Por Assis Ângelo

De todas as regiões do Brasil, estatisticamente o Nordeste é a mais sofrida. A seca chegou lá e lá ficou.

Apesar das intempéries, o Nordeste e sua gente continuam insistindo em viver. Com graça, inclusive. Os exemplos são muitos.

Chico Anísio fez sucesso e deixou saudade e pupilos como Tom Cavalcante.

São muitos os artistas talentosos que andam por aí espantando mau olhado, mau humor e desgraças de todo tipo que nos incomodam no dia a dia.

Quando ouço Jessier Quirino declamando sempre acho graça. Das boas. O cabra tem presença.

Quando ouço Jessier Quirino declamando lembro do Chico Pedrosa e do velho Patativa do Assaré.

Quando ouço Jessier Quirino declamando lembro do querido Orlando Tejo, que usou seu talento para recriar Zé Limeira e sua obra.

Jessier Quirino

Digo isso com firmeza.

E digo mais: quando ouço Jessier automaticamente lembro de outras belas figurinhas carimbadas como Rolando Boldrin, João Cláudio Moreno e Klévisson Viana, por que não?

Pois bem, Jessier Quirino traz consigo o talento do mundo. É autor e declamador de alto nível. Nasceu na Paraíba. Tem livros e discos lançados na praça.

Outro dia peguei Jessier de jeito e tasquei-lhe perguntas que você, meu amigo, minha amiga, pode conferir lendo o que segue aí:

 

Assis Ângelo − Como você vê a questão da licenciosidade nos dias atuais?

Jessier Quirino − Licenciosidade partindo de quem se revela um desregrado moral, vejo como algo deplorável a qualquer tempo. Já o licencioso como objeto, texto, música etc, mesmo ferindo questões de virtude, educação e tudo mais, se estiver dentro de certas regras (fugir do escatológico), modos e circunstâncias, me parece palatável e digno de risos e aplausos. Destacando que sempre carece de uma boa embalagem para ser dita, escrita e representada.

Assis − Vê hipocrisia em condená-la?

Jessier − Acho que há uma boa dose de hipocrisia, sim, devido ao quão falsos são o caráter e a moralidade das pessoas, principalmente aquelas supostamente mais importantes, educadas, cheias de recatos e princípios religiosos, que a condenam até mesmo na arte. Mas foi me valendo da licenciosidade verbal que sobrevivi em colégio noturno e até botei o pé na poesia e nos palcos da vida.

Assis − Como se deu isso?

Jessier − Eu, rapazote de 16 anos, me beneficiei e muito por fazer uso da dita imoralidade em verso e prosa. Isso para despistar uma timidez aguda em território hostil de sala de aula no turno da noite no Colégio Pio XI, em Campina Grande. Eu trabalhava durante o dia e estudava no 3º turno, em que a faixa etária dos colegas era muito desigual. Isso me obrigou, a bem dizer, ser artista e abrir os braços pra não ser engolido. Por quem? Por quem fumava, bebia, raparigava, brigava, tinha carro e ainda por cima era conquistador. Os bambambãs do lugar.

Assis − Como foi conviver com isso na cabeça?

Jessier − Eu, coitado, zero tiquinho de pessoa, não tinha nenhum desses predicados. Na devassidão, eu era o mindinho do pequeno polegar e no comportamento era amoitado que só carneiro que tomou bicho na capação. E assim mesmo precisava sobreviver. Era o segundo caçula de Seu Quirino − um homem cordial, poeta, de bons modos, culto e afável –, fui dando de garrá na poesia fescenina de domínio público que aprendia com a molecada do bairro. E tome paródias, declamação e loas em corredor de escola e só assim consegui ser respeitado. Depois virei declamador com a “pegada” matuta, depois virei poeta.

Assis − Frequentou cabaré?

