Conajira, da Federação Nacional dos Jornalistas repudiou a fala racista do candidato ao governo do Piauí Silvio Mendes contra Katya Dangeles.
O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP) e a Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira) realizam nessa quarta-feira (24/11), às 19h30, a mesa-redonda Negritude no Jornalismo − 20 anos de histórias contadas e não contadas, para debater a representatividade negra na imprensa. O evento, online, marca também os 20 anos de criação da Cojira-SP.
Participam do evento Claudia Nonato, mestre e doutora pela ECA/USP e pesquisadora do Centro de Pesquisa em Comunicação e Trabalho; Flávio Carrança, integrante da Cojira-SP e coautor de Espelho Infiel: o negro no jornalismo brasileiro; Thais Folego, diretora de operações e tecnologia da revista AzMina, membro da Cojira-SP e militante do movimento de mulheres negras de São Paulo; e Oswaldo Faustino, escritor, com 12 livros publicados, militante negro desde os anos 1970 e cofundador da Cojira-SP.
Vale lembrar que o Portal dos Jornalistas e a newsletter Jornalistas&Cia lançaram recentemente o estudo Perfil Racial da Imprensa Brasileira, que indicou que os negros são pouco mais de 20% dos jornalistas brasileiros. A imensa maioria dos entrevistados (98%) acredita que os profissionais negros ou pardos encontram mais dificuldades do que profissionais brancos no desenvolvimento da carreira em geral.
Faleceu na noite de sábado (20/11), aos 42 anos, o ex-diretor de jornalismo da Rede Amazônica Elizandro Oliveira. Ele foi vítima de um infarto fulminante em Curuçá, no interior da Bahia.
Formado em Jornalismo pela Universidade do Estado da Bahia, Elizandro ganhou grande destaque atuando como apresentador e gerente de Jornalismo da TV Grande Rio, afiliada da Rede Globo em Petrolina-PE.
Em 2017, contratado pela Rede Amazônica, assumiu a gerência de Jornalismo do grupo no Amapá e, dois anos mais tarde, foi transferido para Manaus, onde passou a ocupar o posto de diretor de Jornalismo da Rede Amazônica.
Depois de deixar a emissora, em agosto, ele estava de volta à sua cidade para um período de férias. Ele deixa esposa, a também jornalista Larissa Brandão, e dois filhos.
A plataforma de inovação e empreendedorismo Projeto Draft e a consultoria de sustentabilidade Ideia Sustentável lançaram o portal NetZero, hub de conteúdo sobre negócios e práticas empresariais de ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança) que foca na cobertura de avanços do tema nas empresas brasileiras. A iniciativa tem como sócios Adriano Silva, fundador e CEO do Projeto Draft, e Ricardo Voltolini, CEO e fundador da Ideia Sustentável e da plataforma Liderança com Valores.
“NetZero surge para ser uma referência das melhores práticas empresariais brasileiras no que se refere ao tema ESG”, explica Adriano. “Nós queremos dar visibilidade àqueles que estão querendo fazer a revolução e contar essas histórias ao mesmo tempo em que compartilhamos as melhores práticas”.
Ricardo Voltolini (esq.) e Adriano Silva
O portal atua como agente de engajamento e oferece um espaço para troca de informação e de conhecimento para todo o ecossistema ESG brasileiro, que inclui por exemplo líderes e tomadores de decisão nas áreas de sustentabilidade, relações com investidores, financeiro, comunicação e marketing em grandes empresas, empreendedores digitais, investidores, membros de conselhos, entre outros.
O site terá atualizações diárias em formato de reportagens, vídeos, eventos online, e-books e reports.
Cerca de 57% dos jornalistas de redação no Brasil identificam marcas de discriminação ao longo de suas trajetórias profissionais na imprensa, segundo dados do estudo Perfil Racial da Imprensa Brasileira, elaborado por este Portal dos Jornalistas e pela newsletter Jornalistas&Cia.
A pesquisa, que ouviu quase 2 mil jornalistas de redações de todo o País, mostrou também que a imensa maioria dos entrevistados (98%) acredita que os profissionais negros ou pardos encontram mais dificuldades do que profissionais brancos no desenvolvimento da carreira em geral.
