Demitri Túlio, colunista de O Povo (CE), recebeu diversos ataques nas redes sociais por causa de um artigo com críticas à postura do Colégio Militar de Fortaleza, que planeja a retomada das aulas presenciais – o que vai contra a determinação do Estado – e que ordenou aos professores que não citem o coronavírus em provas. Vale lembrar que o artigo foi publicado em um espaço destinado à opinião de Demitri.
O colunista teve acesso a um documento denominado Orientações para a 2ª AE on-line, assinado pelo coronel Alfredo Ferreira Nunes, chefe da Seção Técnica de Ensino do colégio, onde estava escrito “para a 2ª AE, evitar formular questões relacionadas à Codiv-19”. Demitri também teve acesso a troca de e-mails, lives e mensagens de Whatsapp nas quais havia determinação dos gestores coronéis para evitar também usar nos canais de comunicação do colégio as hashtags #fiqueemcasa e #isolamentosocial.
Em entrevista ao Portal Imprensa, Demitri explicou que, “no artigo, eu opino e digo que o colégio tinha posturas negacionistas e está provado. Mostrei que foi feita uma consulta aos pais, se queriam que voltassem as aulas presenciais, porque o colégio tinha tentado por duas vezes voltar, quando o decreto do governo do Ceará proíbe”. Segundo a consulta, quase 70% dos pais são contrários à retomada das aulas.
O colunista e até o jornal O Povo estão recebendo ataques nas redes sociais por causa do artigo. Um dos pais puxou um abaixo-assinado dizendo que Demitri proferiu calúnias, injúrias, difamação. A foto do jornalista está no documento. Demitri disse que “nunca publiquei conteúdo falso. Estão retirando da comunidade o direito de discutir a Covid. A pandemia não acabou, o debate tem que estar presente”.
O presidente do Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce) Rafael Mesquita declarou que os ataques a Demitri são “tarefa coletiva de negar a realidade. (…) A onda de ódio que se espalhou pela internet e ataca a honra do jornalista Demitri Túlio ganhou inclusive petição online, e a gente está aqui para defender o jornalismo e o jornalista, para defender o direito de informar do Demitri. Nós confiamos no trabalho do jornalista Demitri Túlio, confiamos na apuração dele e de sua equipe”.
A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) anunciou em 30/7 os vencedores do VIII Prêmio República, que visa a identificar e dar visibilidade à atuação dos membros do Ministério Público Federal. Na categoria Jornalismo, dividida em Rádio, Televisão, Web e Impresso, os vencedores foram, respectivamente, Rádio Senado, Record TV, Época e Correio Braziliense.
A Rádio Senado foi vencedora com a série Os Sonhos que não envelhecem, produzida por Rodrigo de Castro Resende e Cristiane Calixto Costa Melo, que conta histórias de alfabetização de cidadãos já adultos.
A reportagem A Escravidão no Século XXI, do Câmera Record (Record TV), ganhou o prêmio em Televisão. O trabalho, que denuncia a exploração em plantações de cacau, foi feito por Marcelo Magalhães Menezes, Adriana de Farias, Marcus Fabricio Moraes Reis, Gilson FredySouza de Oliveira, Caio Roberto Pedroso Laronga, Diego William Molina Martins, Rafael Ramos, Gustavo Marcelo Costa, Mateus Bueno Munin, Pablo Toledo Florentino da Silva, Renan Larangeira e Renata Garofano.
Já em Web, a revista Época venceu com a reportagem Sagrado Perseguido, produzida por Juliana Dal Piva, Nicollas Witzel e Cíntia Cruz, que reúne casos de perseguição a praticantes de religiões africanas entre 1890 e 1942, período em que vigorou uma lei no Brasil que proibia professar uma fé que não fosse a católica.
E em Impresso, levou o prêmio a série de reportagens O pomar do Pros, do Correio Braziliense. O trabalho, de Alexandre de Paula Souza e Silva e Ana Louise Nunes Viriato, denuncia irregularidades na prestação de contas do partido Pros nas últimas eleições à Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).
A National Geographic fornece apoio a projetos jornalísticos que contam histórias de florestas tropicais e apresentem soluções para resolver problemas ambientais nesses ecossistemas. A iniciativa prioriza projetos de jornalistas de regiões relevantes, como bacia do rio Amazonas, bacia do rio Congo e florestas tropicais no sudeste da Ásia. As inscrições vão até 21 de outubro.
