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segunda-feira, junho 2, 2025

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SIP cria campanha para homenagear jornalistas assassinados

A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) criou a campanha Lápices Inmortales (Lápis imortais, em espanhol), que visa a homenagear jornalistas assassinados e aumentar a conscientização sobre a impunidade a muitos crimes contra a categoria.

O lançamento oficial da campanha será nesta quarta-feira (21/10). A SIP convoca veículos e profissionais de imprensa a compartilharem e publicarem o conteúdo do projeto e sobre temas relacionados.

Grupo espalhava fake news no Rio de Janeiro no século 19

Reportagem da Deutsche Welle reproduzida pelo Poder360 mostra que, no Rio de Janeiro, de 1830 a 1860, um grupo decidiu propagar informações falsas sobre políticos. O objetivo era atacar deputados “mentirosos” com mentiras sobre eles.

O grupo chamava-se Sociedade Petalógica do Rossio Grande, que posteriormente congregou nomes como os dos escritores Machado de Assis e Joaquim Manuel de Macedo, o jornalista e político Quintino Bocaiúva e o magistrado e político Eusébio de Queirós.

Os membros do grupo reuniam-se na Praça da Constituição, hoje Praça Tiradentes, e publicavam as fake news no periódico A Marmota Fluminense. As notas publicadas por eles eram replicadas em outros jornais, como Diário do Rio de Janeiro e Correio Mercantil.

Segundo a historiadora Cristiane Garcia Teixeira, apenas os mais atentos percebiam que as notas eram falsas. E o propósito era este mesmo: mostrar que alguma coisa estava errada. Um texto publicado em 1853, por exemplo, afirmava que as praias estavam em perfeitas condições e que “as famílias podem voltar a frequentar esses ambientes cuja administração é digna de elogios“. Mas, na realidade, naquela época, os espaços públicos vinham recebendo críticas e não apresentavam boas condições.

Cristiane destaca que essa produção de inverdades tinha cunho político. “Eram críticas geralmente endereçadas. Os maiores alvos eram os vereadores e os deputados. Mas eles também falavam da conservação dos passeios públicos, da Igreja e faziam outras críticas sociais“. O grupo esteve ativo por cerca de 30 anos.

Unesco faz consulta online para combater desinformação

A Unesco e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) lançaram a consulta Formando um caminho para um ecossistema de informação melhor − respostas eficazes de governança, mídia, internet e construção da paz à desinformação, que tem o objetivo de reunir informações, experiências, evidências e perspectivas sobre os impactos da desinformação.

A iniciativa convoca a participarem pesquisadores, agências da ONU, grupos da sociedade civil, formuladores de políticas, profissionais da mídia, construtores da paz, checadores, especialistas e ativistas em tecnologia digital. Quem responder à consulta poderá compartilhar experiências pelas três salas virtuais do projeto disponíveis na plataforma Sparkblue.

A consulta está disponível até esta sexta-feira (23/10). Os dados obtidos servirão de base para a criação de recursos contra fake news e desinformação. 

Live marca lançamento de livro de José Maria Aquino

O Museu do Futebol realiza nesta terça-feira (20/10) uma live sobre o lançamento virtual do livro Minha vida de repórter, de José Maria Aquino. A transmissão será às 19h30, nos canais do Museu do Futebol no YouTube e no Facebook.

Com mediação de Nelson Nunes, participam da live o próprio José Maria, além de Erick Castelheiro e Luis Augusto Menon. Não perca!

Brasil sofre a maior queda do mundo em liberdade de expressão, diz estudo

Uma pesquisa do Artigo 19 sobre ameaças à liberdade de expressão detectou que o Brasil sofreu a maior queda no mundo na avaliação da liberdade de expressão e passa a ser qualificado dentro do grupo de países onde existe “restrição” para esse direito.

Os resultados do estudo indicam ainda que, hoje, cerca de 3,9 bilhões de pessoas no mundo inteiro vivem sob crise de liberdade de expressão. Em outras palavras, mais da metade da população mundial vive em um país com o indicador de liberdade de expressão em crise. É o pior resultado em 20 anos.

O Brasil caiu 43 pontos no ranking e ocupa hoje a 94ª posição, entre 161 países avaliados. Em 2009, o País obteve 89 pontos em uma escala de zero a 100, e foi considerado “aberto” em termos de liberdade de expressão. Agora, em 2020, o Brasil obteve 46 pontos e foi classificado como um país com restrições à liberdade de expressão.

