A Globo fará mudanças em sua equipe de jornalismo que devem passar a valer em breve. Nilson Klava, repórter especializado em Política, assumirá o comando do programa Em Ponto, da GloboNews, em substituição a Tiago Eltz, que será o novo repórter especial do Jornal Nacional em São Paulo. As informações são de Mônica Bergamo (Folha de S.Paulo).
Tiago Eltz (Crédito: Instagram)
Eltz apresentava o Em Ponto desde julho de 2023, ao lado de Mônica Waldvogel, após a saída de Cecília Flesch. Apesar de deixar o Em Ponto, Eltz fará parte do rodízio de apresentadores da emissora e deve apresentar telejornais locais em São Paulo aos sábados e feriados. O jornalista está na Globo desde 2010 e foi correspondente da emissora em Nova York por cinco anos. Destacou-se em coberturas de fôlego, como a do acidente do avião da Chapecoense.
Klava, especializado em Política, está na Globo desde 2015 e faz parte do rodízio de apresentadores do Jornal Hoje aos finais de semana e feriados. Fez parte da cobertura das eleições de 2022 e cobriu a licença-maternidade de Aline Midlej no comando do Jornal das 10, da GloboNews. Para apresentar o Em Ponto, Klava terá que se mudar de Brasília para São Paulo, onde é ancorado o telejornal.
Abertas as inscrições para o curso Práticas de Comunicação em Instituições Públicas de Saúde. Realizado pelo Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (ICICT), a iniciativa visa orientar e conscientizar profissionais da comunicação e da saúde pública sobre a importância de rever métodos cotidianos de trabalho.
Buscando enfrentar desafios como desinformação e acessibilidade, o curso discutirá, entre outras pautas, o uso da linguagem simples para a produção de conteúdos diversos, preocupações éticas necessárias na escolha de imagens e fotografias que ilustrem temas da saúde e a inserção da acessibilidade de forma definitiva no cotidiano de comunicadores.
Podem participar profissionais das áreas citadas ou que tenham em sua trajetória alguma relação com elas. A capacitação é gratuita e presencial, com aulas no Campus Maré da Fiocruz, em Manguinhos, no Rio de Janeiro, às quartas-feiras, das 8h às 17h, entre 17/4 e 29 de maio.
O vice-governador de Rondônia, Sérgio Gonçalves da Silva, assinou um decreto que impõe sigilo sobre informações de interesse público referentes a atividades realizadas por ele e pelo governador do estado, Marcos Rocha. Segundo o decreto, as restrições são válidas até o fim do mandato dos políticos.
O decreto torna sigilosas informações sobre registros de visitantes no gabinete do governador de Rondônia e em residências oficiais; informações referentes a viagens do governador, do vice-governador e de seus familiares; e informações sobre despesas com alimentação, saúde e moradia.
Para o Fórum de Direito de Acesso a Informações Públicas, coordenado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), o decreto contraria a Lei de Acesso à Informação (LAI).
“A ação revela desprezo pela transparência pública e é um ataque direto ao cumprimento da Lei de Acesso à Informação no estado”, destaca o Fórum. “Os novos incisos de I a III do art. 24 do decreto devem ser imediatamente revogados e qualquer imposição de sigilo eventualmente concretizada com fundamento nesses dispositivos, anulada. A divulgação de atividades realizadas com o dinheiro público e por agentes públicos é requisito para um governo democrático e essencial para o controle social, um direito de todo cidadão brasileiro”. Leia a nota do Fórum na íntegra.
O repórter esportivo Caio Maciel, um dos principais nomes do Globo Esporte em São Paulo, deixou a emissora após seis anos de casa. Ele aceitou uma proposta para trabalhar na área de Marketing em Campinas, onde sua família mora. A informação é do F5 (Folha de S.Paulo).
O último dia de Maciel no Globo Esporte SP foi na quarta-feira (14), quando apresentou interinamente o programa. Além de repórter, Maciel fazia parte da escala de apresentação do Globo Esporte aos fins de semana, em substituição ao titular Felipe Andreoli.
“Depois de 15 anos como repórter, seis deles na Globo, apurando, cuidando, minuciosamente escrevendo e contando histórias de outras pessoas, chegou a hora de eu cuidar um pouco mais da minha. A gente se vê!”, escreveu nas redes sociais.
