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terça-feira, julho 15, 2025

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Imprensa sofre com escalada de tentativas de censura

Pelo menos cinco importantes publicações de âmbito nacional sofreram nas últimas semanas uma série de processos judiciais com o objetivo de impetrar censura em seus conteúdos.

Essa escalada ganhou um novo contorno na semana passada, quando o presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL) iniciou uma cruzada contra veículos de imprensa que noticiaram as recentes denúncias de corrupção envolvendo seu nome e de violência contra sua ex-mulher Jullyene Lins.

Até o momento, são alvos do deputado alagoano o programa ICL Notícias, produzido pelo Instituto Conhecimento Liberta, a Agência Pública e o site Congresso em Foco; este, por causa de uma liminar provisória concedida pela Justiça do Distrito Federal, foi o único dos três de fato obrigado a retirar do ar uma reportagem em que a ex-mulher do deputado o acusa de ter cometido violência sexual contra ela em 2006.

A decisão, datada de 3 de julho, é do juiz Jayder Ramos de Araújo, da 10ª Vara Cível de Brasília. O caso está sob sigilo e o mérito ainda será julgado. Além da remoção do conteúdo, a ação por danos morais pede indenização de R$ 100 mil e tem como partes Jullyene e o portal UOL, onde o Congresso em Foco está hospedado e mantém relação comercial com independência editorial.

No caso da Agência Pública, o parlamentar entrou com ação na 14ª Vara Cível de Brasília contra a publicação, e também sua ex-esposa. O pedido de tutela de urgência apresentado por Lira na ação foi indeferido pelo juiz Luiz Carlos de Miranda. O magistrado entendeu que a reportagem é de interesse público e visa a informar os leitores. “Não é demais lembrar que o autor, por ser figura pública e política de inegável importância no cenário brasileiro, desperta legítimo interesse quanto aos seus atos de governo, mas também quanto à sua vida pessoal”, declarou o magistrado.

Lira também havia solicitado que o processo corresse em segredo de justiça, o que também foi indeferido pelo juiz da ação. Neste caso, assim como no do Congresso em Foco, além da retirada do conteúdo, foi pedida indenização por danos morais no valor de R$ 100 mil. A Pública declarou que entrou em contato com Lira para esclarecimentos e abriu espaço para ouvir e publicar a versão do deputado, que optou por não responder aos questionamentos.

Já no caso contra o ICL Notícias, o deputado pediu a remoção de reportagens, entrevistas e comentários produzidos pelo programa. Além das denúncias feitas pela ex-mulher do deputado, neste caso a ação também mira comentários feitos durante o programa sobre o arquivamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de uma investigação por corrupção passiva, envolvendo aquisição superfaturada de kits de robótica para escolas de Alagoas.

Desta vez, o Lira entrou com ação na 24ª Vara Cível de Brasília para a retirada de ao menos 43 vídeos do ICL Notícias, e pediu indenização de R$ 300 mil por dano moral. O deputado pediu em caráter de urgência que todos os links do programa, incluindo trechos publicados pelos participantes, fossem retirados das redes sociais. Mas o juiz Gustavo Fernandes Sales também negou a tutela de urgência, afirmando que a retirada do conteúdo do ar sem que passasse pelo trâmite normal do processo de danos morais poderia “impor verdadeira censura à liberdade de imprensa”.

Polêmica entre Arthur Lira e sua ex-esposa, Jullyene Lins, resultou até o momento em tentativa de censura contra três veículos

Justiça manda recolher piauí das bancas

Em outro caso, este sem relação com Arthur Lira, o juiz Hilmar Castelo Branco Raposo Filho, da 21ª Vara Cível do Distrito Federal, expediu uma liminar determinando a remoção de um trecho da reportagem O cupinzeiro, produzida pelo repórter Breno Pires, para o site e revista piauí de junho.

Capa da piauí de junho. Publicação teve que ser recolhida das bancas

A reportagem mostra como o governo Bolsonaro desidratou o programa Mais Médicos e colocou no lugar uma agência que se transformou num ninho de falcatruas, com casos de nepotismo, irregularidades administrativas, denúncias de assédio moral e mau uso de verba pública. A decisão atendeu ao pedido de um casal citado na reportagem, ambos contratados pelo governo Bolsonaro.

