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sexta-feira, maio 16, 2025

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Secretário proíbe entrada da imprensa na Cidade da Polícia do RJ

Secretário proíbe entrada da imprensa na Cidade da Polícia do RJ
Secretário proíbe entrada da imprensa na Cidade da Polícia do RJ

O secretário de Polícia Civil do Rio de Janeiro, Fernando Albuquerque, impediu a livre circulação de profissionais de imprensa na Cidade da Polícia, espaço público que abriga quinze delegacias especializadas.

Na última terça-feira (20/6), repórteres e cinegrafistas foram ao local para apurar um sequestro realizado por traficantes da favela de Manguinhos, que fica ao lado da Cidade da Polícia. Os profissionais tiveram que ficar em uma varanda, do lado de fora, próxima ao estacionamento. Os motoristas das equipes de imprensa também foram proibidos de entrar e tiveram que aguardar a saída dos profissionais. A operação de resgate do sequestro, com troca de tiros, acontecia próximo ao local.

Segundo a coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles, a Secretaria de Polícia Civil negou que proibiu a presença dos jornalistas e atribuiu a causa do ocorrido ao descumprimento de um “acordo” informal feito entre a corporação e a imprensa, no qual repórteres não deveriam ficar na porta das delegacias. Além disso, declarou que jornalistas não têm permissão para circular livremente pelo local porque isso constrange as vítimas.

No entanto, é permitida a presença de profissionais nas portas de todas as delegacias do estado e do Instituto Médico Legal, que assim como a Cidade da Polícia são locais públicos.

 

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Jornalistas da Record na Bahia são indiciados por desvio de R$ 800 mil em “Escândalo do PIX”

Jornalistas da Record na Bahia são indiciados por desvio de R$ 800 mil em “Escândalo do PIX”
Marcelo Castro e Jamerson Oliveira (Crédito: Reprodução/Na Telinha)

O repórter Marcelo Castro e o produtor Jamerson Oliveira, da TV Itapoan, afiliada da Record na Bahia, foram indiciados por estelionato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. O caso se refere ao chamado Escândalo do PIX, esquema que desviou cerca de R$ 800 mil de uma campanha da própria Record para ajudar pessoas em situação de vulnerabilidade social.

Segundo informações do Na Telinha (UOL), os dois jornalistas já foram demitidos da emissora. Em entrevista coletiva realizada na terça-feira (20/6), o delegado Charles Leão, titular da Delegacia de Repressão a Crimes de Estelionato por Meio Eletrônico (DreofCiber), falou sobre o depoimento da dupla.

“Eles tiveram, de forma ampla, acesso ao procedimento e até o presente momento posso informar que todas as suas alegações trazidas não foram alicerçadas com qualquer documento. Isso dá uma convicção de que acredito mais nas vítimas do que na afirmativa separada de qualquer fundamento documental ou qualquer outro meio de prova”, disse o delegado. Ele destacou também que as investigações são demoradas, pela quantidade de pessoas que estariam envolvidas no golpe.

Em março deste ano, a Polícia Civil da Bahia começou a investigar desvios de doações feitas via PIX à Record da Bahia/TV Itapoan. Os golpes teriam sido aplicados entre setembro do ano passado e janeiro deste ano, durante o Balanço Geral Bahia.

O programa exibiu casos de pessoas em situações dramáticas e de vulnerabilidade social, como o de uma menina com câncer ou de um vendedor de milho que perdeu tudo após ter sua casa arrombada. O programa exibiu na tela chaves PIX para os telespectadores fazerem doações e ajudarem os envolvidos, mas o dinheiro não chegava até eles. Essas chaves PIX não estavam ligadas às pessoas das reportagens, e sim aos golpistas. A TV Itapoan realizou uma investigação interna para identificar os envolvidos no esquema.

Relatório Reuters mostra que nem todas as redes são iguais para quem busca notícias

Relatório Reuters mostra que nem todas as redes são iguais para quem busca notícias

Por Luciana Gurgel

Luciana Gurgel

A nova edição do Digital News Report do Instituto Reuters, referência no mapeamento de tendências de consumo de notícias em 46 países, trouxe novamente inquietações para o jornalismo ao constatar o crescimento da evasão de noticias e o avanço das redes sociais como caminho principal de acesso à informação.

