Adriana França, da Assessoria de Imprensa do Governo do Estado do Rio de Janeiro, o tio-avô Wilson Carneiro Malta, o pai Luiz de França, o irmão França Júnior e o filho Raphael de França

Sabe qual o maior medo e o maior orgulho de um jornalista? É que seus filhos sigam a mesma profissão. Medo, pois todos sabem que ser jornalista no Brasil não é fácil. A profissão requer, além um olhar verdadeiramente atento e isento, um talento que não se aprende nas faculdades. Aliás, na “faculdade da vida profissional” é que aprendemos. Verdade seja dita.

Eu venho de uma família de jornalistas. Estamos na quarta geração comprometidos com a comunicação. Tudo começou com meu tio-avô, Wilson Carneiro Malta. Dono do Jornal de Petrópolis e da Rádio Difusora de Petrópolis. Ele deu início e a oportunidade para a nossa história familiar na comunicação.

Meu pai, Luiz de França, começou no rádio aos 16 anos. Ainda em Barbacena, Minas Gerais. Depois foi para uma rádio em Juiz de Fora, uma cidade maior, com mais oportunidades. Logo o tio Wilson reconheceu o talento do sobrinho-neto e o levou para a Difusora de Petrópolis. Aliás, na Difusora passaram, ainda garotos, grandes nomes da comunicação, como Paulo Giovanni (hoje atuando no mercado publicitário); o já falecido Paulo Barbosa; Gilson Ricardo, Wagner Montes, para citar somente alguns.

Dali foi um pulo para a carreira vitoriosa do França. Veio o primeiro lugar no programa A Grande Chance, de Flávio Cavalcanti, em 1968; o contrato com a extinta TV Tupi e depois a Rádio Globo, por onde ficou por mais de 20 anos. França passou também pela Rádio Tupi e, por último, Rádio Manchete. Nessa última foi pioneiro em fazer programa ao vivo de forma remota. Montou um estúdio em casa, em Barbacena, e dali dava seu recado no microfone para os ouvintes do Rio de Janeiro.

Durante todo esse tempo pude presenciar sua evolução na carreira, suas dificuldades, sua garra e, sobretudo, suas vitórias. Como amava o rádio!  E, então, como não podia deixar de ser, seus filhos também foram para a área de comunicação. Meu irmão, França Júnior, foi radialista por anos.

Eu até tentei ser publicitária, mas o destino me desviou para o jornalismo. Primeiro no rádio. Foram quase 16 anos entre CBN e Band News RJ. Depois veio a experiência em comunicação corporativa e assessoria de imprensa, em gestão pública e privada. E lá se vão 30 anos de profissão, com direito a todas as alegrias e sufocos que só um jornalista sabe como são.

Fruta madura não cai longe do pé. Não é que meu filho Raphael de França é a soma de tudo que fomos! Com menos de quatro anos já tinha um pequeno estúdio de rádio no quarto. Fazia um programa imaginário, o Show do Neném, no qual colocava músicas e reportava as notícias do seu mundo infantil. E foi crescendo tendo o avô como ídolo. Sempre muito curioso e atento aos noticiários, às inovações do rádio, as novas mídias, as novas ferramentas e tecnologias de comunicação.

Aos 15 anos foi para o mercado e não parou mais. Além dessa curiosidade nata pela comunicação, herdou o espírito empreendedor do tio-avô Wilson Carneiro Malta. A perseverança do avô Luiz de França. A veia criativa do tio Francinha, e a seriedade no trato da profissão da mãe aqui. Isso tudo junto e misturado, somando-se a pegada plural que é inerente a essa geração dos 30 e poucos anos.

Especial Jornalismo nas veias: Quatro gerações na comunicação
Adriana e seu filho Raphael; o patriarca Luiz de França, falecido em 2017; França Júnior, irmão de Adriana

Incrível como essa geração de jornalistas e comunicadores desenvolve múltiplos talentos! Eles apuram, escrevem, editam, operam vários equipamentos, conhecem inúmeras ferramentas, inventam e se reinventam a toda hora. E estudam, se atualizam o tempo inteiro. Afinal, hoje em dia, o mercado de jornalismo, da comunicação em geral, não é só para os talentosos, mas sobretudo, para os fortes!

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