje atua com sua própria empresa no desenvolvimento de produção e edição de conteúdo sob encomenda, e o filho Gustavo Nicoletta

Quando meu filho Gustavo Sterza Nicoletta decidiu ser jornalista, senti uma pontinha de orgulho. Não tive interferência em sua escolha, mas o caminho pelo qual optou me leva a crer que minha conduta profissional lhe tenha sido uma boa referência.

Ele ingressou na Cásper Líbero, em 2005, com uma das melhores colocações no vestibular. Em 2006, começou um estágio na Editora Lumière (revistas sobre iluminação e o setor de eletricidade). No fim desse ano, transferiu-se, também como estagiário, para a Ketchum, a fim de fazer assessoria de imprensa para a Viacom.

Nessa mesma época, eu trabalhava como editor adjunto do semanário Meio & Mensagem. Ele nunca me contou, mas fiquei sabendo por meio de uma profissional da Ketchum à época que Gustavo lhe pedira para não participar de pautas que eventualmente envolvessem um contato comigo, pois a Viacom atua na área de mídia, um dos assuntos de interesse do Meio & Mensagem.

Senti outra pontinha de orgulho. Mesmo nos primeiros passos da profissão, Gustavo demonstrou um cuidado ético do qual muitas vezes até alguns colegas veteranos parecem se esquecer. Sua passagem pelo mundo da comunicação corporativa, no entanto, foi efêmera. Pouquíssimo tempo depois de entrar na Ketchum, foi para a Reuters, onde tinha prestado um concurso e o chamaram para um estágio na editoria de commodities.

Ficou lá até meados de 2008, quando passou a trabalhar na mesa de notícias internacionais da Agência Estado, que publica informação em tempo real sobre economia, política e mercado financeiro. Em 2012, transferiu-se para a Agência CMA, também de notícias em tempo real para o mercado financeiro, primeiro como editor de notícias internacionais e depois como editor-chefe, cargo que exerceu até o final do ano passado, quando se mudou para a Agência TradeMap, divisão de notícias da plataforma de investimentos TradeMap, como coordenador de jornalismo. Aos 36 anos de idade, ele compartilha a seguir seus anseios e aflições sobre a profissão.

Por que você se decidiu pelo jornalismo?

Primeiro para satisfazer minha curiosidade. Eu queria entender como as coisas funcionavam e por que algumas delas funcionavam tão mal. Poderia ter feito isso em outras profissões, mas no jornalismo achei que teria ferramentas melhores para encontrar respostas e para divulgá-las. Vale lembrar que tomei essa decisão 20 anos atrás, quando a internet e as redes sociais eram muito menos presentes na vida das pessoas. Hoje talvez não seguisse o mesmo caminho. O outro motivo foi porque queria participar dos acontecimentos relevantes que viriam à frente − ainda que fosse apenas narrando.

Quais foram as suas principais referências no jornalismo?

Você e praticamente todas as pessoas com quem eu trabalhei, além do Jamil Chade, que sempre li, mas nunca conheci.

Quais as principais diferenças entre o jornalismo que você idealizava ao entrar na faculdade, ao dar os primeiros passos na profissão depois de formado e atualmente?

Quando comecei a faculdade, esperava o jornalismo que via nos filmes e vivenciava indiretamente ouvindo o que você me contava. Esse jornalismo era feito de movimento. Repórteres indo até as fontes, indo até os fatos. Ele ainda existe em algumas áreas e para alguns profissionais, mas na maioria das redações, hoje, o que se vê é o processo inverso: as fontes e os fatos vão até os jornalistas. Um jornalismo feito de inércia.

O resultado disso é que a profissão pode ser bem menos empolgante do que se imagina, principalmente para quem está começando. Vira um trabalho de escritório. Nenhum jornalista que conheci, seja na faculdade, seja nas redações, entrou nessa achando que ficaria oito horas olhando para a tela de um computador.

Qual sua avaliação acerca das transformações pelas quais a profissão vem passando nos últimos anos?

Eu estou do lado dos pessimistas. Jornalismo bem-feito é algo precioso, porque expõe o bom, o mau e o feio da sociedade de forma tão clara que provoca mudanças positivas. Tudo que é precioso, porém, tem um preço, e nem todo mundo consegue pagar. Num país como o Brasil, onde cerca de metade da população ganha pouco mais de um salário mínimo, notícia é um serviço caro.

Há assinaturas digitais com preço baixo − algumas a R$ 10 por mês, por exemplo −, mas isso implica que o leitor precisa ter um dispositivo eletrônico (como um celular) e acesso à internet, e que está disposto a gastar sua franquia de dados para consumir o trabalho dos jornalistas. Isso sem considerar questões financeiras, como o fato de que a maioria das pessoas de baixa renda está endividada e precisa contar com qualquer dinheiro que seja para sair desta situação.

