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Emoção e homenagens marcam cerimônia dos +Admirados da Imprensa Automotiva 2021

  • Zeca Chaves é eleito o +Admirado Jornalista da Imprensa Automotiva 2021

  • Automotive Business vence categoria Especial Pandemia

  • Boris Feldman (Colunista), Jorge Moraes (Influenciador Digital), CBN Automotores (Áudio/Rádio), Autorama (Áudio/Podcast), Jornal do Carro/Estadão (Caderno), Quatro Rodas (Revista), UOL Carros (Site), Carros com Camanzi (Vídeo/Canal) e Autoesporte (Vídeo/Programa) faturam categorias temáticas

Foram anunciados na noite dessa quarta-feira (28/4), no canal do Portal dos Jornalistas no YouTube, os profissionais e publicações premiados na terceira edição da eleição dos +Admirados da Imprensa Automotiva. A cerimônia online, promovida por Jornalistas&Cia Imprensa Automotiva, foi marcada mais uma vez pela emoção e saudade dos encontros presenciais, tão frequentes neste setor, e por diversas homenagens aos jornalistas Henrique Neves (Ali Produções) e Daniel Messeder (Motor1), vítimas da Covid-19.

Comandada por Eduardo Ribeiro e Fernando Soares, respectivamente diretor e editor de J&Cia Auto, a cerimônia teve início com mensagens dos executivos de Comunicação representando as marcas Bosch, General Motors, Honda, Mercedes-Benz, Scania e Volkswagen, patrocinadoras da iniciativa.

Em seguida, foi a vez de ouvir as mensagens dos 25 jornalistas mais votados na eleição. Em ordem alfabética, enviaram suas mensagens Alzira Rodrigues (AutoIndústria), André Barros (AutoData), Antônio Meira Jr. (Correio/BA), Bob Sharp (Autoentusiastas), Boris Feldman (AutoPapo), Camila Torres (Mobiauto), Carlos Eduardo da Silva (Web Seminovos), Claudia Carsughi e Claudio Carsughi (Portal Carsughi), Cleide Silva (Estadão), Diego Ortiz (Jornal do Carro/Estadão), Emilio Camanzi (Carros com Camanzi), Fernando Calmon (Coluna do Fernando Calmon), Fernando Miragaya (Autorama/Webmotors), Giovanna Riato (Automotive Business), Guido Orlando Jr. (Vida Moderna), Jorge Moraes (CBN/UOL), Leonardo Felix (Mobiauto), Marcos Rozen (MIAU), Marcus Lauria (CarPoint News), Paulo Cruz (AutoNews MS), Sergio Dias (Alpha Autos), Tarcisio Dias (Mecânica Online), Tião Oliveira (Jornal do Carro/Estadão) e Zeca Chaves (Automotive Business).

O anúncio das categorias temáticas, que contou com as participações ao vivo dos premiados conversando com os apresentadores, começou com uma dupla conquista. Jorge Moraes faturou os troféus nas categorias Influenciador Digital e Áudio/Rádio, este segundo pelo seu trabalho à frente do programa CBN Automotores.

Na sequência, foram premiados Autorama, de Fernando Miragaya, na categoria Áudio/Podcast; Jornal do Carro/Estadão, representado pelo editor Tião Oliveira, na categoria Caderno; Quatro Rodas, representada pelo redator-chefe Paulo Campo Grande, na categoria Revista; UOL Carros, na categoria Site, representado pelo editor Daniel Neves; Boris Feldman, na categoria Colunista; o canal Carros com Camanzi, de Emílio Camanzi, na categoria Vídeo/Canal; e o programa Auto Esporte, na categoria Vídeo/Programa, representado pela produtora Milene Rios.

Chief Growth Officer e editora da Automotive Business, Giovanna Riato foi a seguinte a entrar ao vivo para receber o prêmio Especial Pandemia, pelo case Na pandemia, AB inovou para fortalecer o que faz de melhor: apontar caminhos para o ecossistema automotivo e da mobilidade. A ação, desenvolvida ao longo de 2020, marcou a digitalização dos eventos online da publicação, impedidos de serem realizados presencialmente por causa da pandemia.

Após uma rápida pausa para homenagear Luiz Carlos Secco, que celebrou em abril 60 anos de carreira na imprensa automotiva, o evento chegou ao seu momento mais esperado, em que foram anunciados os cinco mais admirados jornalistas do setor.

