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sábado, julho 5, 2025

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Jornalista processa CNN Brasil por racismo estrutural

O repórter Fernando Henrique de Oliveira, que trabalhou em 2020 como correspondente em Nova York para a CNN Brasil, está processando a emissora por racismo estrutural. O caso foi revelado pela revista piauí em uma reportagem baseada no processo que agora corre em segredo de Justiça. A ação não acusa nenhuma pessoa específica de discriminação racial, mas a emissora, que nega as alegações do jornalista.

Entre as acusações de Fernando Henrique, estão uma política de salários inferiores adotada para profissionais negros em relação aos brancos, e episódios em que ele teria sido exposto a tratamentos vexatórios, como um pedido para que atuasse como segurança da repórter Luiza Duarte em pautas noturnas em Nova York, e outro para que trouxesse 38 equipamentos de Nova York, mesmo depois de ser demitido.

O motivo da demissão, segundo a reportagem, ocorreu por divergência salarial. Ao pedir que o profissional voltasse para São Paulo, a emissora não quis manter no Brasil o salário de US$ 4.000, equivalentes a cerca de R$ 20 mil hoje, que ele recebia nos Estados Unidos.

Em sua defesa, a CNN negou todas as alegações e disse que o ex-funcionário agiu de maneira “leviana” por criar fatos que não existiram. Segundo o advogado da emissora, Marcelo Costa Mascaro Nascimento, caso o canal fosse racista não teria permitido que Oliveira expusesse no ar situações de preconceito pelas quais passou. Também não teria dado espaço para que outros profissionais negros se pronunciassem durante a cobertura do assassinato de George Floyd, fato que desencadeou uma onda mundial de protestos em prol de vidas negras.

Sobre a suposta disparidade de salários entre negros e brancos, a empresa não abriu sua folha de pagamentos para a Justiça, mas afirmou que a acusação é “infundada”. A respeito de ter pedido que Oliveira fosse segurança de Luiza Duarte em pautas noturnas, a defesa afirmou que queria apenas que o profissional desse suporte aos boletins da correspondente, se encarregando de questões técnicas, como a luz, por exemplo.

Além das acusações de racismo, o profissional afirma que a emissora deve a ele horas extras e adicionais noturnos. O montante pedido por ele como indenização é R$ 700 mil, dos quais R$ 50 mil seriam a reparação pelos atos racistas. Caso ele perca, terá de pagar o advogado da CNN e outros custos da Justiça. A ação tramita na 27ª Vara do Trabalho de São Paulo e, como está em segredo de Justiça, as partes não podem se manifestar publicamente.

Preso homem que agrediu equipe da Band RS em manifestações antidemocráticas

Apesar da prisão em flagrante, identidade do agressor nao foi divulgada

Um homem foi preso em flagrante por lesão corporal após agredir nesta quarta-feira (2/11) uma equipe de reportagem da TV Bandeirantes, em Porto Alegre. Os profissionais cobriam o bloqueio golpista de ruas do Centro Histórico da cidade por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro contrários ao resultado das eleições.

Imagens divulgadas pela emissora mostram pessoas cercando os profissionais da Band e o indivíduo suspeito das agressões preso pela polícia. Ele foi identificado pela equipe da emissora.

Em nota, o Grupo Band RS diz estar prestando auxílio aos profissionais. “É inaceitável qualquer tipo de violência assim bem como o cerceamento ao exercício do trabalho jornalístico”.

Segundo a Brigada Militar, a equipe de reportagem gravava imagens do ato quando o cinegrafista Rogério Aguiar e o auxiliar foram agredidos por um homem. O suspeito desferiu socos contra os profissionais da Band e quebrou equipamentos de gravação.

Policiais da Força Tática do 11º Batalhão de Polícia Militar (BPM) viram as agressões e prenderam o indivíduo. O homem não demonstrou resistência e apresentava sinais de embriaguez.

Apesar da prisão em flagrante, identidade do agressor nao foi divulgada

Os profissionais da Band foram conduzidos para o Hospital de Pronto Socorro (HPS) para exames e, depois, para registro da ocorrência na Polícia Civil.

No mesmo ato, uma equipe do SBT foi hostilizada por apoiadores de Bolsonaro. Segundo a emissora, o repórter Lucas Abati e o cinegrafista Cristiano Mazoni foram cercados e obrigados a sair do local.