Isso restringe o público do jornalismo às grandes capitais e às famílias de alta renda, e, consequentemente, descola o que é produzido pelos grandes veículos da realidade de boa parte da população. Quem não tem condição de pagar e não encontra algo útil nos jornais procura em outros lugares.

Há muitas empresas e organizações interessadas em aproveitar esse vácuo deixado pelo jornalismo para falar diretamente com o público. As eleições passam cada vez menos por debates eleitorais − onde em geral há intermediação de jornalistas − e cada vez mais por redes sociais, por exemplo. A imprensa sofre diretamente os efeitos disso: redações com menos jornalistas, troca de profissionais mais experientes por outros mais jovens, com salários menores.

Como você procura adaptar-se a essas transformações?

Tento entender como as coisas estão evoluindo e pensar no jornalismo como uma coisa maior do que apurar e publicar uma história. Hoje há vários meios de divulgar uma notícia, e há informações que interessam a muita gente, mas recebem pouca atenção. Tento encontrar esses caminhos. Sem público não tem jornalismo.

Que legado considera ter recebido da geração que atuava no jornalismo quando você começou na profissão e qual legado imagina deixar para a próxima geração?

A geração que já estava nas redações quando eu cheguei era muito técnica. Acho até hoje que tinham um texto melhor e mais bem acabado, e se esforçavam muito para não deixar o leitor na mão. A premissa era de que nosso trabalho era entregar respostas, e não dúvidas.

Esses valores são muito importantes até hoje, mas neste momento o que espero deixar de legado é o compromisso com os fatos. Isto é mais importante que qualquer outra coisa na profissão.

Qual a importância do jornalismo para a sociedade nos dias de hoje?

A de sempre. Separar o joio do trigo e entregar isso de bandeja para os leitores. Mas há cada vez menos gente para separar, e cada vez mais dúvida sobre o que é o joio.

Diego, do Flamengo, ridiculariza repórter do SBT em entrevista

Viralizou nas redes sociais um vídeo em que o jogador Diego Ribas, meio-campista do Flamengo, interrompe uma entrevista do repórter Venê Casagrande, do SBT, com o também jogador flamenguista Thiago Maia, com o intuito de ridicularizá-lo.

O caso ocorreu na sala de imprensa do CT Ninho do Urubu, enquanto Venê preparava-se para conversar com o volante rubro-negro, e foi interrompido por Diego, que entrou no local gravando um vídeo em seu celular e disparando comentários sarcásticos contra o repórter.

“O homem das meias verdades. Como que estamos? Que momento! O homem das meias verdades diretamente do Ninho do Urubu… Que momento nós estamos vivendo, Mengão. Vale tudo”, provocou o camisa 10.

 

Durante o vídeo, é possível perceber que o próprio Thiago Maia mostrou-se incomodado com a atitude do companheiro de elenco e chegou a perguntar se Diego estava se dirigindo a ele. Após filmar a cena, o meia deixou o local, e horas depois o vídeo se espalhou pelas redes sociais.

Em apenas um dos perfis que reproduziu o conteúdo, mais de 800 mil visualizações foram atingidas em menos de cinco horas.

Mais tarde, Casagrande publicou um vídeo em seu canal em que atribui a reação do atleta a uma possível retaliação a matéria Panelas, atrasos e jogadores mandando: os bastidores da crise no Flamengo, assinada por ele e por Lucas Felbingerem, e que foi publicada em 2021 pelo jornal O Dia.

Dias depois da reportagem, o Flamengo garantiu o título do Campeonato Brasileiro, e Diego, ao lado de outros companheiros, publicou um vídeo provocando o jornalista.

Pesquisador recebe ameaças após denunciar ataques ao STF no YouTube

Pesquisador recebe ameaças após denunciar ataques ao STF no YouTube

Desde março, o pesquisador e programador Guilherme Felitti, que atuou como jornalista até 2016, vem recebendo diversos ataques e ameaças nas redes sociais após denunciar youtubers de extrema direita que estão excluindo vídeos com ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Muitos deles anunciam suas pré-candidaturas para as eleições de outubro.

Em 2016, Felitti criou a Novelo Data, empresa de dados digitais, e passou a estudar canais de extrema direita no YouTube. Em 2018, criou um robô para coletar dados e mapear vídeos bolsonaristas que ganhavam relevância na plataforma.

Uma pesquisa dele mostrou que, em 2020, um dia após a operação policial de busca e apreensão de computadores e celulares na casa do blogueiro Allan dos Santos, o Terça Livre, canal do blogueiro, tirou do ar 272 vídeos, a maioria deles pedindo o fechamento do STF e por um golpe militar.

No caso atual, os robôs de Felitti mostraram que youtubers bolsonaristas como Gustavo Gayer, Fernando Lisboa e Fred Rodrigues fizeram uma “faxina virtual”, excluindo vídeos com ataques ao STF e TSE, direcionados principalmente aos ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.