A revelação de que apenas 24% dos jovens entre 18 e 24 anos usaram um aplicativo ou site de empresa jornalística para se informar este ano contra 50% que o faziam em 2015 é uma dor de cabeça para a indústria.

Entre as pessoas de todas as idades, 30% declararam que as redes foram sua principal fonte de encontrar notícias, contra 22% que usaram os canais das empresas.

Mas há nuances a serem observadas quando se coloca uma lupa para enxergar além do bloco monolítico “redes sociais”.

Algumas ganharam espaço como fonte de informação, enquanto outras perderam. O Facebook figura como o grande perdedor, embora ainda seja a rede mais usada para notícias em uma análise consolidada de 12 países (Brasil entre eles), respondendo por 28% da preferência.

Só que a tendência é de queda. Depois de um pico de 42% de domínio em 2016, a rede da Meta perdeu 14 pontos percentuais.

Instagram vem subindo a passos lentos, citado por 14% este ano, enquanto o WhatsApp é apontado por 16% dos entrevistados como principal fonte de notícias na semana anterior, mantendo uma estabilidade em relação aos últimos seis anos.

O Twitter também anda estacionado, em 11%, assim como o YouTube, com 20%. Como era de se esperar, o novato TikTok foi o que mais cresceu, citado por 1% dos entrevistados em 2020 e por 6% em 2023.

O filtro geracional confirma o poder da rede chinesa entre os jovens para conteúdo além de entretenimento. Enquanto apenas 6% dos entrevistados acima de 55 anos disseram se informar pelo TikTok, a taxa sobe para 20% entre os de 18 a 24 anos e fica em 14% o público de 25 a 34 anos.

E nem todas as redes são usadas da mesma forma. Pela primeira vez, o relatório do Instituto Reuters  analisa o tipo de conteúdo preferido pelo púbico nas principais delas, uma informação fundamental para calibrar estratégias de alcance e tráfego dos veículos de mídia e de relações públicas das corporações.

Os resultados combinados dos 46 países onde a pesquisa foi feita este ano mostram que os que usam Twitter, Facebook, YouTube e Instagram para notícias são principalmente atraídos por conteúdo político. No caso do Facebook, 59% disseram consumir informações sobre o tema.

Já o TikTok está do lado oposto: 46% dos que disseram se informar pela rede chinesa estão mais interessados em “notícias que me fazem sorrir”. Essa categoria exclui conteúdo engraçadinho que não se enquadra no perfil “notícia”. Mas pode incluir uma forma mais divertida de informar, como a adotada com sucesso por vários jornais, e o chamado jornalismo de soluções − conteúdo que se distancia do drama e mostra experiências positivas, inspiradoras.

O estudo aprofundou o consumo de notícias via TikTok em alguns países, e encontrou diferenças. Embora no conjunto dos 46 países 36% tenham dito que usam a rede para conteúdo político, no Brasil a taxa pula para 51%. Em seguida aparecem as tais “notícias que fazem sorrir” (47%), clima (37%), saúde (36%) e em último a guerra da Ucrânia, citada por 33% como assunto de interesse.

Apesar dos esforços de Volodymyr Zelensky para manter o conflito em evidência, o público cansou. A guerra pode ser apontada como uma “perdedora”, pelo menos no interesse da população. O tema está na lanterna ou entre os últimos como foco de interesse em todas as redes sociais analisadas. Figura em último em cinco nações em que os assuntos preferidos no TikTok foram examinados. Mas o estudo ressalta que pode ser um efeito de viés algorítmico.

Por falar em algoritmos, eles também não andam agradando. Segundo a pesquisa do Reuters, menos de um terço dos entrevistados acham que receber notícias selecionadas com base em seu consumo anterior é positivo.

No entanto, jornalistas e editores estão agradando menos ainda: apenas 27% dos pesquisados preferem que a escolha seja feita pelos profissionais da área − um reflexo da confiança nas notícias, que este ano caiu mais 2 pontos e ficou em 40%.