A SembraMedia realizou a pesquisa Ponto de Inflexão Internacional, sobre os impactos financeiros da pandemia em veículos jornalísticos ao redor do globo. Os resultados indicaram que organizações tradicionais sofreram com uma grande queda de receita publicitária, enquanto meios nativos digitais viram o volume de doações aumentar.
O termo “doações” refere-se a repasses de fundações privadas, investidores e empresas como Google e Facebook, além do financiamento de organizações governamentais nacionais e internacionais. O estudo analisou 100 veículos na América Latina, 52 no Sudeste Asiático e 49 na África. Do total de 201 organizações entrevistadas, 25 são brasileiras.
Segundo o relatório, a maioria das mídias digitais analisadas não sofreu as grandes perdas financeiras reportadas pelos veículos tradicionais. A pesquisa sugere que isso ocorreu devido ao fato de elas não serem excessivamente dependentes de publicidade, e ao aumento de financiamentos via doações. Em 2019, as 201 organizações receberam, em média, US$ 48 mil. No ano seguinte, o valor médio recebido subiu para quase US$ 64 mil, um aumento de aproximadamente 32%.
Para Rafael Georges, representante da Luminate Brasil (apoiadora da pesquisa), as doações são essenciais durante a pandemia: “Desde que não interfiram na linha editorial e sejam respeitosas das opções que as redações fazem em relação às suas próprias coberturas, elas podem ser importantes para resiliência. Em período de vacas magras, digamos assim, elas se demonstraram fundamentais”.
Reportagem sobre o papel da moto durante a pandemia, publicada no Portal Carsughi, obteve a maior pontuação entre as inscritas
A Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares anunciou em 17/11, em cerimônia virtual, os vencedores do Prêmio Abraciclo de Jornalismo 2021. A edição deste ano comemorou os 45 anos de atividades da associação, que tem sua atuação focada no desenvolvimento e fortalecimento do setor de duas rodas no Brasil, e na promoção de ações que visam a um trânsito mais seguro.
A principal novidade desta edição comemorativa foi a criação do prêmio Vencedor do Ano, destinado ao trabalho que obteve maior pontuação entre os quase 250 inscritos no concurso. Com a reportagem Coronavírus: o papel da moto durante a pandemia, publicada no Portal Carsughi, Tite Simões foi o vencedor da categoria especial. Além de R$ 10 mil, ele foi premiado com uma visita a três fábricas de motocicletas e/ou bicicletas das associadas da Abraciclo em Manaus.
“Para mim a conquista desse prêmio teve uma importância ainda maior porque já estava quase me ‘aposentando’ do jornalismo para me dedicar mais à formação de novos motociclistas no meu curso, mas confesso que agora ‘deu um gás’ para continuar na área mais um pouco”, comentou Tite Simões, que já havia sido premiado pelo Abraciclo em outras duas oportunidades.
Tite Simões
“A ideia da reportagem surgiu justamente pelo aumento na procura pelo curso por pessoas desempregadas, que encontraram na moto uma ferramenta de trabalho por meio dos aplicativos de entrega”, completa. “A pandemia fez o número de entregadores saltar de 250 mil para 400 mil na grande São Paulo. E pudemos atestar a real importância deste serviço para fazer a Economia continuar girando durante a pandemia. E claro que na garupa deste crescimento vieram os problemas de acidentes e isto é uma situação que as autoridades de trânsito precisam olhar com atenção”.
O primeiro colocado em cada uma das quatro categorias regulares receberá um troféu e o valor de R$ 9 mil. Já os jornalistas classificados em segundo e terceiro lugares foram contemplados, respectivamente, com prêmios de R$ 4 mil e R$ 3 mil.
“A cada edição, ficamos impressionados com a qualidade das reportagens”, destaca Paulo Takeuchi, diretor executivo da Abraciclo. “Os jurados tiveram muito trabalho para avaliar as matérias e apontar as melhores. A Abraciclo reconhece a importância do trabalho da imprensa para nos ajudar com a nossa missão de sempre conscientizar as pessoas sobre o papel fundamental da segurança viária e da necessidade de promover a paz no trânsito no Brasil”.