Ao Intercept Brasil, Felitti contou que divulgou os dados e os repassou a alguns jornalistas. Logo depois, os ataques começaram, vindos de seguidores e dos próprios youtubers: “O Fernando Lisboa me ameaçou de processo e eu respondi: ‘Boa sorte’. Porque, basicamente, o que estamos fazendo é a análise de dados gratuitos e abertos. Qualquer um pode fazer. Já o Gustavo Gayer mudou títulos de vídeos dele para fazer ameaças jurídicas contra mim”. O pesquisador enviou ao Intercept prints de títulos de vídeos que o ameaçam.

De acordo com o levantamento de Felitti, Gustavo Gayer tem mais de 800 mil seguidores no YouTube e, no começo de abril, deletou mais de 50 vídeos, a maioria contendo mentiras e críticas ao STF. O Intercept destaca que Gayer é hoje uma das principais vozes bolsonaristas no YouTube e amigo de deputados como Carla Zambelli, do PL paulista, e Daniel Silveira, do PTB fluminense, “que defende com unhas, dentes e vídeos (agora deletados)”.

Leia a reportagem do Intercept na íntegra.

ICFJ e YouTube lançam programa de combate à desinformação nas eleições

O Centro Internacional para Jornalistas (ICFJ) lançou o programa Jogo Limpo, em parceria com o YouTube Brasil, que tem o objetivo de apoiar novos projetos de combate às fake news sobre as eleições deste ano. As inscrições vão até 15 de maio.

O programa distribuirá um total de US$ 150 mil, com um limite de até US$ 25 mil por projeto, para ajudar na produção de conteúdo, desenvolvimento de tecnologia e difusão de iniciativas de alfabetização midiática, com foco no combate à desinformação sobre as eleições de outubro. Os selecionados terão três meses de orientação especializada com mentores escolhidos pela equipe do ICFJ. As propostas selecionadas terão apoio de divulgação do ICFJ e do YouTube Brasil.

Jogo Limpo incentiva a inscrição de propostas de jornalistas, fact-checkers, publicitários, acadêmicos, pesquisadores e estudantes universitários. Todos os projetos devem estar obrigatoriamente relacionados ao combate à desinformação sobre as eleições no Brasil, demonstrar forte senso de criatividade e inovação e ter um forte cunho jornalístico.

Os projetos escolhidos serão anunciados em 21 de junho. Os processos de desenvolvimento, financiamento e mentoria ocorrerão de 23 de junho até 23 de setembro, mas as propostas devem estar prontas para serem lançadas até 16 de agosto, quando a campanha eleitoral oficial começa no Brasil.

Confira mais informações e inscreva-se aqui.

João Anacleto é o +Admirado Jornalista da Imprensa Automotiva 2022

Da esquerda para a direita: Eduardo Ribeiro, diretor da Jornalistas Editora, João Anacleto e Fernando Soares, editor do J&Cia Auto

Andrea Ramos, Boris Feldman e Karina Simões, e as publicações Quatro Rodas, Autoesporte, Jornal do Carro, FullCast, AutoPapo e Acelerados também foram premiados pelo concurso

Foram homenageados na noite dessa segunda-feira (25/4), em São Paulo, os +Admirados da Imprensa Automotiva 2022. O concurso, que chegou neste ano à quarta edição, elegeu João Anacleto, de A Roda, como o +Admirado Jornalista do Ano.

Da esquerda para a direita: Eduardo Ribeiro, diretor da Jornalistas Editora, João Anacleto e Fernando Soares, editor do J&Cia Auto (Foto: Doug Zuntta)

Dois representantes de Pernambuco completaram o pódio, que teve na segunda posição Jorge Moraes, apresentador dos programas AutoMotor e CBN Auto, e colunista do UOL Carros, e Silvio Menezes, do programa Carro Arretado, em terceiro lugar. Boris Feldman, do AutoPapo, e Bob Sharp, do Autoentusiastas, ocuparam, respectivamente, a quarta e a quinta posições.

Nas categorias temáticas, João Anacleto levou mais um troféu, desta vez como +Admirado Influenciador Digital. Além dele, foram premiados os jornalistas Karina Simões (KS1951), em Jornalista Especializado em Duas Rodas; Andrea Ramos (Estradão), em Jornalista Especializado em Veículos Pesados; e Boris Feldman (AutoPapo), como Colunista.

Já entre as publicações, os prêmios foram para Fullcast (Fullpower), na categoria Áudio – Podcast; AutoPapo, Áudio – Rádio; Jornal do Carro, em Jornal/Caderno Automotivo; Quatro Rodas, em Revista e Vídeo/Redes Sociais); Autoesporte, em Site; e Acelerados, em Vídeo/Programa de TV.

Além dos resultados anunciados durante a cerimônia (confira a transmissão na íntegra no YouTube), uma edição especial, que circulará nesta sexta-feira (29/4), trará detalhes da festa e da emoção dos premiados.