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Cerimônia dos +Admirados do Agronegócio será na próxima segunda-feira (26/6)

Conheça os +Admirados da Imprensa do Agronegócio 2023
+Admirados da Imprensa do Agronegócio 2023

Será na próxima segunda-feira (26/6) em São Paulo a cerimônia de premiação dos +Admirados da Imprensa do Agronegócio 2023. O evento terá transmissão ao vivo no canal do Portal dos Jornalistas no YouTube, a partir das 19 horas.

Na cerimônia, conheceremos os mais admirados entre os mais admirados, ou seja, os TOP 5 +Admirados Jornalistas da Imprensa do Agronegócio em 2023, além dos veículos vencedores em cada uma das categorias temáticas. E, é claro, o campeoníssimo ou campeoníssima de admiração da Imprensa do Agronegócio neste ano.

O evento homenageará com certificados os TOP 30 +Admirados Jornalistas Nacionais e os TOP 3 Veículos em cada categoria: Agência de NotíciasCanal DigitalPodcastPrograma de RádioPrograma de TV – EspecializadaPrograma de TV – GeralSiteVeículo Impresso – Especializado e Veículo Impresso – Geral.

O prêmio +Admirados da Imprensa do Agronegócio conta com os patrocínios de Cargill,
Syngenta e Yara; apoios de Elanco, Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Mosaic Fertilizantes e Portal dos Jornalistas; colaboração de BRF e Press Manager; e apoio institucional da CNA e da Rede Brasil de Jornalistas Agro (Agrojor). Empresas interessadas em apoiar a iniciativa podem obter mais informações com Vinicius Ribeiro (vinicius@jornalistasecia.com.br).

Confira a lista completa dos +Admirados jornalistas e veículos, em ordem alfabética.

Morre Lucia Hippolito, aos 72 anos, no Rio de Janeiro

Morre Lucia Hippolito, aos 72 anos, no Rio de Janeiro

Morreu nesta quarta-feira (21/6) Lucia Hippolito, aos 72 anos, no Rio de Janeiro. Ela estava internada no Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona Sul. No ano passado, retirou um tumor do útero, mas o câncer teve metástase para o pulmão. Há 11 anos foi diagnosticada com Síndrome de Guillain-Barré, e perdeu os movimentos do corpo.

Natural de Bauru, no interior de São Paulo, Lucia era jornalista e historiadora. Chegou à Rádio CBN em 2002, onde atuou como comentarista de política e âncora do CBN Rio. Foi ainda comentarista de política na GloboNews.

Lucia também trabalhou no UOL, como colunista, até 2008, e no quadro Trocando em Miúdos, no UOL News, entre 2005 e 2006. Participou por 11 anos no quadro Meninas do Jô, do Programa do Jô, de Jô Soares, ao lado de Cristiana Lôbo, Ana Maria Tahan e Lillian Witte Fibe.

É autora dos livros De raposas e reformistas: o PSD e a experiência democrática brasileira e Por dentro do governo Lula: Anotações num diário de bordo. Foi agraciada com a Medalha Tiradentes, a maior honraria concedida pelo Estado do Rio.

Em abril de 2012, Lucia passou mal durante as férias em Paris. Tentou levantar da cama, mas percebeu que suas pernas não se mexiam. Foi até um hospital em Paris, onde recebeu o diagnóstico da Síndrome de Guillain-Barré, uma doença autoimune rara.

Congresso da Abraji anuncia mais sete convidados e confirma presença de ministros

Congresso da Abraji anuncia mais sete convidados e confirma presença de ministros
Congresso da Abraji anuncia mais sete convidados e confirma presença de ministros

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) revelou mais sete nomes de painelistas do 18º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo. A iniciativa promove o encontro de jornalistas de todo o País e realiza debates sobre o cenário atual e futuro da profissão. Este ano, terá formato híbrido, possibilitando a presença de profissionais e estudantes de todo o mundo.