“A Abraciclo sempre pautou sua atuação na consolidação do avanço industrial do setor”, complementa Marcos Fermanian, presidente da entidade. “O Prêmio Abraciclo de Jornalismo, como ferramenta de valorização daqueles que ajudam a fortalecer o setor de duas rodas, tem papel fundamental nesta história. Estamos muito satisfeitos em poder comemorar uma data tão significativa com mais essa edição do Prêmio”.
A comissão julgadora desta edição foi formada por Karina Simões, Jorge Moraes, João Bosco Ferreira, Marcos de Sousa e Roberto Agresti.
Josias Silveira durante cerimônia do Prêmio Top Car TV
O clima de excitação causado pela emocionante corrida do GP São Paulo de Formula 1, realizado em 14/11, foi interrompido bruscamente por uma mensagem que logo se espalhou pelos diversos grupos de whatsapp de jornalistas automotivos: “Nosso amigo Josias Silveira acaba de falecer”.
Sem nenhuma comorbidade aparente, e sempre muito disposto e ativo, sua morte pegou de surpresa todo um segmento que por ele tinha profunda admiração e carinho. “Meu pai se foi, dormindo”, explicou seu filho, o também jornalista Guilherme Silveira, o Badu.
Seu último evento havia sido três dias antes, na quinta-feira (11/11), quando esteve em uma apresentação do Honda City. Na ocasião, ele representava Fernando Calmon, para cuja coluna contribuiria com um texto. “Perdi, além de um amigo, um cara que me ajudava muito”, lamenta Calmon. “O Josias era um caso raro de profissional que dominava duas e quatro rodas com a mesma qualidade e detalhamento técnico, o que não é nada fácil”.
Como muitos de sua geração, incluindo o próprio Calmon, Josias começou no jornalismo por um acaso. Ele estudava Engenharia Mecânica na Faculdade Mauá, enquanto sua esposa cursava Jornalismo na USP. Entre um emprego e outro, começou a produzir alguns trabalhos freelance. Mais tarde, pelo seu conhecimento em mecânica, começou a fazer reportagens sobre carro, moto, barco e avião para a revista Status, da Editora Três.
Com a boa repercussão do conteúdo, Domingo Alzugaray, fundador e dono da Editora Três, decidiu então apostar na criação da Status Motor, que seria um embrião para o lançamento mais tarde da Motor3.
“Na mesma época minha esposa estava no Jornal da Tarde, e trabalhava com o Miguel Jorge, que um dia chega para mim e fala: meu, os caras são loucos, eles querem fazer uma revista de moto. Eu não entendo nada disso, mal ando de bicicleta. Não quer fazer comigo? Assim eu não falo bobagem, você me ajuda com a parte técnica, com o conhecimento específico, e eu toco a redação”, comentou Josias em uma entrevista especial para o Flatout, publicada no ano passado, e republicada nesta semana em homenagem a ele.
Josias Silveira durante cerimônia do Prêmio Top Car TV
Josias tinha então uma decisão difícil pela frente. Participar da equipe responsável por lançar a Motor3 ou a Duas Rodas. “Eu tinha que escolher uma. Acabou que resolvi fazer a Duas Rodas com o Miguel Jorge. Foi muito bom. A revista cresceu pacas, explodiu em dois ou três anos. Chegamos a passar a Quatro Rodas em tiragem!”, explica. Com a saída de Miguel Jorge para o Estadão pouco depois do lançamento da Duas Rodas, Josias assumiu a redação da revista, ocupando o posto por 42 anos.
Anos mais tarde, um novo projeto de sucesso veio com o lançamento da revista Oficina Mecânica. A publicação tinha tanto a cara dele, a essência de “graxeiro”, como ele gostava de brincar, que ainda hoje é reconhecida por muitos do setor como “a Oficina Mecânica, do Josias”.