Nono colocado na primeira edição do concurso, em 2015, e TOP 25 no ano passado, Tarcísio Dias ganhou posições neste ano e terminou em quinto colocado. Na sequência foram homenageados, Boris Feldman, que repetiu a quarta colocação de 2020, Claudio Carsughi, em terceiro lugar, e Jorge Moraes, na segunda posição.

Eduardo Ribeiro, Fernando Soares e Zeca Chaves, durante anúncio do +Admirado Jornalista Automotivo 2021
Eduardo Ribeiro, Fernando Soares e Zeca Chaves, durante anúncio do +Admirado Jornalista Automotivo 2021

Vice-campeão em 2020, Zeca Chaves desta vez foi o grande vencedor nesta edição, terminando como o +Admirado Jornalista da Imprensa Automotiva 2021. “Quando anunciaram aqui deu aquele nervosismo, aquele momento incrédulo que você fala ‘sério, sou eu?’. Aquela sensação, sabe, de menino que ganha brinquedo da mãe. O coração dispara, você não acredita”, disse Zeca. “Enfim, fico muito feliz. Mais do que feliz, fico muito surpreso porque no ano passado, quando fiquei entre os finalistas, estava na Quatro Rodas, então foi basicamente por um trabalho que eu tinha feito ali, mas hoje eu me considerava como café com leite nessa lista, porque estava em carreira solo. Foi um ano em que me diverti muito, mas sinceramente não tinha na cabeça a menor chance de conseguir essa posição”.

Ao encerrar sua participação, Zeca frisou ainda a necessidade de parabenizar duas “instituições”. A primeira, a dos jornalistas, segundo ele essenciais neste momento de pandemia, fake news e pós-verdade; e ao J&Cia Auto, pela realização de uma iniciativa que permite “um momento de reflexão para avaliar a qualidade dos jornalistas”.

Diogo Mainardi manda convidado “tomar no c…” no Manhattan Connection (TV Cultura)

Diogo Mainardi manda convidado “tomar no c...” no Manhattan Connection (TV Cultura)
Diogo Mainardi manda convidado “tomar no c...” no Manhattan Connection (TV Cultura)

Diogo Mainardi, integrante da equipe do Manhattan Connection (TV Cultura), mandou o advogado criminalista Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, “tomar no c…”. Um “bip” cobriu a fala do jornalista. Mainardi disse, “como diria Olavo de Carvalho, vai (bib)”, logo após o âncora Lucas Mendes agradecer a Kakay pela presença no programa.

Diogo Mainardi (esq.) e Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay (Crédito: YouTube/Manhattan Connection)

O advogado foi convidado para debater a prisão em segunda instância no Brasil. Durante o programa, Mainardi declarou: “Essa sua asneira de prisão em segunda instância, pergunta para os meus colegas dos Estados Unidos, é prisão em primeira instância, as tais das mensagens roubadas, você construiu a sua carreira sussurrando na orelha de ministro do STF, do STJ. Que história é essa? Eu até prefiro falar com você sobre outros assuntos porque me vem ânsia de vômito ouvir esse seu discurso”. Ao longo da edição, Diogo disse também ao advogado que não estava “a fim de ouvir as suas baboseiras”, que Kakay “representa o atraso do desenvolvimento do Brasil”, e “eu nem sei o que você está fazendo nesse programa”.

Kakay rebateu as críticas, dizendo que, “uma vez eu estava conversando com Chico Anysio e ele me disse que quase todo humorista é mal-humorado. Eu não conheço muito a sua vida, mas acho você um humorista. Mas o humorista que é mal-humorado, ele tem que ter uma inteligência rara, e você ficou só no mau humor. É muito difícil, entendeu? A sua acidez, eu não sei onde ela leva. (…) Não aceito provocação barata. A pessoa, para me provocar, precisa ter no mínimo um bom humor, uma inteligência específica”.

Em sua coluna, Cristina Padiglioni, da Folha de S.Paulo, comentou o ocorrido: “Não me recordo de ter visto um anfitrião dizer isso a um convidado em um programa de TV, o que dirá em uma emissora que carrega Cultura no nome e princípios públicos no seu estatuto. Ainda que o canal tenha tido o cuidado de encobrir o xingamento, o nome feio aí é o de menos.  Trata-se de uma postura inesperada para um programa norteado por ideias e argumentações”.