A eleição dos +Admirados da Imprensa Automotiva conta com os apoios de Abraciclo, Audi, Bosch, General Motors, Honda, Scania, Volkswagen e Volkswagen Caminhões e Ônibus.

Confira a relação completa dos homenageados na quarta edição dos +Admirados da Imprensa Automotiva 2022:

Jornalistas – Geral

  • Alex Ruffo (Máquinas na Pan)
  • Alzira Rodrigues (AutoIndústria)
  • André Barros (AutoData)
  • André Deliberato (Webmotors)
  • André Marinho (Guia Automotivo)
  • André Paixão (Autoesporte)
  • Andrea Ramos (Estradão)
  • Bob Sharp (Autoentusiastas)
  • Boris Feldman (AutoPapo)
  • Charles Marzanasco Filho (Quatro Rodas)
  • Claudia Carsughi (Site do Carsughi)
  • Cleide Silva (O Estado de S.Paulo)
  • Emilio Camanzi (Carros com Camanzi)
  • Fernando Calmon (UOL Carros)
  • Giovanna Riato (Automotive Business)
  • João Anacleto (A Roda)
  • Jorge Moraes
  • Karina Simões (KS1951)
  • Marcus Lauria (CarPoint News)
  • Paulo Brandão (TV Auto)
  • Paulo Cruz (AutoNews)
  • Sérgio Dias (Alpha Autos)
  • Sérgio Quintanilha (Guia do Carro)
  • Silvio Menezes (Carro Arretado)
  • Tarcísio Dias (Mecânica Online)
  • Zeca (Zeca ao volante)

 

Jornalistas – Duas Rodas

  • Karina Simões
  • Suzane Carvalho
  • Thiago Moreno (Motor1)

 

Jornalistas – Veículos Comerciais

  • Adamo Bazani (Diário do Transporte)
  • Andrea Ramos (Estradão)
  • Pedro Trucão

 

Colunistas

  • Boris Feldman (AutoPapo)
  • Charles Marzanasco (Quatro Rodas)
  • Tarcísio Dias (Mecânica Online)

 

Influenciadores Digitais

  • João Anacleto (A Roda)
  • Jorge Moraes
  • Silvio Menezes (Carro Arretado)

 

Caderno/Jornal

  • Carro Arretado (Jornal do Commercio – PE)
  • Jornal do Carro (Estadão – SP)
  • Jornal Motocycle

 

Canal Digital

  • Auto News
  • Carros com Camanzi
  • Quatro Rodas

 

Podcast

  • CBN Autoesporte
  • Fullcast (FullPower)
  • Motor 1

 

Rádio

  • AutoPapo
  • Guia Automotivo
  • Máquinas na Pan

 

Revista

  • Autoesporte
  • Motor Show
  • Quatro Rodas

 

Site/Blog

  • Autoesporte
  • Quatro Rodas
  • UOL Carros

 

TV

  • Acelerados
  • Auto Esporte
  • Carro Arretado

Especial Jornalismo nas veias: Acompanhar as transformações

Especial Jornalismo nas veias: Acompanhar as transformações

Carlos Ferreira, comentarista de esportes da TV Liberal e colunista no jornal O Liberal., e o filho, Carlos Fellip

Escolhi o nome do meu filho − Carlos Fellip − com as mesmas iniciais do meu (Carlos Ferreira) já pensando na hipótese de ele ser jornalista, mas torci para que escolhesse outra profissão. Cedo, porém, decidiu seguir o meu caminho. Então, já o preparando para o jornalismo e para a vida, sempre que me pedia dinheiro eu apresentava uma reportagem de jornal e exigia um comentário escrito. Ao mesmo tempo, eu estava mostrando que dinheiro é resultado de trabalho e provocando o exercício do jornalismo crítico.

Fellip herdou de mim a paixão, o entusiasmo, o esmero no trabalho, com a mesma preocupação de ter diferenciais. A trajetória dele em oliberal.com, de estagiário a editor executivo em 12 anos, mostra que está construindo uma bela carreira. É muito bom vê-lo numa posição de liderança, influenciando colegas com os seus valores e convicções, conduzindo um projeto exitoso, cheio de perspectivas. Melhor ainda é ser uma espécie de consultor para o meu filho. Fellip costuma me ouvir sobre seus problemas no trabalho, suas estratégias, conquistas, agruras… É uma troca. Eu aprendo muito, principalmente sobre os recursos tecnológicos do webjornalismo e sobre os desafios das relações interpessoais no trabalho.

Essas questões dominaram nossas conversas nas transformações feitas na redação de O Liberal, com o avanço do jornalismo digital dentro da estrutura do impresso. A resistência de quem não entendeu esse processo irreversível, muito estresse na preocupação de não cometer injustiça… Muita pressão! Mas os resultados são gratificantes e geram credenciais para os profissionais que lideram esse salto do oliberal.com e adaptação do tradicional O Liberal, como também do jornal Amazônia.