Podem inscrever-se jornalistas, contadores de histórias, influenciadores digitais e criadores de conteúdo nos formatos foto, filme, texto, mapas, dados, entre outros. Os candidatos aprovados receberão apoio financeiro de US$ 5 mil a 70 mil e terão um ano para realizar as propostas. O orçamento deve ser claramente justificado na proposta e as candidaturas precisam conter o plano para avaliar o impacto do trabalho. Inscreva-se!
Mariana Godoy e Zeca Camargo (Crédito: Reprodução / Instagram)
A Bandeirantes adiou o novo programa matinal apresentado por Zeca Camargo e Mariana Godoy, que estava previsto para estrear nesta segunda-feira (3/8). Em vídeo publicado em suas redes sociais, Zeca disse: “Aqui é sempre tudo muito transparente então faço questão de contar para vocês que a gente ganhou mais uma semana para fazer esse programa. Vai ficar lindo, incrível, dez. Aliás, vai ficar com a sua cara”. Ele não informou a nova data de estreia.
O programa, que irá ao ar de segunda a sexta-feira, às 9h, ainda não tem um nome definido, que será revelado apenas no momento da estreia, depois de uma votação do público entre quatro opções: Vem com a gente, Nossa manhã, Bom te ver e Melhor agora.
Em live realizada na BandTV em 30/7, Zeca e Mariana deram detalhes do novo programa. Segundo eles, a interação com os telespectadores será o principal pilar da atração, com o objetivo de trazer a visão do brasileiro sobre determinados assuntos de forma interativa. Contará com quadros gastronômico, musical, turístico, humorístico, financeiro e um espaço especial reservado para falar sobre carnaval.
Um dos quadros é Me Dá Uma Chance, que oferece espaço para artistas com menos visibilidade mostrarem seus trabalhos. Zeca comentou: “Nesse isolamento, quantos músicos têm na internet que a gente está descobrindo?”.
Outro será Vem me Visitar, que mostra pontos turísticos sob a perspectiva dos próprios telespectadores. Mariana explicou que “esse é um programa que é feito por você. O que você tiver para mostrar, a gente quer ver. Mas a gente quer que você mostre, porque é você que é o local, você que está fazendo o programa”.
Outras atrações do novo matinal da Band incluem o quadro Nó na Crise, que mostrará histórias de superação alternativas e soluções para lidar com a crise econômica; um espaço para discutir a educação no País; e até um quadro para falar sobre o carnaval, intitulado Cadê Meu Carnaval. Zeca e Mariana disseram também que o programa contará com quatro comentaristas, que vieram da internet.
Coronavírus aumentou desigualdade de gênero nas redações, diz FIJ
A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) fez uma pesquisa sobre as condições de trabalho de mulheres jornalistas em meio à pandemia. Os resultados indicam que mais da metade das entrevistadas não consegue conciliar vida profissional e pessoal (62%); também quase metade teve consequências severas em suas responsabilidades profissionais (46%); e cerca de 27% tiveram alterações no salário.
A FIJ entrevistou 558 mulheres jornalistas, em 52 países, de 19 a 30 de junho. Os dados revelam também que aproximadamente 75% das participantes declararam aumento de estresse por causa de múltiplas tarefas; quase 70% afirmaram que os níveis de assédio e intimidação não mudaram durante a pandemia; mais da metade teve a saúde mental afetada e problemas com insônia; e apenas quatro de cada dez receberam equipamento de proteção de suas empresas.
As entrevistadas enumeraram alguns motivos para o aumento de estresse: trabalho em isolamento, assédio dos chefes, cuidado da família e da educação domiciliar, tensões domésticas, aumento da carga de trabalho e habituais ajustes de prazo, longas jornadas de trabalho, impacto psicológico da cobertura da Covid-19 e temor de perder o emprego. Em geral, elas concordam que a melhor forma de resolver a desigualdade de gênero é promover mais financiamento, melhores salários e mais oportunidades de ascensão profissional.