Uma equipe da Record TV também foi hostilizada. Segundo relato da repórter Daiane Dalle Tese, a emissora colocou seu departamento jurídico à disposição dos profissionais, que registraram ocorrência policial.

Em nota, a Associação Riograndense de Imprensa (ARI) recordou que 2 de novembro é o Dia Internacional pelo Fim da Impunidade de Crimes contra Jornalistas, estipulado pela ONU. “Nesse contexto, também manifestamos integral solidariedade aos profissionais e empresas atacados e proclamamos veemente repúdio aos atos de violência”, diz em nota.

Já o Sindicato dos Jornalistas do RS (Sindjors) afirmou que, “em hipótese alguma, vai admitir que agressões desse tipo sejam feitas contra os profissionais que estão exercendo seu direito ao trabalho, que é informar e levar as notícias à população”.

A Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão (AGERT) e o Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão do Rio Grande do Sul (SindiRádio) repudiaram as agressões contra os profissionais de imprensa. “De outra parte, manifestamos nossa solidariedade aos profissionais que diligentemente cumprem sua missão de bem informar. Meios de comunicação livres serão sempre um importante pilar do Estado Democrático de Direito”, afirmam as entidades.

(Com informações do G1 RS)

TV Cultura renova com Vera Magalhães por mais três anos

A TV Cultura anunciou nesta semana a renovação do contrato com a jornalista Vera Magalhães, por mais três anos. À frente do programa Roda Viva desde janeiro de 2020, Vera também participa como comentarista do Jornal da Cultura e integrou a equipe do De Olho no Voto durante as eleições.

“Fico muito feliz e gratificada pelo reconhecimento da direção de Jornalismo da TV Cultura e da presidência da Fundação Padre Anchieta ao trabalho de retomada da relevância do Roda Viva como palco dos mais importantes debates do país nos últimos três anos”, comemorou a jornalista. “Isso só foi possível graças à total independência jornalística que sempre tivemos, como equipe, para trazer, semana a semana, convidados de um amplo espectro da vida nacional. A possibilidade de continuar desempenhando esse trabalho com autonomia editorial e a necessidade de se restabelecer o ambiente de diálogo no país, para o qual o Roda Viva é peça fundamental, me levaram a aceitar, lisonjeada e motivada, renovar meu contrato e continuar à frente do programa”.

O presidente da Fundação Padre Anchieta, José Roberto Maluf, explica que o contrato com a jornalista se dará até o dia 31 de dezembro de 2025, pelo mesmo valor mensal acrescido do IPC (Fipe) dos últimos 12 meses. “Estamos extremamente felizes em manter a Vera Magalhães conosco por mais três anos. Tenho certeza que, assim como fez desde 2020, ela contribuirá muito com o Jornalismo da TV Cultura”, afirmou o executivo.

FIJ pede uma convenção para melhorar a segurança dos jornalistas

Por ocasião do Dia Internacional pelo Fim da Impunidade de Crimes contra Jornalistas, celebrado nesta quarta-feira (2/11), a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) está conclamando governos, jornalistas e organizações de mídia a apoiar a adoção de uma Convenção da ONU sobre a segurança e independência de jornalistas e outros profissionais da mídia.

Segundo a entidade, o Plano de Ação da ONU sobre a segurança dos jornalistas e a questão da impunidade não conseguiu oferecer “o ambiente livre e seguro para jornalistas e trabalhadores da mídia”, conforme prometeu.

Pelo contrário, os jornalistas continuam a ser atacados, espancados, detidos, perseguidos e ameaçados por fazerem o seu trabalho. Além disso, ameaças contínuas à segurança digital de jornalistas, incluindo ataques cibernéticos, roubo de dados, hackers e assédio online, colocam em risco os profissionais de mídia e a segurança.

Nesse contexto, a FIJ entende que é ainda mais urgente a adoção de um instrumento que obrigue os governos a enfrentar a impunidade da violência contra jornalistas e profissionais da mídia. “Não temos um instrumento legal vinculante que obrigue os Estados membros a investigar e responder a ataques contra jornalistas “, disse a presidente da FIJ, Dominique Pradalié.

A entidade já registrou 59 assassinatos de profissionais da mídia até agora em 2022, 12 a mais do que em 2021 . Dentre os países mais hostis estão Afeganistão, República Democrática do Congo, Haiti, Índia, México, Kosovo, Paquistão, Palestina, Filipinas, Rússia, Turquia, Ucrânia e Iêmen, onde os níveis de violência contra jornalistas são muito altos.

