Correio Braziliense consegue suspender leilão de sua sede
A Justiça do DF acatou recurso do Correio Braziliense e concedeu nesta sexta-feira (7/5) liminar suspendendo temporariamente a realização do leilão dos lotes e prédios de sua sede que havia sido marcado para segunda-feira (10/5). Anúncio publicado pela Capital Leilões, de Brasília, indicava área total de 13.500 m2, área total construída de 6.902,36 m2, com lance mínimo de R$ 154,7 milhões.
Segundo o anúncio, o imóvel foi dado em garantia em favor de Pentágono Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários. O Portal dos Jornalistas não conseguiu contato com Leonardo Moises, diretor financeiro do jornal.
Disney renova contrato de Antero Greco e Abel Neto
O Grupo Disney renovou os contratos dos apresentadores Antero Greco e Abel Neto. Ambos seguirão atuando, com exclusividade, nos canais ESPN e Fox Sports até 2023.
Antero está na ESPN desde a chegada do canal ao Brasil, em 1994, ainda sob o nome de TVA Esportes. Com o novo contrato, ele completará 27 anos ininterruptos de casa e cerca de 47 anos de profissão. Com o novo contrato, além das participações em programas e transmissões, também terá um blog no portal da ESPN.
No comando do SportsCenter, Antero fez dupla icônica com Paulo Soares, o Amigão. A dupla foi separada pela pandemia, e ambos seguem afastados dos estúdios da emissora, que está gravando seus programas à distância.
Abel Neto acertou sua renovação em abril, próximo ao vencimento de seu contrato anterior. Atualmente no SportsCenter, ele chegou ao grupo em 2018, quando deixou a Globo para seguir um novo caminho. Anteriormente, ele comandou o Tarde Redonda, na Fox Sports.
Segundo Gabriel Vaquer, do UOL, o acordo com Abel fecha o primeiro ciclo de renovações dos canais esportivos da Disney neste ano. A ideia da empresa agora é buscar outros reforços.
Quando o chefe da sucursal de Recife do Estadão, Carlos Garcia, foi preso e torturado pelo Exército. Um dos piores momentos foi quando um sargento folheou sua caderneta de endereços e cismou que uma anotação “boi”, seguida por um telefone, era o disfarce para indicar a célula comunista que “existe no Estadão, para divulgar notícias contra o Exército”.
“Torturado, eu não conseguia atinar o que era a anotação ‘boi’, feita havia muito tempo, e apanhei, apanhei muito, até que de repente lembrei que, quando viajamos juntos pelo Nordeste, você precisava escrever sobre a festa do boi bumbá, Bebeto, e um amigo contou que conhecia um grupo folclórico que fazia as apresentações e me deu o telefone; anotei com o nome abreviado, só boi”.
“Contando agora dou risada”, disse Garcia quando relembrou a história, “mas na hora não tinha graça alguma; lembro que havia um soldado no quartel que mandou colocar o eletrodo para dar choque nos meus testículos e não no peito, e explicou para os soldados que, no peito, os choques podiam ser fatais”, e completou: “nós não queremos que este filho da puta morra ainda”.
O mais triste é que Carlos Garcia foi entregue aos torturadores como sendo um perigoso comunista, desses que se dizia que comiam criancinha, por causa de uma gozada que deu num coronel do Exército. A reportagem que ele escreveu contava que por causa da lenda indígena do mboitatá, a cobra com olhos de fogo, circulou em Teresina que a cobra imensa tinha sido vista numa certa lagoa.
“Era lenda que se repete há anos no sertão”, escreveu Garcia, “mas um coronel do Exército levou a sério, montou uma expedição para capturar a cobra, o Exército drenou a lagoa… e não existia a cobra, como todo mundo sabia, menos o coronel”.
Garcia, Roberto Godoy e Raul Bastos contam a história no filme Estranhos na noite (em quatro partes), que relata os anos de chumbo no Estadão e o desespero de não poder se livrar da tortura, principalmente do gancho em que foi pendurado, algemado. É que nunca existiu célula nenhuma e não havia o que contar. Garcia só foi solto quando o dr. Júlio Neto passou um telegrama ao ministro da Justiça, Alfredo Buzaid, responsabilizando-o pela vida do jornalista. Mesmo após a ordem de Orlando Geisel para libertá-lo, ele foi torturado uma noite inteira, antes de ser libertado.