Jessier − Penso, talvez, que ser putanheiro é uma aptidão que se herda. Um “talento” que nunca tivemos lá em casa. Éramos quatro filhos homens. Já entrei em cabaré pra tomar cerveja e me fazer de escroto. Mas tinha lá certa vontade de ver a música e a dança da noite: Apolo na bateria e Jaime no piano, no Luz-Vermelha de Cazé lá em Campina Grande.

Fui lá, subi a escadaria, fiz cera, mas ainda era cedo pra tal música ao vivo.

Assis − Os cabarés de hoje já não são lá essas coisas…

Jessier − A concorrência pesada derrotou o segmento e a decadência impera. Mas como bom roteirista que sou e prestador de atenção da experiência alheia, boto olho de tejo no assunto e ouvido na escuta. É material de pesquisa.

Um amigo meu chegou a morar durante três anos dentro dum cabaré aqui em Itabaiana. Exímio raparigueiro, pouca grana e bom de papo, convenceu a dona a ocupar o único espaço vago da casa: um quarto de duas portas, na esquina da sala para o corredor, que tinha uma radiola engavetada na porta da frente e que cantarolava pra sala. Morou nesse quarto e conta que nos domingos de manhã debulhava feijão verde no quintal arrodeado de quenga entre fuxicos e risadas. Pode?

Assis − Que outras lembranças você tem?

Jessier − Poucas. Basicamente a música. O sotaque dançante dos boleros, o brilho dos azulejos do boteco e portas de pano estampado. Mas a música é realmente o que marca. Só agora dou fé do quanto havia de produção naqueles discos: arranjos bem feitos, músicos talentosos, pianos e demais instrumentos. Uma miniorquestra.

Assis − Você lembra algum poema escrachado?

Jessier − Lembro sim, dos mais ingênuos até um retrato-falado vaginal.

 

A Ingênua é uma musiquinha:

Dona Maria o seu gato deu

Vinte cinco pirocada na bunda do meu

De novo!

Dona Maria o seu gato deu

Vinte cinco pirocada na bunda do meu

 

Já deu tá dado

Piroca de gato, não faz mal a ninguém

Já deu tá dado

Piroca de gato, não faz mal a ninguém

 

O Retrato Falado Vaginal é:

 

A buceta é uma gruta

De cabelo arrodeado

Tem parte que é enxuta

E tem parte que é molhada

É o roçado da puta

Consolo do vagabundo

Fica a dois dedos do fundo

Mas, pra aqueles que vêm nascendo

É a porteira do mundo

 

Assis − Nos velhos cabarés sempre teve música de putaria nos mais diferentes ritmos…

 

Jessier − Músicas, além dos boleros dançantes e samba-canção, eram os sambas de latada ou sambas de gafieira tocados nos bares. Lembro também de Abdias dos 8 baixos cantando Minha ex-Mulher: Coiatada da mulher que já foi minha / Hoje vive tão sozinha / Perambulando na rua  / Ninguém me ama / Ninguém me quer / E como sofre minha ex-mulher

 

E tem ainda o clássico de João Silva, Pra Não Morrer de Tristeza:

 

Mulher

Deixaste tua moradia

Pra viver de boemia

E beber nos cabarés…

 

Na Rádio Borborema de Campina Grande o programa Forró do Zé Lagoa, do mestre Rosil Cavalcanti, tocava o clássico de Jackson do Pandeiro Forró em Campina, que cita nomes dos cabarés (e de prostitutas) da época:

 

Ó linda flor, linda morena

Campina Grande, minha Borborema

Me lembro de Maria Pororoca

De Josefa Triburtina e de Carminha Vilar

Bodocongó, Alto Branco e Zé Pinheiro

Aprendi tocar pandeiro nos forrós de lá

 

Assis − Na sua formação cidadã como entrou a licenciosidade?

Jessier − Antes de mais nada, a mulher tem que ser respeitada. Havia, sim, um padrão Seu Quirino de civilidade na família. Na comissão de frente: educação, honestidade e respeito, sem exageros. Tinha de tudo um pouco do que tinha no Colégio. Os temas devassos eram assuntos de rua, de conversa de calçada e dos famosos “bacuraus”, que eram encontros noturnos de conversa fiada em esquinas estratégicas no esfriar da noite.