Na decisão, o juiz Raposo Filho entendeu que o pedido de censura prévia era excessivo, mas ordenou que a piauí suprimisse a menção dos nomes dos requerente nas versões online e impressa da publicação. Como a edição já havia sido distribuída no início de junho, e o juiz estava informado disso, a consequência inevitável de sua decisão era o recolhimento da edição das bancas.

 

Intercept consegue liberação parcial

A Justiça do Rio de Janeiro liberou nesta semana a veiculação de parte do conteúdo que integra a série de reportagens Em nome dos pais, do site The Intercept Brazil. O material, que estava sob censura há mais de um mês, foi produzido pela repórter Nayara Felizardo, que em mais de um ano de investigação meticulosa apontou diversas decisões judiciais que inocentaram acusados de estupro de vulnerável ou de violência doméstica, muitas vezes tirando os filhos das mulheres e entregando-os a quem elas denunciaram.

Apesar do parecer favorável, a liberação não reverte totalmente a decisão inicial da juíza Flávia Gonçalves Moraes Bruno, da 14ª Vara Cível da Comarca do Rio de Janeiro. A alegação da magistrada é que a série fere a privacidade das crianças. “Mas estes meninos e meninas nunca foram nomeados, nem identificados de qualquer forma nas reportagens”, explica Nayara. “As pessoas nomeadas foram os juízes, desembargadores e a psicóloga do Tribunal de Justiça do Rio, Glícia Brazil, implicados pela rigorosa investigação que levou quase um ano para ser feita”.

Com isso, a justiça liberou a republicação de quatro matérias, mas segue impedindo que o documentário produzido sobre o assunto seja veiculado.

Nikole Lima reassume comando do DF Alerta

* Por Kátia Morais, correspondente de Jornalistas&Cia no DF

Nikole Lima retorna à TV Brasília, emissora onde começou a carreira, há 11 anos. Ela assume o comando do novo DF Alerta, do qual foi âncora entre 2017 e 2020. O programa reestreia na próxima segunda-feira (24/7).

O jornal local completa 20 anos, e a contratação de Nikole tem como objetivo fortalecer a cobertura de notícias de Brasília e Entorno. “A TV Brasília tem a cara da cidade e fala pelo povo. Agora entramos em uma nova fase, baseada na integração, e ela representa isso”, ressaltou Guilherme Machado, presidente do Correio Braziliense.

Para Patrício Macedo, gerente de Jornalismo da TV Brasília, ela é uma das mais abrangentes vozes do DF na luta pelo espaço das mulheres e na representação da voz do público.

Nikole Lima retorna ao DF Alerta, onde havia sido âncora entre 2017 e 2020

Nascida em Araxá (MG), Nikole, de 32 anos, mudou-se para Brasília em 2007, para cursar a faculdade de Jornalismo. Chegou à TV Brasília em 2009, como estagiária, ficando 11 anos na emissora, onde ficou conhecida por bordões como Vai, que eu tô te vendo e Só vem!. Depois de um tempo trabalhando como repórter de madrugada, apresentou o DF Alerta por três anos.

Cristiano Romero deixa o Valor Econômico e vai para o Brazil Journal

Cristiano Romero (Foto: Carol Carquejeiro)

Cristiano Romero, colunista e desde março de 2021 diretor adjunto de Redação do Valor Econômico, baseado em Brasília, deixou o jornal após 23 anos de casa (integrou a equipe de fundação do veículo) e a partir de agosto passará a fazer parte do Brazil Journal.

Neste, segundo nota publicada em seu site, além de uma coluna regular, “escreverá reportagens, entrevistará políticos e autoridades e mediará eventos dedicados a temas de relevância nacional ou a setores da economia”.

Pernambucano de Petrolina e criado em Brasília e no Recife, Cristiano formou-se em Jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB). Nos anos 1990, editou o Informe Econômico do Jornal do Brasil, uma coluna diária sobre economia e negócios. Foi o primeiro correspondente do Valor em Washington, entre 2000 e 2003, e, entre 2002 e 2003, comentarista do programa Conta-Corrente, da GloboNews.

No retorno ao Brasil, atuou como colunista e repórter especial de Política. Em 2005 passou a assinar uma coluna semanal de economia e em 2009 foi promovido a editor executivo. Em 2008, recebeu o Citigroup Journalistic Excellence Award, da Columbia University.

