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quinta-feira, julho 3, 2025

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Banco Safra lança portal de conteúdo

Equipe é liderada por Eleno Mendonça e tem Cley Scholz como subeditor

Eleno Mendonça

O Banco Safra anunciou esta semana o lançamento de O Especialista, portal de conteúdo, com acesso liberado e grátis, sobre economia, negócios, investimentos, tecnologia e estilo de vida. O projeto é liderado por Eleno Mendonça, superintendente executivo de Comunicação do banco, ex-editor-chefe de O Estado de S.Paulo e que também registrou passagens por JB, Folha de S.Paulo e DCI e pela agência DPZ. Por último, dirigia sua própria agência de comunicação, a EastSide23, da qual se desligou em janeiro de 2020, contratado pelo Safra.

Eleno trouxe para o time Cley Scholz, com quem havia trabalhado nos tempos de Estadão, para ser o sub do portal. Cley, que já esteve em veículos como Valor Econômico, Veja e O Globo, foi por mais de cinco anos e meio coordenador de Comunicação da Diretoria de Serviços ao Cidadão da Empresa de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp), que administra o Poupa Tempo.

A equipe é ainda integrada pelos repórteres Thiago Fadini, Fernando Ladeira, Pedro Ladislau Leite e Leonardo Albuquerque.

Segundo comunicado divulgado pelo Safra, O Especialista oferece análises fundamentadas pelos times de analistas do banco e tem uma preocupação muito forte com educação financeira e temas ligados às estratégias de ESG. Conta ainda com uma seção de Opinião, que busca debater temas como economia, política, negócios e comportamento. Entre os articulistas, destaque para Joaquim Levy, ex-ministro da Fazenda e atualmente diretor do Safra.

O conteúdo gerado pelo portal também estará em Twitter, Facebook, Linkedin e Instagram.

Ibope passa a pertencer integralmente à britânica Kantar

Ibope inteligência
Ibope

* Por Cristina Vaz de Carvalho, editora regional de Jornalistas&Cia no Rio de Janeiro

A marca Ibope, sinônimo de audiência, deixará de existir. A notícia é de Lauro Jardim. A família Montenegro, que detinha até agora o Ibope Inteligência, de pesquisa política e de mercado, decidiu fechar a empresa no fim deste mês. Nessa data, vence o acordo de licenciamento da marca Ibope.

Em 2015, os Montenegro venderam o Ibope Mídia, de pesquisa de audiência, para a britânica Kantar, e mantiveram o braço Inteligência, que passa agora integralmente ao detentor.

Executivos do grupo, entre eles a CEO Márcia Cavallari, pretendem abrir uma nova empresa de pesquisa, Ipec – Inteligência, Pesquisa e Consultoria.

Brasil perdeu 76 jornalistas e radialistas na pandemia

* Por Carmen Munari

Jornalista é aquele que nem sempre pode trabalhar em casa. Mesmo durante uma pandemia, e por vezes em função dela, é preciso ir ao encontro da notícia, relatar, fotografar, filmar. Essa exposição deve ter contribuído para a morte de muitos profissionais da imprensa por complicações da Covid-19. E não surpreende que, por atuarem nesta profissão, alguns deixaram mensagens pouco antes de morrer.

Desde a chegada da pandemia, em março de 2020, até terça-feira (26/1), pelo menos 76 colegas perderam a vida no País com idades entre 28 e 88 anos. O grande número (34) estava na faixa entre 60 e 70 anos, muitos em plena atividade de trabalho, o que levou a reações de comoção a familiares, instituições e público refletidas nas notícias publicadas sobre esses profissionais, a base deste levantamento. Vários tinham comorbidades, como problemas cardíacos, obesidade e câncer.

A maioria dos jornalistas e radialistas mortos vivia nas cidades de São Paulo (8), Rio de Janeiro (7) e Manaus (7) – esta atingida por situação crítica em relação ao vírus. Os demais se espalharam pelo Brasil. As capitais e outras cidades em que foram registrados ao menos dois casos são Belém, Brasília, Campina Grande (PB), Campos (RJ), Florianópolis, João Pessoa, Porto Alegre, Porto Velho e São Luís.