A Federação lembra que, apesar de inúmeros protocolos, regulamentos e diretrizes, nove em cada dez assassinatos de jornalistas permanecem impunes.

“Há uma frustração crescente com a falta de ação e vontade política para combater a impunidade e apoiar a mídia livre e independente. Por isso, lançamos uma campanha global para a adoção de uma Convenção Internacional dedicada à proteção de jornalistas e profissionais da mídia”, acrescentou Pradalié.

A campanha foi formalmente lançada na 51ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, realizada em Genebra em 30 de setembro. A Convenção destaca as deficiências e lacunas existentes no direito internacional humanitário e de direitos humanos, bem como a falta de mecanismos eficazes para sua aplicação.

Mais de 60 jornalistas e sindicatos de mídia, associações, órgãos representativos de mídia, organizações de mídia e ONGs de todo o mundo já endossaram a convenção.

Para ler a convenção, clique aqui.

Jovem Pan promove limpa após resultado das eleições

TV Jovem Pan News deve estrear em outubro

Poucas horas após confirmada a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais, no último domingo (30/10), a Jovem Pan News deu início a uma grande limpa em seu elenco. A emissora, que ganhou destaque pelo forte alinhamento com o governo do candidato derrotado, o presidente Jair Bolsonaro, completou um ano de operação no final de outubro.

O primeiro a ser desligado, ainda na noite de domingo, foi Caio Copolla, que havia retornado ao Grupo Jovem Pan em novembro do ano passado, após passagem pela CNN Brasil. Segundo apuração de Ricardo Feltrin, do Splash/UOL, vários motivos teriam contribuído para a demissão do comentarista, entre eles sua recusa em participar com regularidade dos programas da emissora, e uma grave acusação envolvendo uma ex-namorada do bacharel em direito.

Na manhã de segunda-feira (31/10) foram anunciadas as saídas de Augusto Nunes, que estava no Grupo JP desde 2016, e do escritor e comentarista Guilherme Fiúza. Vale lembrar que ambos eram extremamente alinhados com as narrativas do bolsonarismo, e defensores das atitudes do presidente.

Na contramão do perfil de Copolla, Nunes e Fiúza, também foi desligado o jornalista Guga Noblat, uma das poucas vozes dissonantes e críticas a Jair Bolsonaro no dia a dia da emissora. Ele estava afastado desde a semana passada, “por não ter defendido a rádio na história da censura”, como afirmou em suas redes sociais.

Caso parecido teria ocorrido com o repórter Maicon Mendes, também desligado nesta segunda-feira. Segundo Gabriel Vaquer, do Notícias da TV, a demissão dele teria ocorrido por seu posicionamento e reportagens tidas como “de esquerda” pelos comentaristas da emissora.

Carla Cecato, afastada desde o início de outubro, quando decidiu participar da campanha de reeleição de Jair Bolsonaro, não deverá retornar à emissora. Por seu engajamento na campanha, tornou-se alvo de críticas em relação à sua credibilidade, em especial pela elevada quantidade de notícias falsas que a jornalista compartilhou em seu Instagram, chegando inclusive a ter seu perfil marcado pela plataforma como não confiável para informações jornalísticas devido à quantidade de vídeos manipulados.

Ainda segundo Feltrin, o clima é de terror na redação e há certeza de que haverá mais demissões nos próximos dias.

Prêmio Roche de Jornalismo anuncia finalistas

O Prêmio Roche de Jornalismo em Saúde anunciou os nove finalistas da sua 10ª edição. O resultado será divulgado em 2 de novembro.
O Prêmio Roche de Jornalismo em Saúde anunciou os nove finalistas da sua 10ª edição. O resultado será divulgado em 2 de novembro.

O Prêmio Roche de Jornalismo em Saúde anunciou os nove finalistas da sua 10ª edição. O concurso busca reconhecer a excelência e estimular a cobertura jornalística de qualidade sobre temas de saúde e ciência na América Latina.

Dividido nas categorias Jornalismo Sonoro, Cobertura Diária e Jornalismo Digital, o vencedor de cada uma receberá uma bolsa de até 5.000 dólares (menos taxas bancárias) para ser gasta em cursos, especializações ou mestrados; além de troféu e certificado. O resultado será divulgado nesta quarta-feira, 2 de novembro.

