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sexta-feira, abril 19, 2024

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Especial Dia do Jornalista: Um repórter em busca de histórias

Um repórter em busca de histórias Menino, ele tinha o sonho de cuidar da saúde das pessoas. Adolescente, aderiu à contracultura e nos anos 1960 deixou o cabelo crescer, defendeu a democracia, criticou a guerra do Vietnam e aderiu ao amor livre. Até que um dia, a comida em um jornal o fez aceitar um emprego. Não demorou em se tornar repórter e ser um jornalista consagrado Muitos anos antes de se falar no surgimento de uma nova classe média brasileira, Carlos Wagner já era um exemplo de êxito para quem pertence à base da pirâmide social brasileira. Um sucesso construído sem o apoio de políticas oficiais. “Se tu vens de uma origem pobre, tu és o empreendedor de ti mesmo”, decreta. Quando criança ele se imaginava um médico quando crescesse. Acabou virando hippie e andou por aí até abandonar a ideia da Medicina e focar o objetivo na Faculdade de Comunicação. Mas mesmo assim levou o dobro do tempo para concluir o curso de quatro anos. O importante era viver a vida com a intensidade própria de sua geração. Filho de família humilde, nascido em Santa Cruz do Sul (RS), Carlos foi para Porto Alegre nos anos 1980 e se fez repórter. Venceu a partir do seu primeiro contato com a redação do histórico Coojornal (produzido e dirigido só por jornalistas), para onde foi atraído pela comida oferecida pelo jornal… Sua atuação não era propriamente uma atividade jornalística. Passava as horas organizando e fazendo funcionar o Departamento de Circulação. Para valer mesmo foi sua temporada em Carazinho, município com pouco mais de 60 mil moradores, distante 284 km da capital gaúcha. Trabalhou no jornal Interior e depois voltou para a cidade grande. Hoje, estabelecido em Porto Alegre, é repórter especial do Zero Hora e tem um portfólio de trabalho reconhecidíssimo. Está entre os dez jornalistas com maior número de prêmios no País. São quase 40 conquistas. É um dos líderes no Ranking Jornalistas&Cia dos Mais Premiados Jornalistas Brasileiros de Todos os Tempos. Também transita com facilidade na área da Literatura. Algumas de suas principais obras são A saga do João sem Terra; Brasiguaios: homens sem pátria; O Brasil de bombachas; e País bandido – crime tipo exportação. Escreveu também o conto-reportagem Lições da estrada e o livro/CD-ROM Zero Hora – 45 reportagens que fizeram história. Devorador de caminhos Elegante, este senhor de ralos cabelos cor de prata, nascido na primavera de 1950, é um adepto dos suspensórios na composição de um figurino que o ajuda a se destacar entre os jovens na redação. Se bem que é na rua, lá no mundo exterior, o lugar onde Carlos Wagner encontra seu habitat natural. Sou repórter e ando pela vida em busca de histórias, costuma dizer. Formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Wagner argumenta que a escola forma jornalistas, já os repórteres se formam na estrada. Apontado como um verdadeiro devorador de caminhos, não se intimida se tiver necessidade de andar dezenas de quilômetros para cumprir uma pauta. É assim, por exemplo, que Carlos Wagner foi encontrar brasileiros na fronteira com países sul-americanos, onde eles estão construindo a economia da região, correndo risco de vida e enfrentando a ameaça da perda de suas propriedades. O resultado de peregrinações como essa vai além do mero conceito de reportagem e se transforma em material rico em informações para estudos em várias áreas do conhecimento. As histórias que ele busca – onde quer que estejam – esclarecem pontos obscuros e contribuem para o registro da vida real e atual do Brasil. Famoso como jornalista, pouco se sabe a respeito do indivíduo, do ser humano Carlos Wagner. Talvez porque sua proposta seja de em nenhum momento sobrepor-se à importância do fato, da informação e da notícia. O tempo de hippie e da contracultura ficou nos distantes anos1960 do Século XX e apesar disso, agora, em tempos de consumismo e hábitos burgueses, Carlos prefere o despojamento, a paz e o amor em vez de conflitos. Escolheu a vida simples da média das famílias, faz concessão ao casamento (enfim… foram quatro!) e gosta de estar com a mulher e os filhos. Só não comenta muita coisa sobre o trabalho. Quando está em casa, procura curtir o momento e descansar para logo, logo, voltar à estrada e continuar a ser repórter enquanto sentir a pulsação da vida.

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