E assim cresci. Dizer qualquer coisa pesada e com arte, como citei no início, era uma questão circunstancial. O acessório principal viria a ser a composição declamada com segurança. O texto pronto, a personagem e o tempo. Dizer quando? A qualquer momento a depender das circunstâncias. Aí nasce o compositor. Mas, mulher tinha que ser respeitada.

Assis − Alguma curiosidade autoral na área da licenciosidade?

Jessier − Algumas histórias autorais viraram clássicas.  Ex: O Matuto Doente das Partes, que conta a cirurgia de hemorroidas e outras mais:

Um Rapazinho Fodaz − (publicado no livro Bandeira Nordestina − Editora Bagaço)

Matuto Doente das Partes − Cirurgia de hemorroidas (publicada no livro Agruras da Lata d´Água – Editora Bagaço)

Relembrando a Chupadela − História de Bill Clinton e Mônica Lewinsky (Inédito)

Se Achar Ruim, Coite-se! − Um poema fescenino, baseado no clássico poema Se do poeta inglês Rudyard Kipling (1865 – 1936). (Inédito)

Manifesto da Fudene (publicado e posteriormente retirado do livro Agruras da Lata d´Água)

 

Um Rapazinho Fodaz

Jessier Quirino

 

De primeiro, uma revista

Era a maior das conquistas

Dum rapazinho fodaz

Amaridado com ela

Era aquela coisa bela

Sonhando de paz em paz

 

Ele sorria e beijava

E ela de puta ria

Era revista rameira

Flor de lodo, messalina

Biscaia, franga, dadeira

Tolerada e pistoleira

Com semblante de felina

 

Sem cancha pra vadiagem 

Ou pra luz de cabaré

O jeito pra o rapazinho

Era correr pro migué

 

Migué de porta fechada

E a revista escancarada

Querendo se desfolhar:

Tanta coisa em coisa-fofa

Tanto fruto proibido

Maçã de Adão provar…

 

Tanta matinha encantada

Tanto ventre, tanta furna

E tantos lábios vulvares

Pro mundo se envaginar

 

Tanta peça mamalhuda

Peitudinha, bundudinha

Luz-em-cu sem pirilampo

Tanta feira de mulher…

 

Tanto estrabismo nos olhos

Tantas vogais pelos lábios

Tanto fêmur almofadado

Antes de ser oboé

 

E o rapazinho fodaz

Amativo pela vista

Namorava essa revista

Gozando de paz em paz

De garra com os possuídos

De punho masturbativo

Era aquela liberdade

Misturada com prisão:

 

Teje solto, teje preso

Teje solto, teje preso

Teje solto, teje preso

Teje solto, teje preso…

 

A professora chega…

– Menino?!

– Professora!

A senhora não morre tão cedo

Jessier Quirino

 

Matuto Doente das Parte

Jessier Quirino

 

No tronco do ser humano

Nos finá mais derradêro

Tem uma rosquinha enfezada

Que quando tá inflamada

Incomoda o corpo inteiro

 

Se tossir se faz presente

Se chorar se faz também

O cabra não pode nada

Com nada se entretém

Eu lhe digo meu cumpade

Não deseje essa maldade

Pra rosca de seu ninguém

 

Não sei o nome da cuja

Desta cuja eu tiro o “ja”

O que resta é quase nada

Bote o “nada” na parada

Quero ver tu aguentar?!