Confira o trecho em que Mainardi xinga Kakay no Manhattan Connection:

Leia também: UOL completa 25 anos com nova identidade visual e mais conteúdo em vídeo

TJ-SP determina que Aos Fatos não mencione que Revista Oeste publicou desinformação

TJ-SP determina que Aos Fatos não mencione que Revista Oeste publicou desinformação
TJ-SP determina que Aos Fatos não mencione que Revista Oeste publicou desinformação

O juiz Marcelo Augusto Oliveira, da 41ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, determinou em decisão liminar que a agência de fact-checking Aos Fatos não pode mais mencionar que a Revista Oeste veiculou desinformação. A decisão atinge duas checagens: uma sobre distorções em dados do monitoramento de queimadas na Amazônia e outra que desmente a associação entre “tratamento precoce” e a queda em internações e mortes por Covid-19 em São Lourenço (MG).

Aos Fatos vai recorrer da decisão. Porém, como há multa de R$ 1.000 por dia em caso de descumprimento, as menções à Revista Oeste foram extraídas das checagens citadas: “É falso que imagem da Nasa prova que Amazônia não está ‘em chamas”’ e “É falso que São Lourenço zerou mortes e internações por Covid-19 devido a ‘tratamento precoce”’. Na decisão, o juiz afirma que “tem todo direito o jornalista de informar fatos distintos de outro veículo jornalístico, e de discordar, debater ou contradizer o conteúdo de determinada matéria já publicada”.

Tai Nalon, diretora executiva e fundadora de Aos Fatos, declarou que “a decisão é um equívoco e certamente será reparada. Numa democracia, a Justiça não tem autoridade para reescrever a história. Essa decisão interfere editorialmente no Aos Fatos e inviabiliza um dos pilares da nossa missão: combater a desinformação que pode matar. Isso não está de acordo com os valores democráticos que a organização defende”.

Em nota, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) afirmou que “a interferência direta na redação de textos jornalísticos é extremamente preocupante” e que “magistrados e outras autoridades não são dotados da prerrogativa legal, da autorização constitucional e tampouco da capacidade técnica para editar notícias”. Além da Abraji, Folha de S.Paulo, Fenaj, Observatório da Liberdade de Imprensa da OAB, Agência Lupa, UOL Confere, Boatos.org, Congresso em Foco e Ponte Jornalismo também criticaram a liminar e prestaram solidariedade a Aos Fatos nas redes sociais.

TV247 debate a crise do trabalho neste 1º de maio

Estreia em 1° de maio, às 18h, na TV247, no YouTube, o programa Forças do Brasil, com apresentação de Mario Vitor Santos, que passa a ser exibido todos os sábados nesse horário. Mario trará especialistas em diferentes áreas, suas histórias e debates sobre a reconstrução do País. A estreia é com o sociólogo Ricardo Antunes, professor da Unicamp e pesquisador sobre o mundo do trabalho, que vai falar sobre a crise e as perspectivas para o setor. Confira!

Justiça condena Record por retratar menor como prostituta

Abraji anuncia dois primeiros casos do Programa de Proteção Legal para Jornalistas

O Tribunal de Justiça de São Paulo condenou a Record TV a pagar R$ 100 mil de indenização a uma jovem tratada como prostituta e assassina em uma reportagem exibida pelo Cidade Alerta, em 2015. O relator do processo, desembargador Pedro de Alcântara da Silva Leme Filho, disse que a vítima foi exposta à opinião pública por uma reportagem de caráter sensacionalista e desvinculada da realidade.

Em maio de 2015, G.B. foi a um hotel com o namorado que, inconformado com o seu desejo de terminar o relacionamento, a atacou com um canivete e depois se suicidou.

De acordo com reportagem de Rogério Gentile, para o UOL, dois dias depois do ocorrido, a Record veiculou matéria na qual responsabilizava a jovem pela morte do rapaz. Na época ainda menor de idade, ela foi chamada de “garota de programa” e teve seu rosto exibido na TV. Além disso, tornaram público o número do telefone dela e da mãe.

