A 2ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de SP condenou a Jovem Pan a indenizar o ministro Cristiano Zanin, do STF, em R$ 25 mil por danos morais por veicular um comentário de Cristina Reis Graeml, que chamou o então advogado de “bandido”.
A ex-comentarista da rádio também foi condenada, de forma solidária. Em transmissão no YouTube, no ano passado, ela afirmou que Zanin seria “tão bandido quanto os clientes que defende” e que teria agido de maneira coordenada com “comparsas” no Judiciário. Em outubro, a 28ª Vara Cível do Foro Central de SP já havia determinado a exclusão do vídeo do canal da Jovem Pan.
A defesa da jornalista alega que as declarações se amparam na liberdade de expressão e que ela discutiu, de forma crítica, as especulações acerca da composição do STF, caso o presidente Lula fosse eleito. A emissora recorreu da decisão, porém a 2ª Câmara de Direito Privado manteve a condenação, embora tenha reduzido o valor da indenização de R$ 50 mil para R$ 25 mil, observados os princípios da razoabilidade e proporcionalidade.
Começa nesta quinta-feira o primeiro turno de votação da oitava edição do PrêmioOs +Admirados da Imprensa de Economia, Negócios e Finanças. Nesta primeira etapa, que vai até 28/9, os TOP 5 nas oito categorias de veículos e os TOP 50 Jornalistas são de livre indicação.
As categorias de veículos são Agência de Notícias, Canal Digital, Jornal, Podcast, Programa de TV, Programa de Rádio, Site e Revista. O segundo turno começa em 5 de outubro e vai até 19 de outubro.
Na cerimônia de premiação, marcada para 27 de novembro, no Hotel Renaissance, em São Paulo, serão anunciados os TOP 10 +Admirados Jornalistas de Economia, Negócios e Finanças do Brasil, além do veículo vencedor de cada uma das categorias.
O Prêmio+Admiradosda Imprensa de Economia, Negócios e Finanças tem patrocínio de Vivo, BTG Pactual, Gerdau, Deloitte e Grupo Nexcom, apoio do Portal dos Jornalistas e da Press Manager, e apoio institucional do Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (IBRI).
A Justiça de São Paulo arquivou uma ação movida pela Igreja Universal, do bispo Edir Macedo, contra o Intercept Brasil. O inquérito ocorreu após uma reportagem publicada pelo veículo sobre uma investigação de um suposto esquema de lavagem de dinheiro da igreja.
Na ação movida contra o Intercept, a Igreja solicitou abertura de uma investigação policial por “divulgação sem justa causa” e “quebra de sigilo dos documentos revelados”. Porém, o Ministério Público de São Paulo entendeu que as informações da reportagem são de interesse público, reforçando o “direito constitucional de jornalistas de publicar tais informações sem censura e sem a obrigação de revelar suas fontes”.
Na newsletter do Intercept Brasil, Andrew Fishman, presidente e cofundador da empresa, comemorou a decisão da Justiça: “Esta é uma vitória que não apenas fortalece nosso compromisso com a verdade, mas é também uma reafirmação rara e inequívoca da importância do jornalismo independente em nossa sociedade”.
Fishman destacou também que essa não é a primeira vez que Edir Macedo entra na justiça contra jornalistas que trazem à tona detalhes internos de suas organizações: “A Igreja Universal é conhecida por sua postura agressiva contra jornalismo que expõem o que eles desejam ocultar. Acreditamos que a transparência é fundamental e continuaremos a combater cada desafio com determinação”. O cofundador do Intercept Brasil agradeceu os apoiadores do veículo, que ajudaram financeiramente e na divulgação do caso.
A reportagem em questão, publicada em julho de 2022, revelou um levantamento sigiloso do MPSP que mostra que a Igreja Universal recebeu, entre 2011 e 2015, cerca de R$ 33 bilhões apenas em depósitos bancários, “que nem de longe são a principal fonte de captação da Universal”, destaca o Intercept. Entre os depósitos estão transações sob suspeita. O Intercept analisou centenas de documentos e detectou que o maior beneficiado dessas operações foi o círculo mais próximo de Edir Macedo.
Termina nesta quinta-feira (14/9) a votação para o primeiro turno do prêmio Os +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira, iniciativa deste J&Cia em parceria com Neo Mondo, 1 Papo Reto e Rede JP de Jornalistas pela Diversidade na Comunicação. Até o fechamento desta edição já haviam sido indicados 250 jornalistas e 150 veículos de comunicação de todo o País.
