Rubens Valente, repórter especializado em cobertura política baseado em Brasília, estreou em 25/3 coluna no UOL. O portal o classificou como “jornalista vidrado na profissão”.
Paranaense de Goioerê, Rubens mudou-se ainda muito novo
para o Mato Grosso do Sul, onde viria a formar-se em Jornalismo pela
Universidade Federal do MS em 1995. Começou como repórter de Economia no
extinto diário da Serra, onde também atuou nas áreas de Polícia e de Cotidiano.
Mudou-se para Cuiabá, passou por Diário de Cuiabá, Folha do Estado e foi
correspondente em O Globo e Folha de S.Paulo.
Detentor de 17 prêmios e menções honrosas nacionais e
internacionais, entre eles dois Esso e dois Excelência Jornalística
da SIP, é autor dos livros Operação Banqueiro (Geração Editorial,
2014) e Os fuzis e as flechas − História de sangue e resistência indígena na
ditadura militar (Companhia das Letras, 2017).
O Instituto Serrapilheira e a Agência Bori promovem nesta terça-feira (31/3), às 10h, uma webinar para jornalistas sobre as formas adequadas de cobertura da Covid-19, além de dicas sobre como conseguir fontes, analisar dados, interpretar estudos científicos e buscar novos pontos de vista sobre pautas relacionadas à pandemia.
Participarão da
videoconferência as coordenadoras da Agência Bori Ana Paula
Morales e Sabine Righetti; Stevens Rehen,
pesquisador do Instituto D’or de Pesquisa e Ensino; Mariluce
Moura, coordenadora do Ciência na Rua; Marcelo Soares,
especialista em dados do Lagom Data, e Herton Escobar, a USP.
Participe pelo link
(via plataforma Zoom).
A CNN Brasil anunciou em 29/3 por meio de nota a saída da comentarista e advogada Gabriela Prioli do programa O Grande Debate, após desavenças com o mediador Reinaldo Gottino, que constantemente interrompia as falas dela no programa. Gabriela foi um dos principais destaques da emissora desde a estreia no Brasil, há duas semanas. A CNN negocia a permanência dela na casa. As informações são de Ricardo Feltrin (UOL).
Segundo apurou a
coluna de Feltrin, Gabriela já estava insatisfeita por diversos
fatores, um deles a postura de Gottino. O estopim foi na última
sexta-feira (27/3), quando ele e Gabriela discutiram ao vivo,
enquanto debatiam sobre a prisão domiciliar do ex-presidente da
Câmara dos Deputados Eduardo Cunha.
O UOL também apurou
que Gabriela estava decepcionada com o rumo que o programa tomou, de
forma que os comentaristas “brigassem entre si” até um sair
ganhador, como uma espécie de “rinha de galo”, o que vai “contra
tudo” o que a comentarista acredita. Vale lembrar que a advogada,
ao mesmo tempo em que conquistou muitos seguidores e admiradores,
sofreu diversas ameaças em suas redes sociais por causa de seus
comentários no programa.
Em seu Instagram,
Gabriela postou um texto que antecipou a saída do programa: “Não
é fácil ser firme no início de um projeto profissional, mas é
impossível não me comportar segundo aquilo que eu defendo, apesar
das possíveis consequências. (…) Eu digo a vocês, de forma
reiterada, para se posicionarem, serem firmes e não cederem diante
de comportamentos que vocês considerem inadequados. Em mais de uma
oportunidade tive que me posicionar cobrando respeito ao meu espaço
de fala. É preciso ser mais contundente. O meu compromisso é com um
debate racional, prospectivo, informativo e respeitoso. Não consigo
atingir o meu objetivo se for constrangida e não posso seguir
participando do debate sem que a convicção sobre a gravidade do
constrangimento não seja só minha, mas de todos os envolvidos, na
frente e atrás das câmeras. Não posso legitimar que o achismo seja
equiparado ao conhecimento científico nem contribuir para acirrar a
polarização. Seguirei, por enquanto, dividindo com vocês as minhas
análises nas minhas redes e pensando em outras formas para podermos
interagir e evoluir com qualidade. Nessas últimas duas semanas o
nosso grupo cresceu e isso me traz profunda satisfação. O meu maior
prazer é essa troca que tenho com vocês. Fica aqui então o meu
muito obrigada. Nos posicionar é a forma que nós temos de
conscientizar o mundo daquilo que nós consideramos fundamental”.
