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quinta-feira, junho 12, 2025

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Desligado da Rádio Guaíba, Fabio Marçal lamenta “morte” da emissora

Depois de mais de 30 anos na Rádio Guaíba, do Rio Grande do Sul, o correspondente em Brasília Fabio Marçal foi desligado da emissora do Grupo Record. Em um texto de despedida encaminhado a este Portal dos Jornalistas, ele destacou o importante papel que a rádio teve em sua carreira, inspirando-o inclusive a fazer jornalismo, pela isenção em suas entrevistas, mas lamentou os rumos tomados nos últimos anos pela atual direção: “Essa Guaíba morreu. Morreu depois que um extremista de direita assumiu o jornalismo”.

A crítica, ainda que sem citar o destinatário, é direcionada ao gerente-geral de Jornalismo Guilherme Baumhardt, que assumiu o posto em julho de 2020, em substituição a Nando Gross.

Em seu artigo, Marçal denuncia casos de assédio, desrespeito, diminuições de seu espaço na programação e práticas de bullying feitas por colegas de redação por causa de seu posicionamento, muitas vezes contrário ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Em um desses episódios, em dezembro do ano passado, a Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj), o Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul (Sindjors) e o Sindicato dos Radialistas do Rio Grande do Sul emitiram nota reportando casos de assédio moral contra o jornalista.

Na ocasião, Marçal participava via chamada de vídeo do programa Agora, com os âncoras José Aldo Pinheiro, Julio Ribeiro e Rogério Amaral. Por causa de divergências políticas e de opinião, Marçal foi constantemente interrompido, ridicularizado e atacado pessoalmente pelos âncoras e apresentadores.

Procurado, até o fechamento desta nota Guilherme Baumhardt não havia respondido às acusações de Fabio Marçal.

Desligado no final de maio, Marçal chegou a receber sondagens de outras emissoras, mas alegando esgotamento mental optou por se afastar por um período do jornalismo diário. Enquanto não retorna, seguirá sua atuação como profissional concursado do Governo do RS, onde atualmente é assessor da Secretaria Extraordinária de Relações Federativas e Internacionais do Rio Grande do Sul, em Brasília.

Confira o artigo na íntegra:

 

Sou jornalista, não sou militante da extrema direita, nem de esquerda.

Hoje é um dia para ser comemorado. Fui humilhado durante dois anos por tentar fazer um jornalismo sério e correto. Em respeito aos ouvintes, não pedi demissão. Depois de mais de 30 anos, meu ciclo acabou na Rádio Guaíba, emissora que me inspirou a fazer jornalismo pela isenção em suas entrevistas. Essa Guaíba morreu. Morreu depois que um extremista de direita assumiu o jornalismo.

Fui consultado quando ele foi sondado para ir para a empresa. Um diretor da sua antiga empresa me pediu para indicá-lo. Em um primeiro momento, ele foi para apresentar um programa e logo depois derrubou o nosso gerente, Nando Gross. Esse, sim, sempre fez o bom e velho jornalismo. O agora novamente presidente Lula foi tirado do ar segundos antes de ser entrevistado pelo Juremir, pois alegaram que ele não poderia estar ali porque era um ladrão.  O bom jornalismo é básico: ouvir os dois lados.

Curiosamente o atual substituto sempre defendeu a liberdade de expressão. Liberdade desde que você fale bem do Bolsonaro e enalteça os extremistas de direita.

Quem é ouvinte antigo da Guaíba sabe que o meu comentário no programa do Mendelski era de 20 minutos. Nos últimos meses, eu tinha menos de um minuto. Um ano antes das eleições começou o meu martírio. Fazer o bom e velho jornalismo não bastava. Você só tinha espaço se falasse bem do Bolsonaro e da extrema direita. Que ironia, a rádio outrora reconhecida por liderar a Campanha da Legalidade, para garantir a posse de João Goulart como presidente do Brasil e a democracia, virou defensora de golpistas viúvas da ditadura!

Luiz Inácio Lula da Silva, de forma pejorativa, sempre foi chamado de Lula ladrão. Eduardo Leite, que concorria à reeleição ao governo gaúcho contra o candidato da empresa, Onyx Lorenzoni, era chamado de Dudu Milk. Confundem desrespeito com liberdade de expressão.  E há quem pense que isso é jornalismo.

