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terça-feira, agosto 26, 2025

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Juremir Machado é demitido do Correio do Povo por “divergências ideológicas”

Juremir Machado é demitido do Correio do Povo por “divergências ideológicas”

Juremir Machado anunciou em suas redes sociais que foi demitido do Correio do Povo nessa segunda-feira (3/1). Ele estava desde 2000 na publicação, que pertence ao Grupo Record. A saída, segundo ele, deu-se por motivos político-ideológicos. “O problema começou com a adesão ao bolsonarismo mais radical do comando atual”, escreveu no Twitter.

“O projeto de extrema direita bolsonarista não quer saber de pluralismo”, publicou Juremir na rede social. Em entrevista para o portal Coletiva.net, o jornalista contou que sofreu censuras nos últimos anos no Correio do Povo, como, por exemplo, pedidos de retirada de trechos em que criticava o presidente Jair Bolsonaro.

“Eu sempre fiz as críticas cabíveis a um governo que acredito que deva ser contestado, mas parece que internamente não gostam disso”, disse Juremir ao portal. Ele lembrou também que foi impedido de entrevistar o então candidato à Presidência Bolsonaro em um programa do qual fazia parte: “Minha revolta com a situação gerou um desconforto com a direção”.

Ele destacou ainda sua demissão da Rádio Guaíba, também do Grupo Record, em 2020. Segundo o jornalista, sua saída da rádio começou quando ele foi impedido de entrevistar o ex-presidente Lula, no programa Esfera Pública. Jerumir contou que, cerca de dez minutos antes da atração ir ao ar, a direção solicitou que a entrevista não fosse feita. O jornalista agradeceu a Nando Gross, chefe da rádio na época, que insistiu para que a entrevista pudesse ir ao ar, mas a direção não autorizou.

Ao site Extra Classe, Juremir disse que acredita que o veículo deve centrar esforços na campanha de reeleição de Bolsonaro: “É um grupo bolsonarista. Sempre foi e me tinham como um comunista, coisa que inclusive não sou. Já fui demitido nos anos 90 da Zero Hora por uma forte pressão da esquerda”.

Ao Coletiva.net, o jornalista contou que continuará como professor da PUCRS, e vai dedicar-se a escrever livros e à pesquisa universitária. Procurado pela reportagem do Coletiva.net, Sidney Costa, diretor do Correio do Povo, confirmou a demissão de Juremir, e afirmou que o jornal está passando por uma reestruturação em algumas áreas: “As mudanças incluem investimentos na integração digital/impresso e ajustes pontuais nos setores de produção de conteúdo em suas diversas plataformas”.

Andrei Netto lança “Netflix de notícias”

Andrei Netto lança “Netflix de notícias”

Andrei Netto lançou a newstech Headline, uma espécie de “Netflix de notícias”, com o objetivo de valorizar e fomentar o jornalismo independente. Por meio de uma assinatura, os usuários podem consumir diversos tipos de conteúdo, e os autores dos textos são remunerados com base no número de acessos, além de terem à disposição uma estrutura tecnológica e alcance/divulgação. A plataforma ainda está na fase de testes.

“É uma mistura de Medium com visão de Netflix e infraestrutura de Spotify. O objetivo é trazer para o jornalismo a ideia de plataforma”, explicou Andrei em entrevista para o site Startups.com. A Headline vai também atuar como agência de notícias, licenciando conteúdo para que outros publiquem. O propósito é ajudar as organizações de mídia, desde pequenas e novas, jornalistas solo, até demandas mais avançadas.

A ideia do projeto nasceu em Paris, onde Andrei mora desde 2006. Ele foi correspondente do Estadão por uma década, e, ao lado de colegas, lamentava os rumos da profissão, até decidir fazer algo para ajudar os jornalistas a solucionarem os problemas diários.

Fazem parte da Headline Deborah Berlinck (ex-O Globo), Mario Camera (correspondente independente na Europa), Danilo Rocha Lima (ex-CBN e France Télévisions), Felipe Paiva (ex-Rua/Mídia Ninja), o francês Jean-Baptiste Bouvier, e Joaquim Santos Maia.

O projeto já está operando nas redes sociais, mas a ideia é que a Headline esteja no ar oficialmente até o fim de janeiro, e que a marca seja internacionalizada o mais rápido possível. “O Brasil é um mercado grande, mas acreditamos que o potencial seja global”, disse Andrei.

