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Entidades pedem que partidos e presidenciáveis respeitem jornalistas nas próximas sabatinas

Entidades defensoras da liberdade de imprensa manifestaram indignação e preocupação em relação aos recentes ataques a jornalistas e fazem um apelo para que partidos e presidenciáveis respeitem o trabalho jornalístico durante o período eleitoral.

As entidades destacam a Carta Compromisso com a Liberdade de Imprensa e a Segurança de Jornalistas nas Eleições 2022, lançada no mês passado, que lista recomendações aos presidenciáveis para que garantam condições seguras para a cobertura eleitoral, como adotar discurso público que contribua para prevenir a violência contra jornalistas e condenar publicamente qualquer forma de violência.

“Infelizmente, as recomendações vêm sendo desrespeitadas de maneira sistemática”, destacam as entidades. “Assim, reforçamos o pedido para que todas as candidaturas, seus partidos e coligações, assinem e acatem a carta compromisso. (…) As organizações destacam que, durante o período eleitoral, o papel da imprensa se torna ainda mais relevante para garantir o acesso à informação necessária para uma participação cidadã no debate público e nas eleições, de forma consciente e crítica”.

Assinam o texto ARTIGO 19. Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Associação de Jornalismo Digital (Ajor), Comitê para a Proteção dos Jornalistas, Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Intervozes, Instituto Palavra Aberta, Instituto Vladimir Herzog, Repórteres sem Fronteiras (RSF) e Tornavoz.

Roberto Jardim lança livro de crônicas sobre futebol e política

Roberto Jardim lança livro de crônicas sobre futebol e política

Roberto Jardim lança o livro Um outro futebol − pequenas histórias da bola, que reúne mais de uma centena de crônicas e fragmentos sobre futebol e política, com o objetivo de mostrar que ambos os temas andam juntos.

Divididas em cinco capítulos, as histórias são dispostas seguindo uma linha cronológica, desde quando as regras do futebol surgiram na Inglaterra até a atualidade, mostrando como esse esporte surgiu de forma elitista, machista e preconceituosa e posteriormente virou campo de luta de operários, negros e mulheres. Xico Sá, que assina o prefácio, diz que o livro “nos brinda com dribles e firulas de um lirismo que tanto faz falta na crônica brasileira. (…) ”Política e futebol não se misturam. São uma coisa só. Da origem do universo à derradeira discussão de botequim sobre futebol raiz x futebol moderno”. Para Jardim, a obra é essencial no contexto atual, em ano de Copa do Mundo, que se envolve com todo o cenário geopolítico.

Ele é também autor de outras obras que relacionam o futebol com temas extra-campo, como Além das 4 Linhas, de 2016, e Democracia Fútbol Club, de 2018. Um outro futebol já está em pré-venda.

Nova série do Globoplay é inspirada no livro Rota 66, de Caco Barcellos

Em uma adaptação do livro-reportagem Rota 66, de Caco Barcellos, a nova série do Globoplay trará Humberto Carrão interpretando Caco.
Em uma adaptação do livro-reportagem Rota 66, de Caco Barcellos, a nova série do Globoplay trará Humberto Carrão interpretando Caco.

Humberto Carrão fará o papel do autor

Em uma adaptação do livro-reportagem Rota 66, de Caco Barcellos, a nova série do Globoplay Rota 66 – A polícia que mata, trará o ator Humberto Carrão interpretando o jornalista durante as investigações que revelaram violências policiais contra jovens negros periféricos em São Paulo.

Com estreia em 22/9 e direção de Philippe Barcinski e Diego Martins, a história narrará a trajetória profissional de Caco, que foi marcada por grandes investigações jornalísticas. Lara Tremouroux, Juan Queiroz, Adriano Garib, Rômulo Braga, Gabriel Godoy, Ricardo Gelli e Aílton Graça também fazem parte do elenco.

Editado pela primeira vez em 1992, no ano seguinte o livro rendeu a Caco o Prêmio Jabuti na categoria Reportagem.

Américo Martins assumirá como correspondente sênior da CNN em Londres

Américo Martins, vice-presidente de Conteúdo da CNN Brasil, está se despedindo do posto para assumir como correspondente sênior em Londres.
Américo Martins, vice-presidente de Conteúdo da CNN Brasil, está se despedindo do posto para assumir como correspondente sênior em Londres.