Nunca aceitei isso, e nunca fiquei calado. Fui humilhado diversas vezes, até pelo medíocre língua presa que defendeu juntamente com o apresentador a tentativa do golpe de 8 de janeiro. Estou em tratamento psicológico devido ao bullying diário que sofria. Desafio o atual gestor a dar ao presidente Lula o mesmo tempo que foi dado durante quatro anos a Jair Bolsonaro. Desafio a colocar algum porta-voz de uma religião africana no ar. Desafio a colocar algum porta-voz dos grupos LGBTQIA+. É criminoso o preconceito racial e social, a intolerância religiosa, a misoginia e a xenofobia.

Saio de cabeça em pé. Fiz jornalismo, não fiz circo, para uma plateia de extremistas. Quero agradecer o carinho de cada ouvinte. Sempre coloquei o meu telefone no ar à disposição (61999722823).

Muitos foram bloqueados nas redes sociais da Guaíba por divergirem das ideias extremistas do atual gestor. Desafio o senhor das liberdades a desbloquear esses ouvintes. Muitos ouvem a Guaíba há mais de 20 anos. Sempre dialoguei cordialmente com todos, mesmo com aqueles que me atacavam.

Quero agradecer aos meus colegas e aos operadores e técnicos, que defendem o bom jornalismo. Isso não é um desabafo, é um relato da realidade de hoje em um veículo que amei desde criança.

Quanto aos ouvintes que apreciam o que se tornou a Rádio Guaíba, só tenho uma coisa a dizer: Há pessoas que buscam as drogas lícitas ou ilícitas para fugir da realidade; outros preferem mergulhar em um mundo paralelo de narrativas que atenda às suas expectativas de vida. Ali, se encontram com seus pares para trocar todo tipo de bobagens e preconceitos.

((o))eco é selecionado em projeto que fortalece a cobertura na Amazônia

((o))eco, veículo especializado na cobertura de natureza, meio ambiente, biodiversidade e política ambiental no Brasil, está entre as quatro organizações jornalísticas selecionadas para o projeto Conservando Juntos, que visa a fortalecer a cobertura da região Amazônica. ((o))eco é o único brasileiro entre os selecionados.

O projeto é de responsabilidade das organizações Internews e Earth Journalism Network. Os quatro veículos receberão entre US$ 13.000 e US$ 15.000 para desenvolver projetos visando ao fortalecimento de suas organizações e de seus jornalistas para a produção de notícias sobre crimes contra a conservação do meio ambiente, mudanças climáticas, soluções para mitigar os impactos do desmatamento, entre outros temas relacionados à Amazônia.

O projeto de ((o))eco tem o objetivo de promover o intercâmbio de conhecimentos entre jovens comunicadores da Amazônia e da Mata Atlântica no Brasil. Além do financiamento, as organizações selecionadas receberão apoio da Internews no desenvolvimento e execução das atividades do projeto.

Além de ((o))eco, foram selecionados projetos de El Foco (Perú), que formará jornalistas e comunicadores indígenas da Amazônia peruana na cobertura do tráfico ilegal da fauna selvagem; Rutas del Conflicto (Colômbia), que ajudará comunidades indígenas da Amazônia colombiana a produzir reportagens sobre créditos de carbono; e Yutopía/Consorcio de Comunicación por la Sostenibilidad (Equador), que pretende produzir matérias de investigação baseadas em soluções e criar uma rede de jornalistas amazônicos equatorianos.

Confira atualizações dos projetos no site da Earth Journalism Network.

Band demite Agostinho Teixeira após 27 anos de casa

Band demite Agostinho Teixeira após 27 anos de casa

O Grupo Bandeirantes anunciou na semana passada a demissão do repórter Agostinho Teixeira, após 27 anos de rádio Bandeirantes, completados em abril. Ele fez carreira no jornalismo investigativo da rádio brasileira.

Teixeira iniciou a trajetória no jornalismo ainda na faculdade, em 1986, como repórter da rádio USP, em programa produzido pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) em parceria com Jovem Pan. Posteriormente, trabalhou na Jovem Pan por dez anos.

Em 1996, foi para a Rádio Bandeirantes, na qual se destacou. Coapresentava o Manhã Bandeirantes ao lado de José Luiz Datena.