Apenas três das 187 verificações do Comprova desde abril eram verdadeiras

Apenas três das 187 verificações do Comprova desde abril eram verdadeiras

O projeto Comprova, consórcio de veículos de imprensa especializado na verificação de conteúdo, anunciou que foram consideradas verdadeiras apenas três das 187 checagens realizadas desde abril de 2021. Todas as outras receberam rótulo de enganoso ou falso.

A fase em questão, a quarta do projeto, foi marcada por temas relacionados à pandemia de Covid-19. Do total, 119 foram verificações de conteúdos suspeitos que obtiveram grande alcance, principalmente sobre temas como vacinas e tratamentos ineficazes contra a doença. O projeto também detectou 34 postagens enganosas sobre políticas públicas do Governo Federal, e outras 34 sobre as eleições presidenciais de 2022.

A quarta fase contou com a colaboração de 53 repórteres, divididos em grupos de três jornalistas, em média. O projeto só publica verificações que foram validadas por pelo menos outros três veículos que não fizeram parte do processo de verificação, com o objetivo de reduzir as chances de erro. O Comprova também teve o apoio de estudantes da Faap e da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).

O Comprova tem se esforçado para entender o processo de desinformação no Brasil, ouvindo também as pessoas que publicaram os conteúdos investigados e analisando o contexto das publicações. O projeto buscou ainda mostrar o impacto que a informação falsa, não apenas através de números e dados, mas como isso afeta as pessoas.

Criado por iniciativa da First Draft, o Comprova é um projeto colaborativo liderado pela Abraji, com participação de 33 organizações de mídia. A quinta fase da iniciativa iniciou nessa segunda-feira (3/1).

Confira concursos e bolsas abertos para jornalistas neste começo de 2022

O Portal Imprensa elaborou uma lista de concursos e bolsas abertos para profissionais de imprensa neste começo de 2022. A lista inclui financiamento de projetos, mentorias, concursos para interessados no setor público, e estágio na TV Globo.

Confira a lista:

O Climate Tracker, em parceria com a One Earth, abriu inscrições para o programa Local Sustainability Solutions Journalism, que oferece bolsas e mentoria de seis meses para a produção de reportagens sobre soluções locais para problemas ambientais. As inscrições vão até esta sexta-feira (7/1).

O programa Green Recovery, promovido pela Earth Journalism Network, está com inscrições abertas até 10 de janeiro. O projeto oferece dez bolsas no valor de 1 mil libras (aproximadamente R$ 8,3 mil) para reportagens investigativas sobre recuperação ambiental pós-Covid.

No Rio Grande do Sul, interessados no setor público podem se inscrever no concurso da Secretaria de Estado e Planejamento, Governança e Gestão (SPGG) do Governo do Estado. São 22 vagas, três para pretos ou pardos, para 40 horas semanais. Inscrições até amanhã (4/1), no valor de R$ 211.

O Conselho Regional dos Técnicos Industriais da 4ª região, que abrange as cidades de Curitiba, no Paraná, e Florianópolis, em Santa Catarina, abriu duas vagas para analista de comunicação, além de 20 vagas para cadastro reserva. Também há cota para profissionais pretos e com deficiência. As inscrições, no valor de R$ 75, vão até 10 de janeiro.

A TV Globo abriu inscrições para seu programa de estágio, voltado para estudantes de comunicação no Rio de Janeiro e em São Paulo. Os selecionados devem ter previsão de formação entre julho de 2023 e julho de 2024, além de disponibilidade para de um a dois anos de estágio, com quatro ou seis horas de trabalho. As inscrições vão até 17 de janeiro.

Joel Pinheiro deixa a Jovem Pan

Joel Pinheiro deixa a Jovem Pan

O comentarista Joel Pinheiro, participante fixo do programa Morning Show, da Jovem Pan, anunciou em 31/12 sua saída da emissora. Segundo apurou Maurício Stycer (UOL), a decisão foi do próprio comentarista, comunicada à empresa já há dois meses. Ele continua como colunista da Folha de S.Paulo e comentarista do UOL News.

