As entidades jornalísticas Abraji, Artigo 19, Jeduca, CPJ, Fenaj, Instituto Palavra Aberta, Instituto Vladimir Herzog e Repórteres Sem Fronteiras publicaram nota conjunta manifestando preocupação com a terceira fase da Operação Fake News.

Nesta, Enock Cavalcante e Alexandre Aprá foram alvo de uma busca e apreensão determinada pelo juiz João Bosco Soares da Silva, do Núcleo de Inquéritos Policiais (NIPO) em 6/2, no Mato Grosso. A investigação é resultado de um inquérito policial que tramita na Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI), instaurado a pedido do governador do estado, Mauro Mendes (UB).

O motivo são duas matérias publicadas no site Isso É Notícias, dirigido por Aprá. Elas teriam insinuado a existência de uma relação ilícita entre Mendes e o desembargador Orlando de Almeida Perri, do Tribunal de Justiça do Mato Grosso (TJ-MT).

O veículo replicou matéria da Repórter Brasil de 2023 sobre o desembargador, que também é sócio majoritário de uma empresa de mineração com garimpeiros investigados pelo uso de mercúrio ilegal. O site também publicou um artigo de opinião sobre o episódio, escrito por Enock Calvacante.

A investigação solicitou os dados cadastrais dos profissionais, tal como a retirada das publicações do ar. Em nota conjunta as organizações jornalísticas criticaram a ação: “Replicar reportagens de outros veículos e publicar artigos de opinião, mesmo que críticos, faz parte da atividade jornalística, fundamental para a manutenção da democracia. A tentativa de criminalização da profissão, cumulando delito de natureza privada com acusação de perseguição e associação criminosa, é uma grave violação à liberdade de imprensa. A operação desta semana também revela tentativa de violar o sigilo da fonte, prerrogativa fundamental da profissão jornalística”.

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