Cristiano Romero (Foto: Carol Carquejeiro)

Como a crise do âncora Huw Edwards pode afetar o modelo de negócio da BBC

Huw Edwards
Por Luciana Gurgel, especial para o Jornalistas&Cia

A crise mais recente da BBC pode não ser a maior de seus 100 anos. Mas, pelo momento político e econômico, tem o potencial de impulsionar transformações em seu modelo de negócio que muitos veem como ameaça à sua existência ou ao padrão de qualidade.

Isso ficou evidente na terça-feira (18/7), quando o diretor-geral da rede, Tim Davie, foi sabatinado pelo Comitê de Comunicação e Tecnologia Digital da Câmara dos Lordes. A sessão havia sido convocada antes do escândalo do apresentador Huw Edwards e tinha o objetivo de debater a sustentabilidade financeira da rede com base em seu relatório anual. Mas o caso do âncora tomou conta da conversa. Os questionamentos sobre os passos da emissora ao saber que uma de suas estrelas teria pago a uma pessoa menor de idade viciada em drogas para receber fotos pornográficas estão afetando a imagem do jornalismo e da corporação em todas as esferas.

Informada sobre o caso em maio, a BBC foi criticada por manter no ar um profissional que pode não ter cometido crime, como entendeu a polícia, mas não teve um comportamento modelo esperado de figuras influentes − e pagas com dinheiro público.

Não parece ter havido um conluio para abafar o caso, pois, segundo a BBC, a denúncia levada pela família ao serviço de atendimento ao consumidor não chegou à direção. A cúpula só teria sido informada quando The Sun pediu uma posição sobre o caso, dois dias antes de a bomba explodir.

Mesmo sendo falha de processo e não acobertamento, a história de Edwards foi um exemplo de mau gerenciamento de crises, a julgar pelos fatos conhecidos. A BBC (e o apresentador) poderiam vir a público antes de a reportagem ter sido publicada para se defender com um fato inquestionável: a polícia foi acionada pela família da suposta vítima em abril, e por falta de evidências de crime não houve inquérito.

Não foi o que aconteceu. Os dias em que o nome do apresentador não foi divulgado se transformaram em pesadelo para outras estrelas, que viraram suspeitas, e para a rede, que apanhou sem parar.

Diante da comissão parlamentar, Davie admitiu que o episódio deixou lições e motivou uma revisão nos processos para lidar com denúncias dessa natureza. A BBC contratou a Deloitte para fazer a revisão, o que pode atenuar as críticas sobre a forma como o caso se desenrolou.

Huw Edwards

Já o debate sobre financiamento é diferente. É uma questão política, insuflada desde a ascensão de Boris Johnson ao poder. Sua administração acusou a BBC de parcialidade e colocou lenha na fogueira de uma modernização do modelo de custeio sem dependência da taxa obrigatória paga pelos contribuintes, o que é visto por muitos como vendetta.

Nesse contexto, a crise do âncora ajuda a tornar esse movimento mais ameaçador, pois o fato de a BBC ser financiada pelo contribuinte tem sido usado como argumento para questionar o uso de dinheiro público em uma corporação que não tem se comportado tão bem aos olhos de seus críticos.

A situação financeira não é confortável. O relatório anual informa que mais de 500 mil residências cancelaram o pagamento da taxa para assistir aos canais da rede.

No ano passado, o valor foi congelado por dois anos. Desde então houve uma crise no custo de vida no país. Menos gente interessada na BBC diante das novas ofertas e mais gente cortando despesas.

A renovação da licença da BBC, que pode resultar em uma mudança no modelo de custeio, está marcada para 2027. O que se discute agora é se esse modelo continua viável em um mundo diferente daquele em que a taxa foi criada.

A diretora de políticas da corporação, Clare Summer, disse à Comissão que estão sendo exploradas alternativas como revisão no valor da taxa e subsídio para pessoas com menos recursos. Já os críticos do atual sistema defendem que a BBC dispute o mercado com outras redes e serviços de streaming, eliminando a taxa de vez.

Isso pode significar mais cortes de equipes e de serviços nacionais e internacionais, além dos que a rede já vem fazendo.

Dificilmente a BBC vai acabar. Mas dificilmente continuará igual ao que era, com risco de queda na quantidade e na qualidade de seu jornalismo e de sua programação cultural. A crise de Huw Edwards veio em péssima hora.