Por meio de sua
assessoria, a CNN confirmou a saída da comentarista de O Grande
Debate. No texto, a emissora reconhece que Gottino “excedeu a
postura de mediador”, e deu espaço para que ele se pronunciasse
sobre o caso: “O meu papel ali é conduzir o debate para que os
dois lados tenham espaço para expor suas ideias. Minha postura
excedeu a de mediador. Peço desculpas a Gabriela por isso. Esse
pedido de desculpas, enviado a ela no início da manhã de domingo,
se estende também à emissora e ao público”.
A nova dupla de
comentaristas será formada pelos advogados Gisela Soares e
Thiago Anastácio, “de pensamentos ideológicos distintos”,
reitera o comunicado.
A China anunciou em 17/3 a expulsão dos correspondentes americanos dos jornais New York Times, Wall Street Journal e Washington Post. Além deles, as investigações seguem para a rádio Voz da América e a revista Time. A medida é uma retaliação à decisão do presidente Donald Trump de reduzir a quantidade de empregados chineses nas empresas estatais chinesas de comunicação – Xinhua, CGTN, China Radio, China Daily e Diário do Povo.
A alegação foram os ataques de jornais americanos à maneira como a China lidou com a Covid-19. A China considerou a expulsão “uma mentalidade de Guerra Fria”. E o secretário de Estado Mike Pompeo – ex-diretor da CIA e atual chefe da diplomacia americana – pediu que Pequim reconsiderasse a decisão.
A FSB venceu a concorrência para ser a agência de comunicação corporativa do Ministério da Infraestrutura, gerenciando uma verba anual de R$ 8,64 milhões. Ela somou 9,65 pontos, superando In Press (9,37 pontos), CDN (8,84), Informe (8,50) e Weber Shandwick (7,32). O resultado da licitação foi publicado nessa terça-feira (24/3), no Diário Oficial da União, abrindo prazo de cinco dias para que alguma das agências derrotadas entre com recurso contra as pontuações.
Já as agências Nova/SB e Apex vão dividir a responsabilidade pela comunicação corporativa da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), como vencedoras do Pregão Eletrônico nº 35/2019, “por menor preço”.
Caberá à Nova/SB cuidar das avaliações de percepção da imagem da Anac e pelas ações de relacionamento nos ambientes digitais, tendo, para isso, uma verba de R$ 741 mil. A Apex Comunicação Estratégica terá R$ 498 mil para produzir textos em língua estrangeira e vídeos de reportagem e animação, além dos infográficos utilizados pela Anac em sua comunicação. (Com informações do Janela Publicitária)
A licitação para o Ministério da Economia foi suspensa.
A Roche América Latina realiza, em parceria com a Fundação Gabo, a oitava edição do Prêmio Roche de Jornalismo em Saúde, que valoriza as principais reportagens sobre saúde na América Latina. As inscrições foram prorrogadas até 31 de maio.
Neste ano, o prêmio tem três categorias: Jornalismo de
Rádio, Jornalismo Digital e Cobertura Diária. São aceitos
trabalhos em português ou espanhol, publicados entre janeiro de 2018 e dezembro
de 2019. Os critérios de avaliação são: qualidade narrativa; tratamento
contextualizado e com domínio técnico do tema; foco socialmente relevante ao
setor de saúde; reportagem, investigação próprias e completas; independência e
valores éticos profissionais refletidos no trabalho; valor informativo próprio
e diversidade geográfica.
Pela primeira vez, a premiação terá uma menção honrosa em
cada categoria. Além disso, todos os trabalhos inscritos concorrerão a uma
menção em jornalismo de soluções, valorizando as propostas de resposta/solução
dadas por entidades, comunidades e instituições sobre os problemas da saúde na
América Latina.
O vencedor de cada categoria receberá um troféu, um
certificado e poderá escolher entre uma bolsa com tudo pago para participar de
um workshop da Fundação Gabo ou participar do Festival Gabo 2020.
Os finalistas receberão certificado, medalha e o livro Gabo Periodista.
