Lilian Tahan, diretora de Redação do Metrópoles, e Samuel Pancher, jornalista do veículo, denunciaram via Twitter um possível caso de censura do YouTube, que derrubou vídeos do portal que mostravam o envolvimento do ex-assessor da Presidência da República, Arthur Weintraub, com médicos que defendiam o uso de remédios considerados ineficazes para o tratamento da Covid-19.
Samuel escreveu nas redes que o material postado pelo Metrópoles causou a convocação de Weintraub à CPI da Covid. Explicou também que os vídeos foram criados a partir de trechos disponíveis no próprio YouTube, dos canais da TV Brasil e de Eduardo Bolsonaro, que permanecem no ar.
O Metrópoles enviou uma contestação ao YouTube, que manteve a remoção sob a justificativa de que o material fere as regras da plataforma por “afirmar que substâncias ou tratamentos nocivos podem ser benéficos à saúde”.
Samuel escreveu que os vídeos que serviram como base para o material de fato promovem o uso de medicamentos ineficazes contra o coronavírus, e mesmo assim, não foram derrubados, como o que aconteceu com os vídeos do Metrópoles, que são informativos.
Lilian Tahan escreveu que “estamos sendo vítimas de censura. A partir do vídeo que Samuel Pancher publicou nas plataformas do Metrópoles, a CPI aprovou a convocação de Arthur Weintraub. Mas o YouTube entendeu que fizemos apologia da cloroquina e retirou o vídeo do ar. Irracional e irresponsável”.
Um dos fatos que mais me marcaram, ao longo de mais de sete décadas de trabalho jornalístico, foi a morte de Senna. O acaso quis que eu fosse o primeiro a dar a notícia, aqui no Brasil, durante a transmissão radiofônica comandada por Nilson Cesar diretamente de Imola.
Ao ver o corpo de Senna, encoberto por um lençol, sendo levado para a ambulância, logo me lembrei de uma lei italiana pela qual, ocorrendo uma morte, a competição esportiva deve ser imediatamente encerrada.
Então ficou claro, para mim, que aquele era um disfarce, idealizado por Bernie Ecclestone, para driblar a lei e fazer prosseguir o Grande Prêmio, já que seu cancelamento teria trazido graves problemas econômicos, ligados a patrocínios e publicidade.
A partir daí, liguei para meu editor no jornal La Stampa, do qual era correspondente, para ter notícias, e tive uma sorte grande, pois ele estava iniciando uma conversa telefônica com a médica que recebera o corpo de Senna no hospital. Ele me falou: “Claudio, ouve”. A médica estava falando de Senna e a expressão que me ficou gravada foi “encefalogrammo piatto”, isto é, em português, “encefalograma plano”.
Não era necessário ser formado em medicina para entender que Senna tinha morrido, embora algumas de suas funções vitais pudessem continuar existindo por mais um tempo. E assim intervim na transmissão, chamando Nilson Cesar, e afirmando, com total convicção: “Senna morreu”. Nilson não aceitou minha informação e continuou falando em auxílio de Deus, e outras coisas do tipo, para que Senna fosse salvo.
E eu fiquei com um furo jornalístico que jamais desejaria ter dado…
Torcer para a Juventus?
Em 1951, a então Confederação Brasileira de Desportos (CBD) organizou, com a ajuda do vice-presidente da Fifa, o italiano Ottorino Barassi, a Copa Rio, competição que reuniu muitos dos melhores clubes em atividade no mundo e que deveria servir − como de fato aconteceu − para levantar o entusiasmo do torcedor brasileiro, um tanto quanto abatido pelo desastroso desfecho da Copa do Mundo. Um desfecho, em minha opinião, devido à incipiência tática de Flavio Costa, pois o Brasil tinha na época um esquadrão com ases do calibre de Zizinho, Jair, Ademir, Danilo e tantos outros. E quando, aos dois minutos do segundo tempo, Friaça abriu o escore, o certo teria sido “fechar” o time, deixar o Uruguai atacar e usar inteligentemente o contragolpe para matar aquele segundo gol que selaria a sorte da partida.
Mas Flavio Costa, talvez embevecido pelas sonoras goleadas anteriores (7×1 sobre a Suécia e 6×1 sobre a Espanha), não fez nada disso, deixou o time aberto e o Uruguai, tendo em Schiaffino o cérebro e no veloz ponta Ghiggia a arma, virou o jogo.
Assim, a Copa Rio era a chance de o torcedor brasileiro de voltar a se apaixonar pelo futebol. E nessa Copa Rio, após as recusas de Milan e Inter, coube à Juventus, terceira colocada no recém-findo campeonato italiano, representar as cores italianas.