O objetivo da premiação é, de um lado, reconhecer os profissionais e os veículos que se destacam na atividade jornalística e na luta antirracista, e, de outro, contribuir para fomentar maior diversidade nas redações e, em consequência, nas pautas e fontes presentes no dia a dia da atividade editorial.
Os profissionais e veículos que receberem as maiores votações seguirão para o segundo turno, que definirá os vencedores das seguintes categorias: TOP 50 Profissionais Brasil, TOP 5 Profissionais de Imagem/Foto e Vídeo, e TOP 5 Veículos de Comunicação.
Na última etapa, a da cerimônia de premiação, serão conhecidos também os TOP 10 Profissionais Brasil; o TOP Campeão Profissional de Imagem/Foto e Vídeo; os TOP Campeões Regionais de Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul; e o TOP Campeão Veículo de Comunicação. Haverá ainda três homenagens especiais: Decano do Jornalismo – Troféu Luiz Gama, Revelação do Ano – Troféu Tim Lopes e Personalidade do Ano – Troféu Glória Maria.
A cerimônia dos +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira será realizada em 13 novembro, de 18h às 21h30, na Unibes Cultural, que está apoiando institucionalmente a iniciativa, ao lado de Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Comissão Nacional dos Jornalistas pela Igualdade Racial da Federação Nacional dos Jornalistas (Conajira/Fenaj), e da ONG Redemar Brasil.
O resultado de uma nova pesquisa sobre acesso a conteúdo político na internet contradiz a lógica de que as fontes mais prováveis para esse tipo de informação sejam os sites de jornalismo.
Um estudo assinado pela professora Madalena Wojcieszak, do Departamento de Comunicação da Califórnia, publicado na revista Political Communications, investigou as atividades online de um público raramente estudado: pessoas politicamente desinteressadas.
O trabalho concluiu que, em termos absolutos, há mais pessoas encontrando conteúdo político em sites não noticiosos do que em canais dedicados ao jornalismo, como os de fofocas, compras ou entretenimento − categoria que inclui, por exemplo, programas talk-show.
Os pesquisadores acompanharam durante sete meses os hábitos de navegação de 7.266 internautas de EUA, Holanda e Polônia, países com regimes de governo diversos e contextos sociais diferentes. E aplicaram questionários regulares para medir as atitudes deles.
A fim de identificar notícias políticas em sites não dedicados ao tema foi criado um “classificador multilíngue”.
A definição de conteúdo político incluiu referências a figuras políticas, políticas públicas, eleições, clima, imigração, saúde pública, controle de armas, agressão sexual, questões raciais e de gênero, minorias sexuais, étnicas e religiosas, regulamentação de Big Techs e crimes envolvendo armas.
A lista dos EUA continha 5,4 mil títulos (2.041 dos quais visitados pelos participantes). A lista holandesa continha 294 veículos, com 256 visitados. Na Polônia, foram listadas 298 organizações de mídia, 291 das quais foram visitadas.
O resultado não é animador para o jornalismo. Apenas 3,4% da navegação dos participantes − uma gota no oceano, segundo o estudo − foi para sites de notícias. A esmagadora maioria de visitas foi para sites sobre outros assuntos − em que temas políticos poderiam aparecer, mas não eram o objetivo do acesso.
E de cada dez exposições a conteúdo político, 3,4 aconteceram em sites de notícias e 6,6 em sites não jornalísticos.
Cliques em notícias sobre assuntos políticos representaram menos de 1% de todas as visitas e 25% de todas as visitas a sites de notícias. Muitas das visitas a eles eram para conferir esportes ou encontrar uma receita.
O estudo não examinou diretamente o consumo de conteúdo nos feeds de redes sociais dos participantes. Mas observou se eles acessaram contas de veículos de mídia nas redes sociais. Apenas 0,5% dos acessos foram a canais de jornalismo, das quais 34% em busca de conteúdo político.
É uma perspectiva interessante sobre a fadiga de notícias. Mesmo cansado do noticiário, o público é exposto a conteúdo político de forma sutil, “contrabandeado” no meio de outros assuntos − e sem os mesmos filtros aplicados ao jornalismo, como a cobrança por precisão ou imparcialidade.