Em 2011 lançou o livro Sorvete de Graxa (Europa), e nos últimos anos, com o fim da Oficina Mecânica, e sua saída da Duas Rodas, vinha colaborando com diversas publicações do setor. Era editor da revista Top Carros e do site Autoentusiastas, onde também respondia pela seção Motoentusiastas.
O “tio” de uma geração
Em um setor em que as relações pessoais e profissionais são tão intensas e constantes, principalmente pelas dezenas de viagens e eventos de lançamento realizados ao longo do ano, Josias Silveira se destacava por ser atemporal. Seu relacionamento com os mais jovens não se limitava apenas a orientar e passar sua experiência. Ia além. Era de amizade e respeito mútuo.
Por isso, logo ganhou dos mais novos o apelido de “tio”, que por ele tinham não apenas admiração, mas também um profundo carinho.
A partida foi precoce, aos 75 anos completados em outubro. E ainda que tivesse ocorrido décadas mais tarde, também seria. Josias Silveira deixa, além da esposa Evelyn, os filhos Guilherme (Badu) e Felipe (Pinho), três netos, e algumas dezenas de sobrinhos postiços.
O adeus a Josias Silveira…
Felipe Bitu e Josias Silveira
“Devastado. Foi o Josias Silveira quem deu a primeira oportunidade de ouro que tive no jornalismo automotivo.
Fui indicado pelo Rodrigo Leite e sabatinado pelo Eduardo Pincigher: um dos dois falou para o tio que o barbudo que vos escreve enganava muito bem.
O tio gostou do meu trabalho: manifestou mais de uma vez que eu tinha tarimba para o ofício e que gostava das minhas traduções e das ’transcrições técnicas didáticas‘ que esclareciam os leigos sem molestar os ouvidos dos iniciados.
O tempo passou e o Rodrigo foi embora para a Quatro Rodas. Não demorou muito para cutucar outro grande amigo, o Zeca Chaves, ocupando então o cargo de editor-chefe. E foi assim que o Rodrigo acabou me roubando do tio Josias (o Rodrigo me ama de paixão e sabe que é correspondido).
A amizade com o tio continuou a mesma: ela era maior e mais importante do que qualquer relação de trabalho. Nossas conversas eram praticamente semanais: tive a oportunidade de ajudar o amigo nos melhores e nos piores momentos dos últimos 20 anos (e vice-versa).
O nosso tio era pai do Badu Silveira e do Pinho Silveira mas dispensava a todos nós o mesmo amor paternal, o mesmo carinho e a mesma atenção. Se não está sendo fácil para nós não sou capaz de imaginar como deve estar sendo para eles.
Ainda me faltam palavras para descrever a sua importância. Só me resta agradecer por tudo e lhe desejar um caminho repleto de luz, paz e muita gasolina celestial.
Vai com Deus, tio. Acelera com gosto e pendura bonito nas curvas, no limite da aderência.
E continue olhando por nós aqui embaixo.” (Felipe Bitu)
“O Sonho acabou?
Definitivamente não! O dia em que perdermos nossa capacidade de sonhar, nossa vida deixa de caminhar avante e vamos nos transformar em algo inerte, sem vida. Um dos grandes exemplos de sonhador era a do meu grande amigo Josias Silveira.
Ele sempre sonhava com algo grandioso, seja em uma simples reportagem ou até em um ambicioso e grandioso projeto, o sonho do Josias sempre falava mais alto. Até mesmo quando comprava carros bem ‘desmaiadinhos’, em péssimo estado de conservação, o sonhador Josias trabalhava por meses e até anos para transformar aquele amontoado de peças velhas em um glorioso e respeitado carro que todos admiravam.
Um sonho que na mente do Josias quando via um carro velho e se materializava como um veículo perfeito para o uso que parecia novo. Ao longo dos anos, cansei de acompanhar esses processos de recuperação de velhos carros transformados em bons veículos, graças à dedicação e trabalho do Josias que, na realidade, começava em sua mente como um sonho.
Agora, esse velho parceiro partiu. Mas isso não significa que o sonho acabou. Esse meu velho amigo de quase 40 anos, tenho a certeza, vai continuar concretizando os seus sonhos lá no plano de luz.