O Pew Research Center divulgou resultado de uma pesquisa que analisou o índice de cidadãos desinformados sobre o coronavírus e a fonte de informação que utilizaram para ficar sabendo sobre as últimas notícias da pandemia. O levantamento, que entrevistou apenas norte-americanos, indicou que as pessoas que utilizam as redes sociais como principal fonte de informação estão mais desinformadas do que aquelas que se informam pela imprensa.
Cerca de 57% dos participantes que utilizam redes sociais
disseram ter encontrado conteúdos sobre a Covid-19 carregados de informações
falsas. Já entre os que se informam pela imprensa, o número de fake news
caiu para 37% dos entrevistados.
A pesquisa também perguntou aos participantes se eles sabem
a previsão das entidades de saúde sobre quando uma vacina estará disponível.
Entre o grupo das redes sociais, apenas 37% deram respostas que correspondem às
previsões de especialistas: um ano ou mais. Outro grupo que apresentou
porcentagem baixa nesta pergunta foi o de pessoas que se informam via TV local.
As outras fontes de informação apresentaram comportamento semelhante, com cerca
de metade dos entrevistados informando previsões compatíveis às dos
especialistas de saúde.
Primeiro, a gente entra na mata, corta um pedacinho de cipó oco, tampa as duas pontas, pede para o feiticeiro abençoar e passa a usar esse tubinho pendurado num barbante, em volta do pescoço.
Depois enche a bateia de
cascalho do fundo do riacho. Urina em cima, “porque se não faz xixi, o olho não
vê a pepita de ouro, o xibiu (diamante) que tá na bateia”. Mais importante:
achou o diamante, coloca logo na boca e diz muito palavrão, “senão a pedra
escapa, cai na água e não se acha mais”. Só depois disso é que se guarda a
pedrinha ou a pepita no tubinho do pescoço.
Essas foram as
orientações que recebi (e, como foca que sempre fui, obedeci cegamente), quando
me tornei garimpeiro por um dia no Norte do Mato Grosso, já lá se vão 50 anos,
para contar a história no Estadão.
Nem lembro mais se o
texto chegou a sair, mas recordo a cara do peão que ensinou. Quando vi
pedrinhas de cristal de rocha na bateia e perguntei como distinguir o cristal
do diamante, ele respondeu: “Olha, seu moço, num se preocupe não, quando for
diamante ele brilha tanto, mas tanto mesmo, embaixo do Sol, que ninguém precisa
dizer que é ele, a gentesabe na hora”.
Essa foi a primeira
história. Diamante não rendeu, mas achei umas “palhetinhas” de ouro que
“ponhei” no tubinho que se perdeu com o tempo, neste mundo velho sem porteira.
O segundo causo foi anos
depois, na Prefeitura de São Paulo. Estava sendo cavado o túnel sob o
Ibirapuera e os ecochatos garantiam que o Ibirapuera ia afundar, o lago vazaria
para dentro do túnel e para mostrar que estavam errados o prefeito Jânio
Quadros entrou no túnel com os jornalistas.
A visita estava chata,
fiquei conversando com uns operários, um deles vindo de Minas, que descobrira
no fundo do túnel fôrmas (sic), as pedras negras que são sinal de
ouro de aluvião no fundo dos rios.
Houve uma aposta entre
os trabalhadores. O mineiro encheu o capacete de cascalho, lavou, achou três
minúsculas pepitas de ouro, comentei com o prefeito. O Jânio chamou o Aluane
Neto, da Jovem Pan, que chegara na boca do túnel de helicóptero, e virou
manchete: Encontrado ouro no túnel do Ibirapuera.
Jânio mandou mensagem
oficial para Brasília sobre a “descoberta”; criado o factoide, a imprensa só
falava no ouro. Táta Gago Coutinho, que assessorava o prefeito, mandou
as pepitas para o IPT analisar (era ouro mesmo, mas sem importância, muitos
córregos da região têm essas lasquinhas de ouro que não valem nada).
O importante é que a
história cresceu, os ecochatos foram esquecidos, o túnel foi concluído, o lago
não vazou, as pepitas ficaram em casa. Elas se perderam numa das muitas
mudanças que fizemos − foram tantas que, brincando, dizemos que somos
saltimbancos, não paramos em lugar algum.