 

Eu lhe digo meu cumpade

Que é grande humilhação

Um cabra do meu quilate

Adoecido das parte

Fazer uma operação

 

Não suportando mais dor

O meu ato derradeiro

Foi procurar um doutor

Do “Bocá do Arenguêro”

 

Do Bocá do Arenguêro

Fejoêro, Fiofó

Bufante, Frescó e Lôrto

Apito, Brote e Bozó

 

De Furico, Fedegoso

Piscante, Pelado e Bóga

Fosquete, Frinfra e Sedém

Zuêro, Ficha e Vintém

De Ás de Copa e de Fóba

 

De Oití, Ôi de Porco

Ané de Couro e Caguêro

De Gira-Sol e Goiaba

Roseta, Rosa, Rabada

Bôto, Zero e Mialhêro

 

De Nó dos Fundo e Buzéco

De Sonoro e Pregueado

Rabichol, Furo e Argola

Ané de Ouro e de Sola

Boca de Véia e Zangado

 

Um doutô de Aro Treze

De Peidante e Zé de Bóga

Que não aperte o danado

Nem deixe com muita folga

 

Um doutô piscialista

Em Bocá da Tarraqueta

Doutô de Quinca e Dentrol

Zebesquete e Carrapeta

 

Doutô de Rosca, Rosquinha

Tareco, Frasco e Obrom

Ceguinho, Butico e Zero

Tripa Gaitêra e Fon-Fon

 

Mialhêro e Mucumbuco

Buraco, Brôa e Boguêro

For Ever, Cruaca, Urna

Gritadô, Frande e Fuêro.

 

Cano-de-Escape e Pretinho

Rodinha, X.P.T.O.

Zerinho, Subiadô

Tripa Oca e Fiofó.

 

Um doutô de Helidório

Ou de Boca de Caçapa

Que não seja inimigo

Também não seja meu chapa

Tratador de Canto Escuro

De Boréu ou de Cheiroso

De Formiróide e Alvado

De Parreco e de Manhoso

 

De Chambica e Cibazol

Apolonio e Fobilário

Bilé, Briôco e Roxim

Fresado, Anílha e Cagário

Vazo Preto, Zé Careta

Olho Cego e Espoleta

Fuzil, Fiôto e Fuário

 

Não é doutô de ovário

É doutô de Oriol

De Cá-pra-nós e  Bostoque

De Futrico e de Ilhó

 

De Culiseu e Caneco

Roscofe, Forno e Botão

De disco, de Farinheiro

De Jolí, Fundo e Fundão

De Quo-Vadis e Fichinha

Que não venha com gracinha

E que que não tenha dedão

 

Um doutô de Zé de Quinca

Canal 2 e Cagadô

Buzina, Vesúvio e Cego

Federá e Sim-sinhô

Fagulhêro e Zé Zoada

Rosquete, Fim de Regada…

…Eu só queria um doutor

 

O doutô se preparou

Parecia Galileu

Aprumou um telescópio

Quem viu estrela fui eu

Ele disse arribe as perna

− Tenha calma, sonho meu!

A partir daquela hora

Perante Nossa Senhora

Não sei o que sucedeu

 

C`as força da humildade

Já me sinto mais milhó

Me desejo um ânus novo

Cheio de verso e forró

Pros cumpade, com franqueza

Desejo grande riqueza:

Saúde no fiofó

 

Relembrando a Chupadela

Jessier Quirino

(Inspirado no mote de Alan Sales)

 

Foi na sala oval da Casa Branca

Que Biu Clinton hasteou seu berimbau

Chupistério maior não teve igual

E o mondrongo Lewinsky quase arranca

Presidente saiu botando banca

Pau-babado, machudo e comilão

A bruaca tacou-lhe uma versão

Que foi vítima daquele pau viril

O chupão que a Lewinsky deu em Biu

Custou caro para o Clinton garanhão

 

Ao desencaralhar seus possuídos

Da garganta daquela estagiária

Carimbou uma nódoa ordinária

E orgasmática no colo do vestido

Uma prova cabal de ter havido

Boceteio, ou qualquer xumbregação

E a bruaca fez a reclamação

Com a impressão genital do seu xibiu

O chupão que a Lewinsky deu em Biu

Custou caro para o Clinton garanhão

 