Além do Globo Esporte, Maciel apresentou blocos esportivos nos telejornais Hora 1 e Jornal da Globo, e fez parte da cobertura dos últimos Jogos Pan-Americanos, em Santiago, no Chile, em 2023. Antes da Globo, foi repórter esportivo da EPTV, afiliada da emissora no interior paulista.
Entra década, sai década, mudam as tecnologias de comunicação mas o desconforto entre assessores de imprensa e jornalistas que trabalham em redações parece não ter mudado muito.
É o que mostra uma nova pesquisa da plataforma internacional de distribuição de releases Cision PR, que pode ser vista na íntegra (em inglês) aqui.
A empresa entrevistou 3,1 mil jornalistas em 17 países com o objetivo de coletar insights capazes de ajudar os assessores a direcionarem seus esforços, construírem credibilidade junto às redações e assim aprimorarem os resultados de seu trabalho. As constatações não são novidade para os veteranos na atividade.
O que os jornalistas não querem dos assessores?
O estudo começa com a pergunta: o que os jornalistas não querem? Os entrevistados foram indagados sobre o que os faria bloquear contatos de um profissional de comunicação.
A resposta para 76% deles foi: ser inundado com sugestões de pauta irrelevantes.
Se isso já era importante há 20 ou 30 anos, quando as redações não eram tão enxutas e o excesso de informação despejado pelas redes sociais estava longe de se tornar uma realidade (ou um peso insustentável), é fácil entender por que dois terços dos profissionais de imprensa sentem-se incomodados com sugestões irrelevantes. Não há tempo a perder.
Em segundo lugar figura outro desconforto também associado ao tempo exíguo dos que sobraram em redações com equipes menores: fornecimento de informações imprecisas ou sem fonte indicada.
Essa prática foi apontada por 62% dos entrevistados como inadequada, em um contexto em que há pouco tempo para checagens e os jornalistas precisam confiar no que recebem, sem riscos de incorrerem em erros induzidos por um release.
Em terceiro lugar na lista do que seria motivo para um bloqueio aparece algo também relacionado à irrelevância: sugestões de pauta que se assemelham a folhetos de marketing, apontados por 57% dos consultados como motivo para bloqueio. São dois lados da mesma moeda: discurso corporativo que não seja transformado em uma pauta de interesse do público leva a sugestão a ser vista como irrelevante.
E o follow-up?
Quem trabalha em assessoria ou em redação deve estar se perguntando: “e o follow up?”. Ele aparece em quarto lugar, e esse pode ser um sinal dos tempos.
O que sempre foi tido como o principal incômodo perdeu importância diante das pautas irrelevantes, informações imprecisas e sugestões com cara de propaganda corporativa. Mas continua lá, lembrando aos assessores sobre o valor de equilibrar a ansiedade em ver a pauta aproveitada e o risco de entrar na lista negra.
Os itens seguintes que fazem jornalistas considerarem interromper contatos com um assessor são esquivar-se de perguntas / falta de transparência em respostas (46%), deixar de responder no mesmo dia ou no deadline (26%), cancelar entrevistas na última hora (25%), desrespeitar embargos (24%), abordagem não solicitada via mídias sociais (19%) e por fim, errar o nome do jornalista, crime fatal para 17%.
O que fazer para um relacionamento melhor?
Sabendo-se o que não fazer, então o que fazer? De novo, nada diferente do que jornalistas de redação já pediam há duas ou três décadas: entenda quem é o meu público e o que ele pode achar relevante.
Este foi o pedido de 74% dos entrevistados pela Cision PR. O tempo limitado para correr atrás de informações complementares influencia a opinião de 66% dos profissionais ouvidos: forneça dados e fontes especializadas.
O incômodo do follow-up, seja por telefone, e-mail ou redes sociais, motivou o terceiro desejo: stop spamming me!. Em seguida aparecem entenda e respeite meu deadline (42%), e dois pedidos bem alinhados aos tempos de redes sociais: mande sugestões curtas que me permitam produzir conteúdo rapidamente (38%), e inclua recursos multimídia, citado por 27%.
O que a pesquisa revela (ou confirma?) não é novidade para muitos que trabalham de um ou de outro lado do balcão. Mas vale como um alerta para ajustar processos e construir uma relação ganha-ganha.
Para receber as notícias de MediaTalks em sua caixa postal ou se deixou de receber nossos comunicados, envie-nos um e-mailpara incluir ou reativar seu endereço.