Orlando Duarte. Jornalista faleceu na pandemia.
Orlando Duarte foi o mais idoso jornalista brasileiro vitimado pela Covid-19

Do total, a Covid-19 atingiu oito mulheres e 68 homens − seguindo a tendência da sobrevivência menor do sexo masculino para esta doença. O levantamento mostrou também que um grande número de profissionais se dedicava ao jornalismo esportivo − são dez nesta lista. Neste grupo estão Orlando Duarte e Rodrigo Rodrigues. Duarte, o mais idoso nos registros, que se foi em 15 de dezembro de 2020 aos 88 anos, em São Paulo, cobriu dez edições da Copa do Mundo, com passagens pelas rádios Jovem Pan e Bandeirantes e pelas TVs Globo, SBT, Band e Cultura. Rodrigo Rodrigues, um dos mais jovens entre os profissionais mortos, trabalhava desde janeiro de 2019 na TV Globo. Iniciou a carreira em 1995, na Rede Vida, ingressou na área de esporte em 2011. Morreu aos 45 anos, em 28 de julho de 2020, no Rio.

No rádio paulistano, José Paulo de Andrade, que morreu aos 78 anos, em 17 de julho de 2020, fez história ao apresentar desde 1973 o programa O Pulo do Gato, na Bandeirantes. Duas peculiaridades: foi vigiado durante a ditadura miliar e, na TV Bandeirantes, interpretou Don Diego/Zorro em As Aventuras do Zorro, em 1969.

Deixar uma mensagem de despedida para o caso de não resistir ao vírus foi o que fez do jovem jornalista Israel Pinheiro, que faleceu aos 38 anos, em Manaus. Antes de ser intubado, o então assessor de imprensa redigiu o texto que depois foi postado em seu perfil no Facebook, onde tinha 300 seguidores: “Combati o bom combate. Guardei a fé, terminei bem a corrida que me foi proposta… Amo muito todos vocês e estou aguardando alegremente poder encontrar todos vocês por aqui. O Paraíso de Deus é real e é tudo muito lindo. NÃO É UM TCHAU, É UM ATÉ LOGO!”.

Em atitude similar, Normando Sóracles, radialista e político de Juazeiro do Norte (CE), gravou um vídeo antes de partir, em 25 de dezembro de 2020, em que fez um alerta sobre a gravidade da doença.

O coronavírus levou também, em 30 de novembro de 2020, aos 83 anos, em São Paulo, o fotógrafo Sergio Jorge, um dos destaques da fotografia brasileira. Registrou o milésimo gol do Pelé, a inauguração de Brasília, as primeiras corridas no Autódromo de Interlagos, a demarcação territorial brasileira no Polo Sul, a construção da rodovia Belém-Brasília.

Renan Antunes de Oliveira. Jornalista faleceu na pandemia.
Renan Antunes de Oliveira chegou a ser preso no Irã no exercício da profissão

Também se foi Renan Antunes de Oliveira, jornalista gaúcho ganhador de um Prêmio Esso. Trabalhou em várias publicações, como Veja e IstoÉ e no Diário Catarinense e realizou coberturas internacionais. Chegou a ser preso no Irã, em 2001. Relatou que foi levado para uma cadeia, encapuzado e interrogado durante 30 horas. Na época correspondente do jornal Gazeta do Povo, contou que estava sendo bem tratado e, bem-humorado, relatou. “Me serviram pão, arroz e lentilhas. Preciso mesmo de uma dieta”, segundo o Zero Hora. Morreu em 19 de abril 2020, aos 71 anos, em Florianópolis, onde vivia.

Vírus também atingiu profissional negacionista

E a relação traz ainda um representante do bolsonarismo e do negacionismo da pandemia: Stanley Gusman, apresentador que comandava o programa Alterosa Alerta, de apelo popular, na TV Alterosa, afiliada SBT em Belo Horizonte. Ele se colocava contra as medidas de isolamento e chegou a criticar no ar medidas do prefeito de BH, Alexandre Kalil. Nas redes sociais veiculou vídeo do ideólogo Olavo de Carvalho e chamava os ministros do STF de “urubus”. Morreu em 10 de janeiro de 2021, aos 49 anos.

Em todo o mundo há registro de 712 mortes de jornalistas decorrentes da Covid-19 até 25 de janeiro deste ano. O Brasil ocupa o terceiro lugar, atrás do Peru e do México nesta lista. Os dados mundiais são da Press Emblem Campaign (PEC), ONG com sede em Genebra.

E aqui, quantos terão partido em decorrência do desgoverno Bolsonaro…?

(Com informações de diversos sites, principalmente do G1.)