De acordo com o levantamento, a deterioração do direito no País foi acelerada com a chegada de Jair Bolsonaro ao poder. Segundo o estudo, o Brasil perdeu 18 pontos em apenas um ano e hoje está praticamente empatado com as Filipinas. Para efeito de comparação, na América Latina, apenas a Venezuela apresenta um índice pior. 

Leia a reportagem de Jamil Chade (UOL) sobre o assunto.

Márcio Gomes deixa a Globo e assina com a CNN Brasil

A CNN Brasil anunciou a contratação do apresentador Márcio Gomes, que estava na TV Globo há 24 anos. Segundo a emissora, ele estará à frente de um “projeto inovador que será anunciado ao mercado nas próximas semanas”.

Formado em Jornalismo pela PUC-RJ, Márcio iniciou a carreira na própria TV Globo, em São Paulo. Atuou como repórter, âncora e correspondente internacional em Tóquio. É um dos poucos profissionais que já apresentou todos os telejornais diários da Globo: Jornal Nacional, Bom Dia Brasil, Jornal Hoje e Jornal da Globo. Recentemente, foi muito elogiado por seu desempenho na cobertura da pandemia de Covid-19, com o programa Combate ao coronavírus.

Profissionais têm números vazados e sofrem ataques após caso Robinho

Rodrigo Capelo, especialista em negócios do esporte; Carlos Cereto, apresentador do Tá na Área, e a comentarista Ana Thaís Matos, ambos do SporTV, além de Marília Ruiz, blogueira do UOL e comentarista da Band, tiveram seus números de telefone vazados e sofreram ameaças após comentarem o caso do jogador Robinho, condenado por estupro na Itália

Segundo apurou o UOL Esporte, Ana Thaís recebeu mensagens e ligações que ameaçavam sua integridade física. Ele foi obrigada a desativar sua conta no WhatsApp.

No Twitter, Capelo escreveu que bloqueou cerca de 600 números que tentaram direcionar ofensas pessoais a ele. As ameaças ocorreram após a publicação de uma reportagem no SporTV sobre a opinião dos patrocinadores do Santos em relação à contratação de Robinho.

Cereto também sofreu ameaças pessoais em seu WhatsApp. Durante o Tá na Área, ele criticou a contratação do jogador. E Marília Ruiz disse ter recebido mais de 60 ameaças de morte por ter se posicionado contra a transação. Ela registrou boletim de ocorrência e declarou que “o medo não pode nos paralisar. Denuncie”.

A Globo está dando suporte jurídico e de segurança pessoal para os envolvidos. O caso já está na Polícia especializada em crimes virtuais para investigação.

Confira os vencedores do 42º Prêmio Vladimir Herzog

A comissão organizadora do Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos anunciou em 17/10 os vencedores da 42ª edição. A sessão pública de escolha dos premiados pode ser assistida neste link.

A cerimônia de premiação será realizada em 25/10, online, das 18 às 20 horas. Um dia antes, em 24/10, os vencedores participam de uma roda de conversa virtual sobre os bastidores de suas reportagens, das 16 às 19 horas.

Confira a lista de vencedores:

Arte

Infernópolis (Folha de S. Paulo) – Laerte Coutinho

Fotografia

Durante crise da Covid-19, mais de 30% dos óbitos ocorrem em casa em Manaus (O Globo) – Yan Boechat

Áudio

As histórias de Mercedes Baptista, Consuelo Rios, Bethania Gomes e Ingrid Silva (O Globo)– Tiago Rogero, Victor Rodrigues Dias e Felipe Kneipp

Multimídia

Ameaças, milícia e morte: a nova cara do Velho Chico (Repórter Brasil) –Daniel Camargos, Mariana Della Barba, Ana Magalhães e Fernando Martinho

Texto

FBI e a Lava-Jato – série Vaza Jato (Agência Pública e Intercept Brasil) –Natalia Viana, Mariam Saleh, Andrew Fishman, Alice Maciel, Rafael Neves, Marina Amaral, Bruno Fonseca e Larissa Fernandes

