Jeline Rocha, assessora de imprensa de Felipe Peixoto, coordenador de Cidade Inteligente da Prefeitura do Rio de Janeiro; Guilherme Barros, CEO da GBR Comunicação; e a filha Marina Barros

Por Jeline Rocha

Fevereiro de 2008! Estava eu de férias em Fortaleza quando recebi um telefonema da Marina, então com 16 anos e no primeiro dia do 3º ano do Ensino Médio. Aflita, dizia que a escola estava dividindo as turmas por áreas, ao que eu respondi perguntando o por que da ansiedade, se ela desde os 7 dizia que ia fazer Direito, pensando até em ser juíza? E ouvi a resposta: “Não quero mais fazer Direito. Quero fazer Jornalismo, mãe!”. Aí eu que fiquei nervosa e perguntei: “Então você desistiu de fazer direito para fazer errado?”. E bati, literalmente, o telefone. Em seguida liga o então namorado Patrick, hoje marido da Marina e pai dos seus três filhos, me pedindo para compreender porque era o que ela queria, escolha que eu também tinha feito. Chorei de nervoso! Afinal, eu sabia das dificuldades para conciliar família e crescer nessa profissão que exige muito trabalho com salários nem sempre compatíveis nem tão bons como os da turma do Judiciário, o primeiro caminho escolhido por Marina, a do meio das minhas três filhas…

Fato é que em janeiro de 2009 Marina fez a primeira fase do vestibular para Comunicação, mas por conta de uma septicemia causada pelo apêndice supurado, que lhe rendeu três meses de hospital, perdeu as outras provas. Por um verdadeiro milagre se recuperou, teve alta em abril e, atendendo aos meus pedidos, começou a fazer Direito em agosto daquele ano. O Guilherme não quis se envolver, dizendo apenas que ela, mais do que nunca, deveria seguir a carreira que quisesse e ser feliz… E após o primeiro dia de aula do segundo semestre do curso, Marina me ligou e disse que se eu não a deixasse fazer Comunicação desistiria de estudar e iria trabalhar. “A única coisa que eu quero é ser jornalista, mãe!”.

Chocada, telefonei para o Guilherme que, ao contrário de mim, ficou muito feliz… Em fevereiro de 2010 ela iniciou, enfim, o curso de Comunicação, e como um dos primeiros trabalhos da faculdade entrevistou o jornalista Gilson Monteiro sobre a profissão. Claro que veio me mostrar e já no lide me emocionei e procurei o Guilherme para dividir o que vi de cara: ela não poderia mesmo seguir outra carreira, a não ser o Jornalismo. Pensei e repensei, e vi que muito da sua decisão tinha a ver com o fato de ela ter crescido no meio de jornalistas, e mais, produzida por dois jornalistas workaholics. É mesmo uma questão do Jornalismo no DNA, como bem definiu o Aziz Filho, na época editor do jornal O Dia, ao ver o pedido de estágio da Marina: “Chico e Joana, o DNA da Marina não poderia ser melhor: Jeline Rocha e Guilherme Barros. Por favor levem isso em consideração na seleção dos candidatos para os próximos testes. Abraço”.

Assim escreveu o Aziz num e-mail para os então chefe de Reportagem e editora da Rio em relação a Marina, que havia passado dois anos no jornal O Fluminense – onde se fazia de tudo, e eu e o Guilherme também trabalhamos –, antes de uma temporada na Publicom e na assessoria de imprensa do Sindicato dos Policiais Federais do Rio. Começou em 2014 no Caderno Niterói de O Dia, onde ficou até 2016. Em janeiro de 2017, após vencer os receios normais do trabalho em família, começou na GBR Comunicação, onde hoje é sócia do pai.

Acertou o Aziz e acertou o Guilherme, pois Marina é realmente feliz com a profissão. E eu? Ah! Muito orgulhosa da filha jornalista que, como ouvi de diversos coleguinhas meus (hoje também dela), que foram seus chefes e professores, já demonstrava rapidez nos textos perfeitos em gramática, muita responsabilidade, objetividade e um potencial para crescer. E cresceu! Cresceu com um perfil que herdou do pai: a facilidade em fazer notas para colunas. Tanto que volta e meia me ajuda nessa produção. Afinal, família que trabalha unida, permanece unida…

Marina e Guilherme Barros

Por Marina Barros

O Jornalismo é parte da minha história. Filha de Guilherme Barros e Jeline Rocha, dois grandes nomes da profissão que eu tenho orgulho de ter seguido, lembro bem de estar em um shopping com meu pai e ter que sair correndo, literalmente, em busca de papel para que ele pudesse registrar a apuração de um telefonema despretensioso. Lembro também de ver minha mãe muitas vezes sair às 4h30 de casa para acompanhar gravações do Bom Dia Rio e voltar tarde da noite. Toda dedicação dos dois sempre foi um exemplo para mim. Entrei para a faculdade em 2010 e comecei a estagiar em 2012. Na minha vez não teve matéria “batida” em máquina de escrever ou textos enviados por fax, mas consegui trabalhar em redações tradicionais antes de passar para agência.

É um privilégio prazeroso ter conhecido a moda old school do Jornalismo que, sem dúvidas, vem se transformando. As redes sociais, por exemplo, ganham cada vez mais peso no consumo da informação, mas a visão de especialista do jornalista sempre será a melhor fonte. Acredito que os próximos anos ainda serão de transformação para a profissão, com novas lideranças chegando ao mercado com demandas de comunicação cada vez mais integradas e “fora da caixa”. Até por isso o jornalista tem que estar cada vez mais atento a todas as formas de comunicar, a cada nova oportunidade. Tem que pensar sempre no plus, para além do que já é feito pelos usuários comuns da internet.

Esse mundo da Comunicação que não para de se reinventar esteve sempre presente em todos os meus 30 anos de vida. E hoje posso dizer que é uma honra poder trabalhar e aprender com o meu pai, que foi por muitos anos um dos maiores colunistas de economia do País, até formar sua própria empresa, em 2013, sendo um líder sem igual, que inova a cada dia. Quero contribuir cada vez mais com a GBR e ver a agência conquistar cada vez mais o reconhecimento que merece.

Por Guilherme Barros

Com uma grande amiga, mãe das minhas filhas, e uma filha assim, ambas tão talentosas, brilhantes jornalistas que me inspiram todos os dias na minha vida, como não ser totalmente feliz com o Jornalismo?

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