Laerte deixa a UTI e vai para o quarto

Crédito: Reprodução/YouTube

A cartunista Laerte Coutinho deixou nesta quinta-feira (28/1) a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Instituto do Coração (InCor), em São Paulo, e foi transferida para o quarto, onde continuará o tratamento da Covid-19.

Segundo o Incor, ela permanecerá em tratamento medicamentoso nos próximos dias, com o uso de “cateter de oxigênio e fisioterapia respiratória”. O instituto afirmou que, “a não ser que ocorra intercorrência importante na evolução da paciente, novo boletim médico será divulgado somente em sua alta hospitalar”.

Laerte, de 69 anos, testou positivo em 21/1 e foi transferida para a UTI na terça-feira (26/1). O quadrinista Rafael Coutinho, filho de Laerte, agradeceu em suas redes sociais as mensagens de apoio dos amigos e personalidades e pediu energias positivas para a recuperação do pai.

Justiça paquistanesa absolve assassinos de jornalista degolado

Daniel Pearl foi assassinado em 2002 enquanto produzia reportagens no Paquistão

A Suprema Corte do Paquistão autorizou nesta quinta-feira (28/1) a liberação de Ahmad Omar Saeed Sheikh, acusado de ser o mentor do assassinato do jornalista norte-americano Daniel Pearl, em 2002.

Chefe de Redação do Wall Street Journal no sul da Ásia, Pearl foi sequestrado em Karachi, em janeiro de 2002, enquanto investigava militantes islâmicos. Quase um mês depois, e mesmo após vários pedidos de resgate, um vídeo foi enviado ao consulado dos Estados Unidos mostrando a degola do jornalista. Na época, o vídeo rodou o mundo, chocando pela brutalidade das imagens.

Ahmed Omar Saeed Sheikh foi preso em março de 2002 pelo assassinato do jornalista Daniel Pearl (Aamir Qureshi/AFP)

Nascido em Londres, mas de origem paquistanesa, o terrorista já havia cumprido pena entre 1994 e 1999. Na época ele foi condenado pelo sequestro de quatro turistas em Nova Déli, na Índia.

Pelo sequestro e assassinato de Pearl, Ahmad chegou a ser sentenciado à morte ainda em 2002. A decisão foi revertida no ano passado pela corte paquistanesa, a mesma que agora retirou a acusação contra ele e outros três envolvidos no crime.

Apesar da decisão, os quatro continuarão detidos, uma vez que o governo da provícia de Sind e os pais de Pearl entraram com recurso no Supremo Tribunal contra a decisão.

“Estamos profundamente desapontados que a Suprema Corte do Paquistão absolveu e ordenou a libertação de Ahmad Saeed Omar Sheikh, apesar das provas contundentes do envolvimento dele no sequestro de Daniel Pearl, que levou diretamente ao seu assassinato”, disse Steven Butler, coordenador do Comitê para Proteção dos Jornalistas (CPJ) para a Ásia. “Daniel Pearl merece justiça e Sheikh tem que pagar por seu crime. Jornalistas em todos os lugares estão menos seguros hoje devido a esta decisão”.

(Com informações do CPJ)

Rede Globo paga participação nos resultados

* Por Cristina Vaz de Carvalho, editora regional de Jornalistas&Cia no Rio de Janeiro

Um memorando do presidente executivo do Grupo Globo foi retuitado na conta de Mariliz Pereira Jorge, da Folha de S.Paulo. Nele, Jorge Nóbrega informou, por e-mail a todos os funcionários, na manhã de sábado (23/1), que a emissora pagará, no mês que vem, um salário extra. Isto se deve aos bons resultados obtidos em 2020 pela empresa, que bateu todas as metas.

Jorge Nóbrega, presidente executivo do Grupo Globo

Na verdade, esses resultados se devem, mais do que a uma alta nos lucros, a uma feroz redução dos custos, principalmente com demissões na dramaturgia e no esporte, entre outras áreas.

No tempo de Roberto Marinho, esse acréscimo era chamado de “salário do dr. Roberto” e antecedeu em muito os Planos de Participação nos Resultados que diversas empresas adotaram mais tarde, e os sindicatos ratificaram. A diferença é que Marinho não demitia atores idosos, “encostava-os” e mantinha seus salários. Outra época.