Vídeo

Os defensores da floresta (Fantástico/TV Globo) – Marcelo Canellas, Alan Graça Ferreira, Marcos Silva, Cristine Kist, Dimitri Caldeira e Wesley Francisco

Walesa, o cardeal e uma visita às raízes de Eliezer Strauch

Eliezer Strauch e sua mulher, Lia Strauch

Por Alessandra Ber

Com a ascensão de Lech Walesa e o movimento operário na Polônia, Eliezer fez as malas e seguiu para Varsóvia. Só que dessa vez o passaporte brasileiro não o ajudou em muito. A Polônia não estava concedendo vistos a jornalistas. A greve em Gdansk era manchete dos jornais, pois era mais um movimento que tinha coragem de enfrentar o regime comunista.

Eliezer, de Paris foi para Bruxelas, onde o cônsul israelense era amigo e, com a dica recebida, apresentou-se à Embaixada da Polônia em Bruxelas como homem de negócios. Tiro e queda, o visto foi concedido. Chegando a Varsóvia qual não foi a surpresa de encontrar dezenas de jornalistas, todos na mesma posição de homens de negócios.

Começava o inverno rigoroso e Eliezer foi comprar um chapéu para se proteger do frio, seguindo direto para uma reunião do Partido dos Trabalhadores. Na porta estavam amontoados casacões, sobretudos, chapéus. Eliezer indaga a um velhinho se podia deixar as coisas naquele amontoado. A resposta do polonês foi clara: “Aqui não se rouba − a não ser que passe um judeu”.

Varsóvia nos anos 1980 ainda era a Varsóvia sob o regime comunista. Filas para comprar pão, filas para carne etc. Mas sendo predominantemente católica, enfeitada para o Natal que se aproximava.

Eliezer resolveu que não se identificaria como judeu, por enquanto. Conseguiu uma entrevista com o Cardeal da Polônia, que depois se tornaria o Papa João Paulo II. O futuro papa era um homem fascinante. Escrevia poemas, peças teatrais e contou de sua prisão durante dois anos pelos nazistas. Entre um cálice de vinho e outro, Eliezer confessa ao cardeal que não era homem de negócios e sim jornalista e seu objetivo era conseguir uma entrevista com Lech Walesa.

Munido de uma carta dirigida ao líder operário, Eliezer viaja para Gdansk, cidade portuária em greve, enfeitada para o Natal. Cânticos nas igrejas, mulheres entrando e saindo das missas, visitas aos cemitérios para homenagem aos mortos.

O encontro com Walesa se dá no estaleiro e Eliezer fica boquiaberto com a sabedoria de um operário que tem a coragem de enfrentar o poder soviético e que nada o tirará de suas metas. Walesa diz conhecer a Histadrut (Confederação dos Trabalhadores de Israel) e, bem-humorado, confessa que se receber um convite para visitar Israel aceitará imediatamente.

Véspera de Natal, com a entrevista enviada aos dois jornais − O Globo e Yedioth Aharonoth −, Eliezer começa a matutar o que fará nos dias de Natal. O desejo era ir à cidade de seu pai, Ustilke Done. Já não havia necessidade de disfarces. Nos escritórios de relações com a imprensa mostra o seu interesse de viajar até a cidade e pergunta como chegar até lá. A funcionária muito prestativa lhe diz: “Colocaremos à sua disposição um carro e um guia que fala português”. Eliezer, pasmado, pensa duas vezes: será verdade ou será um artificio do Partido para me levar para a Sibéria?

Era verdade. No dia seguinte pela manhã, no hall do hotel, lá estavam um motorista e uma guia. Após a apresentação, feita em um português correto, a guia Tatiana explica que estudou Português na universidade e o seu doutorado era sobre as obras de Camões. Durante a viagem ainda contou que vinha de uma família de nobres poloneses destronados durante a II Guerra e a ocupação soviética.

A longa viagem, por uma estrada em que não havia muito movimento, ficaram os dois a discutir Camões. Os sinais eram todos em polonês, mas a certa hora Tatiana disse: estamos nos aproximando. Eliezer, que não era de demonstrar sentimentos, liga o gravador e começa a gravar.

“Estamos entrando em Ulstike − eis o ring tão falado. O ring era a estação ferroviária. E tal e qual meu pai o descreveu. Foi aqui que meu pai despediu-se pela última vez de sua mãe, para nunca mais voltar.”