E nós aqui vamos ficar com saudades de suas risadas, piadas e sua maneira leve e tranquila de levar a vida. Vão ficar as saudades das viagens aos Estados Unidos, quando depois da cobertura do Salão de Detroit esticávamos a viagem por mais alguns dias para comprar cacarecos e peças para carro que trazíamos tudo para cá. Falei com ele no sábado à tarde e no domingo após o almoço alguém me disse que ele havia partido dessa vida. Inacreditável como a vida é frágil! Vá na paz de Deus meu grande amigo! Você fará falta a todos nós! Continue sonhando aí onde está que nós continuaremos a sonhar aqui onde estamos!” (Douglas Mendonça)
Josias Silveira ao lado de José Antonio Leme
“Você vai fazer uma falta enorme aqui, tio. Ainda bem que a gente rompeu os protocolos e se abraçou esta semana no evento. Eu tava com muita saudade de você. Você era uma enciclopédia e mesmo assim tinha toda a humildade do mundo de dividir seu espaço com quem sabia menos dos carros e das motos. Era absurdo em tudo que fazia, mas era ainda um jovem divertido todo o tempo. ‘Vem cá, negão’, era o que você sempre dizia quando a gente se via, com os braços abertos. Tio, vou sentir muito sua falta. Espero que sua passagem seja tranquila” (José Antonio Leme, UOL)
“Eu gostava de ler os textos do Josias Silveira e fazia questão de ser o melhor ouvinte quando tinha a oportunidade de estar com ele. Foi numa dessas que acabou me convencendo a comprar um Twingo. Toda a conversa foi uma aula. Fazia rir pelas histórias e pelas peripécias. Como quando fez seu fumódromo no ônibus, travado no trânsito de Wuhu, para fumar antes de pegarmos o trem. Vá em paz, tio Josias. E obrigado por tudo.” (Henrique Rodriguez, Quatro Rodas)
“Uma perda enorme, um amigo sempre com um sorriso, uma palavra interessante, uma explicação, uma boa piada… Um jornalista com alma de poeta, que transformava mecânica em coisa simples, fácil de entender. Um repórter na acepção da palavra, alguém a sair de Manaus, em uma Honda 125 cc, com destino a São Paulo há várias décadas, sem celular, sem meios de comunicação, apenas com a coragem e o conhecimento ímpar de motos.
Mas não parou por aí: criou revistas importantes, tanto de motos quanto de autos. E se divertia com as aventuras de empreendedor. Formou muito dos bons profissionais que estão por aí. Era didático e divertido nas conversas…
Uma vez, já em AutoData, fui conhecer o Campo de Provas da Honda no meio da Floresta Amazônica, ao norte de Manaus.
Quando cheguei lá, a primeira pergunta dos técnicos − tanto brasileiros, quanto japoneses −: cadê o Josias? Ele não veio? Era um ídolo das diferentes produtoras ou importadoras de moto.
Mas sua paixão eram as Vespas. Tinha uma coleção de velharias − ele chamava de relíquias − que ele montava, fazia transplantes de peças e componentes e saia a testar na Castelo Branco.
