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quarta-feira, abril 24, 2024

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Quase a metade dos britânicos já se informa por redes sociais

Especial Reino Unido

Luciana Gurgel

Por Luciana Gurgel (https://twitter.com/lcnqgur?lang=pt), especial para o J&Cia 

O acesso a notícias por mídias sociais parece ser um processo inexorável, e não apenas no Brasil. A pesquisa anual sobre fontes de informação do público britânico feita pela agência reguladora de telecomunicações do Reino Unido, a Ofcom, apontou que quase a metade da população do país já se informa por elas: 49%, contra 44% há um ano.

A TV continua a ser a plataforma mais utilizada entre os adultos do Reino Unido para notícias (75%), apesar de uma diminuição geral no uso desde o ano passado.

Quando se olha o resultado por faixa etária, é possível perceber para onde os ventos sopram. Para os jovens de 16 a 24 anos, a internet supera com boa margem a TV como meio de acesso a notícias (83% contra 51%). Na outra ponta, pessoas com mais de 65 anos são mais propensas a se aterem às plataformas mais tradicionais. O uso da TV nessa faixa etária é quase universal, alcançando 94%.

A diminuição do consumo de notícias na TV entre 2018 e 2019 reflete-se na diminuição do uso de várias fontes de notícias da BBC. Apesar de manter-se como fonte mais usada entre os adultos (58%), seu uso caiu desde o ano passado, quando era de 62%.

O acesso aos canais BBC News e BBC Two para informação também diminuiu. Ao mesmo tempo, cresceu a utilização das fontes online para notícias (incluindo Google, Twitter, WhatsApp e Instagram).

Ao olhar para todas as plataformas, os adultos do Reino Unido declaram usar a média de 6,7 fontes de notícias individuais. Isso pode em parte explicar os resultados: tendo mais alternativas à disposição, fica mais fácil encantar-se por outras opções de informação.

Mas quando se trata de confiabilidade, quem ficou mesmo bem na pesquisa foram as revistas. Apenas 37% dos usuários de mídias sociais para consumo de notícias acreditam que estas sejam imparciais. A avaliação sobe para 78% entre usuários de revistas, 62% para TV, 61% para rádio e 58% para jornais.

E para quem pensa que a turminha pequena só quer saber de entretenimento, a Ofcom avisa: seis entre dez britânicos na faixa de 12 a 15 anos declaram-se “muito interessados” em notícias. Levando-se em conta que são nativos digitais, não é difícil imaginar que eles compartilhem dos mesmos hábitos daqueles um pouco mais velhos.

Mas quem quiser capturar essa audiência vai ter que se esforçar para agradar. Dos quatro entre dez que se disseram pouco interessados, 41% acham o noticiário “chato”.

BBC afetada – As tendências indicadas por esse e por outros estudos com resultados mais ou menos semelhantes são um desafio para toda a indústria jornalística. Mas devem ser motivo de grande preocupação para a BBC, que depende da taxa anual cobrada dos usuários.

Pela primeira vez em dez anos o número de pagantes caiu no período 2018/2019 – 37 mil a menos, apesar do crescimento da população.

Se mais gente troca a TV pela internet e deixa de pagar a taxa, a emissora terá um baque importante nas suas finanças, que já não andam bem. O último resultado apontou déficit de £ 52 milhões, contra um lucro de £ 244 milhões no exercício anterior.

Para tentar uma saída, a emissora anunciou há poucas semanas a intenção de passar a cobrar a taxa das pessoas acima de 75 anos que tenham condições financeiras para pagar, o que está gerando grande controvérsia.

Já as redes sociais parecem ter um caminho mais tranquilo, se conseguirem equacionar a questão da credibilidade. Ainda um calcanhar-de-Aquiles para elas, principalmente no Brasil.

Um outro estudo, do Instituto Reuters, apontou que 85% dos brasileiros preocupam-se com o que é real ou fake news na internet. Uma taxa mais elevada do que aqui no Reino Unido (70%) ou nos Estados Unidos (67%).

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