O trabalho que ganhou o reconhecimento com a menção honrosa em Jornalismo de Soluções foi La partería tradicional en Oaxaca, una opción a la violencia obstétrica, dos mexicanos Diana Manzo, Isabel Briseño e Paulina Alejandra Ríos Olivera. A reportagem apresenta o parto tradicional de Oaxaca, convertido em profissional, como uma solução à violência obstétrica.

Confira a lista dos finalistas

Entidades prestam solidariedade a jornalista negro atacado por Carla Zambelli

Entidades prestaram solidariedade a Luan Araujo, jornalista negro perseguido e atacado pela deputada Carla Zambelli.
Entidades prestaram solidariedade a Luan Araujo, jornalista negro perseguido e atacado pela deputada Carla Zambelli.

Um conteúdo:

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), por sua Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira), e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) prestaram solidariedade a Luan Araujo, jornalista negro perseguido e atacado pela deputada Carla Zambelli.

No último sábado (29/10) a deputada empunhava uma arma de fogo e entrou em um bar dos Jardins, área nobre da capital paulista, atrás do jornalista.

Em nota, as entidades afirmam que, apesar de não estar desempenhando trabalho jornalístico durante a agressão, “é dever do Sindicato, da Cojira e da Fenaj se colocarem à total disposição do profissional. Não podemos tolerar o ódio e a violência, materializada nas políticas do governo Bolsonaro, que facilitaram a circulação das armas de fogo”.

As entidades estão em contato com os advogados de Luan Araujo.


O #diversifica é um hub de conteúdo multiplataforma sobre Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) do Portal dos Jornalistas e da newsletter Jornalistas&Cia. Ele conta com os apoios institucionais da Associação de Jornalismo Digital (Ajor), International Center for Journalists (ICFJ), Meta Journalism Project, Imagem Corporativa e Rádio Guarda–Chuva.

Com recorde de cases, Jatobá PR anuncia os finalistas da edição 2022

Com recorde de cases, Prêmio Jatobá PR anuncia os finalistas de 2023

O GECOM – Grupo Empresarial de Comunicação divulgou nesta sexta-feira (28/10) os finalistas do Prêmio Jatobá PR 2022, principal premiação para o mercado de agências de comunicação corporativa do Brasil.

A edição, que bateu recordes de cases, registrou a participação de 23 Grandes Agências (que inscreveram 104 cases), 34 Agências-Butique (110 cases) e 35 Organizações Empresariais e Públicas (59 cases).

Integrada por 57 profissionais, a Comissão Julgadora analisou os 273 trabalhos inscritos, classificando 138 deles para a finalíssima, que será realizada em 13 de dezembro, em jantar no Renaissance Hotel, em São Paulo.

Confira a relação completa e detalhes desta edição do concurso na Revista Jatobá.

Lupa terá nova maratona de checagem no 2º turno

Ajor: Como o jornalismo inova para combater a desinformação eleitoral

A Lupa une esforços de educação e jornalismo para fazer mais uma cobertura especial neste segundo turno das eleições. A programação inicia com a checagem em tempo real do último debate entre os candidatos à Presidência, nesta sexta-feira (28/10), e se estenderá pelo fim de semana, com uma nova maratona de verificações ao vivo e lives no Twitter e no TikTok. A audiência terá acesso às informações pelo lupa.news e em todas as plataformas de redes sociais e poderá contar com a Lupa para tirar as últimas dúvidas antes da votação.

Análises, checagens, explicadores, materiais educativos, newsletters e verificações estão sendo produzidas para preparar o eleitor para o voto. A cobertura especial inicia com o último debate entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), promovido pela Globo, nesta sexta-feira (28). Antes do debate, às 20h, quem segue a Lupa no Twitter poderá ouvir ao vivo no Space uma avaliação sobre a cobertura de fact-checking nas eleições 2022, os desafios enfrentados e o impacto das fake news durante a campanha. A transmissão também discutirá as informações falsas mais reproduzidas pelos candidatos nas campanhas, dando instrumentos para a audiência assistir ao debate, a partir das 21h30, com atenção e criticidade.

A Lupa convida a audiência a, durante o debate, deixar o Twitter e o Instagram como  segunda tela e acompanhar a checagem em tempo real do que é dito pelos presidenciáveis.