Como correspondente do jornal Tuttosport, de Torino, me encontrei então na posição de escrever matérias sobre a Juventus, claramente destacando os pontos positivos de sua trajetória. Como na sonora goleada (4×0) imposta ao Palmeiras em pleno Pacaembu. E isto, para um fervoroso torcedor da Fiorentina, era como pedir para um corinthiano torcer pelo Palmeiras!
Claudio Carsughi é jornalista, comentarista e crítico de Fórmula 1, de futebol e da indústria automobilística. Atua nesses segmentos há mais de 70 anos. (Colaboração especial – Cláudia Carsughi)
O Portal dos Jornalistas traz neste espaço histórias de colegas da imprensa esportiva em preparação ao Prêmio Os +Admirados da Imprensa Esportiva, que será realizado em parceria com 2 Toques e Live Sports, no segundo semestre.
A Ambiental Media promoverá, em parceria com a Embaixada e os Consulados dos Estados Unidos no Brasil e a Missão Diplomática Britânica brasileira, o seminário internacional gratuito Desafios do Jornalismo Ambiental, em comemoração ao Dia Internacional do Meio Ambiente (5/6). O evento, nos dias 1° e 2/6, terá debates sobre os desafios relacionados ao trabalho de jornalismo ambiental, de forma a incentivar o desenvolvimento de uma rede de profissionais especializados no tema. As inscrições podem ser feitas no site.
Card do evento
O seminário, que conta com apoio da Abraji, é dividido em dois painéis. O primeiro, O Papel da Mídia na Cobertura de Meio Ambiente, terá Cristiane Fontes, da Trase.earth; Gustavo Faleiros, representando a InfoAmazonia / Pulitzer Center; e Sadie Babits, da Cronkite News; a mediação será de Vanessa Barbosa, do Um Só Planeta. O segundo painel, Como Combater Desinformação Ambiental?,terá Felipe Werneck, do Observatório do Clima / Fakebook.eco; Kátia Brasil, da Agência Amazônia Real; Laura Kurtzberg, da Florida International University; e mediação de Thiago Medaglia, da Ambiental Media.
A tradução será simultânea, permitindo uma comparação de iniciativas dos três países em relação às coberturas jornalísticas de meio ambiente e mudanças climáticas.
Está prevista para 5/6 a estreia de Dony De Nuccio no SBT. Ele vai comandar o Te devo essa, um reality show em que famosos participam da reforma da casa de alguém que foi importante na vida deles. A atração é inspirada nos programas de obras em residências da TV paga, mas sem ser filiado a qualquer franquia.
Após cinco anos na GloboNews, De Nuccio ancorou o Jornal Hoje na Globo aberta e passou depois ao portal InvestNews.
A Hydro oferece em 1º de junho, Dia da Imprensa, o workshopOs novos caminhos do Jornalismo, destinado a profissionais de imprensa de todo o País. O evento terá duração de quatro horas e é totalmente online.
Para falar de inovação no jornalismo, foram convidados os sócios Pedro Doria e Vitor Conceição, do Canal Meio. Eles abordarão a nova apuração no Brasil e no mundo, ferramentas estratégicas para uma cobertura de qualidade, as redes sociais e sua influência no jornalismo (fake news, imediatismo, checagem, credibilidade e reputação), modelos de negócios, entre outros temas.
O workshop foi idealizado pela Hydro, com realização da InPress Porter Novelli e participação da Associação Brasileira do Alumínio (Abal). Interessados em participar do workshop devem enviar e-mail para [email protected]. As vagas são limitadas.
O Grupo Record firmou parceria com a Agence France-Presse (AFP), agência internacional de notícias. O acordo permite que a Record TV, a Record News e o R7, além de emissoras de rádio e afiliadas, utilizem o conteúdo produzido pela agência francesa.
O material que poderá ser compartilhado vai desde textos e fotos até sinais de transmissão ao vivo e conteúdos digitais. Antonio Guerreiro, vice-presidente de Jornalismo da Record TV, destaca que uma das características da AFP é a agilidade na produção, característica que refletirá no conteúdo da Record.
Jean-Marc Schwartzenberg, diretor comercial da AFP para a América Latina, declarou que a expectativa é reforçar a qualidade do conteúdo da agência em nível mundial.
Mayra Pinheiro, no depoimento que deu à CPI da Covid, acusou Rodrigo Menegat de extração indevida de dados do aplicativo TrateCov.
Mayra Pinheiro, médica pediatra e secretária de gestão do trabalho e da educação do Ministério da Saúde, no depoimento que deu à CPI da Covid em 25/5, acusou Rodrigo Menegat, jornalista de dados e ex-Estadão, de extração indevida de dados do aplicativo TrateCov. Mayra foi ouvida na CPI sobre as estratégias do governo para distribuição do chamado Kit Covid, composto por remédios sem eficácia comprovada no combate à doença.