A demissão de Teixeira faz parte de um processo de cortes e reestruturação que o Grupo Bandeirantes está promovendo. Diversos funcionários, entre eles alguns com muitos anos de casa, deixaram a empresa nos últimos dias, nas TVs aberta e fechada, nas emissoras de rádio e nos sites de notícias do grupo.

O programa Bora São Paulo, que tinha participação das praças do interior, saiu da grade. A equipe do Brasil Urgente também foi afetada. Entre os nomes demitidos estão Luciana Barcellos, chefe de redação e Jamil Chade, especializado em coberturas internacionais. Na BandNews, deixaram a empresa Alessandro Di Lorenzo e Maiara Bastianello.

Nos bastidores, a informação que circula é que a Band teve um enorme prejuízo financeiro com o programa do apresentador Fausto Silva, que teve desempenho abaixo do esperado, o que levou a empresa a fazer cortes em diversos setores.

O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo repudiou as demissões em massa. A entidade deve se reunir nesta semana com a Band para discutir as saídas. O Sindicado mantém contato com os profissionais demitidos e colocou seu departamento jurídico à disposição.

Polícia abre inquérito para investigar o sertanejo Bruno por transfobia

Polícia abre inquérito para investigar o sertanejo Bruno por transfobia
Polícia abre inquérito para investigar o sertanejo Bruno por transfobia

A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) de São Paulo abriu inquérito para investigar se cantor Bruno, da dupla com Marrone, teria cometido transfobia contra a repórter Lisa Gomes, da RedeTV.

Em maio, durante evento no Villa Country, em São Paulo, o sertanejo constrangeu a jornalista ao questionar se ela possuía um órgão genital masculino. A solicitação para abertura da investigação foi realizada pelo Ministério Público, após denúncias da Associação dos LGBTQIA+ sobre o caso.

A equipe jurídica de Lisa manifestou-se por uma nota para a revista Quem, confirmando as informações: “A BRG Advogados, representando os interesses da jornalista Lisa Gomes no que tange ao triste episódio envolvendo o cantor Bruno em 12/05/2023, comunica que: 1) vem acompanhando toda a movimentação acerca da repercussão que o caso teve junto ao Ministério Público Paulista, especialmente em relação à apuração da prática de crime de transfobia; 2) a jornalista Lisa Gomes está à disposição das autoridades para ajudar na justa e correta apuração dos fatos e suas consequências a quem infringiu a lei; 3) envidará todos os seus esforços para que a lei seja cumprida e condutas como a do cantor Bruno, eivadas de preconceito, sejam fortemente reprimidas pelo Estado, em todos os seus aspectos. Na mesma dinâmica, a jornalista Lisa Gomes continua firme no seu propósito de buscar a necessária guarida judicial, com vistas a garantir a justa punição ao seu ofensor”.

Depois do episódio, Lisa fez um pronunciamento desabafando sobre a situação. Logo após, o cantor pediu desculpas utilizando sua conta no Instagram.

Em entrevista à época, Lisa destacou que o ato cometido por Bruno não ofendeu apenas a ela, e sim toda uma comunidade de mulheres trans: “Quantas transexuais você vê trabalhando na televisão hoje? É de contar nos dedos. Eu devo uma resposta a essas pessoas que se sentem representadas por mim. Ele fez mal para toda a comunidade, não só para mim”.

Leia também: 2° Encontro de Jornalistas Negros, Indígenas e Periféricos discutiu a importância da diversidade

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2° Encontro de Jornalistas Negros, Indígenas e Periféricos discutiu a importância da diversidade
2° Encontro de Jornalistas Negros, Indígenas e Periféricos discutiu a importância da diversidade

O 2° Encontro de Jornalistas Negros, Indígenas e Periféricos, promovido pelo Mandato Movimento Pretas, foi realizado na última terça-feira (13/6). O objetivo foi criar um espaço seguro para a discutir os desafios enfrentados pelos profissionais na área.

Além das integrantes do coletivo Movimento Pretas, o encontro contou com a presença de Lázara Carvalho, chefe de gabinete da Secretária Nacional de Justiça e coordenadora do Observatório Nacional de Violência contra Jornalistas. O evento, que durou pouco mais de uma hora, comandado pela jornalista e assessora de imprensa Daniela Ribeiro, gerou a discussão do papel do jornalismo nas pautas que envolvem minorias.

O debate trouxe o retorno da necessidade da produção de matérias positivas sobre a periferia, ação apontada como essencial para a desconstrução da imagem negativa de seus moradores.