Como promovido no primeiro turno, durante todo o fim de semana a coalizão CheckBR estará ativa. A Lupa e outras seis organizações de checagem de fatos se reúnem para mapear e combater as principais desinformações compartilhadas nas redes sociais. Todas as verificações publicadas e republicadas pelas organizações serão marcadas nas redes sociais com a hashtag #CheckBR, de modo que a busca por informações confiáveis fique mais fácil.

No sábado (29), às 11h, o TikTok da Lupa volta a ser destaque na cobertura com mais uma live com a participação de especialistas e influenciadores. Dividida em dois blocos, a transmissão ao vivo abordará como dialogar com quem pensa diferente ou está promovendo desinformação e como combater as fake news no dia da eleição. A live na plataforma faz parte de uma série de conteúdos educativos promovidos em parceria com o TikTok.

No domingo (30) e segunda-feira (31), antes e depois de votar, durante a apuração e após o resultado, o eleitor vai acompanhar, nas redes sociais e site da Lupa, verificações dos conteúdos falsos mais compartilhados, além de reportagens e análises sobre as principais narrativas desinformativas espalhadas nas redes sociais. Na segunda-feira (31), também circulará mais uma edição especial da Lente, a newsletter da Lupa sobre desinformação.

Natália Leal, CEO da agência, enfatiza que o primeiro turno comprovou a necessidade de o eleitor ter um olhar ainda mais crítico sobre o que recebe e como isso pode interferir na hora de escolher seus votos e priorizar pela informação verificada: “Neste segundo turno, voltamos a dar à nossa audiência a informação confiável e verificada que impacta na sua decisão de voto. E estaremos monitorando as narrativas falsas para fazer alertas e contribuir com os processos de escolha e com a democracia. Tivemos muito retorno positivo no primeiro turno e queremos estar a serviço dos nossos leitores neste momento”.

Thiago Domenici e Agência Pública são alvo de ameaças

Jackson Villar da Silva, de camiseta branca, ao lado do candidato ao Governo de São Paulo Tarcísio de Freitas: "Cabra desse tem que ir atrás dele"

A Agência Pública e seu diretor e editor Thiago Domenici foram alvo de ataques virtuais e de ameaças de agressão física nesta quinta-feira (27/10). Foi uma retaliação à reportagem “Matar e quebrar urnas”: evangélico líder de motociata incentiva crimes no Telegram, que expôs diálogos divulgados em um grupo de extrema direita no aplicativo de mensagens.

Assinada por Domenici, a matéria reproduziu áudios enviados em um chat do grupo por Jackson Villar da Silva, apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), nos quais afirma que vai provar “fraude nas urnas” e que “cientista político tem que apanhar”. Silva também faz declarações preconceituosas contra a população baiana, além de estimular ameaças a eleitores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Os diálogos aconteceram no grupo Nova Direita 70 Milhões, entre os dias 3 e 23 de outubro. Ainda em suas falas, Jackson defendeu quebrar as urnas e sugeriu que estaria preparado para “quebrar esquerdista no cacete”.

Com a repercussão do furo, a Pública e o autor da reportagem entraram na mira dos criminosos, que continuaram a usar o grupo para desferir ataques:

“Ah, então é você pilantra (sic). Olha a cara desse safado, rapaz. Cabra desse tem que ir atrás dele. Olha a cara desse mano, olha a cara desse cretino. Vou mandar pra um amigo meu aqui, (inaudível) Praia Grande, né? Serginho, você conhece esse cara aí? Serginho, você conhece esse cara aí? Conhece esse vagabundo aí, Serginho? Vai ver o cara desse se encontrar comigo pessoalmente, pra ver se ele é esse cabra mesmo, mostrar pra ele como é que se dá uma pisa num cabra safado. Tava com medo, né? Vai engolir seu celular, seu vagabundo. Como tem gente sem vergonha, rapaz”.

Jackson Villar da Silva, de camiseta branca, ao lado do candidato ao Governo de São Paulo Tarcísio de Freitas: “Cabra desse tem que ir atrás dele”

Nos novos diálogos, ainda foi articulada pelos participantes uma ação orquestrada para denunciar as publicações relativas ao assunto nas páginas da Pública nas redes sociais, além dos próprios perfis da agência nas plataformas digitais, com o objetivo de derrubá-los. Também foi compartilhado no grupo o link do perfil de Domenici no Facebook.

Em nota, a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) solidarizou-se com o jornalista e com a Pública, que, segundo a entidade, “em 11 anos de existência, se notabilizou por trabalhos premiados no Brasil e no mundo”.

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