Joel, uma das poucas vozes não governistas na Jovem Pan, anunciou que pretende focar em projetos pessoais, como o livro que está escrevendo, e em suas redes sociais: “E eu sentia que o tempo que a presença diária na mídia me cobrava, fora a energia mental, todo dia ali nas discussões, acabava me tirando muito a concentração”.

Frequentemente, lembra a coluna de Stycer, Joel debatia com outros comentaristas assumidamente bolsonaristas, o que o fez ser submetido a algumas situações de desrespeito. Na véspera de sua saída, por exemplo, foi chamado pelo ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles de “Marino Silva”, após um comentário sobre as enchentes na Bahia e as mudanças climáticas ao redor do mundo.

Questionado por Stycer se tais situações influenciaram em sua saída, Joel respondeu que “o debate ficava muito acalorado de um jeito muito desagradável para os dois lados. Sem sombra de dúvida era uma situação desagradável quando acontecia, não era sempre, mas não foi fundamentalmente esse o motivo da saída”.

O adeus a Flávio Andrade, fundador do jornal Em Tempo

O adeus a Flávio Andrade, fundador do jornal Em Tempo

Morreu em 24 de dezembro, aos 70 anos, o jornalista Flávio Andrade no sertão do Una, no litoral de São Paulo, onde vivia desde os anos 1990. Ele estava acamado havia nove anos, após sofrer um grave Acidente Vascular Cerebral (AVC). Deixa a esposa Paula Menezes, quatro filhos e quatro netos.

Militante, participou ativamente da reconstrução do movimento rstudantil em Minas Gerais nos anos 1970, “quando quase toda a esquerda estava ou presa ou no exílio”, lembra Petra Costa, cineasta e sobrinha de Flávio, diretora do documentário Democracia em Vertigem (2019).

Oito anos mais tarde, então jovem professor de Economia, demitiu-se da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), junto de sua companheira na época, Virgínia Pinheiro, para criarem o jornal Em Tempo, em São Paulo, cobrindo intensamente as greves no ABC e os movimentos que levaram à queda da ditadura.

“Participaram das articulações iniciais para a criação do PT. Flávio fez parte da executiva do partido, e criou uma editora e gráfica com importância decisiva imprimindo jornais da esquerda que gráfica nenhuma queria imprimir”, escreveu Petra no Twitter.

O jornal Em Tempo publicou uma lista com os nomes de uma centena de torturadores, o que gerou atentados a bomba a diversas bancas de jornais e na invasão da redação do jornal.

Colegas do meio prestaram homenagens a Flávio. O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo descreveu-o como “um guerreiro contra a ditadura, presente hoje e sempre. (…) O Em Tempo, do qual Flávio foi editor, junto com Virginia Pinheiro, sua mulher e sempre companheira de todas as horas, foi um jornal aguerrido e corajoso. Denunciava tanto os horrores da ditadura quanto divulgava as conquistas dos trabalhadores e as ações corajosas da resistência e os debates na política internacional”.

Poder360 aponta 17 veículos que fecharam as portas nos últimos quatro anos

Um levantamento divulgado nessa quinta-feira (30/12) pelo Poder360, com base em informações do Atlas da Notícia, aponta que ao menos 17 veículos de médio e grande portes encerraram suas atividades no Brasil desde 2018. Só neste ano, foram cinco casos, o mais recente do El País Brasil, que interrompeu suas atividades em 14 de dezembro, após oito anos de operação.

Além do jornal espanhol, que só contava com a versão digital no Brasil, deixaram de operar em 2021 o jornal Agora, do Grupo Folha, a revista Época, do Grupo Globo, a versão impressa do Diário do Nordeste e o site Terça Livre.

Em entrevista ao Poder360, Marcelo Rech, presidente da ANJ (Associação Nacional dos Jornais), disse que o principal motivo para o fechamento das empresas jornalísticas é o “duopólio” formado pelo Google e pelo Facebook. Segundo ele, as duas gigantes “engolem” as verbas de publicidade mundiais.

Ele explica ainda que, se não houver um modelo de remuneração das atividades jornalísticas pelas big techs em questão, a erosão do jornalismo será “gradual”, com fechamento de veículos e dificuldades para a criação de novas iniciativas. Entre as consequências do “desaparecimento do jornalismo” citadas por Rech, está a eleição de governantes autoritários, autocratas e populistas e o crescimento da desinformação e de discursos de ódio.

Confira mais detalhes na reportagem do Poder360.