Durante a reunião, Lázara anunciou a criação de um canal de denúncia exclusivo para casos de violência contra comunicadores, que será disponibilizado nos sites do Ministério da Justiça e no Fala.BR.

Também mencionou a importância da presença da diversidade em ambientes de fiscalização jornalística: “Nós precisamos de mais veículos, associações e profissionais negros e periféricos para que a diversidade seja real. A colaboração desses profissionais, de pequenas e grandes mídias de todo o País, é essencial para o funcionamento e alcance do Observatório”.

Os interessados em participar devem entrar em contato pelo e-mail: observatorio.senajus@mj.gov.br.

 

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Caio Quero assumirá BBC News Brasil em Londres

A BBC está promovendo mudanças no comando de seu serviço de notícias para o mercado brasileiro. A partir de 26 de junho, Caio Quero, que comanda o escritório de São Paulo da publicação, assumirá como chefe da BBC News Brasil em Londres.

Silvia Salek

Ele entra na vaga de Silvia Salek, que estava à frente do serviço desde 2014 e na BBC desde 2000. Silvia passará a coordenar outros serviços além do brasileiro, entre eles os direcionados para os mercados espanhol, turco, ucraniano e russo.

Flavia Marreiro

Para comandar o escritório paulista, que seguirá sob a direção de Caio, foi contratada Flavia Marreiro. No último ano, ela esteve à frente do escritório da Reuters no Brasil, e antes passou por El País Brasil e Folha de S.Paulo, onde foi correspondente em Caracas e Buenos Aires.

Há 15 anos na BBC, Caio Quero exerceu nesse período diversas funções em diferentes locais. Em São Paulo, foi produtor, repórter, editor assistente e chefe do serviço, mas também atuou como correspondente em Nova York e no Rio de Janeiro, e chegou inclusive a trabalhar no escritório de Londres.

“É uma grande honra assumir esse desafio”, comenta Caio, que coordenará uma equipe de mais de 40 profissionais, sendo 15 em Londres, 23 em São Paulo, dois em Brasília e um em Washington. “Pretendo continuar esse grande trabalho que vinha sendo feito pela Silvia Salek, que levou o serviço brasileiro para outro patamar, e trabalhar para ampliar o alcance da BBC Brasil no mercado brasileiro, trazendo novas audiências para um jornalismo imparcial, equilibrado e independente, investindo bastante em vídeo, não apenas para YouTube, mas também para redes sociais, porque é algo que faz parte do futuro da BBC”.

Trabalhos brasileiros entre os indicados para o Prêmio Gabo 2023

Trabalhos brasileiros entre os indicados para o Prêmio Gabo 2023

A Fundação Gabo anunciou os 50 trabalhos indicados para o Prêmio Gabo 2023, dez para cada uma das cinco categorias da premiação. Nove dos projetos são brasileiros, além de um outro trabalho feito em colaboração com jornalistas de diversos países, incluindo o Brasil.

Na categoria Áudio, está entre os indicados o podcast Projeto Querino, da Rádio Novelo, que conta a história do Brasil de um ponto de vista afrocêntrico. Também integra a lista o podcast UOL Investiga – Polícia Bandida e Clã Bolsonaro, sobre a ligação do ex-presidente Jair Bolsonaro e sua família com policiais acusados ​​de homicídio e corrupção no Rio de Janeiro.

Em Fotografia, concorre a foto Gólgota, de Ian Cheibub, para a Folha de S.Paulo, que retrata a pluralidade evangélica no Brasil. Também está entre os indicados a série de fotos de Gabriela Biló, da mesma Folha de S.Paulo, sobre os atos antidemocráticos da invasão da Praça dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro deste ano. Por fim, mais uma série de fotos indicadas, Resistência, de Lalo de Almeida, também para a Folha, sobre como os povos indígenas reagiram às ameaças das políticas destrutivas do governo Bolsonaro.

Na lista da categoria Texto está a reportagem As joias de Bolsonaro, de André Borges e Adriana Fernandes, do Estadão, sobre o complô orquestrado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para reter ilegalmente 3 milhões de euros em diamantes recebidos da Arábia Saudita.