Mas não são as tristezas que eu lembro do Garcia, lembro do seu bom humor e do seu amor pelas flores. Uma vez o levei para minha casa em Mairinque. Ele se impressionou com as árvores em volta do lago, ostentando nos galhos os longos fios esbranquiçados da Tillansdia usneoides, e expliquei que chamávamos a parasita de barba de pau. Ele olhou, pensou e disse: “Para nós, no Nordeste, barba de pau é pentelho”.
Outra vez, quando veio a São Paulo, queria jantar com ele mas explicou que não dava: “Vim nessa época porque meu sonho é descer a Serra de Santos na época da floração das quaresmeiras na Mata Atlântica”.
Ele queria ver a selva toda florida, com as árvores ostentando suas flores brancas e roxas. Fiquei pensando quantas vezes nós, paulistas, descemos a Serra xingando o trânsito, os congestionamentos, sem olhos de ver a beleza da mata, que encantava Garcia.
Seu amor pelas flores eu senti muitas vezes quando, juntos, rodamos o sertão inteiro fazendo matérias para o Estadão. Era um sertão bravo naquele então, tão bravo que Garcia nos fazia levar um estoque de coco verde no carro, pois a água dos açudes e riachos não seria aceita por meu organismo, por meu estômago de cidade grande, dizia ele.
E fomos parando o carro dezenas de vezes para Garcia fotografar as flores silvestres. Ele se desculpava dizendo que seu hobby era colecionar fotografias de flores, não de rosas nem orquídeas de floricultura, mas das florezinhas esquecidas, nascidas ao léu no meio do sertão tão querido do seu Nordeste querido.
Vá em paz, Garcia. Após essa vida tão bem vivida, está na hora de conhecer as flores do céu.
Luiz Roberto de Souza Queiroz
A história desta semana é uma homenagem de Luiz Roberto de Souza Queiroz, o Bebeto, a Carlos Garcia, morto pela Covid-19 em 27/4.
Tem alguma história de redação interessante para contar? Mande para [email protected].
A justiça de São Paulo negou um pedido de direito de resposta do canal Terça Livre contra a Agência Pública. A ação diz respeito à reportagem Blogueiros bolsonaristas investigados por atos antidemocráticos apoiam invasão do Capitólio, que acusa o canal de ter endossado a invasão ao Congresso norte-americano por parte de apoiadores de Donald Trump. Segundo a Pública, o canal pediu, em live, a recontagem de votos sob a falsa acusação de fraude eleitoral.
Em tentativa de promover censura, o site Terça Livre entrou na Justiça pedindo direito de resposta a uma das reportagens da Pública. A juíza decidiu que a ação é improcedente. Leia a nota da Agência Pública 👇 pic.twitter.com/2SQjfyIsr7
Confira a nota emitida pela Agência Publica sobre o caso:
Vitória do jornalismo e da liberdade de imprensa!
A Agência Pública venceu hoje na Justiça um pedido de resposta feito pelo site Terça Livre sobre a reportagem “Blogueiros bolsonaristas investigados por atos antidemocráticos apoiam invasão do Capitólio”.
A reportagem narra como o Canal Terça Livre, um dos investigados pelo Supremo Tribunal Federal em inquérito que apura a organização de atos contra instituições democráticas brasileiras, endossou em 6 de janeiro a invasão ao Congresso norte-americano por parte de apoiadores de Donald Trump. O site pediu, em live, a recontagem de votos sob a falsa acusação de fraude eleitoral.
Além do Terça Livre, outros 30 perfis investigados pelo STF endossaram as manifestações nos EUA, com lives e postagens inflamadas no Twitter, segundo levantamento da Agência Pública.
Em uma clara tentativa de promover censura, o site pedia na justiça que a Pública fosse condenada a “publicar resposta ao agravo sofrido, sob pena de multa”, nos termos do rito especial da Lei 13.188/2015, que trata do Direito de Resposta e Retificação.
No processo, o canal Terça Livre dizia-se ofendido por “matéria capaz de distorcer fatos e falsear informações”.