Além dos nove nomes divulgados em abril, participarão do evento Sally Lehrman, fundadora do Trust Project; Nathaly Espitia Díaz, chefe de Programas da Internews para América Latina; Angélica Cárcamo, presidente da Associação de Jornalistas de El Salvador; Nelly Luna Amancio, cofundadora e diretora jornalística do Ojo Público, do Perú, Gisela Pérez, do Investigative Reporting Program da Universidade da Califórnia, Gabriel Farías, do Amenaza Roboto, do Uruguai, um dos vencedores do Sigma Awards de 2023; e Eduard Martin-Borregón, diretor de Operações da Datasketch, do México.

A 18° edição também contará com a presença da ministra da Igualdade Racial Anielle Franco e do ministro da Controladoria-Geral da União (CGU) Vinicius Marques de Carvalho.

Ela será em São Paulo, de 29 de junho a 2 de julho, na ESPM. Mais detalhes da programação e venda de ingressos estão disponíveis no site do Congresso. Este Portal dos Jornalistas dá apoio de divulgação ao evento.

Sindicato denuncia pressão editorial contra jornalistas da CNN Brasil

Sindicato denuncia pressão editorial contra jornalistas da CNN Brasil

O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP) denunciou e repudiou tentativas de interferência editorial por parte dos gestores da CNN Brasil contra seus jornalistas.

A entidade recebeu diferentes relatos de funcionários da própria empresa sobre essas tentativas. Os casos teriam aumentado desde a chegada do empresário João Camargo à presidência do conselho da CNN Brasil, no final de 2022.

Segundo os relatos, após reportagens ou comentários sobre temas que desagradaram “membros dos Poderes da República”, a CNN promoveu demissões de profissionais.

Um dos casos mais graves ocorreu em 1º de junho deste ano. A Polícia Federal realizou uma operação para investigar irregularidades na compra de kits de robótica em Alagoas. O programa CNN 360 divulgou que a PF havia encontrado um cofre com R$ 4 milhões em dinheiro vivo na casa de um ex-assessor de Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados. Posteriormente, a própria PF corrigiu a informação inicial e a notícia recebeu uma errata.

Depois do ocorrido, a direção da CNN exibiu a revelação do nome de quem havia passado a informação de que o cofre com dinheiro vivo estava na casa do ex-assessor de Lira. “A atitude é uma clara tentativa de quebra do sigilo de fonte, base do trabalho jornalístico, violando assim a garantia constitucional definida no artigo 5º, inciso XIV”, explica o SJSP.

Segundo o Sindicato, a direção da empresa descobriu o nome da fonte por vias não esclarecidas e passou a pressionar que os jornalistas divulgassem a identidade da fonte. Os profissionais resistiram às pressões.

O SJSP lembra também que, coincidentemente, Arthur Lira foi um dos convidados especiais para um jantar realizado depois desse episódio pela Esfera Brasil, que tem o próprio João Camargo como presidente do Conselho de Administração.

“Pelo respeito à ética jornalística e à liberdade de expressão e de imprensa, reivindicamos o direito das e dos jornalistas de se recusarem a produzir conteúdos que violem a sua consciência, contrariem a sua apuração dos fatos e que (por estas ou por quaisquer outras razões) firam o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros. Defendemos firmemente o direito do jornalista profissional, garantido pela Constituição Federal, de manter suas fontes em sigilo, frente a qualquer tentativa de violação, seja pelo empregador, seja pelos poderes de Estado”, destaca o Sindicato.

Morre o comentarista Paulo Roberto Martins, o Morsa, aos 78 anos

Morreu na noite dessa segunda-feira (19/6) o comentarista esportivo Paulo Roberto Martins, o Morsa, aos 78 anos, vítima de problemas cardíacos.

Natural de Santos, no litoral de São Paulo, Morsa iniciou a carreira no jornalismo esportivo com análises de partidas de futebol para uma rádio local. Em 1984, mudou-se para São Paulo e assinou com a Rádio Gazeta. Cinco anos depois, fechou com a Rádio Globo, onde trabalhou até 2005.

Posteriormente, assumiu a chefia do departamento de esportes da Rádio Record. Na televisão, a estreia foi em 2000, na TV Cultura. Entre 2002 e 2007, participou dos programas Debate Bola e Terceiro Tempo, apresentados por Milton Neves, na Record. Foi Neves quem o chamou pela primeira vez de Morsa, apelido que carregou por toda a carreira.