Em Cobertura, o Brasil está representado em três trabalhos:

A reportagem Em audiência, juíza de Santa Catarina induziu menina de 11 anos grávida após estupro a desistir do aborto, de Bruna de Lara, Tatiana Dias e Paula Guimarães, do Portal Catarinas/The Intercept, que denuncia a violação do direito ao aborto de uma menina de 11 anos, vítima de estupro;

A matéria Metade do patrimônio do clã Bolsonaro foi comprada com dinheiro vivo, de Thiago Herdy e Juliana Dal Piva, do UOL, que mostra que pelo menos 51 dos 107 imóveis adquiridos pela família Bolsonaro desde 1990 foram comprados à vista;

E a reportagem Nomeie os meninos, da Repórter Brasil, sobre os problemas ambientais e trabalhistas que envolvem dez dos principais pecuaristas do País.

O Brasil também está representado na reportagem Viagem ao centro da Odebrecht e Lava Jato, feito em colaboração com jornalistas de nove países da América Latina, que revisaram o andamento do caso Lava Jato e Odebrecht e constataram que a impunidade prevalece.

Os finalistas serão anunciados na próxima semana, e os vencedores, na cerimônia de premiação do Prêmio Gabo, em 30 de junho, em Bogotá, durante o 11º Festival Gabo. Confira a lista completa dos indicados aqui.

Honda anuncia vencedores do 2° Concurso de Jornalismo Trânsito Seguro

Júlio Max Mesquita, do portal Auto Realidade, e Francielly Azevedo, da RIC TV (Record PR), foram os vencedores da 2ª edição do Concurso de Jornalismo Trânsito Seguro. Promovido pela Honda, com o apoio deste Portal dos Jornalistas e da newsletter Jornalistas&Cia, a iniciativa tem como objetivo promover ações práticas para uma mobilidade mais segura a partir da cobertura da imprensa sobre o tema.

“Para a Honda, a segurança no trânsito é um compromisso prioritário e condição indispensável à mobilidade”, destaca a gerente de Relações Públicas Corporativo Tassia Rodrigues. “Como uma marca que busca fomentar o diálogo contínuo sobre essa temática, fico honrada em anunciar os vencedores da segunda edição do concurso e aproveito para agradecer a todos os profissionais que se propuseram a abordar esse tema tão essencial de forma objetiva e criativa”.

Com a reportagem Trânsito mais seguro é feito de ações simples: você faz a sua parte?, publicada em fevereiro deste ano, Júlio Max foi o primeiro colocado na categoria Texto, enquanto Francielly foi a premiada na categoria Audiovisual com a matéria Efeito para o motorista que usa o celular no volante é o mesmo que dirigir bêbado. O conteúdo foi ao ar em setembro de 2022.

Pelas conquistas, o autor de cada reportagem receberá um prêmio de R$ 20 mil.

Brasileiros estão evitando menos as notícias do que o público de outros países, mostra relatório

Por MediaTalks by J&Cia

Contrariando a tendência global de evitar o noticiário, a chamada “evasão de notícias” recuou no Brasil em um ano, segundo o novo relatório Digital News Report 2023 do Instituto Reuters para Estudos do Jornalismo da Universidade de Oxford.

Apesar de a polarização política ser considerada pelos pesquisadores como uma das causas para que as pessoas evitem se informar, as polarizadas eleições presidenciais de 2022 tiveram um efeito oposto no País, segundo o Reuters, fazendo cair de 53% para 41% a quantidade de pessoas que declararam evitar notícias frequentemente ou às vezes. A média global é de 36%.

Publicado nessa quarta-feira (14/6), o documento analisa opiniões e comportamento do público em relação a notícias, empresas jornalísticas e plataformas digitais em 46 países, com base em pesquisas realizadas em cada mercado envolvendo ao todo 93 mil pessoas.

Relatório mostra queda de confiança no jornalismo 

Mas em outra métrica o Brasil está alinhado ao conjunto do universo pesquisado: a queda de confiança nas notícias está em 43%, percentual baixo do que os 48% do ano anterior e 19 pontos  menor do que em 2015.

Ainda assim, ela é maior do que a média global, de 40%, uma queda de 2 pontos percentuais em relação ao relatório anterior.

No Brasil, a opinião melhora quando a pergunta é sobre confiança nas fontes de notícias consumidas pelo entrevistado e não sobre todo o universo de notícias – mas ainda assim fica abaixo da metade: 47%.