A geração de Fellip trabalha no divisor de águas, numa pororoca de conflitos com profissionais da era analógica que não conseguem se adaptar. E vive a amarga experiência de ser um para-choque nessa transição. Eu me vejo num meio termo. Depois de três décadas no jornalismo de base analógica, esforcei-me para acompanhar as transformações e acho que estou conseguindo. Tenho o olhar voltado para as possibilidades abertas na era digital, principalmente na televisão, onde interajo a todo momento com jovens muito “antenados”. Tenho com eles a mesma relação de complementaridade que tenho com o meu filho, e ganho muito com isso.

As transformações são também conceituais, com novas funções sociais para o jornalismo, diante da avalanche de fake news nas redes sociais, das inúmeras pautas derivadas das redes sociais, das novas formas de violência, do crescente clamor em defesa do meio ambiente… O mundo nunca mudou tão celeremente. O jornalismo está desafiado diariamente a informar e interpretar, na prestação dos serviços, como nesses tempos de pandemia.

E vejo com admiração o meu filho na vanguarda desse processo, entre o cansaço físico/mental e a glória de ver sua equipe conquistando prêmios importantes, de ver os números de audiência crescendo, de viver o sucesso do trabalho. Tudo isso numa caminhada que está apenas começando, para um jovem de 32 anos. Que Deus o abençoe!

Especial Jornalismo nas veias: Vendo a banda passar

Especial Jornalismo nas veias: Vendo a banda passar

Aziz Ahmed, ex-O Globo, Última Hora e Jornal do Commercio, do Rio, entre outros, o filho Marcelo Ahmed e o neto Cauan Ahmed

“Jornalista não é quem toca na banda; é quem vê a banda passar”, ensinava o experiente colega Joel Silveira (1918-2007).

Comecei a ver a banda passar nos fins dos anos 1950, estagiando no poderoso Correio da Manhã, onde trabalhei bom período sem receber salário antes de ser efetivado. Eram os anos dourados, a época romântica do jornalismo carioca, onde refulgiam os mais importantes jornais, porque o Rio foi capital República até 21 de abril de 1960. A coisa começou a ficar feia a partir de 1 de abril de 1964, quando vieram os anos de chumbo, seguidos dos anos rebeldes, até chegar a este novo tempo de incertezas quanto ao futuro da imprensa escrita. Aliás, o que é imprensa hoje? São jornais, revistas? São sites, blogs, newsletters, streamings, YouTube, Twitter, Facebook, WhatsApp, Telegram, Instagram e outros aplicativos que inundam o caudaloso rio das redes sociais?

Vi várias bandas passarem nos diferentes jornais em que trabalhei e dirigi, entre eles O Globo, Última Hora e Jornal do Commercio (RJ), onde fiquei durante 31 anos como diretor-editor e colunista especial. Mesmo com essa bagagem, que inclui 18 anos como professor de Jornalismo na UniverCidade e três anos numa experiência desafiadora, como editor de um jornal de uma polêmica comunidade, intitulado A Voz de Rio das Pedras, confesso que empaquei diante da pauta que este J&Cia encaminhou, pedindo-me para “explorar o olhar e o pensar das novas gerações, mas de um jeito diferente, humano, familiar”. Em suma, um texto que nasça de uma entrevista, de uma conversa com o meu filho Marcelo que decidiu, como eu, ver a banda passar.

O mercado está cheio de exemplos de filhos que seguem a profissão dos pais, dos avós, de parentes próximos. Está no sangue, no DNA. Tenho cinco filhos. Um resolveu ser jornalista. E o filho dele, Cauan, meu neto, também vê a banda passar, com um novo olhar sobre essa fascinante profissão. Meu neto nem imagina que um dia as oficinas dos jornais eram apinhadas de pesadíssimas máquinas de linotipos, alimentadas por tainhas de chumbo. Nelas, eram compostos os textos. A informatização dos jornais mudou completamente esse quadro e Cauã, dessa geração com amplo domínio das redes sociais, especializou-se em jornalismo esportivo e sempre trabalhou em agências (assessoriais de imprensa), um nicho que garante a sobrevivência da nossa profissão. O filho dele, Théo, quem sabe também não vai pelo mesmo caminho?