J&Cia homenageará 100 anos da Folha de S.Paulo

Folha de S.Paulo

A Folha de S.Paulo completará 100 anos de vida no próximo dia 19 de fevereiro e, para homenagear o jornal, Jornalistas&Cia circulará com uma edição especial. A publicação destacará a trajetória inquieta desse que veio a se transformar num dos maiores e mais influentes veículos de comunicação do País.

Para a missão, J&Cia convidou o premiado jornalista e escritor Oscar Pilagallo. Profundo conhecedor da história do jornal, não só por ter ali ter trabalhado vários anos como também pelas inúmeras pesquisas que realizou para os livros que escreveu, casos de O Brasil em Sobressalto – 80 anos de história contados pela Folha (Publifolha, 2002) e História da Imprensa Paulista (Três Estrelas, 2012). E para o projeto História Oral da Folha, compilando dezenas de depoimentos de personalidades e profissionais que participaram da vida do jornal.

Em 19 de fevereiro, a Folha de S.Paulo passará a integrar o restrito grupo de jornais centenários. Ela decidiu aproveitar a efeméride e já em abril de 2020 começou a discutir os enormes desafios do jornalismo profissional, incentivando, inclusive, exercícios de autocrítica. E está programando diversas atividades para este ano.

A partir de fevereiro, por exemplo, vai promover debates e apresentar entrevistas com grandes nomes do jornalismo internacional. Segundo o próprio jornal publicou, “essa série de discussões terá um olhar para fora − as inovações no front digital em outros países − sem perder de vista o que acontece aqui dentro, a realidade de um país muito desigual. Nesse sentido, a Folha prepara uma série de vídeos com representantes de grupos da sociedade brasileira muitas vezes à margem da cobertura da imprensa”. O jornal planeja ainda organizar encontros com os colunistas, exposições e edições especiais do Café da Manhã, o principal podcast do veículo.

Entre as publicações previstas para o ano estão a coleção 100 Anos de Fotografia, com dez livros de capa dura baseados no rico acervo de imagens do jornal. A cidade de São Paulo, infância, imigrantes e manifestações estão entre os temas da coleção.

Ao longo de 2021, o jornal também dará continuidade a séries ligadas ao centenário que começaram em 2020. Entre elas, está Humanos da Folha, que recupera a trajetória de profissionais que foram importantes para o crescimento do jornal.

Boris Casoy, em 1977, um dos retratados na série Humanos na Folha

Outros destaques são as séries Entrevistas Históricas – em que o jornal voltou a publicar conversas marcantes com personalidades da política e da cultura, entre outras áreas −; Como chegar bem aos 100, que aborda temas ligados à longevidade, sob a curadoria do médico gerontólogo Alexandre Kalache; e a Primeira vez, que lembra a estreia de palavras, expressões e personagens nas páginas do jornal por meio de uma extensa pesquisa no acervo digital.

E O #TBT, toda quinta-feira, tem levado para o Instagram um pouco da história do jornal. São compartilhados posts sobre capas marcantes, personagens importantes que apareceram nas suas páginas e outras curiosidades dessa trajetória centenária.

Outras iniciativas marcam os 100 anos da Folha


Além das atividades já mencionadas, Naief Haddad, coordenador dos projetos dos 100 anos da Folha de S.Paulo, listou para J&Cia outras iniciativas programadas ou em andamento:

  • nova edição do Manual da Redação, com acréscimo de trechos que tratam de assédio e de mobilidade, além de uma nova capa;
  • projeto extenso de indexação; trabalho em conjunto de três empresas (Folha, Google e Assetway) que permitiu a indexação de cerca de 2,5 milhões de fotografias do acervo do jornal, além de milhares de charges;
  • nova edição do livro das Primeiras Páginas, uma edição já clássica da Folha, que será atualizada e lançada no meio do ano;
  • série E eu? − 13 entrevistas em vídeo com representantes de grupos da sociedade nem sempre contemplados pela grande imprensa. Entre eles, um líder do candomblé, uma atriz e apresentadora cadeirante, um representante dos motoboys, uma escritora feminista, um imigrante sírio etc;
  • série de entrevistas Fuga para a frente − grandes nomes do jornalismo internacional em entrevistas exclusivas;
  • série Eu e a Folha − em artigos, leitores famosos comentam a relação de amor e ódio com o jornal;
  • debates online − um deles vai reunir os diretores de Redação dos principais veículos do País para discutir os grandes desafios do jornalismo brasileiro. Outro debate terá colunistas renomados da Folha e de outros veículos para discutir jornalismo e democracia;
  • as 100 grandes reportagens − uma seleção das melhores publicadas ao longo de 100 anos;
  • entrevistas com presidentes de empresas centenárias − no front da economia, Joana Cunha (editora do Painel SA) vai conversar com líderes de empresas com 100 anos ou mais.