Na defesa que apresentou à Justiça, a emissora alegou que as informações divulgadas na reportagem eram de interesse público, e haviam sido obtidas com a polícia. E, por isso, não tinha motivo, à época, para duvidar da veracidade. Disse ainda que nas imagens exibidas no programa, do sistema interno de vídeo do estabelecimento, não dava para identificar a jovem pois não eram nítidas.

O desembargador do caso considerou que G.B. estava identificável, sim, nas imagens, sobretudo por quem a conhece. O magistrado concordou com a sentença da primeira instância, segundo a qual a Record deveria ter apresentado o boletim de ocorrência, o relatório do inquérito, uma testemunha ou qualquer outro documento que provasse que a reportagem teria sido baseada na versão da polícia. Mas nada disso foi feito, disse.

Além dos R$ 100 mil de indenização, a emissora terá de pagar mais R$ 50 mil para a mãe da jovem por ter divulgado o seu telefone na reportagem.

UOL completa 25 anos com nova identidade visual e mais conteúdo em vídeo

UOL completa 25 anos com nova identidade visual e mais conteúdo em vídeo
UOL completa 25 anos com nova identidade visual e mais conteúdo em vídeo

O UOL completa nesta quarta-feira (28/4) 25 anos de existência. Em comemoração ao marco, o portal anunciou uma nova logomarca com cores vibrantes e fonte com maior personalidade, que representam o “compromisso de gerar diversas conexões entre cada brasileiro e o seu universo, informando, entretendo e facilitando a vida de cada um”. Anunciou também a tagline “seu universo online”.

O site pretende ainda aumentar seu conteúdo em vídeo. Murilo Garavello, diretor de Conteúdo, declarou que “os novos 25 começam agora e o nosso foco é a produção de vídeos”. O site vai lançar uma grande de programação com os âncoras Fabíola Cidral e Diego Sarza, além da presença constante de apresentadores e colunistas como Thaís Oyama, Josias de Souza, Chico Barney, Mauro Cezar, entre outros. A ideia é criar mais de duas mil horas em vídeo de conteúdo jornalístico, esportivo e de entretenimento, sendo que 75% deste montante serão produzidos ao vivo.

O UOL pretende também investir no UOL Play, plataforma de streaming de vídeo da empresa, que acaba de integrar a programação ao vivo de canais lineares ao seu portfólio, e tem lançamentos previstos para os próximos meses.

Paulo Samia, CEO do UOL Conteúdo e Serviços, disse que a ideia é “ampliar nossos investimentos em conteúdo, além de consolidar as soluções de tecnologia, como o UOL Meu Negócio, que conta com produtos e conteúdo para todas as etapas do pequeno negócio, com serviços de presença na internet, e-commerce, gestão de negócios e marketing digital; o UOL ads, uma plataforma self-service de compra de mídia, criada para facilitar a publicidade das pequenas e médias empresas do País, possibilitando a todos anunciarem nas páginas do UOL”.

Guilherme Amado será colunista do Metrópoles

Guilherme Amado será colunista do Metrópoles
Guilherme Amado (Crédito: Domingos Peixoto/Agência O Globo)

Guilherme Amado, colunista da revista Época, está acertando sua ida para o Metrópoles. Deverá estrear sua coluna no portal em 17/5, trazendo com ele a equipe. Os detalhes da negociação ainda estão sendo acertados. Ele estreou em Época em janeiro de 2019, trazendo em sua coluna informações e bastidores exclusivos para as edições impressa e digital da revista. Sua principal marca é a informação inédita, em diferentes linguagens, entre textos, notas curtas, infográficos e vídeos sobre política, cultura e sociedade brasileira. Baseado em Brasília, conta com o apoio de Eduardo Barretto na apuração e na produção de conteúdo.

Amado começou a carreira em O Globo e recebeu os prêmios Esso e Tim Lopes por reportagens publicadas no Extra. Trabalhou com Lauro Jardim, primeiro em Veja, depois no Globo. Foi com ele que, em 2017, publicou o furo de reportagem que revelou a gravação de Joesley Batista com o então presidente Michel Temer, avalizando a compra do silêncio do deputado Eduardo Cunha e detonando o escândalo da JBS.

Desde aquele ano, é John S. Knight Journalism Fellow na Universidade Stanford, na Califórnia, e integrante do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), responsável por grandes investigações jornalísticas, como os Panama Papers. Graduado pela UnB e com especialização na London School of Journalism, Amado também teve passagens pelos sites Crusoé e Poder360.

