Em artigo publicado no último domingo pela Folha de S.Paulo, Katia Brembatti, presidente da Abraji, e Bia Barbosa, coordenadora de incidência da Repórteres Sem Fronteiras, alertam para o possível desfecho do julgamento envolvendo a jornalista Juliana Dal Piva e o advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro, Frederick Wassef, que deve retornar à pauta do Tribunal de Justiça de São Paulo nos próximos dias.

Após a publicação do podcast A vida secreta de Jair, que foi ao ar em julho de 2021, a repórter do UOL recebeu uma mensagem do advogado da família Bolsonaro a ameaçando. Ela levou o caso para a justiça, que o condenou em primeira instância, mas na decisão o juiz Fábio Junqueira, da 6ª Vara Cível do TJ-SP, também sentenciou a jornalista por divulgar a mensagem com a ameaça, transformando a vítima em ré do seu próprio processo. Para o magistrado, a jornalista feriu a privacidade de Wassef.

No artigo, Katia e Bia lembram ainda que o “Supremo Tribunal Federal já pacificou, em diversas decisões, que é permitida a divulgação, pelas partes, de conteúdo de conversas, desde que haja uma motivação evidente, como interesse público ou estratégia de proteção. É o caso da repórter. Afinal, a exposição da ameaça leva, muitas vezes, ao recuo do agressor, sendo uma prova de possível autoria”.

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