Abraji aponta candidatos às presidências de Câmara e Senado que moveram ações para remoção de conteúdo

Pesquisa da Abraji divulgada nessa quarta-feira (27/1) apontou os candidatos às presidências de Câmara e Senado que moveram ações pela retirada de conteúdo na internet. O levantamento é parte do projeto Ctrl+X, que mapeia pedidos de remoção de conteúdo nas redes sociais e na imprensa.

No total, foram encontrados 15 processos que podem levar à censura judicial movidos por cinco senadores e deputados. Vale lembrar que até a publicação da pesquisa, cinco deputados federais e dez senadores constavam como pré-candidatos ou candidatos e todos foram considerados no levantamento.

O senador Álvaro Dias (Podemos-PR) lidera o ranking de candidatos com mais processos de retirada de conteúdo, com seis pedidos. Todos foram iniciados em 2018, quando ele concorreu às eleições presidenciais. Dias moveu processos contra as principais plataformas: Facebook (cinco), Google (três) e Twitter (dois).

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) aparece em segundo lugar no levantamento, com quatro processos de retirada de conteúdo. Duas dessas ações têm como alvo publicações de matérias jornalísticas.

Arthur Lira (Progressistas-AL) e Baleia Rossi (MDB-SP), favoritos na disputa pela Presidência da Câmara, moveram dois processos cada, dividindo o terceiro lugar da lista.

A maioria dos processos identificados pelo levantamento da Abraji foi ajuizada no contexto de eleições. Nove dos 15 processos filtrados tramitaram em alguma das instâncias da Justiça Eleitoral. São processos que alegam a ocorrência de violação da legislação eleitoral por suposta publicação difamatória contra imagem e honra dos políticos.

Apenas um terço dos processos de todos os políticos consultados tiveram os pedidos negados pela Justiça, quando tiveram seus méritos apreciados por um magistrado.

“Essa estatística é muito preocupante porque vai de encontro à proteção constitucional à liberdade de expressão e também com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sobre a restrição desse direito fundamental frente à requisição de um político que pode ter interesses eleitorais ao recorrer à Justiça”, avalia Letícia Kleim, assessora jurídica da Abraji. Confira mais detalhes no site a Abraji.

Pandemia: bolha de confiança estourou, com recuo para a imprensa e avanços para as corporações

Por Luciana Gurgel, especial para o J&Cia

Luciana Gurgel

No início da crise do coronavírus, no ano passado, uma pesquisa da agência Edelman em 11 países (Brasil não incluído) divulgada em maio apontou que a confiança do público nos quatro setores que vêm sendo pesquisados há 20 anos pelo Edelman Trust Barometer havia atingido os recordes históricos.

Mas a edição 2021, que acaba de ser publicada, mostra que o resultado era uma bolha, cujo estouro, embora tenha feito os índices dos quatro setores caírem nos últimos seis meses, foi desastroso para os governos, que sofreram as maiores perdas no período, e péssimo para a mídia e para as ONGs, que perderam mais do que tinham ganhado na fase inicial.

O setor empresarial foi o que menos perdeu nos últimos seis meses e teve ótimas notícias: além de reassumir a liderança como o mais confiável, que havia perdido para os governos, foi o único considerado competente e ético pelas mais de 33 mil pessoas em 27 países entrevistadas em outubro e novembro de 2020.

Efeito residual ao fim de um ano é positivo para empresas e governos

No retrato divulgado em maio, tomando por base 11 países, as urgências médicas, econômicas e sociais tinham feito a confiança nos governos subir 11 pontos em poucos meses, chegando a 65 numa escala até 100. Pela primeira vez em 20 anos, os governos foram vistos como o setor mais confiável. Considerando-se a queda de 8 pontos nos últimos seis meses, o resultado manteve-se positivo (+3) ao final de um ano, assim como o do setor empresarial (+1).

Com a queda de 6 pontos que apresentaram nos últimos seis meses, tanto as ONGs (-2) como a mídia (-1) retrocederam em relação a janeiro de 2020 no ranking dos 11 países comparáveis.