Maria Angeles Samperio, presidente do Conselho de Gênero da FIJ, declarou que “os meios de comunicação e os sindicatos devem fazer muito mais para abordar as desigualdades de gênero e ter em conta a conciliação da vida laboral e privada nestes tempos turbulentos. Devem escutar os pedidos das mulheres que têm sido profundamente afetadas pelo estresse durante a Covid-19 e responder a elas. É hora de estabelecer políticas adequadas de teletrabalho, garantir o apoio às mulheres em suas tarefas familiares e proporcionar-lhes um trabalho decente e com igualdade de remuneração”.
Jornalistas contam as dificuldades de produzir imagens durante a pandemia
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) entrevistou cinco jornalistas de Rio de Janeiro, Manaus e São Paulo sobre a captura de imagens durante a pandemia, algo que mexeu com ética, segurança e conduta dos fotojornalistas. Os profissionais precisam ter disciplina rígida para evitar contaminação, e, ao mesmo tempo, respeitar a privacidade e direitos dos pacientes atingidos pela Covid-19.
Os entrevistados foram Mauro Pimentel, fotógrafo da Agência France-Presse; Alexandro Pereira, cinegrafista da Rede Amazônica, afiliada da Rede Globo; Matheus Guimarães, fotógrafo e cinegrafista do portal Voz das Comunidades, Naná Prudêncio, fundadora da Zalika Produções; e Eduardo Anizelli, fotógrafo da Folhapress.
Eles falaram sobre fotos tiradas em hospitais de campanha, UTIs, agentes desinfectando vias, ruas vazias, aglomerações, vidas e mortes. Como se arriscaram para levar informações sobre a pandemia e mostrar a situação da doença em lugares de pouca visibilidade, destacam a necessidade de avaliar muito bem a pauta, priorizando a saúde e seguindo as recomendações de higiene; além de analisar a relevância e o respeito às fontes, pois, ao mesmo tempo em que é importante que as pessoas saibam o que está acontecendo na região onde moram, é preciso respeitar o luto e a privacidade das vítimas e familiares, e sempre pedir autorização para divulgação.
Auxílio emergencial do Google ajudou cerca de 5.600 veículos no mundo
O Fundo de Auxílio Emergencial ao Jornalismo, organizado pela Google News Iniciative, já ajudou cerca de 5.600 veículos de notícias ao redor do globo. Foram direcionados US$ 39,5 milhões em recursos para pequenas e médias empresas em 115 países.
A iniciativa visa a ajudar publicações e sites de notícias que enfrentam dificuldades financeiras por causa da crise econômica agravada pela pandemia. Após o anúncio do Fundo, o Google recebeu mais de 12 mil solicitações. Quase 60% dos beneficiários são veículos impressos e digitais.
O projeto permitiu que o Google identificasse determinadas tendências no jornalismo local pelo mundo. No que se refere à publicidade, metade dos veículos que receberam recursos do fundo disse ser totalmente dependente de anúncios. Outros dados relevantes são que 30% operam com alguma forma de paywall e 18% dependem de contribuições de associações locais para trabalhar. Além disso, cerca de 20% dos responsáveis pelas publicações priorizam mudanças culturais que incluam diversidade, equidade e inclusão nas redações.
O Observatório da Ética Jornalística (objETHOS) lançou o Guia de Cobertura Ética da Covid-19. Diferente de outros materiais em circulação, é um guia inédito porque se concentra em questões éticas, ainda mais sensíveis e delicadas neste momento. Produzido pela equipe do objETHOS, foi especialmente planejado para estar à mão – por isso, pode ser baixado no celular. Confira!
O canal Um Brasil, plataforma multimídia da FecomercioSP, entrevistou o jornalista e escritor chileno César Jiménez, professor doutor de comunicação e mídia na Cardiff University School, em Londres. Em conversa com Daniel Buarque, Jiménez falou sobre a crise global causada pelo coronavírus, como a Covid-19 deixou de ser um problema local da China para se tornar um problema mundial, a imagem do Brasil na imprensa internacional, como a pandemia altera o posicionamento da população chilena em protestos de rua, como ficarão as relações dos países pós-pandemia, o nacionalismo e a globalização, entre outros. Assista à entrevista aqui.
A Fundação Merck anunciou o Prêmio Fique em Casa, voltado a jornalistas da América Latina, que valoriza trabalhos que informem e aumentem a conscientização sobre como se manter seguro e saudável mental e fisicamente durante a pandemia. O melhor trabalho receberá US$ 1 mil. As inscrições vão até 31 de agosto.