A terceira história
relembrei no início do ano, quando, remexendo uma gaveta, Táta (que hoje é
minha mulher), achou um colar com uma bolinha de vidro e dentro, três pepitas
de ouro.
Foi no Norte do Canadá,
a caminho do Alasca, aonde íamos pesquisar para nossa tese em inglês (Birds
Migration from North America to Brazil), que resolvemos fazer turismo numa
mina de ouro que não funcionava mais.
Não funcionava como
mina, mas sim como polo turístico. Visitamos as máquinas enferrujadas, curtimos
o almoço “igualzinho dos mineiros do século XIX” e, de sobremesa, me entregaram
um saquinho de couro com cascalho, uma bacia de aço e disseram para lavar o
cascalho numa das torneiras enfileiradas numa espécie de longo cocho.
Achei três pepitas,
talvez duas gramas de ouro. Uma atendente sorridente veio “vender” seu produto:
“Beleza de ouro que o senhor achou, a gente pode fazer um pedantif,
colocar o ouro numa ampola de vidro, sua senhora vai ficar orgulhosa de usar no
pescoço o ouro que o próprio marido garimpou”. É claro que, turistas bobões,
mandamos fazer o colarzinho que foi achado esquecido, no fundo da gaveta.
Olhei a bolinha de vidro. O ouro dentro dela refulge ainda, continua brilhante, como continua, 36 anos depois, ainda brilhando, o nosso amor.
Luiz Roberto de Souza Queiroz
A história desta semana é novamente de Luiz Roberto de Souza Queiroz, o Bebeto, assíduo colaborador deste espaço, que esteve por muitos anos no Estadão e hoje atua em sua própria empresa de comunicação.
O presidente Jair Bolsonaro provocou na última quinta-feira (26/3) os repórteres que aguardavam entrevista em frente ao Palácio da Alvorada, em Brasília. Ele questionou a presença dos profissionais de imprensa, referindo-se à medida de isolamento social, estabelecida pela Organização Mundial da Saúde, como forma de barrar a disseminação do coronavírus: “Imprensa, vocês estão aqui trabalhando! Tem que ficar em casa, pô! Quarentena, pô! Fica em quarentena em casa!”.
Contrário à recomendação de quarentena da OMS, Bolsonaro
também afirmou que foi criticado por sua postura, mas que os jornalistas também
estavam descumprindo o isolamento social: “Atenção, povo do Brasil, esse
pessoal aqui diz que eu estou errado porque tenho que ficar em casa. Agora eu
pergunto: o que que vocês estão fazendo aqui? Imprensa brasileira, o que vocês
estão fazendo aqui? Não tão com medo do coronavírus, não? Vão para casa! Todo
mundo sem máscara!”.
A Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner) e a
Associação Nacional de Jornais (ANJ) manifestaram “indignação e perplexidade”
com a postura de Bolsonaro: “A triste provocação do presidente escarnece de
todos aqueles que colocam a saúde em risco para prestar um serviço essencial
aos brasileiros. Todos os representantes de veículos de comunicação, como
quaisquer outros de serviços essenciais, desejariam estar recolhidos em isolamento
com suas famílias neste momento de calamidade pública. No entanto, a imprensa
tem consciência de que deve, mais do que nunca, seguir no trabalho de informar
a população”.
As entidades reiteram que a imprensa nacional seguirá
“cobrindo todos os fatos relevantes para o País, atuando de forma
construtiva para que, juntos, derrotemos o novo coronavírus”.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes suspendeu nesta quinta-feira (26/3) a Medida Provisória que desobrigava o cumprimento dos prazos para resposta aos pedidos feitos pela Lei de Acesso à Informação (LAI). Pela MP, que o presidente Bolsonaro editou em 23/3, os órgãos da administração pública cujos servidores estejam em quarentena não tinham mais a obrigação de cumprir aqueles prazos.
“A Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de
outubro de 1988, consagrou expressamente o princípio da publicidade como um dos
vetores imprescindíveis à administração pública, conferindo-lhe absoluta
prioridade na gestão administrativa e garantindo pleno acesso às informações a
toda a sociedade”, escreveu o ministro.
Pela LAI, órgãos da administração pública têm prazo de 20 dias para
responder a cada pedido de informações, com direito a prorrogação por mais dez
dias com justificativa aceitável.