O Canal Terça Livre é conhecido por ser palco de ataques à imprensa. Foi no Terça Livre que Eduardo Bolsonaro, deputado federal brasileiro e filho do presidente Jair Bolsonaro, acusou a jornalista Patrícia Campos Mello de tentar usar sexo para obter informações contundentes sobre seu pai. Campos Mello processou Eduardo Bolsonaro por danos morais na justiça civil e venceu.
No caso movido contra da Pública, a juíza da 33ª vara cível decidiu que a ação é improcedente. Diz trecho da decisão: “Com efeito, a notícia de fls. 29/43 apenas faz informar seus possíveis leitores, sem desbordar da crítica jornalística inerente ao exercício da profissão. Em verdade, nenhuma ofensa foi atribuída à Requerente [Terça Livre] que pudesse, em tese, atribuir conotação negativa e prejudicial à narrativa veiculada”.
A sentença proferida em favor da Pública, portanto, fortalece a liberdade de imprensa, direito assegurado pela Constituição de 1988 e pilar essencial das democracias.
A decisão é também um passo importante contra a tentativa de censura do Terça Livre contra o jornalismo que investiga redes acusadas de produzir e disseminar desinformação e reforça a relevância da Agência Pública na cobertura de notícias sobre as campanhas de desinformação.
No cenário brasileiro atual, de disseminação de desinformação e de ataques às liberdades democráticas, é fundamental que o Judiciário, assim como outros setores do Estado e da sociedade, assegurem o exercício pleno do jornalismo independente.
Não vão nos calar. E temos a Justiça do nosso lado.
J&Cia lança série com Histórias do Jornalismo esportivo
A partir deste 6 de maio publicaremos, semanalmente, histórias e causos vividos por profissionais da imprensa esportiva ao longo de sua trajetória no jornalismo esportivo, como parte da campanha de divulgação do novo Prêmio +Admirados da Imprensa Esportiva. Ao todo serão publicados 15 relatos, culminando no início da eleição, que ocorrerá no dia 29 de julho.
No primeiro relato, João Palomino, parceiro de logística do prêmio pela LiveSports, conta um episódio marcante no seu início de carreira no jornalismo esportivo. Confira!
Minha história, minhas lembranças
Por João Palomino
João Palomino
Ainda guardo o recorte do Diário Cidade de Taquaritinga do dia 5 de maio de 1980. Considero a data oficial do ingresso na profissão que abracei e da qual nunca me desvinculei. Isso já faz 41 anos. Era o dia das Comunicações, data simbólica que só fui considerar tempos depois.
A matéria- para um iniciante de 14 anos- era simples: o treino do time da cidade, o Clube Atlético Taquaritinga, para o jogo do final de semana. Poucas linhas, poucas informações, pouco interesse geral, mas uma importância descomunal para quem sonhava, de alguma forma, estar ligado ao futebol e queria poder exercitar a arte de escrever, criar, informar e discutir aspectos éticos, políticos, esportivos, quem queria viver este emaranhado apaixonante que é o jornalismo.
E num ambiente amplamente criativo e de fatos e históricos recheados de dramas e tramas, conquistas e decepções, construção e queda.
1980 foi o ano em que o CAT disputou a terceira divisão, assim como em 1981. Em 1982 já estava em outro degrau, a Segunda Divisão, e me lembro dos confrontos históricos com Sertãozinho e Inter de Bebedouro. Até que veio a acesso à Primeira Divisão, à Elite do futebol paulista, naquela época verdadeiramente uma elite.
O quadrangular final teve jogos no Pacaembú e Palestra, e envolveu Araçatuba, Mogi Mirim e Bragantino. Dois turnos, todos contra todos. CAT Campeão, e acesso direto à primeira divisão.
O obstáculo era o Estádio Antonio Storti. Ninguém nunca definiu exatamente, mas era para não mais que 3 mil pessoas. A exigência à época era de capacidade mínima para 15 mil pessoas.
E lá foi a cidade se juntar, doar cimento, vergalhões, transporte, mão de obra, para que surgisse o Estádio Municipal Adail Nunes da Silva, o Taquarão, inaugurado num “clássico” diante do Cruzeiro, que tinha Tostão, o “genérico”, e Palhinha, o “original”. 5×2 para o time de Minas e o orgulho de 50 mil pessoas que, de alguma forma, colocaram de pé um monumento à resistência, porque a política já era fator de famigerada influência. O Bragantino, adversário do Taquaritinga, era então chefiado por Nabi Abi Chedid, lembram dele?