Segundo o Instituto Reuters, os motivos para essa opinião são a polarização das eleições de 2022 e as críticas e agressões a jornalistas no País, que corroem a confiança do público no jornalismo como instituição.

O Brasil ocupa a 92% posição no ranking global de liberdade de imprensa da organização Repórteres Sem Fronteiras.

Notícias nas plataformas digitais 

Outra tendência global que se repete no Brasil é a perda de espaço do Facebook como fonte de notícias. Em um grupo de países selecionados, a plataforma caiu de 42% em 2016 para 28% este ano.

Ainda figura como a principal, mas marcas como TikTok, WhatsApp, Instagram e YouTube ganharam terreno

No Brasil, a  plataforma da Meta caiu 12 pontos percentuais em dois anos, e agora fica atrás do Instagram para consumo de notícias, apurou a pesquisa. Já o TikTok foi o de maior crescimento.

Mas o relatório destaca que grandes empresas jornalísticas como Folha de S.Paulo, Estado de S.Paulo e O Globo ainda têm mais seguidores no Instagram e Twitter.

E que empresas de TV abertas também parecem mais interessadas em concentrar esforços em outras redes sociais onde conseguem promover melhor seu conteúdo.

O consumo de fontes tradicionais de notícias, como televisão e mídia impressa, diminuiu significativamente na última década, diz o estudo.

O Instituto Reuters mediu ainda o alcance das principais marcas de jornalismo brasileiras, separadas por uso diário e uso semanal, e a confiança do público em cada uma.

No entanto, a análise de confiança, que no Brasil apontou BandNews, Folha de S.Paulo, Globo, Metrópolis e o Estado de S.Paulo como as mais bem classificadas,, foi condenada nesta terça-feira pela jornalista filipina Maria Ressa, prêmio Nobel da Paz.

Metodologia do relatório de jornalismo questionada 

Em uma entrevista ao jornal The Guardian, ela revelou que deixou o conselho consultivo do Instituto Reuters para Estudos de Jornalismo no ano passado por discordar da metodologia.

Seu veículo, o Rappler foi listado em 2022 como o menos confiável do país.

Ressa disse ao Guardian que “o relatório, financiado em parte pelo Google, não leva em consideração o impacto das campanhas de desinformação, principalmente em países onde os governos usam seus poderes para atacar a mídia livre”.

“Também não reflete o preconceito nas plataformas de tecnologia que têm grande controle sobre a distribuição de notícias ou o impacto de campanhas de desinformação”, afirma.

Ressa diz que os resultados do relatório são usados por adversários para desqualificar o jornalismo dos veículos apontados como menos confiáveis, mesmo sendo reconhecidos no mundo pela independência e ética.

“Nós não estamos sozinhos. Este ‘estudo’ é como dar uma arma carregada a governos autocráticos que tentam silenciar jornalistas independentes não apenas nas Filipinas, mas em países como Brasil e Índia, onde as operações de informação e a lei são usadas para perseguir, assediar e calar”.

Emily Bell, diretora do Tow Center for Digital Journalism na Universidade Columbia, também se manifestou sobre o modelo do relatório, afirmando que ele fornece “apenas uma perspectiva parcial da mídia contemporânea”.

Rasmus Kleis Nielsen, diretor do Instituto Reuters  defendeu a robustez da metodologia e disse: “Lamentamos o abuso contra Maria Ressa e a maneira como nossa pesquisa foi deturpada. Reagimos publicamente contra isso e continuaremos a fazê-lo”.

Dados gerais ao redor do globo

O abismo entre a proporção dos que se informam apenas pelas mídias sociais e os que acessam diretamente os aplicativos ou sites da mídia tradicional na internet nunca foi tão grande, revela a pesquisa feita para o Digital News Report 2023, publicado nesta terça-feira (14) pelo Instituto Reuters de Estudos de Jornalismo, baseado em Oxford.

Segundo o estudo, a diferença passou para oito pontos percentuais (30% por cento preferindo o acesso pelas mídias sociais e 22% pelos canais da imprensa) contra cinco no ano passado e um em 2021. Até 2020, o acesso pelos canais da imprensa sempre fora maior.

A virada aconteceu por causa dos jovens de 18 a 24 anos, que demonstram clara preferência pelo acesso de notícias pelas mídias sociais, conteúdos mais divertidos e com mistura de áudio, vídeo e texto, além de prestar mais atenção em influenciadores do que jornalistas em plataformas como TikTok, Instagram e Snapchat.