Fotolivro mostra a realidade do sertão da Paraíba

O designer gráfico Jefte Kerison de Miranda Mendonça, de 23 anos, do coletivo I Hate Flash, lançou o fotolivro Semiótica do sertão, que apresenta a realidade, condições de vida e dificuldades que as famílias do sertão da Paraíba enfrentam, como falta de água, saneamento básico e transporte. Todas as imagens são acompanhadas de poesias de autores nordestinos.

Jefte Kerison de Miranda Mendonça

Nascido em Cabedelo, na região metropolitana de João Pessoa, Jefte escolheu algumas rotas para cidades que não conhecia, pegou duas câmeras e “partiu para o desconhecido”. Ao todo, percorreu 300 km e passou por várias cidades, como Campina Grande, Queimadas, Caturité, Boqueirão, Cabaceiras e Pocinhos.

Sobre o projeto, conta que “foi uma experiência inesquecível em que pude vislumbrar uma realidade totalmente diferente da minha, em que pessoas que vivem em uma terra árida, cheias de dificuldade, mas com sorrisos que atravessam a alma e alcançam o coração. Ouvi tantas histórias, algumas até internacionais, vividas por gente ansiosa para contá-las, demonstrando muita alegria e vontade de viver. Usei poemas de grandes nomes, como Ariano Suassuna, mas busquei também poetas nordestinos sem tanta visibilidade, mas com trabalhos lindos, como Guibson Medeiros, Luiz Gonzaga de Moura e Terezinha Costa”.

Jefte pretende continuar com projetos de fotografia como esse, para contar e detalhar mais cada uma das histórias das pessoas que encontrar sertão adentro. O fotolivro está disponível no site do coletivo I Hate Flash.

Cobertura do Meio Ambiente: da emergência climática ao jornalismo de soluções

Cobertura do Meio Ambiente: da emergência climática ao jornalismo de soluções
Cobertura do Meio Ambiente: da emergência climática ao jornalismo de soluções

Por Luciana Gurgel

Luciana Gurgel

Não faz muito tempo que as matérias sobre questões ambientais dominavam o noticiário em datas especiais, como o Dia da Terra – que este ano foi comemorado na semana passada em todo o mundo –, para depois sumirem das pautas até a efeméride seguinte.

Não é mais assim. E essa não é a única mudança do jornalismo ambiental, que nem de longe lembra o que era décadas atrás, restrito a publicações especializadas e a páginas de ciência ou de internacional em alguns jornais.

A cobertura sobre o clima invadiu outras editorias e ganhou relevância compatível com o tamanho da crise ambiental.

Aliás, da emergência. Esta é a palavra que a revista Scientific American quer que a imprensa adote ao noticiar as mudanças climáticas, de forma a espelhar o consenso científico que não deixa dúvidas sobre a dimensão do problema.

Para formalizar o compromisso de tratar a crise como emergência, a revista criou até um statement para ser assinado por veículos e jornalistas, em conjunto com a coalizão global Covering Climate Now (da qual o MediaTalks faz parte).

O racional é uma comparação com a crise de saúde pública que vivemos desde o ano passado. Se uma pessoa está doente, ela está em crise. Se o mundo inteiro fica doente, vira uma emergência de saúde, como ocorreu com o coronavírus.

O mesmo pensamento aplica-se então ao clima. Uma enchente aqui ou um tufão ali são problemas localizados. Mas a escala atual de impactos e desastres ambientais acontecendo ao mesmo tempo em várias partes do planeta é, aos olhos da Scientific American, o argumento para que a questão seja tratada pela imprensa como uma emergência, assim como vem sendo a pandemia.

Os primeiros a assinar, coautores da iniciativa, foram nomes de peso da imprensa global: The Guardian, La Repubblica, Noticias Telemundo, Al Jazeera English, Asahi Shinbum e Columbia Journalism Review.

As três fases do jornalismo ambiental

O tom também vem mudando. É o que afirma Abby Rabinowitz, editor da Columbia Journalism Review. Em um artigo compartilhado pela Covering Climate Now e republicado no MediaTalks, ele descreve o que classifica como a nova era do jornalismo ambiental, marcada pelo foco em soluções.