Pois o CAT precisou da Justiça para fazer justiça. E viveu dois anos de sonhos, recebendo os grandes em casa, lotando o estádio, hoje com capacidade para 35 mil torcedores.
Na minha vida profissional, como repórter, narrador ou apresentador, tive oportunidade de participar de coberturas de Copas do Mundo, Olimpíadas e grandes eventos. Participei de programas com grandes nomes do esporte e da vida. Entrevistas com Nelson Mandela e Fidel Castro. Entrevistas com Presidentes Brasileiros, grandes atletas, ícones e ou mitos, como Ayrton Sena. Guardo lembranças de retina mesmo, como ao narrar as medalhas de ouro de Usain Bolt, as grandes conquistas das mulheres brasileiras, Maurren Maggi (atletismo) e Jaqueline e Sandra (vôlei de praia), entre outros. Champions League, Mundiais de Clubes, Campeonatos Brasileiros, Estaduais e Copas do Brasil. Vi de perto uma espécie de “Maracanaço”, quando o Juventude empatou em 0x0 com o Botafogo e conquistou a Copa do Brasil.
Mas as recordações que moldam o nosso caráter e nossa vida, aquelas que não desgrudam mais da nossa memória, surpreendem. E a vitória do CAT sobre o Corinthians da Democracia, por 2×0, em 1983, gols de Carlinhos Maracanã e Edvaldo, o ponta-esquerda que jogou depois no Atlético-MG, São Paulo, Palmeiras e disputou a Copa de 1986, é dessas inesquecíveis, para meus conterrâneos e para mim.
Foi a primeira vez que vi de perto um ídolo do futebol e da vida, com quem pude posteriormente desfrutar bons momentos e deliciosas histórias, o craque, gênio, um ser humano como poucos, um brasileiro, acima de qualquer dúvida e de qualquer suspeita. Sócrates estava parado na porta do vestiário quando o interpelei sobre a derrota. Lacônico, só disso algo mais ou menos assim: “Todo mundo SÓ quer ganhar do Corinthians. Viu como o estádio lotou? A região inteira veio pra cá.” A mais pura verdade. Taquaritinga não conseguiria lotar o estádio, mas a região, perto de Araraquara, Ribeirão e Rio Preto, essa sempre mostrou uma força enorme no futebol brasileiro.
Essa felicidade toda não durou muito.
No ano seguinte, na rua Javari, o Taquaritinga, que brigava para se manter na primeira divisão com o XV de Piracicaba, perdeu do Juventus por 1×0. Precisava vencer. Terminava ali uma aventura emocionante que colocou a cidade no mapa e me deu a oportunidade de viver intensamente, como aspirante a jornalista, os quatro anos mais brilhantes da história do futebol da cidade.
Depois daquele momento, vieram Campinas, Brasília, Americana, Rio de Janeiro, São Paulo. O jornalismo de economia e de política num período efervescente da história contemporânea brasileira. Planos Econômicos áridos a serem explicados, impeachment, viagens pelo mundo, mudanças comportamentais na vida das pessoas, debates e discussões e a ESPN, onde fiquei por 25 anos, 17 deles como narrador e apresentador, 8 deles como VP de Conteúdo e Produção. Um bom tempo, não?! 25 anos.
O Taquaritinga teve mais história para contar também. Essa é uma data que não esqueço: 14 de julho de 2002. Contra aquele mesmo XV de Piracicaba, mas aí jogando no Taquarão, com gol de André Beraldo, o CAT empatava no finalzinho do jogo em 1×1 e garantia acesso à Série A2 do Paulistão. No mesmo dia nascia meu primeiro filho, João Vítor.
Sim, futebol, jornalismo e vida são uma emoção só. E contaram a minha história.
A Repórter Brasil anunciou concurso de duas bolsas de R$ 5 mil para a produção de reportagens sobre quem financia o desmatamento, abordando temas como o papel de bancos e investidores no agravamento do problema. A Repórter Brasil integra a coalizão internacional Florestas e Finanças, iniciativa que busca alcançar maior transparência no setor financeiro e em políticas que evitem que as instituições financeiras apoiem abusos ambientais e sociais.