E cumprindo a pauta, com jeito “humano e familiar”, sugerida pelo editor do J&Cia, Eduardo Ribeiro, fui levado a uma situação insólita e à nostalgia daqueles tempos. E aqui vai o texto do meu filho Marcelo Ahmed, fruto, óbvio, de nossas elucubrações. Reconheço que, de fato, invertendo a ordem do que prega o Joel Silveira, ele teve de tocar a banda para eu poder, aliviado pelo dever cumprido, vê-la passar.  Eis o que ele revelou:

“Aprendi com meu pai que jornalismo é vocacionado. Em sua época, tinha que ser verdadeiramente jornalista para se emaranhar por uma profissão ainda não reconhecida. Largar faculdade de Medicina, convencionada ocupação de elite, como foi seu caso, tinha que estar dentro do coração e da mente. Coisa de vocação. O reconhecimento do diploma de jornalismo veio na esteira da necessidade de regulamentação de várias profissões. Vieram as universidades e os jornalistas estabelecidos viraram nossos mestres. Aprendizado que vem dos tempos da ponta da pena e máquina de escrever. E daí as especializações, o academicismo. A nova reviravolta surgiu quase simultaneamente, no início deste século, com duas situações: a revogação da necessidade de diploma, ancorada por decisão do STF, e o mundo digital.

Atualmente, disputamos espaço com uma diversidade de profissionais. Ou pseudoprofissionais, que adotam o título de ‘jornalistas’ – e hoje é fácil conseguir um registro profissional – ou outros tantos assumindo apenas a função de ‘influenciadores’. No vasto mundo digital – com uma miríade de plataformas e possibilidades – cabe de tudo. E a disputa pelo espaço tornou-se aguerrida. Nesse universo, onde está o compromisso pela verdade dos fatos, que costumamos chamar de notícia? Por vezes, habitam o mesmo ambiente jornalistas altamente qualificados e propagadores de fake news. Navegar nesses mares revoltos tornou-se questão de sobrevivência profissional. Ainda estamos entendendo o território, o que muitos especialistas chamam de reinvenção. Prefiro entrar pelo caminho da ética, que é o caminho da procura pela verdade, mesmo aceitando a subjetividade do que se entende por verdade. Pois esse é o caminho que aprendi com meu pai”.

Mapa de mídia independente é lançado em Pernambuco

A Marco Zero Conteúdo, com o apoio da Repórteres Sem Fronteiras e do Coletivo Sargento Perifa, lançou o Mapa da Mídia Independente e Popular.
A Marco Zero Conteúdo, com o apoio da Repórteres Sem Fronteiras e do Coletivo Sargento Perifa, lançou o Mapa da Mídia Independente e Popular.

A Marco Zero Conteúdo, com o apoio da Repórteres Sem Fronteiras e do Coletivo Sargento Perifa, lançou em 19/4 o Mapa da Mídia Independente e Popular de Pernambuco, uma base de dados online que dá visibilidade a coletivos de comunicação popular do estado que atuam especialmente em comunidades periféricas, com objetivo de conectar e fortalecer as ações.

Marcando a sua primeira etapa, o projeto mapeou 42 iniciativas onde, através do site, qualquer usuário pode acessar suas informações sobre data de fundação, número de integrantes, temas abordados, periodicidade da produção, formas de financiamento, além de como conhecer suas redes sociais e acionar contatos diretos dos grupos.  A expectativa dos organizadores é chegar a pelo menos 100 iniciativas de todas as regiões do estado.

Durante o processo de mapeamento foi descoberto que os coletivos em sua maior parte são formados por pessoas jovens, periféricas, mulheres negras que atuam na comunicação antirracista, contra LGBTfobia e os preconceitos de classe. Além disso, foi constatado também que o financiamento dos coletivos é advindo de recursos próprios, entretanto, o financiamento por editais tem sido muito importante para o desenvolvimento do trabalho de muitos.

Para Laércio Portela, cofundador da Marco Zero Conteúdo e coordenador da iniciativa, o Mapa é uma ferramenta de visibilização, mas também de aproximação dos coletivos de comunicação independente e popular que atuam no estado.

“Ele traz a potência e a diversidade de corpos, territórios, culturas e narrativas que os coletivos representam. Para os próprios coletivos, serve como um ambiente de encontro para a formação de redes”, afirmou.

O projeto envolverá também uma pesquisa sobre quem são e como atuam esses grupos, formação e capacitação, realização de debates e trocas de experiências, e também a produção e distribuição colaborativa de conteúdos. O cadastramento de novos veículos ou coletivos pode ser feito através do formulário.

Jornal Já terá que indenizar assassino da esposa jornalista no RS

(* Com informações do Coletiva.net)
Luiz Henrique Sanfelice
Luiz Henrique Sanfelice

O Jornal Já, publicação independente de Porto Alegre, recebeu uma intimação para indenizar Luiz Henrique Sanfelice, assassino condenado pela morte da esposa, a jornalista Beatriz Rodrigues de Oliveira. O valor, estipulado em R$ 32 mil, diz respeito a um processo movido em 2014 por Sanfelice em retaliação à reportagem Ela foi queimada viva, de Renan Antunes de Oliveira, publicada em 2005 na versão impressa da publicação, e reproduzida em 2010, na digital.

