
O repórter Jairo Silva Júnior (Rádio Transamérica de Curitiba – PR) foi detido por PMs de Santa Catarina (PMSC) na última terça-feira (19/11), durante transmissão do jogo entre Criciúma e Paraná, após ele registrar agressões dos policiais a membros da comissão técnica do Paraná Clube.
Em entrevista ao UOL, Jairo contou que os policiais tentaram tirar o celular de sua mão com brutalidade, afirmando que existe uma lei estadual que proíbe filmagem de ações policiais, e que quem o fizer terá o celular apreendido como prova de defesa da PM. Porém, segundo a Assembleia Legislativa de Santa Catarina, não existe uma lei que restrinja a filmagem de ações políciais ou que obrigue a retenção dos celulares para averiguação. O repórter foi liberado depois do término do jogo, mas seus dois celulares foram apreendidos.
“Em nenhum momento filmei o campo, os jogadores”, relatou Jairo. “Tentei fazer o registro jornalístico da ação policial contra Alex Brasil (diretor de futebol do Paraná) e Irapitan Costa (assessor de imprensa do Paraná). O supervisor da CBF Robson Cechinel me viu, veio até mim e tentou tirar o celular da minha mão de maneira brusca. Como não conseguiu, chamou os PMs”.
Em nota, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão repudiou a ação dos militares catarinenses e afirmou que “nada justifica a agressão a um repórter que está devidamente identificado como imprensa e no exercício da profissão. A plena liberdade de informação jornalística está garantida na Constituição Federal e não pode, em qualquer circunstância, ser desrespeitada”.