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Lívia Torres deixa a TV Globo

Lívia Torres durante apresentação do sorteio que definiu o mando de campo das semifinais da Copa do Brasil, na última segunda-feira (17/7)
* Por Cristina Vaz de Carvalho, editora de Jornalistas&Cia no Rio de Janeiro

Lívia Torres foi demitida esta semana, depois de 14 anos na Globo. O motivo foi ela ter apresentado o sorteio do mando de campo das semifinais da Copa do Brasil, em evento da CBF, na segunda-feira (17/7), o que contraria as normas da emissora.

Formada pela PUC-Rio, começou como estagiária no G1. Por quatro anos, foi produtora e editora de conteúdo no Fantástico. Ultimamente, participava dos telejornais locais, como Bom Dia, Rio, RJ-TV primeira e segunda edições, com entradas nos jornais de rede. Atuou ainda em eventos como os desfiles das escolas de samba, no Carnaval.

Lívia Torres durante apresentação do sorteio que definiu o mando de campo das semifinais da Copa do Brasil, na última segunda-feira (17/7)

O jornalismo da maioria das emissoras não permite que seus integrantes exerçam qualquer outra função remunerada, como cursos, palestras ou publicidade. Quando algum deles passa para a área de entretenimento, como Pedro Bial e Fátima Bernardes, estão liberados. O caso mais rumoroso foi o de Joelmir Beting, quando estava na GloboNews, em 2003. Ele foi o centro de uma polêmica por participar de uma campanha publicitária do Bradesco. Era uma estrela da casa, e foi demitido sumariamente.

Inscrições com descontos para o Congresso Mega Brasil encerram-se nesta sexta (21/7)

Marcado para 30 e 31/8 e 1º/9, evento debaterá A Comunicação e o legado que as corporações querem deixar para o futuro do planeta e das novas gerações

Encerram-se nesta sexta-feira (21/7) as inscrições com quase 50% de desconto para o 26º Congresso Mega Brasil de Comunicação, Inovação e Estratégias Corporativas. O valor integral é de R$ 1.800, mas até essa data sairá por R$ 980.

Programado para a Unibes Cultural, em São Paulo, o evento será aberto na noite de 30/8 com a cerimônia de premiação do TOP Mega Brasil e prosseguirá nos dias 31/8 e 1°/9 com inúmeras atividades, entre elas o Fórum do Pensamento, a Arena da Inovação, oito painéis de debate e a entrega do Prêmio Personalidade da Comunicação ao nosso mais aplaudido criador de histórias em quadrinhos, Mauricio de Sousa, pai da Mônica e de sua turma, que há 60 anos educam e entretêm gerações de brasileiros e de várias partes do mundo.

Entre os convidados confirmados estão Alan Cativo (Temple), Ana Rita Freitas (Vale), Bruna Frias (Energisa), Carol Prado (Intel), Clara Bicalho (MRV), Eduardo Tessler (Mídia Mundo), Estevam Pereira (Grupo Report), Fabio Rua (General Motors), Fernando Farah (Weber Shandwick), Helen Garcia (Grupo Trama Reputale), Josemara Tsuruoka (EMS), Lawrence Chung Koo (Futurista), Leandro Conti (Hotmart), Lucia Santaella (USP/CNPq), Marcel Dellabarba (Samsung), Marcos Silva (ESPM), Mariana Fulep (Gerdau), Mariana Scalzo (McDonald’s/Arco Dorados), Marina Lima (Dow), Orlando Silva (deputado federal), Pâmela Vaiano (Itaú-Unibanco), Rodrigo Vilar (Novonor), Solano de Camargo (OAB-SP) e Thiago Massari (Bayer).

Informações e inscrições aqui.

 

TOP Mega Brasil

Continua aberta e vai até o próximo dia 28 de julho a votação do segundo turno do prêmio TOP Mega Brasil, que revelará ao mercado as feras da comunicação corporativa do Brasil, nas verticais Agências de Comunicação e Executivos de Comunicação Corporativa e nas categorias TOP 10 Brasil e TOP 5 das Regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul.

Esta etapa está sendo disputada por pouco mais de cem agências e de cem executivos de várias regiões do País. Os eleitores poderão indicar até cinco nomes de agências e de executivos tanto para os TOP 10 Brasil quanto para os TOP 5 regionais. As indicações para 1º lugar valem 100 pontos; para 2º, 80 pontos; 3º, 65 pontos; 4º, 55 pontos; e 5º, 50 pontos.

Clique aqui para votar.

