Por Cristina Vaz de Carvalho

Bernardo de laPeña morreu nessa segunda-feira (8/5), aos 48 anos, de câncer no cérebro, depois de dois meses internado na Casa de Saúde São José, no Rio de Janeiro. O corpo foi sepultado na tarde do mesmo dia, no cemitério São João Batista, em Botafogo.

Formado pela Faculdade da Cidade, especializou-se depois em Administração Pública e Judiciário na Escola de Políticas Públicas do Iuperj. No início da década de 1990, foi estagiário na sucursal do Estadão/Agência Estado no Rio.

Passou, então, à editoria Nacional de O Globo, na fase mais importante de sua carreira. Em 2001, ganhou o Esso de Informação Econômica, com Ricardo Boechat e Chico Otávio. No ano seguinte, com Chico, Renato Garcia e Rodrigo Rangel, o Esso de Jornalismo por uma série que circulava pelos subterrâneos do Judiciário, numa época em que pouco se publicava sobre as mazelas da magistratura.

Em 2003, foi para Brasília, cobrir a primeira posse de Lula presidente pelo Globo. Lá conheceu e trabalhou com Gerson Camarotti, com quem escreveu o livro-reportagem Memorial do escândalo, sobre o Mensalão. Publicou depois Um carioca no Planalto, memórias dos cinco anos que viveu em Brasília, a maior parte do tempo cobrindo o Planalto.

No auge da carreira, apareceram as primeiras manifestações do câncer, e ele diminuiu o ritmo de trabalho. Voltou para o Rio, alocado na coluna de Ancelmo Gois, que deixou para se adequar ao tratamento. Passou a trabalhar com o pai, José de laPeña, falecido em 2019, dono da empresa de comunicação corporativa Monte Castelo Ideias. Assim que possível, voltou às redações, ainda por um breve período, no Jornal do Brasil e no projeto Colabora. Nas redes sociais, ele mesmo se definiu como “jornalista e repórter, por gosto e profissão”.

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