Viciado em rolhar uma perseguida

Pela cuja se achava perseguido

Biu-femeeiro, broxado e deprimido

Prometeu nunca mais foder na vida

Toda livre-fodança foi banida

Das alcovas e salas da mansão

E o Pentágono fez uma preleção:

“Putaria que é bom nem mais um piu”

O chupão que a Lewinsky deu em Biu

Custou caro para o Clinton garanhão

 

Nesta casa tão cheia de brancura

Já se viu muita escolhambatriz

A Lewinsky, fregona e meretriz

Por ali puteou e quis ser pura

Fuxicou pruma amiga de aventura

Que entregou à justiça a gravação

Foi fuxico no cu desta nação

E a nação dando corda ao mulheril

O chupão que a Lewinsky deu em Biu

Custou caro para o Clinton garanhão.

 

Êta feladaputa de azar

É o coitado do dito presidente

Bolofôtica, rameira e indecente

Foi a tipa que o leso quis champrar

Paula Jones foi outra que a chorar

Quis “pensão de priquito” de um milhão

Se disser que comeu vai pra prisão

Se mentir, toma dentro pois mentiu

O chupão que a Lewinsky deu em Biu

Custou caro para o Clinton garanhão

 

Ô país invocado é os Isteites

Machear ninguém pode machear

Se o sujeito quiser gavionar

Tem que vir pro Brasil mamãe-de-leite

Puteagem-política tem aceite

Pelas vias-urinárias da razão

Vaginosa ou macheira de plantão

Foi escrota a justiça faz psiu!

O chupão que Lewinsky deu em Biu

Custou caro para o Clinton garanhão.

 

Manifesto da Fudene

Fudedeiras Desenvolvendo o Nordeste

Jessier Quirino

 

Meus amigos fudedores

Gigolôs e cachaceiros

Ilustres raparigueiros

E todos da região!

 

Se a Fudene não fudesse

Não fosse mulher bolida

Se não quengasse na vida

Não tava na eleição

Disputou com puta a puta

Mas trouxe no fim da briga

Um coral de rapariga

Pra cima do caminhão

 

Trouxe Zefa Pragatão

Trouxe Priquito de Frande

Teinha do Obreiro Baixo

E com licença da palavra

Trouxe Roquete Cuzão

 

Roquete é feito feijão

Quando esquenta dá o bicho

Mas andará no capricho

No rumo da eleição

 

Reparem bem o estado

Dessa nossa região:

Do Estreito da Galheira

Do Beco do Pinguelão

Lá do Buraco da Velha

Do Pau Torto e Suvacão

 

Da Rua do Arrombado

Lá da Taiáda da Jega

Esquina do Lasca e Trinca

Suvaco de Cururú

Atolado da Frieira

Rua da Beira Seca

E do Beco do Tejú

                 

Não queiram ver o estado

Do Apertado da Hora

Da Pinguela do Tauá

Do Beco do Quebra Pote

Da Rua do Quixelau

Rua do Grude e da Merda

Escorrega Lá Vai Um

E Beco do Eita Pau

 

Estão levando na zona

A nossa zona sofrida

Zonaram da nossa zona

Nunca nos deram carona

No trem que sobe na vida

 

Mas esta bacafuzada

Tá com seus dias contados

Quem ganha a vida fudendo

Levando e sendo enganado

De tanto saber gemer

Quer “tanto assim” pra fuder

Prefeitos e Deputados

 

Vote em nossa bandeira

De Norte Sul Leste Oeste

Vamos votar na Fudene

A redenção verdadeira

Que são essas Fudedeiras

Desenvolvendo o Nordeste

 

Finalizo estas palavras

Clamando de braço aberto

Aos companheiros de luta

Que vamos votar nas putas

Pois nos filhos não deu certo

 


Fotos de Anna da Hora e Flor Maria

Contatos pelos [email protected], http://assisangelo.blogspot.com, 11-3661-4561 e 11-98549-0333

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