Rabinowitz faz um histórico da cobertura sobre meio ambiente, que a seu ver passou por duas fases anteriores à atual: a do é real e a do é ruim.

Na primeira, começou-se a admitir a existência do problema. Na segunda, o catastrofismo tomou conta do noticiário.

Como referência inicial da nova etapa, o jornalista cita o podcast americano Mothers Of Invention, criado em 2018 e dedicado a apresentar iniciativas e propostas, em vez de simplesmente colocar mais lenha na fogueira.

Ele enumera vários outros programas e publicações com a mesma inspiração. Em todos, a ideia é fugir do enfoque de catástrofe, visto como cansativo para os jornalistas e para o público, capaz de assustar e desanimar. E que nem sempre leva a mudanças.

Esse modelo de jornalismo orientado para soluções tem ido além de conteúdo voltado para o público geral, geralmente associado a projetos comunitários como reciclagem ou plantio de árvores.

Um dos exemplos citados no artigo é a Bloomberg Green, iniciativa multiplataforma que se define como “voltada para notícias sobre mudança climática, análises e soluções”, tratando a questão do aquecimento global sob a perspectiva de negócios e finanças.

Mas abordar soluções não é necessariamente um caminho simples para a imprensa. Ele envolve riscos e fórmulas diferentes daquelas utilizadas pelo jornalismo tradicional.

Rabinowitz observa que os jornalistas estão habituados a relatar fatos com base em evidências. E que as soluções para a emergência climática são, na maior parte das vezes, hipóteses ainda não confirmadas.

Segundo ele, isso torna a missão desafiadora até para jornalistas experientes, beirando a ficção científica. Mas o esforço pode compensar, se esse modelo for capaz de colaborar para as mudanças ao influenciar pessoas, empresas e governos.


Veja em MediaTalks: MI5, agência de espionagem britânica que James Bond imortalizou, entra no Instagram para acabar com estereótipo de “espião bebendo martini”.

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SBT não se pronuncia por ofensa de Bolsonaro a repórter

O SBT não se pronunciou sobre o ataque do presidente Jair Bolsonaro a Driele Veiga, repórter da TV Aratu, afiliada da emissora em Salvador. A emissora apenas exibiu o trecho no qual a ofensa ocorre e descreveu o ocorrido, sem criticar o presidente ou declarar apoio à jornalista, diferentemente do que fez, por exemplo, o prefeito de Salvador ACM Neto.

Na segunda-feira (26/4), durante uma visita do presidente a Feira de Santana, Driele perguntou: “O senhor foi criticado, presidente, sobre uma foto postada dizendo ‘CPF cancelado’ em um momento de tantas pessoas morrendo. O que o senhor tem a dizer a respeito?”. A repórter referia-se a uma foto de Bolsonaro, ao lado do apresentador Sikêra Jr., da RedeTV, segurando um cartaz com a expressão “CPF cancelado”, que faz referência ao assassinato extrajudicial de suspeitos e criminosos. Em resposta a Driele, Bolsonaro disse: “Você não tem o que perguntar, não? Deixa de ser idiota, pô”.

À noite, no SBT Brasil, o caso foi mencionado ao longo de 30 segundos durante uma reportagem sobre o presidente. A repórter Nathalia Fruet, de Brasília, relatou o ocorrido. Na sequência, o telejornal exibiu o trecho que mostra a ofensa.

Em suas redes sociais, Driele comentou o caso, lembrando que esse não foi o primeiro ataque de Bolsonaro à imprensa: “A mim o xingamento não ofendeu. Só mostrou que estava no caminho certo. Sou jornalista e estou aqui para perguntar, por mais que a indagação incomode. Se fosse para agradar o entrevistado eu não seria jornalista e sim publicitária. (…) Só para lembrar que essa não é a primeira vez que o presidente faz isso com a imprensa. A jornalista Patrícia Campos Melo foi ameaçada de morte e teve a família perseguida”.

Procurada pelo UOL, a repórter declarou que “essa postura é inadmissível para um presidente, a gente espera isso de qualquer outro entrevistado, menos de um presidente da República. Mas como é um cenário que se repete, não me abalou tanto, já é uma atitude que se espera dele. Hoje, aconteceu comigo, mas poderia ter acontecido com qualquer outro jornalista”.

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