Os pesquisadores examinaram ainda a relação entre exposição a conteúdos políticos fora dos domínios jornalísticos e comportamentos democráticos. Nos três países verificou-se um aumento das intenções de participação social, como assinar uma petição ou ir um protesto − mais do que no jornalismo tradicional.
Por outro lado, na Holanda, os que acessaram conteúdo político em fontes não jornalísticas tenderam ao extremismo. Esse impacto não foi observado nos EUA nem na Polônia.
Foi avaliada ainda o que os pesquisadores chamaram de “polarização afetiva”, definida como a hostilidade a pessoas com crenças políticas opostas. Nos EUA e Polônia, os que acessam conteúdo político fora do jornalismo tenderam à intolerância. Na Holanda ocorreu o contrário.
A conclusão é de que muitos estudos sobre efeitos das redes em atitudes políticas, desinformação e polarização a partir do conteúdo jornalístico podem estar desconsiderando a vida real de um contingente enorme de pessoas que consome conteúdo online.
E não levando em conta a influência que os que se expressam por canais não jornalísticos têm sobre o público em temas tão relevantes para a sociedade e para a democracia.
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A Hill+Knowlton Strategies (H+K) iniciará outubro sob nova direção. Marco Antonio Sabino deixará no final do mês o cargo de CEO da filial brasileira e quem assumirá a liderança da agência, no cargo de managing director, será Thiago Salles, que era o segundo e braço direito de Sabino na organização.
O movimento inclui ainda a nomeação de Patricia Ávila para o recém-criado cargo de CEO Brasil da H+K e da JeffreyGroup. Patricia, vale ressaltar, é desde 2019 managing director da JeffreyGroup Brasil, empresa que se tornou parte da Hill+Knowlton após sua aquisição pela WPP em 2022. Caberá a ela supervisionar o crescimento e o desenvolvimento das duas marcas no Brasil, que continuarão a operar de forma e com estruturas de equipes independentes.
Nova CEO Brasil da H+K e da JeffreyGroup, Patricia Ávila supervisionará o crescimento e o desenvolvimento das duas marcas no Brasil
Sabino, que antes de ingressar na H+K liderou por vários anos sua própria agência, a S/A Comunicação, hoje incorporada à LLYC, e que também exerceu por um ano e meio o cargo de secretário de Comunicação da Prefeitura de São Paulo, na gestão de Bruno Covas, estava desde junho como CEO da agência. Nesse período, com a decisão do grupo de retomar a independência da marca H+K no Brasil, coube a ele cuidar da retomada, o que fez, entregando agora o cargo com uma carteira de 50 clientes e uma equipe de 70 funcionários.
Thiago Salles, que passa a liderar as operações da H+K, tem quase duas décadas de experiência em comunicação estratégica, em agências líderes como Máquina CW, MSL Brasil, FSB e CDN, com expertise em gestão de crises, estratégias de comunicação de marca e corporativa, advocacy, engajamento de stakeholders e mídia social. Ele se reportará a Patricia Ávila.
Seguem abertas as inscrições para a sétima edição do Congresso Internacional de Jornalismo de Educação, organizado pela Associação de Jornalistas de Educação (Jeduca) e que conta com apoio institucional de Jornalistas&Cia. O evento será realizado em 18 e 19 de setembro, na Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap), em São Paulo.
Neste ano, o tema do congresso é Que sociedade queremos? O jornalismo de educação no debate nacional. Entre os temas abordados estão educação antirracista, cobertura de ataques violentos contra escolas, o papel da educação na transformação da sociedade e as relações entre o jornalismo de educação e outras editorias. O evento também terá oficinas.
O Congresso terá participantes internacionais, como Nikole Hannah-Jones, jornalista e autora do The 1619 Project, do The New York Times; Sherry Towers, referência na pesquisa sobre o impacto da cobertura da imprensa nos ataques a escolas; e Stella Bin, jornalista argentina autora da newsletter de educação Hora Libre. Também estarão presentes Tiago Rogero, criador do Projeto Querino (Rádio Novelo); os jornalistas Basília Rodrigues (CNN), Thais Bilenky (piauí), Thatiany Nascimento (Diário do Nordeste), Laura Mattos (Folha de S.Paulo), Bruno Alfano (O Globo) e Paula Ferreira (Estadão); além dos pesquisadores Daniel Santos (USP Ribeirão Preto) e Telma Vinha (Unicamp), entre outros.