A cidade, que havia sido de maioria judia, agora era uma cidade de veraneio, por sua localização nas montanhas, e uma nova população circulava pelas ruas. Não mais os judeus religiosos com seus chapéus pretos e passos apressados em direção à sinagoga. Não mais as crianças e os jovens a caminho da escola ou do “cheder”, onde aprendiam as primeiras lições do Talmud. Não mais o cheiro de doces, pepinos azedos, arenques, que eram vendidos em barris de madeira. Várias vezes teve que interromper a gravação pois ficava com a voz embargada. Os correios − lembrou da última carta que escreveu a sua avó e que voltou com o carimbo de endereço desconhecido.

Tatiana e Eliezer vão a prefeitura ver se há algum indicio de seus antepassados. O funcionário consegue descobrir que a família Strauch está registrada nos livros até o ano de 1942. Depois não há mais traços. Os avós eram donos de uma hospedaria, lugar onde os judeus em trânsito paravam para uma refeição ou um pernoite. Saem da prefeitura com um mapa na mão e chegam a um pedaço de casa velha de madeira. A porta é aberta por um velho e Eliezer pensa ele deve saber qual foi o fim de sua avó e tia. O velho assustado começa a falar rapidamente em polonês. Tatiana pede calma, diz que o visitante não veio tomar posse da casa e sim pedir informações. Mais calmo, ele começa a contar que a sua casa é parte do que ficou da hospedaria. E o que foi feito dos judeus?

Tatiana traduz: em 1942, a cidade foi invadida pelos ucranianos junto das tropas nazistas. Os judeus que ainda restaram na cidade foram levados para a igreja local e os ucranianos colocaram fogo. Morreram queimados, velhos, jovens, crianças e depois levados para uma cova comum e cobertos com uma boa camada de cal.

Eliezer segura a voz e pergunta: onde fica o cemitério judeu? O velho explica: para lá daquela floresta. Eliezer continua gravando − não posso sair daqui sem ir ao cemitério e dizer o Kadish, a oração dos enlutados.

Sobem por um atalho que mistura lama e neve. Eliezer encontra algumas lápides caídas onde as letras hebraicas quase desapareceram com o tempo.

Em pé e não conseguindo mais conter as lágrimas começa a dizer: “Shma Israel Adonai Eloeynu Adonai Ehad” (Escute, Israel, Deus e nosso pai − Deus é um…)

O que havia começado com a greve dos estivadores e os passos para a independência da Polônia também foi para Eliezer a resposta a muitas perguntas e a sensação de que agora seus antepassados descansavam em paz.


Alessandra Ber

A história desta semana é de uma estreante no espaço, Alessandra Ber. Com mais de 20 anos de experiência em comunicação corporativa, em passagens por Santander, McDonald’s e Via Varejo, assumiu em agosto a Gerência Executiva de Relações com a Imprensa da TIM.

Ela conta que, no início de setembro, viu republicada pela mãe no Facebook a história originalmente escrita pela tia Lia Strauch, esposa de Eliezer Strauch, que trabalhou em O Globo (aqui, em Paris e em Jerusalém), foi correspondente do israelense Yedioth Aharonoth em Paris e editor-chefe da edição brasileira da revista Shalom. É autor do livro Serviço Secreto de Israel (Summus, 1976).


Tem alguma história de redação interessante para contar? Mande para baroncelli@jornalistasecia.com.br.

Google anuncia novas ferramentas para repórteres

O Google lançou nesta sexta-feira (16/10) o Journalist Studio, espaço que visa a ajudar profissionais repórteres em seu trabalho, unindo tecnologia, eficiência, segurança e criatividade. O projeto apresenta duas novas ferramentas, segundo a empresa, “muito úteis para o jornalismo em geral”.

O Pinpoint possibilita que os profissionais examinem rapidamente vários documentos, identificando e organizando automaticamente as pessoas, organizações e locais mencionados com mais frequência. A ferramenta pode ser utilizada com PDFs digitalizados, imagens, notas manuscritas, e-mails e arquivos de áudio.

A ferramenta The Common Knowledge Project ajuda repórteres a compartilharem dados sobre questões importantes para suas comunidades locais. É possível produzir gráficos interativos em questão de minutos, incorporá-los em matérias e compartilhá-los nas redes sociais.

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