Estão abertas as inscrições para o curso online Jornalismo e Educação Midiática no combate à desinformação. Promovido pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e o programa De Olho na Rede, o curso discutirá os conceitos de educação midiática e formas de utilizá-los no combate à desinformação.
A oportunidade é destinada a profissionais, estudantes da área e demais interessados. Serão abordados temas como a relação da educação midiática com o jornalismo, fake news e desinformação, eixos da educação midiática, cidadania digital, infodemia e educomunicação. O curso tem mentoria de Ivone Rocha, especialista em Mídia Digital e pesquisadora em Educação Midiática, e Naia Veneranda, tradutora com especialização em Gestão de Comunicação em Hipermídia.
Com carga horária total de 12 horas, as aulas terão inicio em 6 de abril e serão realizadas aos sábados, no período da manhã. Os valores da participação são R$ 20,00 para profissionais sindicalizados e estudantes de jornalismo; R$ 40,00 para profissionais não sindicalizados e outros interessados. Inscrições e mais informações aqui.
A revista Você S/A, da Editora Abril, anunciou o fim de sua edição impressa. Em nota assinada pelo diretor de redação Alexandre Versignassi, a publicação informou que continuará exclusivamente online, com conteúdos sobre carreira e empreendedorismo. Os assinantes de Você S/A passam a receber a Veja Negócios.
“Esta é a última edição impressa da Você S/A. Os assinantes passarão a receber uma nova revista, a Veja Negócios, voltada ao mercado financeiro”, diz a nota, publicada na edição de fevereiro da revista. “Você S/A seguirá, mas exclusivamente online, com reportagens sobre carreira, empreendedorismo e desenvolvimento pessoal. Nos vemos lá”.
Atualmente, constam do expediente da revista o já citado diretor de redação Alexandre Versignassi, a editora Tássia Kastner, os repórteres Bruno Carbinatto, Camila Barros e Jasmine Olga, a editora de arte Juliana Krauss, e os designersKauan Machado e Tamires Mazzo.
Lançada em formato experimental em 1998, como uma revista derivada da Exame, a revista mensal Você S/A é voltada para o mercado empresarial, com reportagens sobre gestão de carreira e finanças pessoais. A publicação aborda temas como economia, empreendedorismo, carreira, desenvolvimento pessoal, mercado financeiro, criptomoedas, entre outros. Passou a ser publicada independentemente desde sua segunda edição.
John Shipton, pai de Julian Assange (Crédito: Paulo Pinto/Agência Brasil)
A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) está organizando para a próxima terça-feira (20/2) manifestações em prol da liberdade do jornalista Julian Assange, preso há quase cinco anos em Londres, com risco de extradição para os Estados Unidos.
Assange, fundador do site WikiLeaks, foi responsável por divulgar documentos que comprovam crimes cometidos pelo governo dos Estados Unidos contra países ao redor do globo, incluindo espionagem industrial e política. O jornalista é acusado de divulgação de dados sigilosos e espionagem, e, se for extraditado para os EUA, se tornará réu e pode pegar até 175 anos de prisão, em condições consideradas desumanas por diversas ONGs de direitos humanos.
Na semana que vem, nos dias 20 e 21 de fevereiro, ocorrerá em Londres o julgamento de recurso contra a extradição de Julian Assange para os Estados Unidos. A ABI alerta para os perigos para a liberdade de imprensa caso Assange seja extraditado.
“Se abrirá perigoso precedente legal. Qualquer pessoa poderá ser extraditada: jornalista, editor, denunciante, qualquer um, pois, nem mesmo a defesa do interesse público estará assegurado em um julgamento de espionagem. Na prática, o que está em julgamento é o direito de imprensa, de informação e de dissenso em nível internacional”, diz a entidade. “Por todos serviços prestados aos povos oprimidos, Julian Assange merece e precisa ser libertado porque, mais do que nunca, o mundo precisa de liberdade de imprensa, liberdade de expressão e de liberdade de informação. Não a extradição de Julian Assange! Liberdade para Assange já!”.
A ABI está organizando atos em defesa da liberdade de Assange na próxima terça-feira (20/2). Em São Paulo, a manifestação será no Consulado Geral Britânico (Rua Ferreira de Araújo, 741), às 18h.
No Rio de Janeiro, o ato está marcado para as 17h, no Consulado da Inglaterra (Praia do Flamengo, 287).