Américo Martins, vice-presidente de Conteúdo da CNN Brasil, está se despedindo do posto para assumir como correspondente sênior do canal em Londres. Nessa nova fase, o cargo será incorporado pela Vice-Presidência de Jornalismo, sob o comando de Leandro Cipoloni. Ele assumirá a nova cadeira logo após as eleições.

Américo morou em Londres por 16 anos, tendo ocupado diversos cargos na BBC, entre eles de diretor de Parcerias Globais e diretor para as Américas e Europa. No Brasil, foi também presidente e CEO da EBC e superintendente de Jornalismo e Esportes da RedeTV.

Leonardo Attuch, do Brasil 247, é condenado por chamar assessor de Bolsonaro de “nazistinha”

Segundo informações de Kalleo Coura, do JOTA, Leonardo Attuch, fundador do Brasil 247, foi condenado a pagar uma indenização de R$ 15 mil a Filipe Garcia Martins, assessor internacional do presidente Jair Bolsonaro, por chamá-lo de “nazista” e “nazistinha” no Twitter. A decisão é do juiz Rodrigo Aparecido Bueno de Godoy, da 2ª Vara Cível de Cotia (SP), que também determinou a exclusão dos tuítes sob pena de multa diária de R$ 500.

Em março do ano passado, durante sessão do Senado Federal, Filipe Martins foi filmado fazendo um gesto com as mãos que foi entendido pelo Ministério Público Federal (MPF) como racista por simbolizar “orgulho da supremacia branca”. Ele foi denunciado pelo crime de racismo. Porém, o juiz Marcus Vinicius Reis Bastos, da 12ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Distrito Federal, absolveu Martins em primeira instância. O caso será julgado pela 3ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

Attuch afirmou que recebeu a notícia da condenação com naturalidade e que vai recorrer, “até porque várias entidades judaicas já o associaram ao nazismo”. Os advogados do jornalista afirmaram que os posts em questão estão incluídos no direito de manifestação de pensamento e informação da imprensa, criticando fatos envolvendo uma pessoa pública.

Porém, para o juiz Rodrigo Aparecido Bueno de Godoy, apesar de Attuch ter o direito de expor seu pensamento e opinião como jornalista, “as respectivas prerrogativas não são passaportes para o tornar imune de responsabilidade”. Segundo a decisão, nos tuítes de Attuch “não há informação qualquer, mas adjetivação e ofensa gratuita, pois, com efeito, não se prestam a ‘informar’ o leitor, ou ‘criticar’ uma pessoa pública em razão das suas funções, mas apenas revelam um fato difamatório ao requerente permeado com uma certa dose de ódio”.

No mês passado, Barbara Gancia também foi condenada a indenizar Filipe Martins por chamá-lo de “supremacista” no Twitter. A defesa da jornalista recorreu da decisão.

Relatório aponta aumento de 47% nas violações das liberdades de imprensa e expressão na AL

Relatório aponta aumento de 47% nas violações das liberdades de imprensa e expressão na AL

O Relatório Sombra 2022, produzido pela rede Voces del Sur, identificou 4.931 violações das liberdades de imprensa e de expressão em 14 países da América Latina em 2021. Os dados equivalem a um aumento de 47% em relação a 2020, que registrou 3.350 casos.

O documento é baseado em alertas recebidos por 14 organizações-membros da rede, entre elas a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). O monitoramento foi realizado em Brasil, Argentina, Bolívia, Colômbia, Cuba, El Salvador, Equador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Peru, Uruguai e Venezuela.

Segundo o documento, os dados obtidos refletem “padrões de violência que começa pelo simbólico, por exemplo, o discurso estigmatizante, seguido de ameaças e intimidação, para depois materializar-se nas formas de violência direta, como ataques e agressões, sequestros, torturas e assassinatos”.

O Estado foi apontado como o principal agressor, com o maior índice de alertas detectados (72%): “Os Estados – em teoria garantidores dos direitos humanos – são, por ação e omissão, uma grande ameaça às pessoas que trabalham com jornalismo e comunicação”, diz o documento.

Entra os indicadores que mais cresceram destacam-se detenções arbitrárias (198%), uso abusivo do poder estatal (193%), discurso estigmatizante (83%), restrições ao acesso à informação (50%), e agressões e ataques (18%).

O Brasil foi o país com o maior número de alertas de ataques de gênero (50), sendo que a maior parte dessas agressões (36) se encaixou na categoria de discurso estigmatizante, que teve como principal alvo mulheres jornalistas.

Confira o Relatório Sombra 2022 na íntegra.