Também teve carros interessantes, como um Mercedes-Benz diesel, além de modelos de marcas as mais diferentes possíveis. E sempre consertava, modificava, aprimorava. Dirigia qualquer máquina com uma facilidade impressionante…
Com certeza foi embora de Vespa rumo à Via Láctea…” (Fred Carvalho)
Josias e Renato Bellote
“’Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina’. Essa frase de Cora Coralina se aplica bem ao Josias Silveira. Uma referência no jornalismo automotivo que nos deixou ontem e soube transmitir todo o seu conhecimento, seja através dos textos ou de uma conversa informal em um evento de lançamento. Que Deus o receba com muitos projetos pra realizar lá em cima.” (Renato Bellote, Garagem do Bellote)
“Foram tantas viagens de carro e de moto juntos, com esse sujeito maravilhoso, de cara séria, mas sorriso fácil, que eu nem lembro quantas. Não era para você ir tão cedo assim, ’tio’ Josias Silveira, definitivamente não era. Ainda tinha muito que ensinar para a jovem guarda dos jornalistas automotivos. A Alfa perde um grande fã e eu perco um ídolo. Descanse em paz, meu amigo!” (Diego Ortiz, Estadão)
“Nós nunca sabemos quando vai ser a última conversa com alguém, não é mesmo? Meu último papo com o Josias foi na sexta-feira, num evento de lançamento. Felizmente, falamos porra nenhuma sobre o lançamento e ficamos falando sobre as nossas tralhas velhas. Entre um bullying e outro por nossas escolhas exóticas e caras de manter e os carros que já tivemos, ele me lança um Gol 1.0 16V (bolinha), pouco rodado, como a sua mais recente adoção. Claro que não pude deixar de sacanear. De consolação, fica o fato de nossa última conversa ser sobre as coisas que ele ama…” (Juliano Barata, FlatOut)
“Foram 15 anos de convivência diária, vividos no calor da redação da revista Duas Rodas. Cada pauta, cada palavra nas laudas, as viagens, os testes absurdamente criativos como esse entre a minimoto do Tani e a trambolhosa Amazonas e seu motor 1.600cc da Volks (o Josias Silveira na Amazonas e eu na minimoto, em foto de Juvenal Pereira), tudo era feito com enorme empolgação, o que incluía calorosas polêmicas. Nada, porém, abalou nossa amizade. Continuamos amigos, mesmo quando troquei os motores pela informática da Revista do CD-ROM e depois pelos livros e pelas plantinhas da Revista Natureza, ao deixar a Sigla Editora e ir trabalhar na Editora Europa. Tanto que tive a honra de ser seu editor no livro Sorvete de Graxa. Agora Josias se foi aos 75 anos. Adeus, meu amigo. Foi um enorme prazer conviver e aprender com você. Saudades eternas…” (Roberto Araújo)
Agência Pública e TV Cultura venceram, respectivamente, as categorias Melhor projeto: canal, programa, reportagem especial ou série sobre a temática feminina e Melhor projeto: canal, programa, reportagem especial ou série sobre a temática diversidade do 15º Troféu Mulher Imprensa.
A série de reportagens Caso K, da Pública, foi a primeira colocada na temática feminina com quase 36% dos votos. O trabalho aborda as acusações de abusos sexuais contra Samuel Klein, fundador das Casas Bahia. A série é assinada por Ciro Barros, Clarissa Levy, Mariama Correia, Rute Pina, Thiago Domenici e Andrea DiP.
Na categoria de diversidade, a TV Cultura venceu com o programa Estação Livre, que recebeu cerca de 41% dos votos. Apresentado pela jornalista e empreendedora Cris Guterres, ele foi ao ar pela primeira vez em abril deste ano, com a missão de valorizar a cultura negra, a diversidade e de ajudar a repensar um Brasil mais justo.
As vencedoras das 13 categorias específicas serão anunciadas nesta quinta-feira (25/11), em homenagem ao Dia internacional para a eliminação da violência contra a mulher. A cerimônia de premiação será em 10 de dezembro, em formato híbrido.
A organização do Troféu HQMIX anunciou os vencedores da 33ª edição do prêmio, que valoriza as principais produções na área de quadrinhos no último ano. O troféu desta edição, esculpido pelo artista Wilson Iguti, é uma homenagem à personagem Bruxinha, da desenhista e escritora Eva Furnari. Em 2020, o prêmio homenageou Miguel Paiva, com a personagem Radical Chic, escolhida para a escultura do troféu.
Devido à grande quantidade de projetos de qualidade apresentados na categoria Projeto Especial na Pandemia, o júri decidiu conceder ao todo cinco troféus.
A cerimônia de premiação será online, em 27/11, no canal do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc SP no YouTube, com apresentação de Serginho Groisman, padrinho do evento, e da dupla Gualberto Costa e José Alberto Lovetro, criadores do prêmio. Os vencedores das categorias Novo Talento Desenhista e Novo Talento Roteirista só serão revelados na cerimônia.