E em Porto Alegre, a manifestação será na Esquina Democrática, às 17h30min.
As entidades jornalísticas Abraji, Artigo 19, Jeduca, CPJ, Fenaj, Instituto Palavra Aberta, Instituto Vladimir Herzog e Repórteres Sem Fronteiras publicaram nota conjunta manifestando preocupação com a terceira fase da Operação Fake News.
Nesta, Enock Cavalcante e Alexandre Aprá foram alvo de uma busca e apreensão determinada pelo juiz João Bosco Soares da Silva, do Núcleo de Inquéritos Policiais (NIPO) em 6/2, no Mato Grosso. A investigação é resultado de um inquérito policial que tramita na Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI), instaurado a pedido do governador do estado, Mauro Mendes (UB).
O motivo são duas matérias publicadas no site Isso É Notícias, dirigido por Aprá. Elas teriam insinuado a existência de uma relação ilícita entre Mendes e o desembargador Orlando de Almeida Perri, do Tribunal de Justiça do Mato Grosso (TJ-MT).
O veículo replicou matéria da Repórter Brasil de 2023 sobre o desembargador, que também é sócio majoritário de uma empresa de mineração com garimpeiros investigados pelo uso de mercúrio ilegal. O site também publicou um artigo de opinião sobre o episódio, escrito por Enock Calvacante.
A investigação solicitou os dados cadastrais dos profissionais, tal como a retirada das publicações do ar. Em nota conjunta as organizações jornalísticas criticaram a ação: “Replicar reportagens de outros veículos e publicar artigos de opinião, mesmo que críticos, faz parte da atividade jornalística, fundamental para a manutenção da democracia. A tentativa de criminalização da profissão, cumulando delito de natureza privada com acusação de perseguição e associação criminosa, é uma grave violação à liberdade de imprensa. A operação desta semana também revela tentativa de violar o sigilo da fonte, prerrogativa fundamental da profissão jornalística”.
Sebastião Salgado (Crédito: Fernando Frazão/Agência-Brasil)
O fotógrafo Sebastião Salgado, referência mundial na área, anunciou sua aposentadoria da fotografia de campo. Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, Salgado, que completou 80 anos na semana passada, declarou que seu corpo está sentido os impactos de anos de trabalho em ambientes hostis e desafiadores, e que é hora de parar.
“Eu sei que não viverei muito mais tempo. Mas eu não quero viver muito mais. Eu já vivi muito e já vi muitas coisas”, declarou o fotógrafo, que percorreu mais de 130 países ao longo de décadas de trabalho. Salgado sofre com uma doença sanguínea resultante da malária que contraiu quando estava na Indonésia, e tem problemas de coluna devido a uma mina terrestre que explodiu o carro em que estava durante a guerra de independência de Moçambique, em 1974. Apesar dos problemas de saúde, segundo o The Guardian, o fotógrafo segue forte e ativo, capaz de caminhar e andar de bicicleta vários quilômetros por dia.
Mesmo se aposentando do trabalho de campo, Salgado não abandonou a fotografia. Ele é agora editor de seu próprio acervo de fotos, que reúne trabalhos realizados ao longo da carreira. O arquivo contém pelo menos 500 mil imagens, mas uma nova contagem mais recente deve ser feita em breve.
Além disso, está preparando diversas exposições para os próximos meses. Salgado está trabalhando com o Wende Museum, de Los Angeles, para montar uma exposição sobre trabalhadores industriais na União Soviética. Também prepara um projeto sobre suas primeiras fotografias com o Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo, e deve exibir mais de 250 fotografias sobre a Amazônia durante a COP 30, em Belém. Salgado terá suas fotografias expostas no Somerset House de Londres, em abril, evento no qual receberá o prêmio Sony World Photography Awards 2024 por sua contribuição ao setor da fotografia.
Sebastião Salgado nasceu em 1944 em Aimorés, Minas Gerais. Sua trajetória na fotografia teve início apenas em 1973, aos 29 anos. Trabalhou nas principais agências de fotografia do mundo, como a Magnum Photos, em 1979, e tornou-se referência mundial no setor. Em 1994, deixou a Magnum Photos e fundou sua própria agência, a Amazonas Images, ao lado da esposa Lélia Wanick Salgado, com quem está casado há 60 anos.
Seus trabalhos foram sempre muito premiados, com destaque para o projeto Amazônia, lançado em 2021, que trouxe fotos do cotidiano de tribos na região.