No retrato de 27 países, resultado da mídia melhora

Quando se observa o retrato de janeiro deste ano em 27 países (Brasil incluído), o efeito bolha do meio da pandemia não é captado. As posições permaneceram inalteradas em relação a janeiro passado, com o setor empresarial mantendo-se na liderança e as ONGs sem terem perdido a segunda posição. Os governos aparecem em terceiro e a mídia em último.

Assim como no ranking dos 11 países comparáveis, ao fim de um ano os índices do setor empresarial (+2) e dos governos (+3) avançaram. A confiança nas ONGs também retrocedeu (-1), mas a diferença é que a confiança na mídia avançou 2 pontos.

Percepção de competência e ética não andaram juntas

A pesquisa com os dados dos 27 países também mostra que o setor empresarial foi o único visto como competente e ético, aparecendo como líder em competência e o segundo mais ético. A liderança em ética permanece com as ONGs, que no entanto tiveram resultado negativo em competência. A mídia aparece com resultados negativos em ética (embora tenha melhorado) e em competência. As piores avaliações nos dois atributos foram as dos governos.

A confiança dos funcionários em seus empregadores é um dos pilares da performance das corporações. O Brasil aparece com o oitavo maior escore nesse quesito (79%) dentre os 27 países pesquisados. CEOs estão em segundo lugar (63%) como os líderes mais confiáveis na amostra global, atrás apenas dos cientistas (73%).

A liderança do setor, associada ao declínio da confiança no governo, faz aumentar as expectativas quanto à atuação dos CEOs: 86% dos respondentes acham que eles devem se posicionar sobre desafios sociais e 68% esperam que se envolvam quando governos não resolverem os problemas.

O valor da comunicação interna na crise do coronavírus

Adicionalmente, o declínio da confiança nas notícias veiculadas pela imprensa, que na nova pesquisa atingiu seu mais baixo índice na série histórica, também faz com que mais da metade dos respondentes (53%) acredite que quando a imprensa não cumpre o papel de informar cabe às corporações preencher o vácuo.

As informações recebidas da empresa foram vistas como as mais confiáveis por 61% dos entrevistados, à frente dos comunicados dos governos (58%) e de reportagens com fontes identificadas (57%). As mídias sociais lideram em desconfiança: um em cada quatro dos respondentes (24%) disse não acreditar em informações recebidas somente por elas.

O acesso a informações de qualidade foi considerado pelo público como o fator mais importante para reforçar a confiança entre funcionários e empresas. Uma boa comunicação interna emergiu como a segunda maior expectativa relatada por eles, atrás apenas da garantia de manter os funcionários seguros.

Por outro lado, a crise fez com que 50% dos respondentes tenham se mostrado mais propensos do que há um ano a se manifestarem contra atos da gerência dos quais discordem ou a se engajarem em manifestações no trabalho.

As tendências apresentadas pela pesquisa aumentam os desafios, as responsabilidades e a importância cada vez mais estratégica das áreas de comunicação corporativa no novo normal que emerge da pandemia.

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Folha e Google anunciam projeto que indexa 2,5 milhões de fotografias

Campanha de vacinação contra a meningite em 1975 (Crédito: Folhapress)

A Folha de S.Paulo anunciou um projeto em parceria com o Google que indexou 2,5 milhões de fotografias do acervo do jornal. Elas estavam abrigadas em pastas no servidor da Folha, o que dificultava a busca e o acesso e, na prática, mantinha a coleção obscura. Parte da Redação já usa esse novo sistema, e os demais jornalistas terão acesso nas próximas semanas.

A iniciativa resgata fotografias dos anos 1940 ao fim da década de 1990, produzidas para as Folhas da Manhã, da Tarde e da Noite. Também ficam disponíveis os acervos dos jornais Última Hora e Notícias Populares, uma coleção de quase 26 mil charges e cerca de 10 terabytes de informação.

A indexação consiste na transformação de informações contidas em uma base de dados em conteúdo organizado e facilmente pesquisável. O projeto, conduzido pela empresa Assetway, parceira do Google, chega próximo ao aniversário de 100 anos da Folha, em fevereiro deste ano.

Juliana Laurino, gerente administrativa das Redações e gerente-geral da Folhapress e do Banco de Dados, destacou que a iniciativa “vai melhorar o jornalismo que produzimos, já que o conteúdo hoje está praticamente inacessível. Também se beneficiam a comunidade acadêmica e instituições de pesquisa, autores e editores de livros e profissionais da imprensa em geral”.

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