Trabalhadores da EBC realizam atos e indicam estado de greve contra demissão de conselheira

Trabalhadores da EBC realizam atos e indicam estado de greve contra demissão de conselheira Kariane Costa

Trabalhadores da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) realizaram na sexta-feira (9/9) atos contra a demissão de Kariane Costa, eleita para representar os funcionários no Conselho de Administração (Consad) da empresa. Jornalistas e radialistas da EBC decidiram também entrar em estado de greve para barrar a demissão.

As manifestações foram realizadas simultaneamente em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Cerca de 230 trabalhadores reuniram-se contra a medida, classificada como “um ataque à organização sindical”.

Kariane havia encaminhado às instâncias da EBC denúncias de assédio moral na empresa, solicitando a apuração dos fatos. O processo passou a tramitar em segredo e Kariane foi ouvida, como testemunha, duas vezes, até que foi comunicada ter sido transformada em ré, culminando na recomendação de demissão por justa causa. Ela foi acusada de calúnia e difamação e teve a demissão por justa causa aprovada por uma sindicância interna.

Para o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, “a demissão de Kariane deve ser entendida como mais um ataque à organização sindical dos trabalhadores e se soma a outras ações já perpetradas pela EBC, como a cassação da liberação de dirigentes sindicais. Em São Paulo, a EBC cassou a liberação sindical do diretor do Sindicato Eduardo Viné Boldt, que dirigiu o ato desta sexta na porta da empresa em São Paulo”.

Paulo Zocchi, vice-presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), afirmou que “os motivos alegados para a demissão da Kariane são apenas pretextos que não sustentam para colocar para fora a representante dos trabalhadores e dar um exemplo de intimidação acerca dos assédios que se praticam hoje na EBC”.

Abraji repudia ataque de vice-PGR a Guilherme Amado

Abraji repudia ataque de vice-PGR a Guilherme Amado

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) repudiou o ataque de Lindôra Araújo, vice-procuradora-geral da República, contra Guilherme Amado, do portal Metrópoles.

Na sexta-feira (9/9), a vice-PGR enviou uma manifestação ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, defendendo o arquivamento da investigação de mensagens compartilhadas por empresários aliados ao presidente Jair Bolsonaro, reveladas por Amado. Algumas das conversas pregam uma ruptura democrática caso Bolsonaro não seja reeleito.

Lindôra criticou o ministro, pediu a anulação do caso e chamou de “leviano” o trabalho feito pelo jornalista do Metrópoles: “O supramencionado desabafo do Exmo. Ministro seria suficiente para um olhar mais aprofundado acerca da veracidade da pretensa existência de uma conspiração criminosa de empresários e das terríveis consequências desse leviano ato jornalístico que deu ensejo à instauração de uma investigação e à decretação de diversas medidas cautelares”, declarou a vice-PGR.

O trecho citado se refere a um episódio de 2020 em que Amado errou ao informar que Alexandre de Moraes teria contraído Covid-19. Assim que percebeu o erro, o jornalista corrigiu a informação e se desculpou. A estratégia é insinuar que Amado teria um padrão de divulgar mentiras.

Para a Abraji, “é lamentável que uma procuradora da República faça uso do cargo para, em uma manifestação oficial perante a Suprema Corte do País, atacar um jornalista, sobretudo no período eleitoral, em que a imprensa é ainda mais necessária para garantir a lisura do processo democrático”.

IJNet: Ataques contra jornalistas no Brasil estimulam adoção de medidas de segurança

Texto publicado originalmente em 11/9/2022 pela IJNet

Por Raul Galhardi

Desde o início do governo de Jair Bolsonaro o trabalho da imprensa tornou-se ainda mais difícil devido ao clima de hostilidade contra os profissionais do meio estimulado pelo próprio presidente. Ameaças e agressões, tanto físicas quanto verbais, tornaram-se rotina de parte dos jornalistas, principalmente daqueles responsáveis pela cobertura política.

Um desses ataques ocorreu com o veículo Congresso em Foco no dia quatro de junho deste ano. O site publicou reportagem mostrando a organização no 1500chan, o maior fórum anônimo da internet brasileira, de um esquema de produção de fake news cujo objetivo era favorecer a reeleição do presidente Jair Bolsonaro.