O prêmio tem quatro categorias: Multimídia, Impresso, Online e Rádio. Mais de um vencedor será escolhido em cada categoria. Para inscrever-se, é preciso enviar o trabalho para o e-mail submit@merck-foundation.com, contendo dados pessoais do candidato, nome, gênero, país, tipo de mídia, endereço de e-mail e número do celular.
A Aberje e a TV Cultura promovem nesta quinta-feira (30/7), das 16h às 17h30, mais uma edição do Lab de Comunicação para Mobilidade. Virtual, discutirá como está a comunicação sobre a mobilidade urbana durante a pandemia, abordando desafios e propostas para o presente e futuro próximo. Participarão do debate Nelson Silveira, diretor de Comunicação da GM Mercosul, Leão Serva, curador do Lab e diretor de Jornalismo da TV Cultura, e Hamilton dos Santos, diretor-geral da Aberje. As inscrições são gratuitas, mas com vagas limitadas.
O Observatório da Ética Jornalística (objETHOS) lança o Guia de Cobertura Ética da Covid-19, que visa a fazer com que profissionais de imprensa atentem para determinados tópicos enquanto cobrem a pandemia de coronavírus, como abordagem e respeito com as fontes, com o público e com os próprios jornalistas, além do cuidado com as informações que recebem e publicam.
Rogério Christofoletti, um dos coordenadores do objETHOS, explicou que o guia surgiu quando eles constataram que “havia pouquíssimas referências do tipo em língua portuguesa, e nenhum guia específico com aspectos éticos. Esperamos contribuir com os colegas jornalistas com mais este material de orientação”. A obra é uma iniciativa do departamento e do programa de pós-graduação em jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina.
Dividido em quatro seções, o guia é gratuito e digital, com o objetivo de estar sempre à mão dos jornalistas, acessível via celular para facilitar a consulta. A obra contém também links que direcionam o leitor para outros manuais e referências sobre a cobertura da pandemia e ética do jornalismo.
A Record estreou na quarta-feira (29/7) o podcastJR 15 min, conduzido por Celso Freitas. O programa vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 18h, com duração de 15 minutos e a participação de um repórter e de um especialista convidado. O tema é sempre algum assunto de destaque do Jornal da Record, com uma abordagem mais aprofundada. Os aspectos mais importantes do tema selecionado são discutidos pelos participantes numa espécie de mesa-redonda virtual, gravados em estúdio. Há uma equipe de jornalistas da emissora dedicada exclusivamente à produção desse novo conteúdo.
Afastado da bancada do Jornal da Record desde março, por causa da pandemia, Freitas já atuava, de casa, no Live JR, programa de entrevistas lançado em maio. “Estar à frente do JR 15 min é um prazer que compensa esse isolamento da pandemia. Assim como a Live JR, é a oportunidade de vivenciar a notícia com os repórteres e um especialista”, afirma.
Fazer pergunta é ferramenta para todo jornalista. Dentro de uma coletiva de imprensa, quando a pergunta é a certa, a ferramenta transforma o jornalista em autoridade entre os colegas. Tal transformação alimenta a alma e motiva nossa atenção para atingir sempre a pergunta certa diante da fonte que lhe trará o conteúdo.
Se houver incentivo, então, como os prêmios imprensa, maior a capacidade de concentrar a atenção no fazer a pergunta certa e encontrar o conteúdo que se deseja, seja aquele que denuncia ou o que conecta com a necessidade do público.
Isso foi o que vivi como jornalista dos anos 1990 até a primeira década do novo milênio. Aprendi a concentrar atenção no conteúdo e buscar o lead pra vencer os prêmios.
Parece que Jô Elias também viveu o hábito de concentrar sua atenção no conteúdo antes de receber o chacoalhão da head hunterFátima Zorzato que contribuiu para virada dela ao corporativo: “Como jornalista, pessoa de conteúdo, você sabe fazer as perguntas certas, domina bem esse conhecimento, mas para falar com corporativo, você vai perder o jogo senão aprender a se colocar no lugar do outro”.
