Os repórteres Tatiana Dias e Gilberto Nascimento, do The Intercept Brasil, terão que depor ainda nesta terça-feira (9/5) na Polícia Civil de São Paulo por causa de uma investigação movida pelo Ministério Público de São Paulo a pedido da Igreja Universal do Reino de Deus.

O caso envolve a publicação, em julho do ano passado, da reportagem Igreja Bilionária que revelou um levantamento sigiloso do próprio MP-SP sobre como a igreja comandada por Edir Macedo embolsou, entre 2011 e 2015, R$ 33 bilhões em depósitos bancários, alguns deles sob suspeita de lavagem de dinheiro por parte das autoridades.

“Eles exigiram que a polícia nos investigasse para saber como encontramos esses documentos e quem nos entregou o material”, explica Tatiana. “A Universal quer descobrir quem é nossa fonte. Isso vai contra nosso direito constitucional de manter o sigilo das fontes, e a polícia quer que a gente colabore com isso. Somos obrigados por lei a comparecer. Mas, obviamente, quando eu e o repórter Gilberto Nascimento entrarmos naquela sala hoje, só teremos uma resposta para o delegado e a Universal: silêncio”.

Ela acrescenta ainda que o simples fato da investigação estar ocorrendo já é preocupante e que obrigar jornalistas a depor é totalmente ultrajante. “É uma intimidação e uma clara afronta ao nosso direito constitucional à liberdade de imprensa e à proteção da fonte”.


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