A Florestas e Finanças tem um banco de dados com informações para descobrir a ligação entre grandes bancos, investidores e empresas com risco de desmatamento, que pode ser útil na produção de trabalhos sobre o tema. A ideia do concurso é difundir o conhecimento dessa ferramenta e estimular a pesquisa em seu banco de dados.
Interessados devem participar da live de apresentação do concurso de bolsas, no Instagram da Repórter Brasil, na próxima terça-feira (11/5), das 9h às 10h30. As pautas propostas devem necessariamente utilizar o banco de dados da Florestas e Finanças. Depois do evento, as inscrições devem ser feitas até 20/5, por meio deste formulário online.
Em comunicado sobre as bolsas, a organização destaca que, em meio à pandemia de Covid-19, “o desmatamento na Amazônia foi o maior dos últimos dez anos, com um aumento de 30% em comparação a 2019, como revelou o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), às vésperas da Cúpula do Clima”.
Os vencedores serão anunciados em 10 de junho no site da Repórter Brasil e receberão um comunicado por e-mail. As reportagens serão postadas no site. Confira o regulamento do concurso.
BandSports anuncia 24 horas ao vivo nas Olimpíadas
O Grupo Bandeirantes anunciou na quarta-feira (5/5) como vai funcionar a cobertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em julho. O canal BandSports, da TV fechada, vai exibir a competição juntamente com o Grupo Globo. A emissora prometeu 24 horas ao vivo falando de Olimpíadas no canal pago.
Serão 12 horas de transmissões e outras 12 de jornalismo com análise ao vivo e notícias, além de uma equipe que irá para o Japão, que inclui os apresentadores Elia Júnior, Glenda Kozlowski e Álvaro José; e o time de comentaristas, que contará com atletas que já foram medalhistas olímpicos comentando a participação brasileira nos Jogos.
Para a cobertura olímpica, o time tradicional do BandSports, com Oliveira Andrade, Napoleão de Almeida, Carlos Fernando, Ivan Bruno e outros, será reforçado por jornalistas que normalmente atuam mais na TV aberta, como Sérgio Maurício, contratado neste ano para as narrações da Fórmula 1, que será aproveitado em diversos esportes. A apresentadora Cris Dias, que chegou em março para apresentar o Band Esporte Clube, também será aproveitada.
Outros ex-atletas que já integram o time da BandSports também participarão da cobertura. Entre eles, estão confirmados o ex-tenista Flávio Saretta e as gêmeas do nado sincronizado Bia e Branca Feres. O ex-jogador de futebol Neto, medalhista de prata em Seul 1988 e que também é apresentador do programa Os Donos da Bola, comentará os jogos da seleção olímpica masculina.
Entre os outros nomes contratados para a cobertura estão o judoca Henrique Guimarães (bronze em Atlanta 1996), os jogadores de vôlei Marcelo Negrão (ouro em Barcelona 1992) e Fofão (ouro em Pequim 2008 e bronze em Atlanta 1996 e Sydney 2000).
Durante as Olimpiadas, o BandSports terá sinal aberto para todos os assinantes da Sky, Vivo, Net/Claro e demais operadoras onde é disponibilizado.
A semana em que o MediaTalks se torna parceiro do UOL, ampliando a conversa sobre jornalismo, informação e desinformação, não poderia ser mais oportuna.
O Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, comemorado em 3 de maio, motivou debates e divulgação de pesquisas ao redor do mundo tratando da intensificação de ameaças ao jornalismo e à livre expressão.
Muitas continuam vindo de governos autoritários, que lançam mão de recursos como o sufocamento financeiro da mídia e ataques diretos ou por via jurídica a jornalistas. Alguns resistem, mas há um impacto sobre o jornalismo investigativo, vital para a democracia.
O exemplo mais assustador no momento é o de Mianmar, governado por uma junta militar desde o golpe de fevereiro. Esta semana, um jornalista japonês foi indiciado criminalmente por propagar fake news. E o governo passou a veicular diariamente em jornais e TVs uma lista de profissionais “procurados” por infração ao código penal.