Ao ser publicada a matéria, começaram a ser postadas, no mesmo fórum, ameaças de morte contra o seu autor, o repórter Lucas Neiva. Em seguida, ameaças ainda mais violentas foram feitas, no 1500chan e por e-mail, contra a editora Vanessa Lippelt que, dias antes, havia relatado em reportagem as atividades de uma escola paramilitar destinada a crianças a partir de cinco anos de idade. Outras ameaças se seguiram, estendendo-se a familiares dos jornalistas. Além disso, o veículo sofreu sucessivos ataques hackers que chegaram a torná-lo inacessível.

“Isso tudo nos obrigou a tomar uma série de providências. Fomos atrás de especialistas em segurança digital e advogados, entramos com uma queixa crime na polícia civil e alguns parlamentares encaminharam ofício relatando o fato para o STF”, relata Sylvio Costa, fundador do Congresso em Foco. Em face desses acontecimentos, foi criada a campanha “SOS Congresso em Foco”, que pretende arrecadar recursos para arcar com os custos da assessoria jurídica e garantir a saúde mental e a segurança física, digital e patrimonial da equipe.

Mentira tem preço

A jornalista Thais Lazzeri, fundadora da FALA – histórias para não esquecer, produtora de conteúdo em direitos humanos, meio ambiente e democracia, também tem sido alvo de ataques motivados por razões políticas e ideológicas. “As agressões já vinham ocorrendo há três anos, mas se intensificaram em 2021 com o início do projeto ‘Amazonas: mentira tem preço’”. A iniciativa, criada em parceria com o InfoAmazonia,realiza investigações jornalísticas a partir do mapeamento e monitoramento de redes de desinformação no Brasil com recortes socioambientais.

Lazzeri conta que tem sido sistematicamente exposta em grupos e redes sociais tanto por perfis aparentemente reais quanto por anônimos e inclusive por pessoas públicas, como políticos e influenciadores digitais. De um ano para cá, ela percebeu que as agressões têm se intensificado com ameaças, veladas ou diretas.

“A primeira onda de ataques procurava desqualificar nosso trabalho jornalístico. A segunda escalada de violência já teve palavrões, principalmente direcionados às mulheres da equipe. Em 2021 começaram os ataques mais pesados com ameaças veladas, processos e fotomontagens. Falaram em um deles que eu deveria contratar um ‘segurança pessoal’”.

Medidas de segurança

Para se protegerem, as equipes dos veículos adotaram uma série de medidas de segurança. Consultas a advogados; a adoção de dupla confirmação no acesso a e-mails e redes sociais, bem como a mudança constante das suas senhas; o uso de e-mails criptografados, como o ProtonMail; e cancelamento de postagens pessoais em canais públicos são algumas das ações adotadas.

“Uma das recomendações que tivemos foi de dar visibilidade aos fatos porque isso, além de servir para a nossa proteção, contribui para o esclarecimento deles. Iniciamos também um programa de saúde mental para a nossa equipe porque as pessoas ficaram muito tensas, preocupadas e assustadas”, diz Costa.

“Em 2021, contratamos seguro para toda a equipe e adotamos uma série de recomendações de segurança, entre elas o uso de apps para gerar senhas e a criptografia de discos rígidos dos computadores com o uso do FileVault (recurso de segurança presente no Mac OS X)”, afirma Lazzeri.

2018 e 2022

Em relação ao clima político das eleições deste ano, os jornalistas não são otimistas. ”Eu acho que está muito pior agora do que em 2018. Você tem o presidente da República e vários setores falando claramente em desrespeito ao processo eleitoral. Houve várias manifestações de Bolsonaro e de seus seguidores contra a ordem constitucional e pedindo o fechamento do Congresso, do STF, a prisão de jornalistas e o cancelamento de concessões de rádio e TVs que não fazem o que eles querem”, analisa o fundador do Congresso em Foco.

Costa lembra ainda das mortes ocorridas por motivos políticos, como a de Marcelo Aloizio de Arruda, guarda municipal e tesoureiro do PT de Foz de Iguaçu, e do capoeirista Romualdo Rosário da Costa, conhecido como Moa do Katendê, na Bahia. “Vivemos um estado de violência política implantado pela facção política que está no poder, que tem uma intenção declarada de romper o pacto constitucional de 88 e implantar um regime autoritário no Brasil”.

Para Lazzeri, as hostilidades contra jornalistas continuarão neste período eleitoral e após as eleições. “O que estamos vivendo neste segundo semestre é um clima muito hostil para os profissionais de imprensa, já que o presidente constantemente questiona o trabalho jornalístico. Independentemente do resultado das eleições, porém, a imprensa continuará como alvo. Será um processo longo até que isso mude”.

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