O “lugar do outro” que todo jornalista pode aprender para ocupar a gestão da comunicação corporativa é uma chacoalhadinha na cabeça, um “piscar de olhos” do uso da nossa atenção, como ensina Jô: “Quando você é repórter, se interessa pela história dos outros e quer contá-la de forma que seja interessante a outras tantas pessoas. Na empresa não é diferente. Eu procuro me colocar no lugar de quem precisa comunicar seu produto, seu serviço, sua imagem institucional, para entender às suas necessidades e, então, encontrar a melhor estratégia”.
Jô deixa claro o quanto o jornalista pode mediar qualquer relação entre conteúdo e públicos. Também não tenho dúvida dessa capacidade. A pergunta é: o quanto você já reconheceu que ser mediador é usar as suas habilidades de atenção e foco?
Cada ser e o Ser Maior
Pergunto isso porque, dentro das organizações, colocar-se no “lugar do outro” é compreender como cada pessoa pensa, sente e age diante daquela estrutura organizacional, da posição que ocupa e da forma como se relaciona com as tarefas que entrega. De novo, um mediar de relações… só que desta vez o pedido é de escuta e simultaneidade.
Para entender cada pessoa, a gente olha para a natureza do ser humano, com suas generalidades e especificidades, através dos arquétipos. Olhar para cada pessoa, a partir de como ela pensa, sente e age na sua relação com o contorno organizacional, que tem uma estrutura viva e que pulsa de acordo com os objetivos, as atitudes e as capacidades das lideranças, é a ferramenta do profissional de desenvolvimento.
Dentro de uma facilitação, quando a escuta é profunda, as ferramentas citadas transformam o facilitador em parte do Todo, o Ser Maior, que é a própria organização. “Ver todo sistema como um só ser em vez de focalizar cada parte componente”, ensina Allan Kaplan, um dos meus mestres na área de desenvolvimento. E continua: “Depois, precisamos aprender a compreender os padrões arquetípicos que permeiam o processo humano e social e, por outro lado, a ler a unicidade dos caminhos individuais que se manifestam através desses padrões arquetípicos”.
A atenção e o foco do jornalista contribuem para desenvolver a escuta e a simultaneidade porque são habilidades opostas, mas dentro do mesmo âmbito sutil: o conhecimento. Há, no entanto, uma “fórmula” que contribui exponencialmente caso haja o desejo de exercer uma liderança colaborativa: o autoconhecimento. Esse foi o grande ouro que recebi desta conversa com Jô Elias, que, ao ser questionada sobre a origem de ela ter uma linguagem de liderança diferenciada, respondeu que eram seus anos de terapia com Rodinéia Padilha, sua psicanalista kleiniana, que faleceu em 2018.
“Foi meu MBA da Alma”, revelou Jô. Agradeço, celebro e grito: uhu, ouro, ouro, ouro! Achei a líder que reconhece o valor do autoconhecimento para liderar equipes, negócios e mensagens”. Obrigada, Maria José Elias! Fiquei tão entusiasmada com o reconhecimento de Jô para liderar a comunicação da Tereos que nem percebi o efeito do prêmio que ganhei como profissional de desenvolvimento e colunista deste editorial. Agora, sim, posso despedir-me da pele de jornalista para disseminar a Liderança Colaborativa, grata aos sete entrevistados – das edições 1.250 a 1.264 − que tiveram sua virada com a referência do jornalismo.
Pois, liderar de forma colaborativa só é possível para quem o conhece suficientemente a ponto de identificar as vozes internas que as impede de escutar o outro, o diferente e o futuro. Que venha o meio do caminho: as Relações Públicas!
Jô Elias
Box do Líder
Jô Elias
TEREOS
Líder: Global
Filosofia: dar o exemplo, ouvir as pessoas, entender as diferenças de estilo para tirar o melhor de cada um. Enquadrar todo mundo para fazer as coisas do seu jeito é um desastre. Pode até gerar resultado mediano, mas não dá pra esperar criatividade e inovação.