Pesquisa avalia comportamento em mídias sociais e tradicionais 

O relatório anual do Instituto Reuters é feito com base em uma pesquisa de hábitos de consumo de notícias e opiniões sobre as empresas jornalísticas e mídias sociais como fonte de informação em 46 países.

Veja outros destaque do relatório, que tem o Brasil como um dos países pesquisados. 

  • O consumo de notícias por meio de mídias tradicionais, como TV e impressos, continua a cair na maioria dos mercados, enquanto o consumo online e pelas mídias sociais não preenche a lacuna. Consumidores on-line estão acessando notícias com menos frequência do que no passado e também estão se tornando menos interessados.
  • Menos da metade (48%) dos 94 mil entrevistados em 46 países, incluindo o Brasil, disse estar muito ou extremamente interessado em notícias, uma queda acentuadaem relação os 63% observados em 2017.
  • A confiança nas notícias caiu 2 pontos percentuais, revertendo o aumento observado em muitos países durante a pandemia de coronaví Em média, 40% dos entrevistados dizem confiar na maioria das notícias na maior parte do tempo.
  • Em todos os mercados, 56% das pessoas dizem se preocupar em identificar a diferença entre notícias verdadeiras e falsas na internet – um aumento de dois pontos percentuais em relação ao ano passado.
  • Em todos os países, a maioria dos usuários online diz que ainda prefere ler as notícias em vez de assisti-las ou ouvi-las, por fornecer mais velocidade e controle no acesso às informações, embora em alguns países essa tendência comece a se reverter. O consumo de notícias de vídeo tem crescido constantemente em todos os mercados, com a maioria desse conteúdo acessada pelo YouTube ou Facebook.
  • Os podcasts de notícias continuam a ressoar com o público principalmente mais jovem, mas continua sendo uma atividade minoritária em geral. Cerca de um terço (34%) dos entrevistados disseram acessar um podcast mensalmente.

Pesquisa mostra desconfiança em relação a algoritmos 

A pesquisa aprofundou também o questionamento nos algoritmos das mídias sociais, vistos com desconfiança cada vez maior.

Boa parte do público é cética em relação à seleção de notícias oferecida pelos mecanismos de busca e mídias sociais.

Menos de um terço (30%) diz que ler matérias selecionadas com base no consumo anterior é uma boa maneira de obter notícias, uma queda de 6 pontos percentuais a menos do que quando a pergunta foi feita pela última vez em 2016.

Mas mesmo assim, o número ainda é maior dos que os que 27% que preferem que a seleção seja feita por jornalistas e organizações da mídia tradicional.

Fadiga de notícias é constatada pela pesquisa 

A proporção dos usuários que dizem evitar notícias, muitas vezes ou às vezes, permanece próxima dos máximos de todos os tempos: 36% da amostra total, considerando todos os mercados pesquisados pelo Instituto Reuters.

Esse grupo se divide entre aqueles que evitam periodicamente todas as fontes de notícias e os que restringem sua busca de notícias em momentos específicos ou para determinados tópicos. Esse público é o mais propenso a demonstrar interesse em jornalismo positivo ou de soluções.

A maioria dos entrevistados afirmou não estar procurando mais notícias, e sim notícias que pareçam mais relevantes, e os ajudem a entender os problemas que enfrentam.

Pesquisa mostra que preferência por notícias em mídias sociais nunca foi tão grande

A situação em 2023 praticamente inverte o cenário de 2018, quando o relatório começou a ser elaborado. Naquela época, 32% dos leitores preferiam se informar diretamente pelos canais da imprensa tradicional, contra 22% dos que faziam isso pelas mídias sociais.

Em 2023, a proporção dos que se informam pelas mídias sociais é de 30%, contra 22% que continuam preferindo buscar notícias diretamente nos canais digitais da mídia tradicional.

Segundo a pesquisa, os países escandinavos são os que apresentam maior proporção de leitores que preferem o acesso direto à mídia tradicional, com a Finlândia à frente (63% dos entrevistados), seguida de Noruega, Dinamarca e Suécia.

Entre os países com maior proporção de pessoas que preferem acessar notícias pelas mídias sociais estão a Tailândia (64% dos entrevistados), Filipinas, Chile e Peru.