A secretária, conhecida como Capitã Cloroquina, disse no depoimento que Menegat havia hackeado o aplicativo mas voltou atrás na fala: “Ele na verdade não conseguiu hackear. O sistema é seguro. Hackear é quando você usa a senha de alguém, entra em uma plataforma ou um sistema. Foi uma extração indevida de dados. O termo que foi utilizado foi um termo de leigos. Hoje a gente tem um laudo pericial que classifica a operação feita de extração indevida de dados.”
O software, lançado em janeiro deste ano pelo governo federal, tinha como objetivo orientar médicos sobre formas de oferecer tratamento para pessoas com suspeita de Covid-19. Entretanto, foi retirado do ar por acusações de que receitava indiscriminadamente remédios sem eficácia comprovada contra a doença, como cloroquina e ivermectina. Na épocaRodrigo publicou em suas redes sociais simulações que fez no aplicativo e, em uma delas, o TrateCov recomendava os remédios para um hipotético recém-nascido com dor de barriga e nariz escorrendo.
Ao contrário do que Mayra afirmou, Menegat não invadiu o sistema nem extraiu indevidamente os dados. O aplicativo era aberto e qualquer pessoa podia fazer simulações. Era só colocar dados do paciente, como idade, peso e sintomas, para receber a prescrição do chamado tratamento precoceEle apenas acessou o código público do site do aplicativo e fez simulações na área aberta da plataforma, constatando que até para recém-nascidos os remédios estavam sendo recomendados.
A Abraji condenou as acusações como infundadas e caluniosas: “O apelo à calúnia e difamação contra jornalistas na tentativa de se defender da exposição de falhas na atuação do governo federal é uma tática frequente do presidente Jair Bolsonaro e de seu alto escalão. Uma clara violação à liberdade de imprensa. A Abraji exorta os órgãos públicos envolvidos a esclarecerem os fatos e eventualmente punirem os responsáveis, caso se verifique que denúncias inverídicas foram registradas contra o jornalista. Além disso, é lamentável a exposição do nome do repórter pela CPI da Covid, sobretudo levando em conta a total falta de embasamento das acusações movidas pelo governo federal e o histórico de assédio virtual que costuma se seguir a tais eventos”.
Ele não foi o único a usar o sistema. Na época, muitos jornalistas e veículos de imprensa fizeram simulações semelhantes e verificaram os mesmos resultados, pressionando o Ministério da Saúde a tirar o aplicativo do ar. Mayra e o ex-ministro Eduardo Pazuello estavam presentes no lançamento do software, em Manaus.
A apresentadora Mariana Martins, que comandava o Balanço Geral Manhã na Record Goiás, foi demitida nessa terça-feira (25/5). No Instagram, ela alegou que teria perdido o trabalho após ter publicado fotos de biquíni nas redes sociais: “Situações de machismo”, declarou a apresentadora.
“Não me disseram o motivo. (Mas) Eu sei alguns dos motivos. Eu queria dividir com vocês algumas coisas, até para que sirva de alerta para outras mulheres. A pressão pela audiência não pode maltratar nem coagir o funcionário. Vivi várias situações de constrangimento e ficou claro que queriam me transformar em uma outra pessoa, uma pessoa que eu não sou”, disse a jornalista.
Mariana contou que passou a ser alvo de comentários desagradáveis nos bastidores após a Record detectar queda na audiência. Em uma reunião específica, colegas de trabalho a constrangeram: “Colocaram nessa reunião várias fotos das minhas redes sociais, com a presença de várias pessoas me constrangendo de uma forma absurda. Colocaram fotos minhas de biquíni, fotos minhas em viagens. Dizendo que eu tinha que transformar meu Instagram em outro, para falar a língua do público, [dizendo] que as fotos estavam muito bonitas, que eu tinha que ser outra”.
Em outro trecho do vídeo publicado no Instagram, Mariana revelou que uma gerente da Record pressionou-a para que mudasse seu jeito de andar e agir: “Ela achava que eu sensualizava um pouco na hora de falar. Eu sensualizar em um jornal, gente? Eu não sensualizo nem aqui no Instagram. Então, as situações de constrangimento, preconceito, machismo, foram inúmeras”.
Procurada pelo Notícias da TV, a Record Goiás declarou apenas que “desligou a jornalista por questões profissionais”.
Algumas certezas no Reino Unido têm sido desafiadas: o domínio da BBC sobre o jornalismo do país, a união do reino − ameaçada por um forte movimento separatista na Escócia − e a sobrevivência da monarquia.