Jornada Galápagos reunirá jovens jornalistas em São Paulo

Turma da última edição presencial da Jornada Galápagos, ocorrida em 2019

Trinta jovens jornalistas e produtores de conteúdo de 18 estados brasileiros vão viver uma experiência única em São Paulo, com tudo pago, por doze dias, nas sedes paulistanas de algumas das maiores empresas do País. Trata-se da Jornada Galápagos de Jornalismo, iniciativa da Galápagos Newsmaking, empresa de mídia de Alecsandra Zapparoli, ex-publisher da Editora Abril.

“A Jornada é um hub criativo e de empreendedorismo que tem como proposta oferecer atualização, inspiração e proporcionar conexão entre os participantes de regiões e vivências diversas, os palestrantes e empresas patrocinadoras que acreditam na importância do jornalismo plural e regional”, explica Zapparoli.

Serão mais de 80 horas de conteúdo, divididas em masterclasses, painéis e entrevistas com palestrantes renomados em suas áreas de atuação, como os jornalistas Renata Lo Prete, Chico Felitti, Natuza Neri, Branca Viana, Conrado Corsalette e Cecília Oliveira, e os executivos Luiza Helena Trajano (Magazine Luiza), Ricardo Sales (Mais Diversidade), Carlo Pareira (Pacto Global da ONU), entre outros.

A temática desta edição é As práticas de ESG na comunicação e os encontros acontecerão de 23/7 a 4 de agosto. A curadora responsável pela Jornada é Adriana Ferreira Silva, jornalista e escritora especializada em temas ligados a diversidade e inclusão; mulheres e liderança; desigualdade de gênero e racial; etarismo; literatura e jornalismo interseccional. Em 25 anos de carreira, foi repórter, editora, colunista, correspondente internacional em Paris e editora-chefe em redações de Marie Claire, Vogue, Veja São Paulo, Folha de S.Paulo e rádio CBN.

Gratuita e inclusiva

Aberta tanto para universitários quanto para profissionais formados em qualquer área e que tenham talento para produzir conteúdo jornalístico em plataformas digitais (podcasts, vídeos e textos), a Jornada Galápagos é inteiramente gratuita.

Nesta edição, foram 1223 inscritos de 26 estados. A primeira etapa selecionou 200 candidatos, que passaram por uma entrevista com o time da Galápagos, remotamente ou presencial. Destes 200, trinta foram escolhidos e convidados a embarcar nessa iniciativa sem igual no Brasil.

Turma da última edição presencial da Jornada Galápagos, ocorrida em 2019

O critério de seleção é interseccional, ou seja, leva em conta dois ou mais fatores sociais que definem uma pessoa. Na avaliação dos inscritos, são considerados gênero (incluindo pessoas LGBTQIAP+), classe, raça e região do país, para formação de um grupo diverso e inclusivo. Entre o grupo de 30 pessoas da edição 2023 (22 pessoas são LGBT+); 56,7% são pretos ou pardos e 6,7% indígenas.

Apoiam a iniciativa Smiles, Ambev, Itaú Unibanco, Grupo Boticário, Magalu, Engie, Suzano, Aberje, Google News Initiative, Spotify, Pacto Global, Mais Diversidade, revista piaui, Airbnb e Lady Driver.

Globo é condenada a pagar R$ 9 milhões a Lair Rennó

Lair Rennó é o novo apresentador do MG Record
Atualmente, Lair Rennó é apresentador na Record Minas

O processo trabalhista movido pelo jornalista mineiro Lair Rennó contra a TV Globo chegou ao fim e a emissora foi condenada a pagar a quantia de R$ 9 milhões como indenização.

De acordo com o portal Moon BH, no processo foi alegado que, em 2014, Lair teve seu contrato alterado de CLT para PJ e que seus direitos, como férias, 13º e outros benefícios passaram a ser ignorados.

Até mesmo Fátima Bernardes foi relacionada ao processo, uma vez que Lair, também ex-apresentador do Encontro, alegou o direito de receber a mesma quantia que a profissional, já que a lei garante a paridade salarial para funcionários que exercem a mesma função.

Na época, ele passou alguns meses, não consecutivos, apresentando o programa sozinho, por diversas razões, como cobertura de férias de Fátima e outros motivos que a deixaram ausente. Ainda cabe recurso da decisão judicial.

