Em assembleia nessa terça-feira (14/12), as trabalhadoras e trabalhadores da EBC decidiram suspender a greve de 19 dias, a mais longa desde 2013, ano em que os profissionais suspenderam as atividades por 16 dias. Ao mesmo tempo, mantiveram o estado de greve, após decisão judicial de quantitativo mínimo, enquanto o Tribunal Superior do Trabalho analisa o Dissídio Coletivo. Nesta quinta-feira (15/12), haverá mediação chamada pelo Ministério Público do Trabalho. Segundo os movimentos sindicalistas de radialistas e jornalistas de Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro, cerca de 70% dos funcionários aderiram à paralisação.

O Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal (SJPDF) informou que a greve, iniciada em 26 de novembro, foi em protesto à retirada de direitos dos trabalhadores, à demora na negociação do Acordo Coletivo de Trabalho e ao avanço na privatização da empresa.

Em entrevista ao Poder 360, Juliana Cézar Santos, coordenadora do sindicato, disse que as reivindicações dos funcionários são “reajuste salarial de acordo com a inflação” e “manutenção das cláusulas do último acordo coletivo”. “Diariamente, os empregados e empregadas sofrem censura, assédio moral e perseguição. A gestão da empresa é dividida entre militares e pessoas ligadas ao gabinete do ódio da família Bolsonaro”, denuncia a coordenadora.

O estopim da greve foi a suspensão do antigo acordo coletivo, há um mês, o que fez com que diversos direitos deixassem de valer, como o auxílio a pessoas com deficiência, a estabilidade pós-licença-maternidade e o adicional noturno.

Em 8/12, a EBC chegou a acionar a polícia contra os funcionários em greve por causa de um aparelho de som, que, segundo os grevistas, estava desligado. E um dia depois, a empresa entrou com uma ação de Dissídio Coletivo junto ao Tribunal Superior do Trabalho.

Ao Poder 360, Márcio Garoni, diretor da Federação Nacional dos Jornalistas e funcionário da TV Brasil, disse que a EBC vem sendo “intransigente”, recusando pedidos dos trabalhadores, como a reposição das perdas da inflação e a regulamentação do trabalho remoto, e querendo implementar um banco de horas, o que, segundo ele, “é muito prejudicial aos funcionários”.

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