Yuky Kitazumi
Aos riscos históricos somaram-se outros: a pandemia e a violência online, direcionada sobretudo a mulheres jornalistas. Pesquisa divulgada pela Unesco revelou que nunca tantas delas foram vítimas de ataques pelas redes, incluindo ameaças de violência sexual e física. Uma em cada dez abandonou o cargo, o emprego ou a profissão, prejudicando não apenas suas carreiras mas também o jornalismo crítico e a diversidade de gênero nas redações, como apontou a Unesco.
O efeito pandemia também tem sido severo para a mídia, mas não pelas razões temidas no início. Não houve quebradeira.
O fechamento de títulos e a transformação de impressos em online era um processo em curso, acelerado pela Covid em alguns casos. Em outros, as restrições ao movimento fortaleceram as edições digitais. E a necessidade de informação confiável virou oportunidade para conquista de audiência e assinantes.
No Reino Unido, várias empresas de mídia que receberam fundos do governo para manter funcionários em licença devolveram dinheiro porque os resultados de 2020 foram positivos − e certamente não ficaram infelizes ao fazê-lo.
Mas o maior efeito da pandemia sobre a mídia foi outro: ela serviu − e continua servindo − para justificar bloqueios no acesso a informações, leis restritivas ao trabalho da imprensa e iniciativas destinadas a calar opositores nas redes sociais, mesmo em democracias.
As empresas globais de mídia digital vivem entre o céu e o inferno. Em alguns países, são recriminadas por não fazerem o suficiente para combater discurso de ódio em suas plataformas.
Em outros países, no entanto, redes e serviços de mensagem são vistos como salvação para a mídia independente, ativistas e jornalistas cidadãos continuaram a vociferar contra irregularidades.
A fórmula perfeita para equilibrar os dois lados ainda não apareceu. Mas há um caminho que merece mais atenção de empresas jornalísticas, governos, ONGs e setor corporativo: a educação midiática.
Reconhece que combater a desinformação é necessário. Mas alerta para a importância de se definir o que é desinformação, pois lidar com problemas apenas por meio de leis pode colocar em risco a liberdade de expressão.
Em outras palavras, o risco é o remédio transformar-se em veneno se for usado em altas doses por quem está mais interessado em matar o mensageiro.
Regulamentação das redes parece um caminho sem volta. Mas esse caminho não exclui − ao contrário − a responsabilidade coletiva de fornecer à sociedade os instrumentos para saber em quem confiar quando se trata de informação.
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A Infoglobo comunicou na manhã desta quinta-feira (6/5) o fim da versão impressa da revista Época e a migração de seu conteúdo digital para o site de O Globo. Segundo o comunicado, a revista deixa de circular semanalmente a partir de 28 de maio e seu conteúdo passa a ser publicado como uma seção dentro do jornal, tanto no digital quanto no papel.
No impresso, Época terá páginas fixas aos sábados, sempre com reportagens de fôlego, e nos demais dias da semana ocupará espaços nas páginas do jornal, com presença mais analítica e reflexiva do noticiário. Os assinantes da revista terão a opção de migrar, sem custos adicionais, para a versão digital do jornal.
“A chegada da Época é uma grande notícia para os leitores do Globo”, destaca o diretor de Redação Alan Gripp, “O jornal que mais cresceu e mais se nacionalizou no Brasil nos últimos anos estará agora ainda mais completo, com a publicação de conteúdos aprofundados que deram notoriedade à revista”.
Lançada em 1998, Época deixa de circular justamente no mês em que completa 23 anos. Entre os motivos para a decisão, a empresa cita os desafios impostos pela internet, que mudaram radicalmente o ciclo das notícias. “A dinâmica de uma revista semanal de notícias impressa começou a perder relevância em um tempo em que os furos de reportagem são publicados em tempo real e alertados nas telas dos celulares”, informou o comunicado.
Na sexta-feira (7/5), o Tribunal de Justiça Desportiva do Piauí determinou a interdição do estádio Felipão, também conhecido como Arena Jacaré, que foi palco da briga e da agressão a Emanuele Madeira, da TV Clube, afiliada da Globo no estado.
