O governador do Rio de Janeiro Cláudio Castro tornou público na última quinta-feira (8/4), o veto à lei que mudava o nome do Estádio do Maracanã. Com isso, cai o projeto que pretendia alterar o nome oficial de Estádio Jornalista Mário Filho para Rei Pelé.
Desde o primeiro momento, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e a Associação de Cronistas Esportivos do Rio de Janeiro (Acerj) posicionaram-se contra a mudança, enviando cartas à Cláudio Castro pedindo que ele não aprovasse a proposta.
A ABI escreveu que, “ao mesmo tempo em que reconhece o mérito de todas as homenagens ao genial Pelé, que encantou o mundo com a sua arte, é preciso relembrar o importante papel desempenhado pelo jornalista Mário Filho, que recebeu o apelido de “criador das multidões”, para viabilizar a construção e criar todo o simbolismo que, há muitos anos, envolve este Estádio, inclusive internacionalmente”.
A decisão de mudança havia sido tomada em março deste ano pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) e o pedido de desistência foi feito pelo presidente da Casa, André Ceciliano (PT), na terça-feira (6/4). Ceciliano era um dos idealizadores do projeto e tinha como intuito, segundo ele, homenagear Pelé em vida.
Na carta enviada ao governador, a Acerj destacou que “Mário Filho foi um profissional importante para a identidade do Rio de Janeiro, criou aqui o primeiro jornal brasileiro dedicado apenas ao esporte. Colaborou para a popularização da cobertura jornalística do futebol trocando os termos rebuscados da época por expressões mais populares e o Maracanã muito contribuiu para isto. Foi Mario Filho quem cunhou a expressão Fla-Flu, um dos mais destacados clássicos jogados no estádio”.
Pernambucano, Mário Filho chegou ao Rio de Janeiro ainda criança e logo se tornou repórter no periódico A Manhã, jornal pertencente ao seu pai. Entretanto, foi no jornalismo esportivo que ele se encontrou. Nas décadas de 40 e 50, Mário deu início um debate que mobilizou os brasileiros; a construção de um estádio municipal para reunir os clubes cariocas e incentivar o esporte. Mas homenagem lhes foi dada apenas em 1966, quando o Maracanã foi rebatizado em memória ao seu maior entusiasta, após um mês do falecimento de Mário, que sofreu um ataque cardíaco.