Ao sustentar a acusação contra o jornal, Sanfelice argumentou que o fato de a matéria, escrita com base em uma sessão do júri em julho de 2005, ter sido republicada no site, em 11 de maio de 2010, era uma tentativa de não deixar o crime ser esquecido. O empresário apontou que o texto prejudicava o retorno ao convívio social e gerava dificuldades na busca por um emprego e, por fim, alegou que a disponibilidade do conteúdo o estava impedindo de usufruir do direito ao esquecimento.

O caso

O caso Sanfelice ocorreu em 2004, quando Beatriz foi encontrada morta em 12 de junho daquele ano, Dia dos Namorados, dentro do Mégane do marido, próximo ao Santuário das Mães, uma região erma da cidade de Novo Hamburgo (35 km de Porto Alegre), no Vale do Sinos.

O carro havia sido incendiado, e o corpo de Beatriz estava dentro dele. Durante as investigações, diversos elementos foram descobertos, como fitas pornô gravadas pelo empresário em que ele aparecia com amantes, uma suposta traição por parte de Beatriz e um seguro de vida da mulher, cujo beneficiário era ele próprio, no valor de R$ 350 mil – esses dois últimos principais motivadores do crime, segundo a polícia.

Sanfelice sempre negou a autoria do assassinato, mas acabou sendo condenado em 2006 durante um julgamento muito concorrido por curiosos.

Direito ao esquecimento

O direito ao esquecimento é a prerrogativa de não ser lembrado contra a própria vontade, especificamente em fatos de natureza criminal. Contudo, em fevereiro de 2021, o Supremo Tribunal Federal (STF) estabeleceu que o direito ao esquecimento é incompatível com a Constituição Federal. Além disso, em março de 2022 a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), também defendeu que essa legislação não pode servir de justificativa para impor a exclusão de uma matéria de um site jornalístico.

A sentença

Em fevereiro de 2017, a juíza Carla Patrícia Boschetti, da 7ª Vara Cível do Foro Central, deu ganho de causa a Sanfelice e solicitou a remoção da matéria em questão. Também determinou “a abstenção da ré de nova divulgação do conteúdo difamatório a seu respeito” e o pagamento de danos morais. Na sentença, a magistrada ainda argumentou que o jornal não apresentou nenhuma defesa, o que, segundo a Constituição, leva ao entendimento de que as alegações feitas pela parte acusante são verdadeiras.

No texto, a juíza apontou que a reportagem acabou por causar ofensas morais a Sanfelice, por conta do excesso de “adjetivação indevida imputada ao autor”. Em relação aos danos morais, a magistrada determinou o pagamento da quantia de R$ 2 mil, que deveria ser corrigida monetariamente por meio do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) a partir da data da sentença. Ela também considerou o acréscimo de juros moratórios desde a data que a matéria foi publicada on-line. Por fim, estabeleceu o pagamento, por parte do jornal, das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 20% sobre o valor da condenação.

Falta de defesa

Procurado pelo site Coletiva.net, Elmar Bones, proprietário do Jornal JÁ, explicou que, durante as primeiras movimentações processuais, houve divergências entre o seu advogado, Luis Francisco Barbosa, e a juíza. Segundo o jornalista, o defensor e a magistrada alegaram prazos diferentes para o encaminhamento da defesa. “Na data que ela mencionou, eu fui até o cartório judicial para pegar os autos, só que ainda não estavam disponíveis para consulta”, relatou. Ele ainda contou que pediu um atestado que comprovasse a falta dos documentos, que foi anexado ao processo, mas desconsiderado na sentença.

Logo após a decisão, ainda em 2017, Elmar entrou com um recurso em segunda instância, na 5ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado (TJ-RS), requerendo o benefício da justiça gratuita em nome do Jornal JÁ – negado em primeira instância. Vale salientar que a legislação brasileira permite a concessão tanto para pessoas físicas quanto jurídicas, contudo, o desembargador Jorge Luiz Lopes do Canto, negou novamente, sob a alegação de falta de evidências que comprovem dificuldades financeiras. Em nova contestação feita pelo jornalista, em 2018, a regalia foi aprovada por unanimidade em sessão da mesma câmara.

Ainda no mesmo recurso, Elmar argumentou ter sofrido cerceamento de defesa, devido à indisponibilidade de acessar os autos do processo. Na contestação, pediu para que pudesse encaminhar a defesa, o que foi desconsiderado na avaliação do desembargador e relator do caso, Jorge Luiz: “a parte ré foi devidamente intimada acerca da reabertura do prazo para apresentação de contestação”. Enquanto isso, Sanfelice também entrou com uma apelação em segunda instância e pediu o aumento do valor estipulado para os danos morais, que foi julgado e ampliado a R$ 8 mil na mesma sessão.