A repórter Emanuele Madeira, da TV Clube, afiliada da Globo no Piauí, foi agredida na noite desta quarta-feira (5/5) enquanto filmava uma confusão generalizada após o fim da partida entre as equipes do Altos e do Fluminense-PI. A confusão teve início após um bate-boca entre o técnico Wallace Lemos, do Fluminense, com o presidente do Altos Warton Lacerda, que desencadeou uma briga generalizada na porta dos vestiários.
Enquanto registrava a briga, a profissional teve o celular arrancado à força e foi segurada pelo pescoço por se recusar a entregar o dispositivo. A partida estava sendo realizada na casa do Altos, e o agressor, que estava vestindo a camisa do time local, foi identificado como sendo João Paulo dos Anjos. Apesar de sua presença em uma área restrita, a equipe alegou que ele não fazia parte do estafe do clube.
Emanuele Madeira é atacada enquanto filmava confusão no jogo entre Altos e Fluminense-PI
Um vídeo gravado pelo cinegrafista do site ge mostrou o momento em que João Paulo toma o celular de Emanuele e a agarra pelo pescoço. As agressões pararam quando ele percebeu que estava sendo filmado. O registro do celular da jornalista mostra a discussão entre Wallace e Warton, que são contidos por jogadores e funcionários dos dois times.
Após ser escoltada pela Polícia Militar, a equipe registrou boletim de ocorrências na Polícia Civil. Warton Lacerda alegou que o agressor pode ser algum torcedor que teve acesso ao gramado.
Por decorrência do protocolo de saúde adotado pela Federação de Futebol do Piauí e do decreto imposto pelo Governo do Piauí, não é permitida a entrada de torcedores em estádios de futebol durante a pandemia. Diante das restrições, é permitida a entrada apenas de atletas, funcionários de clubes e federação, além da imprensa.
A Fenaj, juntamente com o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Piauí (Sindjor/PI) emitiu nota repudiando as agressões. Confira na íntegra:
“O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Piauí (Sindjor/PI) e a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) vêm a público repudiar e condenar veementemente as agressões físicas e morais sofridas pela jornalista Emanuele Madeira, do Globo Esporte (GE), da TV Rádio Clube, afiliada da Rede Globo no Piauí, agredida por um homem que usava o uniforme do Altos, do Piauí, durante confusão generalizada do clube com o Fluminense-PI. A agressão aconteceu na noite dessa quarta-feira, (05/05), no Estádio Felipão, no munícipio de Altos, a 40 km de Teresina, após partida da 9ª rodada do campeonato estadual.
Um bate-boca entre o técnico Wallace Lemos, do Flu-PI, e o presidente do Altos-PI, Warton Lacerda, desencadeou uma batalha campal na porta dos vestiários do estádio Felipão, na cidade de Altos, a 40km ao Norte de e Teresina.
Enquanto filmava a briga, a jornalista Emanuele Madeira teve o celular arrancado a força e foi agredida covardemente no braço por esse homem, que depois a agarrou pelo pescoço, se recusando a devolver o material de trabalho da profissional, num verdadeiro atentado machista e de desrespeito ao direito constitucional de liberdade de imprensa e do pleno exercício do jornalismo.
Assim como Emanuele Madeira, profissionais de imprensa também presentes na cobertura jornalística a atividade esportiva sofreram agressões morais e ameaças. Estes atentados exigem apuração e punição aos agressores por parte da Federação de Futebol do Piauí (FFP), bem como investigação das autoridades policiais conforme Boletim de Ocorrência registrado na Delegacia de Polícia de Altos.
Cabe ao Sindjor-PI e FENAJ cumprirem o dever e papel em defender a categoria, quer seja filiados ou não, a defesa incondicional do livre exercício da profissão de jornalista e o direito constitucional da sociedade à informação. Essa é a obrigação primeira do Sindjor-PI e FENAJ, que não pode silenciar quando esses valores democráticos estão sob ameaça.
O Sindjor-PI e FENAJ estarão cobrando tanto da parte da FFP como das autoridades policiais do Estado apuração dos fatos para as providências conforme a lei exige, como também exigindo segurança aos profissionais de imprensa nas coberturas jornalísticas nos estádios de futebol do Estado do Piauí.
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Piauí e Federação Nacional dos Jornalistas”