Mais um mês para concorrer ao Prêmio SIP

Sociedade Interamericana de Imprensa recebe até 30 de janeiro inscrições para seu prêmio anual de Excelência em Jornalismo, tradicionalmente conhecido como Prêmio SIP.

A premiação vai contemplar trabalhos jornalísticos em 14 categorias: Caricatura, Cobertura Digital, Cobertura Factual, Entrevista, Crônica, Direitos Humanos e Serviço Comunitário, Fotografia, Infografia, Opinião, Jornalismo de Dados, Jornalismo Investigativo, Jornalismo Ambiental, Jornalismo de Saúde e Jornalismo Universitário.

Podem concorrer jornalistas de América Latina, Caribe, América do Norte e Espanha. O vencedor de cada categoria vai receber US$ 2 mil. Mais informações e inscrições no site da SIP (em inglês).

O adeus a José Maria Rabelo

Morreu na madrugada desta quarta-feira (29/12) o jornalista e escritor José Maria Rabelo. Um dos fundadores do Partido Democrático Trabalhista (PDT), ele estava internado há um mês no Hospital Felício Rocho, em Belo Horizonte, onde sofreu falência múltipla de órgãos.

Mineiro de Campos Gerais, Rabelo fundou o semanário Binômio, que circulou semanalmente de 1952 até 1964, já na época da ditadura militar. Ele foi considerado um dos precursores da imprensa alternativa no Brasil, e acabou exilado por suas atividades jornalísticas e políticas. Por 18 anos presidiu o PDT em Minas Gerais, e foi vice-presidente do Banco do Estado do Rio de Janeiro (Banerj), nos dois governos de Leonel Brizola (1983 a 1987 e 1991 a 1994).

No ramo da literatura, é autor dos livros Binômio – O jornal que virou Minas de cabeça para baixo, Diáspora – Os longos caminho do exílio, Residência Provisória, Belo Horizonte – Do arraial à metrópole – 300 anos de história e Cores e Luzes de Belo Horizonte.

“A morte de José Maria Rabelo é perda irreparável”, destacou o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi. “A história da democracia brasileira perdeu hoje um dos seus mais brilhantes e corajosos líderes. Jornalista combatente contra a ditadura, trabalhista que junto com Brizola ajudou a construir o nosso PDT. Esse mineiro único agora é uma estrela a nos guiar. Minha ampla, total e irrrestrita solidariedade a sua família nesta hora de dor”.

Viúvo, deixa seis filhos, entre eles o fotógrafo Fernando Rabelo. O corpo está sendo velado, até as 20h, na Casa do Jornalista, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.

Presidente da Fenaj defende “Campanha Salarial Unificada” em 2022

Maria José Braga, presidente da Fenaj
Maria José Braga, presidente da Fenaj
* Por Katia Morais, editora do Jornalistas&Cia em Brasília
Em live sobre o lançamento da Campanha Salarial Unificada 2022, Maria José Braga, presidente da Fenaj, destacou a iniciativa pioneira dos sindicatos do Nordeste, que se uniram em torno de uma pauta comum para promover a luta contra a precarização do trabalho jornalístico.

“É muito bom para a Federação ver que, em meio a tantas demandas e dificuldades, os sindicatos do Nordeste dão um passo além da contrarreforma trabalhista, além da crise econômica, política e sanitária que estamos vivendo, estão avançando”, afirmou Zequinha.

Para ela, cada jornalista deveria acompanhar pelo menos uma negociação salarial na vida para valorizar o seu sindicato e entender que cada centavo e cada conquista é adquirida com muito suor das pessoas que estão ali. E citou o exemplo recente dos jornalistas da EBC: “Fizeram uma greve longa e forçaram a empresa, comandada por bolsonaristas, a conceder aumentos, terminar com assédios morais e garantir reajuste. A partir da união, podemos dizer que tivemos uma greve vitoriosa. A greve continua, mas em outras condições de negociação”.

Maria José também citou os jornalistas do Estadão. “Com paralisações pontuais, mostraram para os patrões que os trabalhadores não iriam mais aceitar serem tratados como dispensáveis, com rebaixamento tão grande de salário. Assim, conquistaram o reajuste integral da inflação. Isso mostra que só a luta muda a vida. E precisamos fazer com que toda a categoria seja apoiadora da luta sindical”.

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