Ainda conforme Elmar, o pagamento da indenização, que deveria ter sido feito até 21/4, não ocorreu, pois alegou que não tem condições financeiras para tal. O jornalista também explicou que, no final do ano passado, o advogado que fazia a defesa acabou falecendo e, desde então, não teve conhecimento de novos andamentos no processo até 6 de abril, data em que foi intimado. Na conversa com o portal, o proprietário do Jornal Já ainda explicou que estava em São Paulo, onde se encontraria com o advogado gaúcho Werner Becker para realizar uma consulta sobre a situação.

Corinthians promove “apagão de informações”

Em protesto contra a violência contra jogadores e supostos casos de fake news, o Corinthians emitiu nesta sexta-feira (22/4) uma nota comunicando que promoverá, até as 10h da próxima segunda-feira (25/4), um “apagão de informações” em sua área de Comunicação. A decisão faz parte de um posicionamento do clube paulista contra os recentes casos de ameaças a jogadores do clube, e a disseminação de ódio e fake news nas redes sociais.

Na prática, o clube interromperá nesse período todo tipo de Comunicação, incluindo as relacionadas ao contato com jornalistas, uma vez que a imprensa também foi alvo das críticas do clube. “Da imprensa, cobraremos que se mantenham fieis aos seus princípios, mesmo que a tecnologia continue a revolucionar os hábitos da informação”, destacou um vídeo sobre a ação publicado nas redes sociais do clube.

No caso do embate com os jornalistas, a queixa do clube diz respeito a uma polêmica envolvendo um suposto caso de racismo e segregação que teria ocorrido na área nobre da Neo Química Arena, em jogo realizado no dia 13 de abril, contra o Deportivo Cali, pela Libertadores.

Na ocasião, o clube foi acusado de barrar dois menores desacompanhados que tentavam entrar para assistir a uma partida apresentando ingressos inválidos. Mesmo esclarecendo o ocorrido, o clube criticou as publicações que deram coro à denúncia antes de o caso ter sido esclarecido.

“O ‘apagão de comunicação’ do Corinthians atinge também a relação dos jornalistas com a assessoria do clube. Nem por mensagens teremos contato”, explicou o repórter Tiago Salazar, da Gazeta Esportiva, que destacou ainda o fato de o clube jogar um importante clássico neste sábado, contra o Palmeiras.

Vale lembrar que é o segundo caso de atrito entre um clube paulista e a imprensa nos últimos dias. Depois de ficar incomodada com uma crítica do jornalista Juca Kfouri, do UOL, a diretoria do Santos proibiu o credenciamento de jornalistas do portal para a cobertura da partida contra a Universidade Católica de Quito, também realizado em 13 de abril, na Vila Belmiro, pela Copa Sul-Americana. Na ocasião, diversas entidades criticaram a postura do clube praiano.

 

Confira a nota na íntegra:

“O Sport Club Corinthians Paulista entra nesta sexta-feira (22) em uma das causas mais importantes de seus mais de 111 anos de história. O clube do Parque São Jorge vai se posicionar contra o clima de violência no ambiente do futebol e a disseminação do ódio e das fake news nas redes sociais por meio de um apagão de comunicação. Nenhuma postagem será feita pelas redes sociais do clube e nenhuma ação de comunicação será realizada entre as 10h desta sexta-feira (22) e as 10h da próxima segunda-feira (25).

Esta medida visa a conscientizar a fiel torcida e a sociedade em geral a respeito do discurso de ódio, tornando o debate do futebol especialmente tóxico e chegando ao extremo do risco físico e trauma psicológico para os profissionais do esporte – atletas ou não – e suas famílias.

Além disso, não deixamos de notar que há quem aproveite o estado de permanente indignação para monetizar a repercussão de fake news, seja nas redes sociais ou em parte da imprensa tradicional, como se viu na semana passada, quando a operação de nosso estádio foi acusada de racismo ao cumprir a lei e barrar dois menores desacompanhados que tentavam entrar para assistir a uma partida apresentando ingressos inválidos.

“Não podemos mais permanecer imóveis diante de um contexto que ameaça todos os clubes e jogadores. É preciso que a sociedade reflita sobre qual futebol quer para si, para suas famílias, para o presente e para o futuro”, afirma Duilio Monteiro Alves, presidente do Corinthians.

Recentemente, os jogadores Cássio, Gil, Willian e Paulinho e seus familiares foram expostos a ameaças feitas por torcedores, fato que se repetiu em outros clubes. Esse ódio também se estende a dirigentes, árbitros e jornalistas, o que mostra a urgência de abordar o tema e enfrentar a situação de forma efetiva e abrangente.

Esta primeira medida do Corinthians será seguida por outras que envolverão todas as diretorias e todo o ecossistema do clube, de forma que imprensa, influenciadores, usuários e empresas de redes sociais também se engajem no necessário debate por um ambiente saudável para a prática, a vivência e a paixão pelo futebol profissional, dentro do espírito esportivo e democrático que guia o Corinthians desde sua fundação.”

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