Interessados em participar podem escolher entre o formato presencial e o online. Para participar presencialmente o valor é de R$ 25 para associados da Jeduca e de R$ 50 para não associados. Estudantes e professores de jornalismo também pagam R$ 25, mesmo se não forem associados. No formato presencial, os participantes receberão o kit Jeduca e poderão acompanhar as oficinas. No formato online, a inscrição é gratuita para associados e custa R$ 25 para não-associados. A participação online dá acesso somente às mesas de debate, pois as oficinas não serão transmitidas. Confira a programação completa e inscreva-se aqui.
Por meio de um mandado de segurança, o ministro Luiz Fux, do STF, suspendeu em 6/9 o descredenciamento do repórter fotográfico Lula Marques na CPI do 8 de janeiro. A liminar, no entanto, será submetida a referendo do Plenário. Marques havia sido descredenciado pelo presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União-BA), depois de fotografar conversa particular do senador Jorge Seif (PL-SC) na tela do seu celular e divulgá-la em rede social, sem autorização do titular dos dados.
Fux considerou o ato de Maia desproporcional à conduta do repórter fotográfico, “que deve exercer plenamente sua profissão e suas liberdades inerentes ao Estado Democrático de Direito”. E lembrou que o livre exercício da profissão não afasta a responsabilização civil, penal e administrativa do fotógrafo por atos ilícitos que eventualmente tenha praticado. Já a defesa de Marques argumenta que ele é jornalista e fotógrafo no Congresso Nacional há 40 anos e que, nesse período, nunca sofreu ação semelhante. Segundo os advogados, seu descredenciamento viola flagrantemente a liberdade de expressão, de imprensa e de exercício de atividade profissional.
O jornalista Leandro Demori assinou contrato com a TV Brasil, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). A partir do dia 26/9, ele comandará o Dando a Real com Leandro Demori, programa de entrevistas com personalidades da República. No primeiro episódio, o convidado será o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes.
O jornalista comentou sobre o novo desafio em suas redes sociais: “A TV Brasil quase foi fechada. Seus jornalistas foram proibidos de usar o termo ‘ditadura’. Teve um programa tirado do ar porque uma imagem de Marielle Franco aparecia pintada em um muro. É uma honra e um desafio participar dessa reconstrução, pra qual espero estar à altura”.
Demori foi editor do site da revista piauí, editor da plataforma Medium e do blog de sátira política A Nova Corja. Trabalhou também no Intercept Brasil, onde coordenou a série de reportagens da Vaza Jato. Por seu trabalho como jornalista investigativo, foi muito atacado e perseguido por extremistas nos últimos anos.
Além da EBC, Demori também está no ICL Notícias, no programa Desperta ICL, que vai ao ar no período da manhã. É autor da newsletter gratuita A Grande Guerra, sobre os bastidores da política brasileira.
Em novo episódio de desinformação sobre as fortes chuvas no Rio Grande do Sul, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, acionou a Polícia Federal para apurar fake news divulgadas pela veterinária Samara Baum, presidente da ONG Unidos Pelos Animais, que declarou que o presidente Lula estava “travando” a chegada de alimentos a famílias atingidas pelo ciclone extratropical.
Em vídeo publicado nas redes sociais, Baum disse que foi até a cidade de Lajeado para ajudar a recolher donativos, mas eles não estavam sendo liberados pois só seriam entregues na presença de Lula, que queria “se promover, fazer foto e vídeo e publicação em cima das doações. É o quê que é a política, né?”, disse na postagem. Posteriormente, a veterinária se retratou.
Flávio Dino criticou o vídeo com informações falsas: “Fake news não é piada ou instrumento legítimo de luta política. Esse crime é ainda mais grave quando se refere a uma crise humanitária, pois pode aumentar o sofrimento das famílias. A Polícia Federal já tem conhecimento dos fatos e adotará as providências previstas em lei”.
O vídeo em questão foi amplamente compartilhado nas redes sociais por bolsonaristas, incluindo parlamentares como o deputado Gustavo Gayer (PL-GO), que tem milhões de seguidores. Ele apagou a publicação após a PF ser acionada para investigar a propagação de fake news.