Referência: Sheryl Sandberg
Tempo da Jornada
Jornalismo: 13 anos
Destaque: JT, RNT, IDG e Clarín
RP: não atuou em agências de comunicação
Corporativo: 14 anos
Destaque: Nokia, Microsoft e Tereos
Formação: Comunicação Social – Universidade Metodista de São Paulo
Ela traz a diversidade cultural no DNA. Do lado materno, o gosto pela música – sua mãe trabalhou 36 anos na gravadora Copacabana. Do pai, que já foi locutor de rádio e passou pelas antigas Vasp e Varig, veio o interesse por fotografias e viagens. O reflexo surge nos idiomas. Fala inglês, francês e espanhol, o que contribuiu muito com sua jornada global.
Começou sua carreira no extinto Jornal da Tarde,com uma coluna sobre videogames, ideia do então diretor de Redação Fernão Lara Mesquita. “Uma oportunidade de ouro para uma foca ter coluna assinada”, conta. Foi nessa época – depois de algumas confusões com seu nome – que Maria José Elias decidiu assumir o Jô na sua assinatura.
Passou por curto período no IDGNow!, onde aprendeu tudo sobre internet e chegou no divisor de águas em sua carreira convidada por Vivien Rosso: o Cidade Internet, portal do Clarín no Brasil. “Foi minha primeira experiência como executiva. Montei uma equipe de 40 pessoas, incluindo profissionais de áudio e vídeo, para o portal Cidade Internet, numa época em que a banda larga engatinhava”. Seu próximo passo a levou ao fenômeno Telecom, quando rolava a fertilidade da banda larga móvel e Jô Elias tornou-se editora da RNT.
A hora da virada veio com a Nokia, quando Yolande Pineda apostou na potência de Jô como gerente para o Brasil. “Tive a sorte de começar a comunicação corporativa numa forte cultura globalizada”. Quando a Nokia vendeu sua área mobile, juntou-se ao time Microsoft na América Latina.
Em 2017, Jô Elias achou que era hora de desbravar um terreno novo. Viu a chance de aprender algo do zero e conhecer o agronegócio com a proposta da Tereos, empresa francesa líder do setor sucroenergético. “Eu, um bicho da cidade, paguei o mico de ir de sapatilha na minha primeira visita ao canavial…”, conta. O fato de falar francês ajudou, mas o que Jô acredita que faça mesmo a diferença é seu interesse pelo outro. Sem dúvida, o interesse e a prática da escuta para liderar negócios, mensagens e pessoas.
O projeto Voces del Sur, composto por Abraji e outras dez entidades defensoras do jornalismo, lançou o dossiê 182 dias de contrastes: a situação da imprensa na América Latina, que contabilizou 630 ataques a jornalistas na região entre janeiro e junho.
A pesquisa, que leva em conta dados de 11 países latino-americanos, incluindo o Brasil, indicou que 708 profissionais e veículos de imprensa foram alvos de agressões. Segundo a Abraji, dos 630 ataques, 167 ocorreram no Brasil. Os ataques mais frequentes são agressões físicas, seguidas de discursos estigmatizantes feitos apenas por políticos e agentes públicos.
O documento destaca a emergência de uma nova agenda comum entre os meios de comunicação latino-americanos, além dos perigos da desinformação, vista como uma ameaça à democracia.
Juliana Fonteles, assessora jurídica da Abraji, declarou que “na América Latina, houve endurecimento das represálias estatais contra a imprensa e imposição de embaraços à disseminação de informação sobre o quadro epidemiológico. Além disso, as tentativas de contenção de desinformação que já estavam sendo discutidas, como o PL das fake news, tiveram maior espaço nesse período, contribuindo para comprometer o livre exercício do jornalismo”.
Os programas Troca de Passes (SporTV) e Sportscenter (ESPN) interagiram durante 30 minutos, com homenagens ao apresentador. Participaram da transmissão o apresentador Fred Ring e o comentarista Paulo Nunes, pelo SporTV, e a apresentadora Marcela Rafael e o comentarista Paulo Calçade, da ESPN. Eles relembraram a parceria com Rodrigo Rodrigues, muito querido por colegas de profissão, conhecido por seu bom humor, carisma e generosidade.
A homenagem conjunta teve também depoimentos do ex-jogador Zico, do ex-jogador e comentarista da ESPN Alex, do ex- ESPN José Trajano, do narrador da Globo Galvão Bueno, do ex-jogador e comentarista do SporTV Petckovic, do ex-treinador e comentarista do SporTV Muricy Ramalho e do comentarista do SporTV Raphael Rezende.