Lair Rennó é o novo apresentador do MG Record
Atualmente, Lair Rennó é apresentador na Record Minas

Justiça libera parte de conteúdo censurado do Intercept

A Justiça do Rio de Janeiro liberou a veiculação de parte do conteúdo que integra a série de reportagens Em nome dos pais, do Intercept Brasil. O material, que estava sob censura há mais de um mês, foi produzido pela repórter Nayara Felizardo, que em mais de um ano de investigação meticulosa, apontou diversas decisões judiciais que inocentaram acusados de estupro de vulnerável ou de violência doméstica, muitas vezes tirando os filhos das mulheres e entregando-os a quem elas denunciaram.

Série Em nome dos pais, do Intercept Brasil investigou 11 processos envolvendo acusações de alienação parental.

Apesar do parecer favorável, a liberação não reverte totalmente a decisão inicial da juíza Flávia Gonçalves Moraes Bruno, da 14ª Vara Cível da Comarca do Rio de Janeiro. A alegação da magistrada é que a série fere a privacidade das crianças. “Mas estes meninos e meninas nunca foram nomeados, nem identificados de qualquer forma nas reportagens”, explica Nayara. “As pessoas nomeadas foram os juízes, desembargadores e a psicóloga do Tribunal de Justiça do Rio, Glícia Brazil, implicados pela rigorosa investigação que levou quase um ano para ser feita”.

Com isso, a justiça liberou a republicação de quatro matérias, mas segue impedindo que o documentário produzido sobre o assunto seja veiculado. “Mas esta decisão não é definitiva”, acrescenta Nayara Felizardo. “Neste momento, nossos advogados estão batalhando para que a censura imposta pela juíza seja completamente revogada. Gostaríamos de contar mais sobre o andamento do processo, mas a decisão que censura nossa liberdade de expressão está sob sigilo judicial”.

Fundo de Defesa Legal

Para seguir com este e outros recursos na justiça contra possíveis casos de censura, o The Intercept Brasil está lançando uma campanha para criar um Fundo de Defesa Legal. A meta é atingir um valor arrecadado de R$ 100 mil nos próximos meses. A contribuição pode ser periódica ou única, por boleto, cartão ou pix. Saiba como.

Justiça do DF censura trecho de reportagem da piauí

STF derruba decisão que censurava reportagem da piauí

O juiz Hilmar Castelo Branco Raposo Filho, da 21ª Vara Cível do Distrito Federal, deu uma liminar determinando a remoção de um trecho da reportagem O cupinzeiro, produzida pelo repórter Breno Pires, para o site e revista piauí de junho.

A reportagem mostra como o governo Bolsonaro desidratou o programa Mais Médicos e colocou no lugar uma agência que se transformou num ninho de falcatruas, com casos de nepotismo, irregularidades administrativas, denúncias de assédio moral e mau uso de verba pública.

Em um parágrafo, o texto faz referência à denúncia de 95 páginas, entregue ao Ministério da Saúde, na qual se apontava que, entre os contratados para a nova agência, havia uma lista de amigos de ex e atuais dirigentes do órgão, inclusive casais, com o marido e a mulher assumindo bons cargos.

A reportagem dava três exemplos. Em uma única frase, mencionava, sem emitir juízo de valor, os nomes do casal L. W. (contratado para a gerência de formação, ensino e pesquisa) e de sua mulher D. O. M. (que assumiu como assessora da diretoria técnica). Era uma menção sumária ao caso dos dois, que, no relatório preliminar da investigação interna aberta para apurar as denúncias, ocupa cinco páginas.

Alegando que a matéria noticia “fato inverídico”, o casal recorreu à Justiça e pediu a remoção da reportagem do site da piauí e a retirada de circulação da edição impressa da revista. Também pedia que, dali em diante, a piauí fosse proibida de fazer menção aos seus nomes em futuras matérias sobre o caso.

Na decisão, o juiz Raposo Filho entendeu que o pedido de censura prévia era excessivo, mas ordenou que a piauí suprimisse a menção dos nomes dos requerente nas versões online e impressa da publicação.

Como a edição já havia sido distribuída no início do mês de junho, e o juiz estava informado disso, a consequência inevitável de sua decisão era o recolhimento da edição das bancas. A publicação recorreu da decisão no último dia 11 de julho, porém o desembargador Robson Teixeira de Freitas, do Tribunal de Justiça do DF, concordou com a decisão do seu colega de primeira instância e manteve a ordem de suprimir os nomes de L.W. e D.O.M. da reportagem.

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