Em 2014, foi para a Bandeirantes, onde trabalhou por sete anos, até 2021, quando foi demitido. Atuou também como comentarista na Rádio Transamérica, mas foi dispensado após comentários ofensivos contra o técnico do Palmeiras Abel Ferreira.

Morsa venceu duas vezes o Prêmio Aceesp, da Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo, uma como melhor comentarista de rádio, em 2002, e outra como melhor comentarista de TV, em 2015.

Desligado da Rádio Guaíba, Fabio Marçal lamenta “morte” da emissora

Depois de mais de 30 anos na Rádio Guaíba, do Rio Grande do Sul, o correspondente em Brasília Fabio Marçal foi desligado da emissora do Grupo Record. Em um texto de despedida encaminhado a este Portal dos Jornalistas, ele destacou o importante papel que a rádio teve em sua carreira, inspirando-o inclusive a fazer jornalismo, pela isenção em suas entrevistas, mas lamentou os rumos tomados nos últimos anos pela atual direção: “Essa Guaíba morreu. Morreu depois que um extremista de direita assumiu o jornalismo”.

A crítica, ainda que sem citar o destinatário, é direcionada ao gerente-geral de Jornalismo Guilherme Baumhardt, que assumiu o posto em julho de 2020, em substituição a Nando Gross.

Em seu artigo, Marçal denuncia casos de assédio, desrespeito, diminuições de seu espaço na programação e práticas de bullying feitas por colegas de redação por causa de seu posicionamento, muitas vezes contrário ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Em um desses episódios, em dezembro do ano passado, a Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj), o Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul (Sindjors) e o Sindicato dos Radialistas do Rio Grande do Sul emitiram nota reportando casos de assédio moral contra o jornalista.

Na ocasião, Marçal participava via chamada de vídeo do programa Agora, com os âncoras José Aldo Pinheiro, Julio Ribeiro e Rogério Amaral. Por causa de divergências políticas e de opinião, Marçal foi constantemente interrompido, ridicularizado e atacado pessoalmente pelos âncoras e apresentadores.

Procurado, até o fechamento desta nota Guilherme Baumhardt não havia respondido às acusações de Fabio Marçal.

Desligado no final de maio, Marçal chegou a receber sondagens de outras emissoras, mas alegando esgotamento mental optou por se afastar por um período do jornalismo diário. Enquanto não retorna, seguirá sua atuação como profissional concursado do Governo do RS, onde atualmente é assessor da Secretaria Extraordinária de Relações Federativas e Internacionais do Rio Grande do Sul, em Brasília.

Confira o artigo na íntegra:

 

Sou jornalista, não sou militante da extrema direita, nem de esquerda.

Hoje é um dia para ser comemorado. Fui humilhado durante dois anos por tentar fazer um jornalismo sério e correto. Em respeito aos ouvintes, não pedi demissão. Depois de mais de 30 anos, meu ciclo acabou na Rádio Guaíba, emissora que me inspirou a fazer jornalismo pela isenção em suas entrevistas. Essa Guaíba morreu. Morreu depois que um extremista de direita assumiu o jornalismo.

Fui consultado quando ele foi sondado para ir para a empresa. Um diretor da sua antiga empresa me pediu para indicá-lo. Em um primeiro momento, ele foi para apresentar um programa e logo depois derrubou o nosso gerente, Nando Gross. Esse, sim, sempre fez o bom e velho jornalismo. O agora novamente presidente Lula foi tirado do ar segundos antes de ser entrevistado pelo Juremir, pois alegaram que ele não poderia estar ali porque era um ladrão.  O bom jornalismo é básico: ouvir os dois lados.

Curiosamente o atual substituto sempre defendeu a liberdade de expressão. Liberdade desde que você fale bem do Bolsonaro e enalteça os extremistas de direita.

Quem é ouvinte antigo da Guaíba sabe que o meu comentário no programa do Mendelski era de 20 minutos. Nos últimos meses, eu tinha menos de um minuto. Um ano antes das eleições começou o meu martírio. Fazer o bom e velho jornalismo não bastava. Você só tinha espaço se falasse bem do Bolsonaro e da extrema direita. Que ironia, a rádio outrora reconhecida por liderar a Campanha da Legalidade, para garantir a posse de João Goulart como presidente do Brasil e a democracia, virou defensora de golpistas viúvas da ditadura!