Entre os vencedores, destaca-se Ana Luiza Koehler (Beco do Rosário), reconhecida na categoria Desenhista Nacional, ao lado do paraibano Shiko (Carniça e a Blindagem Mística #01). Ana também venceu as categorias Arte-finalista Nacional e Colorista Nacional, e seu projeto Beco do Rosário foi vencedor da Edição Especial Nacional.
Qual o tamanho da população negra no jornalismo brasileiro? Qual a porcentagem de mulheres? Há racismo e assédio nas redações? Quais as principais dificuldades dos negros e negras no trabalho e na construção das respectivas carreiras? Como os negros estão distribuídos geograficamente pela imprensa do País?
Essas são apenas algumas das perguntas respondidas pelo estudo Perfil Racial da Imprensa Brasileira, que será oficialmente apresentado nesta quarta-feira (17/11), às 19h, em evento online, no X Seminário Internacional Diálogos Antirracistas, que integra a programação da Semana da Consciência 2021 da Universidade Zumbi dos Palmares.
Se não havia dúvida da branquitude da imprensa brasileira, a certeza agora tem números: apenas 20,10% dos jornalistas das redações do País declaram-se pretos e pardos (negros), número quase dois terços menor do que a efetiva representação da população negra do Brasil, que é de 56,20%, segundo projeções da PNAD/IBGE 2019. Já os que se autodeclaram brancos são impressionantes 77,60%, com 2,10% de amarelos e 0,20% de indígenas.
E se havia alguma perspectiva de que essa mesma imprensa fosse ou estivesse a caminho de uma presença feminina paritária com a masculina, os números mostram que estamos distantes disso: as mulheres, que são 51,80% da população brasileira, segundo a mesma PNAD/IBGE, encolhem para 36,60% no jornalismo, bem abaixo dos 63% de homens − 0,40% não se reconhecem em nenhum dos dois gêneros.
O estudo que acaba de sair do forno, após meses de preparação, compõe um retrato fiel das redações, em que o racismo, muitas vezes dissimulado, está presente, tanto quanto o machismo, ambos constituindo-se em fatores decisivos para impedir maior presença e ascensão profissional de negros e mulheres na atividade, a despeito de iniciativas pontuais que, embora constituam um alento, ainda se mostram insuficientes para a correção de rumos.
Sob a liderança de J&Cia e do Portal dos Jornalistas, com concepção e coordenação técnica do Instituto Corda – Rede de Projetos e Pesquisas e apoio logístico do I’MAX no contato com os jornalistas, o estudo dividiu-se em três fases e ouviu, via telefone ou questionário de autorresposta, 1.952 profissionais de todo o País, entre os dias 16 de setembro e 31 de outubro de 2021.
A análise dos resultados gerais dessas três fases permite uma afirmação inicial bastante contundente: as redações jornalísticas brasileiras são mais brancas e masculinas do que a população brasileira e o racismo está presente na vida de praticamente todos os profissionais negros durante a sua trajetória profissional.
Jornalistas&Cia publicará nesta sexta-feira (19/11) uma edição especial com os aspectos mais relevantes do estudo, cuja íntegra pode ser conferida neste link. Ela terá também um texto exclusivo de autoria do paraibano Assis Ângelo, colaborador do J&Cia, sobre a História da Imprensa Negra no Brasil. Em suas pesquisas, Assis voltou ao próprio descobrimento do Brasil, para, a partir de lá, traçar a linha evolutiva da presença dos negros na imprensa brasileira, destacando atuações corajosas e exemplares de figuras emblemáticas como Machado de Assis, Luiz Gama, João do Rio, Paula Brito e muitos outros.
O Perfil Racial da Imprensa Brasileira contou com o apoio de ABI, Abracom, Ajor, Aner, ANJ, APJor, Bori Agência, Conajira/Fenaj, Ecos do Meio, Jeduca, Projor, Rede JP – Jornalistas Pretos, Universidade Metodista e Universidade Zumbi dos Palmares; patrocínio de ADM, Grupo Boticário e Uber; e inúmeras personalidades e agências de comunicação contribuíram voluntariamente com o projeto.