Um quarto dos entrevistados (25%) disse preferir se informar por sites de buscas como o Google, índice que também supera os 22% que se informam diretamente nos canais digitais da mídia tradicional. Enquanto o acesso de notícias pela mídia tradicional caiu 10 pontos desde 2018, o acesso pelo Google subiu 1 ponto percentual.

O estudo mostra que parcelas menores da amostra ainda preferem se informar por alertas do celular (9%), agregadores de notícias (8%) e até pelo e-mail (5%). Em relação a 2018, a informação pelos alertas do celular cresceu 3 pontos, e os agregadores 2 pontos. O uso do e-mail como fonte de notícias caiu um ponto.

Acesso dos jovens aos canais da mídia tradicional caiu pela metade 

Em 2018, a proporção dos leitores de mais de 35 anos (53%) era praticamente que preferiam se informar pelos canais digitais da mídia tradicional era praticamente a mesma dos jovens da faixa de 18 a 24 anos (52%).

De lá para cá, enquanto a proporção dos mais velhos permaneceu praticamente a mesma (52%), a dos jovens caiu para menos da metade, passando para apenas 24%.

TikTok é a rede que mais cresce entre os jovens

O TikTok já é a terceira rede mais usada pelos jovens de 18 a 24 anos para se informar, com um crescimento assombroso desde 2019, passando de 5% para 38%.

O líder continua sendo o Instagram, sendo utilizado por 60% dos jovens dessa faixa etária, mas com um crescimento de apenas 1 ponto em relação a 2019.

A maior queda entre os jovens é a do Facebook, embora a rede continue sendo a preferida para acessar notícias na soma de todos os públicos.

Sua derrocada entre o público mais jovem começa em 2019, quando tinha 61% da preferência, e de lá para cá não parou de despencar, sendo utilizado atualmente por apenas 38% dos usuários de 18 a 24 anos para a busca de notícias.

Instragram e TikTok são as que mais crescem na busca de notícias

As preferências dos mais jovens se refletem na análise das preferências da amostra total dos entrevistados, considerando todas as idades, com relação ao uso das mídias sociais para o acesso às notícias.

O Instagram, com 14%, e o TikTok, com 6%, foram as que mais cresceram em relação ao ano anterior, com aumento de dois pontos percentuais.

Os únicos que caíram foram o Facebook, passando para 30% para 28%, embora continue na liderança, e o Facebook Messenger, caindo de 7% para 6%.

Considerando apenas os jovens de 18 a 24 anos, o uso do TikTok para se informar chega a 20%, um aumento de cinco pontos percentuais em relação ao ano passado.

Tópicos de notícias que ressoam nas redes

Os usuários do Twitter são mais propensos a prestar atenção a assuntos mais complexos, como política e negócios, do que os usuários de outras redes, enquanto os usuários do TikTok, Instagram e Facebook são um pouco mais propensos a consumir postagens divertidas (ou sátiras) relacionadas a notícias.

O estudo apontou a ambivalência, e possivelmente a fadiga, sobre a guerra na Ucrânia em todas as redes.

O TikTok é usado muito mais para notícias políticas no Peru, onde tem sido usado por estudantes para organizar protestos políticos, bem como no Quênia e no Brasil, do que nos Estados Unidos, Canadá ou Cingapura.

David Friedlander passa a diretor de Governança Editorial do Estadão

David Friedlander passa a diretor de Governança Editorial do Estadão

Na esteira das recentes mudanças na estrutura editorial do Estadão, o editor-chefe David Friedlander deixou o comando do dia a dia da redação para assumir o posto de diretor de Governança Editorial. Passa a acompanhar diretamente as matérias mais sensíveis, como reportagens investigativas de maior envergadura, e a coordenar o Comitê de Planejamento Editorial, que terá a presença dos diretores e editores executivos do jornalismo, e que foi pensado para discutir pautas de maior profundidade em assuntos nos quais o Estadão quer ser referência.

“Também vou estruturar um sistema de governança de qualidade de conteúdo, que envolverá o comprometimento de toda redação com a produção de material que mantenha a qualidade (texto, vídeo, áudio) de tudo que tiver o cavalinho azul do Estadão”, disse ao Portal dos Jornalistas. “Depois que isso estiver implantado, vou acompanhar para que seja seguido. Finalmente, estão debaixo do meu guarda-chuva o jornal impresso e os treinamentos, como os cursos Focas de Jornalismo e outros”.

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