Nessas questões nacionais, um personagem assumiu um protagonismo importante recentemente: o príncipe William.
Na família real britânica, nada acontece por acaso. A máquina de RP da “Firma”, como é chamada em reconhecimento ao profissionalismo com que trata seus negócios e sua imagem, tem revertido as crises mais agudas. Por isso, alguns episódios recentes parecem ser parte de uma estratégia.
William sempre foi o garoto comportado, o oposto do irmão Harry, que vivia em farras e rompeu com a família.
Casou-se com uma inglesa típica, elegante e discreta. Teve três filhos lindos. Kate venceu a guerra com a concunhada Meghan, que não conseguiu se impor dentro da engrenagem.
O filho mais velho da carismática Diana, segundo na linha de sucessão, aparece em segundo lugar em popularidade entre os membros da realeza, com 61%, enquanto a rainha tem 69%.
Não há sinais de que William assuma o trono no lugar do pai, nem que a rainha vá abdicar, o que chegou a ser cogitado depois da morte do príncipe Philip.
Ainda assim, houve uma mudança de posicionamento do príncipe. Aparições descontraídas deram lugar a uma postura mais formal e o engajamento em causas nacionais. Até o tom de voz parece ter mudado.
Um exemplo foi a visita feita à Escócia na semana passada. No tour, ao lado de Kate, fez as visitas protocolares, chutou uma bola, conversou com o povo. Mas o ponto alto foi um discurso no Parlamento, com toda a pompa.
Em uma fala costurada por assessores, alinhada à posição do governo de Boris Johnson, discorreu sobre sua ligação com a Escócia, onde soube da morte da mãe e se consolou em meio à natureza exuberante. E onde conheceu a futura mulher.
Foi um discurso de estadista, feito sob encomenda para transmitir aos arredios escoceses a ideia de que a família real se importa com a Escócia e não quer vê-la fora do Reino.
William, na Escócia, com a primeira-ministra Nicola Sturgeon…
O risco existe. Nas eleições de abril, o partido SNP, da primeira-ministra Nicola Sturgeon, conseguiu maioria no Parlamento e quer um novo referendo para decidir sobre a independência.
Enquanto a briga segue nos gabinetes, a realeza trabalha pela união com um emissário talhado para criar empatia.
Em vez de uma nota oficial concisa, a “Firma” optou por um discurso de William em frente às câmeras, em tom solene.
Ele não falou apenas como filho magoado. Expressou indignação com o acobertamento feito pela direção da BBC, defendeu a imprensa livre e disse que a rede decepcionou o país. No conteúdo e na forma, foi um discurso político.
A fala aprofundou ainda mais a crise da BBC e marcou a posição firme da monarquia, que já tinha rusgas com a emissora pública.
Tudo isso pode contribuir para reverter o terceiro e mais importante problema da realeza e do país: a continuidade depois que Elizabeth II se for.
As atitudes mudaram. O instituto YouGov divulgou semana passada uma pesquisa mostrando que 41% dos entrevistados entre 18 e 24 anos acham que o país deve ter um chefe de estado eleito e apenas 31% querem continuar com a monarquia.
Para essa turma, William é mais bem aceito como rei do que o pai, que por sua vez não parece disposto a abrir mão de sua chance.
Considerando toda a população, 37% acham que Charles deve ser o novo rei, e 34% preferem o filho. Olhando-se por faixa etária, William é o preferido dos que têm entre 18 e 49 anos.
Ninguém arrisca fazer previsões, mas não é de se desprezar o reposicionamento a que estamos assistindo de alguém que vai bem nas pesquisas.
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Record, SBT, Band, RedeTV e TV Cultura pretendem, assim como a Globo, demitir funcionários que se negarem a tomar a vacina contra Covid-19.
Com o intuito de ampliar o movimento pela vacinação de jornalistas contra a Covid-19, a Fenaj lançou em 21/5 um abaixo-assinado pela imunização da categoria. Levantamento da entidade mostra que o Brasil é o país com maior número de mortes de jornalistas em decorrência da Covid-19.
Entre abril de 2020 e março de 2021, 169 jornalistas morreram pelo coronavírus. Nos três primeiros meses de 2021, o número de mortes superou todo o ano de 2020, em que foram registradas 78 mortes de abril a dezembro. Este ano, são 86 vítimas, percentual 8,6% maior que o total de 2020. Conforme estudo do Dieese, os trabalhadores em comunicação e informação, incluindo jornalistas, foram o terceiro setor com o maior número de desligamentos do emprego (124%) por causa de morte em 2021 em comparação com 2020, abaixo apenas de médicos (204%) e trabalhadores no setor de eletricidade e gás (142%).