Luiz Inácio Lula da Silva, de forma pejorativa, sempre foi chamado de Lula ladrão. Eduardo Leite, que concorria à reeleição ao governo gaúcho contra o candidato da empresa, Onyx Lorenzoni, era chamado de Dudu Milk. Confundem desrespeito com liberdade de expressão.  E há quem pense que isso é jornalismo.

Nunca aceitei isso, e nunca fiquei calado. Fui humilhado diversas vezes, até pelo medíocre língua presa que defendeu juntamente com o apresentador a tentativa do golpe de 8 de janeiro. Estou em tratamento psicológico devido ao bullying diário que sofria. Desafio o atual gestor a dar ao presidente Lula o mesmo tempo que foi dado durante quatro anos a Jair Bolsonaro. Desafio a colocar algum porta-voz de uma religião africana no ar. Desafio a colocar algum porta-voz dos grupos LGBTQIA+. É criminoso o preconceito racial e social, a intolerância religiosa, a misoginia e a xenofobia.

Saio de cabeça em pé. Fiz jornalismo, não fiz circo, para uma plateia de extremistas. Quero agradecer o carinho de cada ouvinte. Sempre coloquei o meu telefone no ar à disposição (61999722823).

Muitos foram bloqueados nas redes sociais da Guaíba por divergirem das ideias extremistas do atual gestor. Desafio o senhor das liberdades a desbloquear esses ouvintes. Muitos ouvem a Guaíba há mais de 20 anos. Sempre dialoguei cordialmente com todos, mesmo com aqueles que me atacavam.

Quero agradecer aos meus colegas e aos operadores e técnicos, que defendem o bom jornalismo. Isso não é um desabafo, é um relato da realidade de hoje em um veículo que amei desde criança.

Quanto aos ouvintes que apreciam o que se tornou a Rádio Guaíba, só tenho uma coisa a dizer: Há pessoas que buscam as drogas lícitas ou ilícitas para fugir da realidade; outros preferem mergulhar em um mundo paralelo de narrativas que atenda às suas expectativas de vida. Ali, se encontram com seus pares para trocar todo tipo de bobagens e preconceitos.

((o))eco é selecionado em projeto que fortalece a cobertura na Amazônia

((o))eco, veículo especializado na cobertura de natureza, meio ambiente, biodiversidade e política ambiental no Brasil, está entre as quatro organizações jornalísticas selecionadas para o projeto Conservando Juntos, que visa a fortalecer a cobertura da região Amazônica. ((o))eco é o único brasileiro entre os selecionados.

O projeto é de responsabilidade das organizações Internews e Earth Journalism Network. Os quatro veículos receberão entre US$ 13.000 e US$ 15.000 para desenvolver projetos visando ao fortalecimento de suas organizações e de seus jornalistas para a produção de notícias sobre crimes contra a conservação do meio ambiente, mudanças climáticas, soluções para mitigar os impactos do desmatamento, entre outros temas relacionados à Amazônia.

O projeto de ((o))eco tem o objetivo de promover o intercâmbio de conhecimentos entre jovens comunicadores da Amazônia e da Mata Atlântica no Brasil. Além do financiamento, as organizações selecionadas receberão apoio da Internews no desenvolvimento e execução das atividades do projeto.

Além de ((o))eco, foram selecionados projetos de El Foco (Perú), que formará jornalistas e comunicadores indígenas da Amazônia peruana na cobertura do tráfico ilegal da fauna selvagem; Rutas del Conflicto (Colômbia), que ajudará comunidades indígenas da Amazônia colombiana a produzir reportagens sobre créditos de carbono; e Yutopía/Consorcio de Comunicación por la Sostenibilidad (Equador), que pretende produzir matérias de investigação baseadas em soluções e criar uma rede de jornalistas amazônicos equatorianos.

Confira atualizações dos projetos no site da Earth Journalism Network.

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